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  1.  # 1

    Boa tarde.

    Antes de mais deixem-me apresentar, o meu nome é Alexandre, e arrendei recentemente uma moradia na zona de Santarém. E é sobre esse mesmo arrendamento que eu planeio colocar a seguinte questão.

    Antes de me mudar para aqui, residia em Lisboa. Devido a questões de carácter familiar, mais concretamente, uma vez que só aqui uma escola em Santarém é que reúne as condições necessárias para atender a minha sobrinha, que tem certas limitações físicas e por consequente, do foro psicológico, nos mudamos para Santarém. Aproveitamos e mudamos de ares, saímos da confusão da cidade, e encontramos uma moradia que nos foi informada estar a arrendar, aqui num café local. Ora, o dono do café disse que era uma casa que estava ao abandono, mas que os donos que eram emigrantes estavam a arrenda-la. Deram-nos o contacto e falamos com o Sr. Júlio (nome ficticio) que nos informou que o valor era de 300€, e que a casa precisava de obras, mas que ele se encarregava das mesmas, uma vez que este é construtor, e ele vinha a Portugal na época de Agosto. Nessas condições, marcamos uma visita, e quem nos mostrou a casa foram os sogros.

    Aquando a visita, reparamos em algumas situações. Para já, a casa realmente encontrava-se num estado de degradação avançado, com paredes com rachas onde conseguia enfiar um braço meu, portas com a madeira podre, fechaduras empenadas e a funcionarem mal, etc. Havia também uma parte da casa que estava fechada, que inicialmente não era para ser ocupada, mas na visita reparamos que a cozinha não tinha tubagem para a maquina de lavar, e que a lavandaria, com a devida canalização, estava na parte da casa que estava supostamente interdita. Para além disso, existe um primeiro andar na moradia, onde o Sr, Júlio guarda materiais do oficio segundo ele. Contactamos o Sr. Júlio, e explicamos que a cozinha não estava preparada para ter a maquina de lavar, e este consentiu e deu-nos acesso a zona da lavandaria, e uma garrafeira, que são salas que estão em conjunto. O andar de cima é que não podia ser, e nisso não levantamos questões, na condição em que este iria então fazer uma parede para ocupar o acesso a escada do primeiro andar, e da parte de fora, construir uma entrada para que este se necessário entrasse no 1º andar sem ter que passar pelo espaço que nós estaríamos a ocupar. E assim ficamos acordados.

    Chega o mês de agosto, altura em que este veio a Portugal, e altura para então celebrarmos o contrato. Nisso, entra a esposa do Sr. Júlio em contacto connosco, e refere que esta iria aumentar a renda de 300€ para 380€, devido ao espaço extra, e para dar entrada nas obras, para que a casa fosse restaurada. Pediu 3 meses de caução, pelo que assim pagamos, com a garantia que a casa iria ter um tratamento de excelencia. Celebramos então o acordo nestas condições.

    Assim o Sr. Júlio começa as obras. Eu e o meu irmão inclusive nos oferecemos para ajudar (ambos com experiencia na construção), mas o Senhorio recusou, pois disse que não era necessário. Chega aos inicios de Setembro, e obtivemos a indicação que parte das obras foram feitas, mas que por motivos de força maior, o Sr. Júlio teve que voltar mais cedo para o seu posto de trabalho no estrangeiro, e que este retornaria para as terminar. Nessas condições efectuamos então a mudança, tratamos da inscrição da minha sobrinha na escola, e instalamos-nos então, per se, na zona de Santarém.

    Chegamos então a casa, e reparamos logo numa coisa: faltava mobília na cozinha, nomeadamente, um forno e respectivo móvel, mais uma mesa em madeira que se encontrava na cozinha, mobília essa que estava incluida, segundo os sogros do Sr. Júlio no acto da visita. Outra coisa que reparamos, foi que o Sr. Júlio realmente fechou a porta para o primeiro andar com pladour, mas que nem se deu ao trabalho de reparar um vidro quebrado de uma janela na lavandaria. Supostamente, este é construtor, e visto que este trabalhou bem perto da janela, este poderia ter arranjado a mesma, mas ficou a nosso cargo. Reparamos também que nenhuma das portas foi trocada, e que estas se encontram podres. A porta da rua tem uma fenda enorme entre o chão e a mesma, onde passa frio, e até um carreiro de formigas entrava. A fechadura dessa porta é necessário um bife para a abrir, ou trancar. A chave do Portão da Garagem, essa nem nos chegou a dar, pelo que não temos como trancar o Portão. Eu fiquei preso na casa de banho, pois o trinco da porta quando fecha, não volta a abrir, pelo que quando estamos na casa de banho, nao podemos fechar a porta. Isto com uma criança pequena que tem problemas então é um mimo.

