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    • ipsuey
    • 29 agosto 2016 editado

     # 1

    Olá a todos.

    Ando a pesquisar quais são as condições de financiamento actuais para aquisição de habitação própria permanente, e por muito que varie as minhas pesquisas, ou encontro websites de instituições financeiras a vender um produto, notícias algo desactualizadas sobre o sector, ou este forum que parece-me ser o sítio ideal para me informar e manter informado sobre esta realidade.

    Somos um casal (32~34) e até o final do ano passado sempre arrendamos apartamento. Após alguma discussão, concordamos que seria boa ideia vivermos na casa dos pais dela enquanto poupamos dinheiro para tentar comprar casa. Ainda não houve oportunidade de irmos aos nossos bancos, solicitar informações e fazer simulações, até porque queremos esperar mais 1 ano e as coisas podem mudar entretanto.

    A banca neste momento empresta até 80% do valor da aquisição? Ou da avaliação da casa? Li algures, que seria o menor dos dois.
    Os spreads andam actualmente entre os 1.6/1.9%, há previsões de virem a baixar?
    Na vossa opinião, será agora uma boa altura para comprar casa?

    Novamente obrigado pela atenção,
    com os meus cumprimentos.
    Concordam com este comentário: barg
  1.  # 2

    Meu estimado, muitas são as suas perguntas, muitas mais poderia acrescentar e teríamos aqui toda uma panóplia para discorrer. Em geral e abstracto, esta pode considerar-se uma boa altura para investir na aquisição de habitação própria se esse se tiver vosso desiderato de vida. Em queda há exactamente dois anos, as taxas de juro implícitas nos contratos de crédito à habitação em Portugal voltaram a registar um novo mínimo histórico, renovando a tendência de há vários meses consecutivos. Segundo os dados divulgados pelo INE a taxa baixou de 1,089% para 1,066%, numa redução de 0,023 pontos percentuais.

    O Montepio, a braços com uma forte reestruturação interna que passa pelo desinvestimento a vários níveis (como a venda de activos imobiliários), elegeu o crédito à habitação como uma das apostas fortes deste verão. O banco decidiu desafiar a concorrência com um spread de 1,55% nos empréstimos para a compra de casa, tornando-se assim na terceira oferta mais barata do mercado nacional, depois do Bankinter e do Santander Totta. No preçário de Agosto, o Montepio decidiu descer a margem mínima de 2.05% para 1,55%., passando assim de ser uma das instituições que tinha uma das taxas de juro mais elevadas, para ter um dos valores mais competitivos.

    Esta movimentação do Montepio deixa o BIC como o único banco a oferecer uma margem acima de 2%. O Bankinter, banco espanhol que comprou a actividade do Barclays em Portugal, continua a ter o "spread" mais baixo no crédito à habitação (1,25%). A melhor oferta é depois do Santander Totta (1,50%). Tanto a CGD como o BCP têm "spreads" superiores, de 1,75%, que no caso do banco do Estado se mantém inalterado desde Fevereiro de 2015. Já o BPI e o Novo Banco disponibilizam aos clientes uma taxa de juro ainda mais elevada: de 1,95%. Já o Banco Popular promete uma taxa de 1,75%, tal e qual como o Crédito Agrícola.

    Agora, se a casa dos pais da sua companheira possuem casa bastante para os quatro, sem que tal constitua um excessivo constrangimento para as partes, talvez fosse de ponderar a manutenção desse status quo e apostar no aforro por uns bons anos, se mais não for, faça um exercício muito simples: pondere todas as despesas que terá associadas à compra de uma habitação a crédito (prestação mensal - juros) vs a aquisição da mesma, volvidos uns anos em que poderá entrar com uma maquia muito superior.

    Atente que, quanto maior a diferença entre a avaliação da casa e o montante subscrito para a aquisição da mesma, menores serão as exigências do credor hipotecário, menor será o spread e menores serão os juros a pagar...

    Caso pretendam avançar já para a aquisição, saiba queexistem bancos comerciais a operar em Portugal com algumas vantagens no crédito à habitação em função da idade e que facilitam os primeiros anos de pagamento do crédito. Passe a publicidade, a CGD, anuncia o “tríplex, tripla vantagem para jovens” que dá 3 anos de carência, ou seja, de não pagamento do crédito e reserva 30% do capital para o final do contrato. Além disso, em função de algumas titularidades de contas, permite uma redução dos encargos com registos e notariado.

    O Montepio oferece um pacote muito semelhante ao da Caixa com três anos de carência, enquanto no Santander Totta, indica o DV, as ofertas passam por uma benesse de 0,2% no spread durante os primeiros cinco anos de empréstimo ou ao longo da vida do crédito para descendentes de clientes do banco. Já no BiG, os jovens entre 18 e 34 anos podem beneficiar de uma redução de 50% da comissão de processo; e no Millennium BCP há bonificações para clientes prestige até 33 anos com um vencimento mais elevado – 1500€/mês.

