Como todos sabem, quem nesta campanha quis deitar produtos fitofarmacêuticos teve de tirar um curso. Curso esse que não serve para nada, quem sabia não ficou a saber mais e quem não sabia não apreendeu nada, pelo menos na minha zona e passo a explicar. O curso pode dar para 2 ou 5 anos, conforme o numero de horas de curso que frequentou e/ou conforme a idade de quem vai tirar o curso. Existe um curso que tem uma validade de dois anos em que se paga 25 euros por quatro horas de formação. A procura foi tanta que não reprovaram ninguém e houve até pessoal mesmo sem frequentar o curso que ficou com ele mediante o pagamento dos 25 euros. Mas o que mais me choca é a obrigatoriedade de cada 3 ou 5 anos conforme a data de compra do pulverizador ter de fazer uma inspeção ao mesmo. Imaginem um pobre agricultor com 1 ou dois hectares, que vive numa aldeia isolada lá no fim do mundo, em que não existe ninguém para o aluguer de maquinas, vai ter inúmeros problemas. 1º comprar um pulverizador e pagar a inspeção de 3 em 3 anos ou de 5 em 5, para 1 oi 2 hectares não é viável. 2º Para pagar a alguém que lhe faça o serviço, não encontra ninguém nas proximidades muito menos quem passe faturas 3º Vai acontecer o mesmo que acontece igualmente nas inspeções automóveis, quem for rigoroso não tem clientes 4º Se a procura for grande vai haver certificados sem inspeções 5º Vai haver quem altere a chapa de fabrico e a fatura de compra.
Tanto os cursos como esta lei foi bem pensada, o problema foi o facilitismo de tirar o cursos e dos resultados dos mesmo. Se em cada povoação apenas existisse 1 ou 2 agricultores (que neste caso seriam prestadores de serviço) a efectuar esse serviço essa pessoa teria trabalho garantido, os centros de inspecção ganhavam dinheiro e esse agricultor rentabilizava os equipamentos que tinha adquirido.
Como o curso foi oferecido a toda a gente, tudo o bixo careto tirou o curso, e todos eles podem aplicar, mas apenas se for com um pulverizador ás costas e no terreno deles. Um pulverizador de tractor já tem que ser para quem o consiga rentabilizar.
Esta inspecção vem mais por causa dos espaços públicos, caso não tenha conhecimento uma junta de freguesia não pode pegar um funcionário habilitado com o dito cartão e aplicar herbicida nas vias publicas. Para efectuar este serviço tem de ser uma empresa acreditada, com seguro e equipamentos em perfeito estado de funcionamento...
A inspecção vai controlar mangueiras a perder liquido, fugas, diferenças de caudal e calibração dos bicos de pulverização... coisa que um agricultor no seu estado normal nunca vai verificar, os bicos que vieram com a barra de pulverização a quando da sua compra são os mesmos que hoje usa, isto num equipamento com 20 anos...
No meu concelho é proibido deitar herbicida nos espaços públicos. Quanto a lei nos moldes em que foi feita não resolve nada. 1º Um agricultor cuidadoso pode sempre verificar o bom estado do pulverizador, tanto nas fugas, caudal, pressão, etc através de ensaios em branco, qualquer jovem agricultor que faça projectos ao abrigo do antigo proder ou do actual PDR 2020, tem formação para isso. 2º Um curso de produtos farmacos que não dá ao agricultor a possibilidade de ter aulas práticas não é um bom curso. 3º A inspeção a ser paga pelos agricultores vai fazer com que escolham empresas que facilitem as inspeções. 4º Só vão saber a idade do pulverizador pela fatura e a chapa cravada no aparelho, o que é fácil de falssificar
isso em Portugal é mesmo assim ... somos os maiores formados em 15 dias ...
isso é um tema que me faz muitas confusões , muitas mesmo ... principalmente quando alguém se lembrou de contornar a lei para dar cursos ... acho que já postei a ilegalidade e a lei por aqui , não sei a onde , mas nada do que era suposto foi feito .
esta lei saiu para os produtores , atualmente foi impingida a todos nós ... mas erradamente alem de que a sensibilidade dos produtores está a anos de luz de ser a melhor para ter um comportamento cuidadoso para o meio ambiente ou saúde publica .