    Outra situação que depois com o tempo nos apercebemos, foi que a casa estava empestada de vespas. Eu fui picado dentro de casa, pois tínhamos um ninho enorme a porta de casa, e elas entravam. Nas telhas, era toda ela uma metrópole de ninhos de vespas. Tivemos que comprar pesticida e começar a destruir os ninhos, pois tal situação punha em causa a nossa situação, e especialmente a da criança, que tem 95% de incapacidade visual, fora outros problemas, sendo um deles, alergia a vespas. Tratamos dessa situação também. Limpamos a casa que também estava imunda, e reparamos que a única coisa que o Senhorio fez, para além de isolar o 1º andar, foi meter cimento (ou betume) nas fendas e pintar por cima. Ah e tirar os móveis da cozinha.

    Na lavandaria, existe um pequeno anexo onde tem uma casa de banho, em que esta se encontra praticamente com o esgoto aberto, pois aquilo é um cheiro que sai da sarjeta que é simplesmente medonho. Também não teve tempo de tratar disso, mas teve tempo de meter o pladour na porta, que era já ali ao lado.

    Entramos em contato uma vez com ele, a questionar quando é que este retornaria a Portugal, e este diz que lá para Dezembro, possivelmente. Decidimos então fazer uma lista das coisas que eram necessárias, para que este as arranjasse, uma vez que nos aumentou a renda até para que fosse possível então que as obras fossem feitas. Falamos da porta da rua, e este dizia que estava tudo bem com a porta, que bastava meter uma membrana na parte de baixo. Segundo ele, a fechadura estava boa e não apresentava problemas, se bem que não nos sentimos seguros de todo. Informamos que faziamos intenções de mudar a fechadura, para uma daquelas que tem trincos que fecham no topo e no chão, mas este não estava muito contente com a ideia, pois implicaria trocar a porta.

    Entretanto, o tempo passou, e detectamos novas situações, nomeadamente, que o quadro da luz tinha um interruptor para o andar de cima, e que na lavandaria existia um cano que ia para lá para cima também. Descobrimos também que a vizinha do lado, para além de ser amiga da familia, ela tem acesso ao 1º andar, e que suspeitamos que esta usava a agua do nosso contador, do cano que ia para cima, e a luz também, muito possivelmente. Em relação a luz, desligamos o quadro, pois nem sabíamos se este tinha maquinas lá em cima a usar da nossa electricidade, e o cano fechamos.

    Hoje entramos em contacto com o Sr. Júlio. Apresentamos a lista de coisas a fazer, e este começou a descartar responsabilidades, a dizer que não havia dinheiro e que muito já fez por nós. Pedimos então a redução da renda para os 300€ iniciais, em que no qual nos respondeu "Se estão assim tão mal, mudem-se."

    Eu gostaria, depois de lerem o texto acima, se existe alguma coisa que podemos fazer. Seria um grande incomodo para nós estar a sair daqui, mais por causa da criança que já tem transporte da escola organizado (demorou e foi complexo o organizar), e esta tem sempre dificuldades em adaptar-se, e aqui ela estava a adaptar-se bem aos ares rurais. A escola anterior da minha sobrinha não tinha condições, e também o ambiente da mesma não era o melhor. A miúda por ser diferente era vitima de bullying e o ambiente na nova escola é o extremo oposto. Todos a ajudam, as colegas dela inclusive brincam com ela, fazem penteados e coisas assim, algo que ela nunca teve contacto, e rapidamente fez amizades. Em ultimo caso teremos que nos ir embora, e tentar arranjar algo localmente, mas realmente, apesar de ter sido somente apalavrado, o Senhorio deu-nos a garantia que teríamos a casa habitável e remodelada, e actualmente esta encontra-se longe disso, e agora o próprio senhorio encontra-se reticente em nos ajudar.

    Agradeço a atenção, e qualquer apoio que me possam oferecer. Com os melhores cumprimentos.
  2.  # 2

    Sem conhecer realmente a casa e os envolvidos, é dificil opinar o que quer que seja, mas apontou tanta coisa de errado na casa, que sinceramente não acredito que o senhorio, com a conversa que está a ter, vá fazer o que quer que seja. Muito menos quando vem cá assim de tempos a tempos.

    Aliás, ele já lhe mostrou bem a seriedade que tem e a consideração que tem pelos inquilinos, aumentou-lhe a renda com base em promessas que não cumpriu e, diria eu, não pretende cumprir. Para ele, pelos vistos, tudo está óptimo...

    Não haverá outras casas na zona, em melhor estado e pelos mesmos valores?