    Parecem só facilidades? Atente que os períodos de carência de capital e bem assim os valores residuais só encarecem o crédito. No mais, quantas mais produtos subscreverem (domiciliação de pagamentos e vencimentos, cartões de crédito e débito, ppr, seguros, aplicações) ou garantias oferecerem (aplicações, fiadores, o menor financiamento face à avaliação), maior será o vosso poder negocial. Para beneficiar de um spread mais baixo, deve procurar mostrar ao banco que não é um cliente de risco, deve optar por uma casa detida pelo banco, aproveitar as campanhas e o já sublinhado, pedir o menos possível face ao valor de avaliação da casa!

    Prepare-se para negociar as comissões iniciais de estudo ou abertura de dossier e avaliação do imóvel, que é até um valor bastante elevado (independentemente de o crédito ser aprovado ou não estes custos inicias de avaliação serão sempre cobrados). Compare os valores cobrados no que toca aos custos com a escritura que também é onde as instituições aproveitam para cobrar valores significativos. A somar a esta lista de custos vêm os obrigatórios seguros (de vida e habitação), que representam mais um produto para o banco aumentar o seu lucro.

    Faça algumas simulações e compare as propostas de crédito de cada instituição e avalie se as promessas publicitárias não acabam por ser anuladas pelos restantes custos altíssimos que também estão associados ao empréstimo...
    Concordam com este comentário: GMCQ, barg
    Estas pessoas agradeceram este comentário: GMCQ, barg, reginamar
    •  
      GMCQ
    • 31 agosto 2016

     # 3

    Eu não estou interessado na aquisição mas sim na construção, a aquisição para restauro seria a minha segunda opção. Mas folgo em saber que há gente atualizada sobre este assunto aqui pelo fórum. 😀
    • RCF
    • 31 agosto 2016

     # 4

    Colocado por: ipsueyA banca neste momento empresta até 80% do valor da aquisição? Ou da avaliação da casa? Li algures, que seria o menor dos dois.
    Os spreads andam actualmente entre os 1.6/1.9%, há previsões de virem a baixar?
    Na vossa opinião, será agora uma boa altura para comprar casa?


    O valor de referência para a banca é o valor da avaliação e não da aquisição.
    Os spreads têm vindo a descer, desde há cerca de 2 anos para cá e é muito provável que mantenham essa evolução, isto é, que continuem a descer mais qualquer coisa (mas não muito). No entanto, se realmente querem comprar, não acho que valha apena esperarem que baixe mais, pois se contratar hoje a 1,6%, pode requerer, posteriormente, uma revisão ao banco se constatar que que o banco está a praticar taxas mais baixas em novos contratos.
    Se é uma boa altura para comprar, é muito relativo... pois isso depende da compra em concreto. É sempre boa altura, desde que encontrem a casa que Vos realize, isto é, a casa ideal para viver e que, financeiramente, seja pagável, sem Vos deixar com a corda ao pescoço. Não tendo necessidade urgente em comprar, o que aconselho é a irem vendo casas e quando encontrarem a que cumpra todos os Vossos requisitos avancem. Mas, avancem apenas quando encontrarem a tal casa e se a encontrarem, não desperdicem a oportunidade!
  2.  # 5

    O valor de referência para a banca é o valor da avaliação e não da aquisição.


    Boa noite, bem sei que já passou um mês mas o trabalho e a família acabam por nos tirar o tempo necessário para dar seguimento às minhas questões.

    A razão pela qual eu coloquei essa questão é porque em vários artigos sobre crédito para aquisição e inclusive em vários simuladores, dizem-me financiar até 80% do valor mais baixo. Ou seja, se a casa estiver avaliada em 120m€ mas o valor da venda for 100m€, o financiamento seria até 80m€ (?)

    Nós de momento estamos a tentar poupar o máximo de dinheiro, conseguimos amealhar nos últimos 9 meses 5000€ e procuramos um imóvel até 80m€. Os nossos rendimentos são de 975€ (contrato efetivo, líquidos) e 650€ (recibos verdes).
    • jacf
    • 15 outubro 2016

     # 6

    Boa tarde,

    Segundo as informações que tenho depende da política do Banco. Existem bancos como a CGD por exemplo que consideram o menor valor entre valor de aquisição e avaliação, mas a maioria dos bancos considera o maior valor dos dois.
  3.  # 7

    Colocado por: jacfmaioria dos bancos considera o maior valor dos dois.
    a banca considera sempre o valor fa avaliação excepto se o valor de aquisição for menor.
  4.  # 8

    Acho que não é bem assim Jorge. Penso que a grande maioria faz os 70 ou 80% sobre o valor da avaliação. Depois ha um ou outro que é sobre o menor dos 2.
    •  
      GMCQ
    • 16 outubro 2016

     # 9

    Colocado por: manelvcAcho que não é bem assim Jorge. Penso que a grande maioria faz os 70 ou 80% sobre o valor da avaliação. Depois ha um ou outro que é sobre o menor dos 2.


    Todos os bancos onde fui, era sempre o menor dos dois valores.
  5.  # 10

    A mim emprestaram-me 100% da valor da compra uma vez que a avaliação foi favorável. E ainda podia ter pedido um bocado mais.
    Foi no Totta.

    No BIC cheguei a ligar para a linha de apoio e foi-me dito que tbem se baseavam na avaliação. Isto à pouco mais de ano
  6.  # 11

    No NOvo BAnco, tanto para a aquisicao do meu imovel, como para a venda do meu imovel anterior, basearam-se na avaliacao do mesmo.
 
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