    ~400€ para um andar de moradia na zona de Santarém, em tão mau estado, sinceramente não me parece assim tão bom negócio...

    O que eu faria era tentar arranjar outra casa na zona e depois sair. Se for ficando à espera que essa fique arranjada, temo que vá desesperar.
    Concordam com este comentário: CMartin, amartins
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Alexandre Batalha
  3.  # 3

    NewNick, obrigado pela resposta.

    Já andamos a nos informar, e inclusive, a vizinhança aqui está a ajudar também. Uma das vizinhas abordou hoje a minha mãe no supermercado, e ficou admirada do Sr. Júlio nos ter alugado a casa. Mais admirada ficou com o valor da renda, considerando que as pessoas que moram ao lado (moradia geminada), paga 150€ de renda, tem acesso ao 1º andar e apoderou-se de um terreno nas traseiras da casa que não lhe pertence, e que já gerou discórdia aqui na rua. Praticamente contou-nos a história desta casa, como foi construida, como foi dividida entre as familias pois antes era só uma e agora são duas moradias, etc. Ficamos a saber umas coisas bastante tristes do Sr. Júlio, nomeadamente como este está endividado até ao pescoço, e que foi para o estrangeiro mais para fugir ao fisco que outra coisa qualquer.

    Já nos mentalizamos disso, que teremos que sair daqui ASAP. Esta gente não é boa, e a vizinha do lado, suspeitamos nós, anda a espiar o que andamos a fazer e a comunicar a esposa do Sr. Júlio, pois este sabia que tínhamos instalado a MEO, e nunca lhe tínhamos falado nisso. Agora o que gostava de saber era se posso legalmente fazer alguma coisa. Pois o senhorio com falsas promessas nos levou a assinar contracto, e agora está a ter comportamentos de má fé para connosco, como se nós fossemos uns ingratos chorões vindos da cidade. Nunca tal me aconteceu, e isto é absolutamente inadmissível. Acho que os senhorios não podem fazer o que querem, mais a mais entrar em chantagens destas com os seus inquilinos que sempre cumpriu com o que lhes foi exigido.
  4.  # 4

    Colocado por: Alexandre BatalhaNewNick, obrigado pela resposta.

    Já andamos a nos informar, e inclusive, a vizinhança aqui está a ajudar também. Uma das vizinhas abordou hoje a minha mãe no supermercado, e ficou admirada do Sr. Júlio nos ter alugado a casa. Mais admirada ficou com o valor da renda, considerando que as pessoas que moram ao lado (moradia geminada), paga 150€ de renda, tem acesso ao 1º andar e apoderou-se de um terreno nas traseiras da casa que não lhe pertence, e que já gerou discórdia aqui na rua. Praticamente contou-nos a história desta casa, como foi construida, como foi dividida entre as familias pois antes era só uma e agora são duas moradias, etc. Ficamos a saber umas coisas bastante tristes do Sr. Júlio, nomeadamente como este está endividado até ao pescoço, e que foi para o estrangeiro mais para fugir ao fisco que outra coisa qualquer.

    Já nos mentalizamos disso, que teremos que sair daqui ASAP. Esta gente não é boa, e a vizinha do lado, suspeitamos nós, anda a espiar o que andamos a fazer e a comunicar a esposa do Sr. Júlio, pois este sabia que tínhamos instalado a MEO, e nunca lhe tínhamos falado nisso. Agora o que gostava de saber era se posso legalmente fazer alguma coisa. Pois o senhorio com falsas promessas nos levou a assinar contracto, e agora está a ter comportamentos de má fé para connosco, como se nós fossemos uns ingratos chorões vindos da cidade. Nunca tal me aconteceu, e isto é absolutamente inadmissível. Acho que os senhorios não podem fazer o que querem, mais a mais entrar em chantagens destas com os seus inquilinos que sempre cumpriu com o que lhes foi exigido.


    Já verificou se o contrato foi registado nas financas?

    Se não foi registado, penso que a validade, seja reduzida. Para ser válido, tem de ser registado nas finanças e não tem de pagar nada caso queiram sair. o happy pippy entretanto já ai passa e diz o que poderão fazer. Ele é o Expert em leis :)

    Boa sorte!
  5.  # 5

    logo quando ele aumento a renda de 300 para 380, eu tinha cancelado logo o negócio. posso dizer que também moro num andar de moradia, numa zona rural de santarém (distrito) e que a renda é uma parte disso e vim estrear a casa nova.

    o chato disso é que os 3 meses de caução muito provavelmente vai perde-los. mas eu procurava outra casa.
    Concordam com este comentário: CMartin
 
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