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  1.  # 341

    Colocado por: Picareta
    Calma, que ainda estamos no inicio.


    Claro que sim, muita coisa pode correr mal, e existem imensas fragilidades!

    Entretanto o JGF, que fez campanha descarada pela direita na legislativas, ficou com o discurso vazio quando nada do que previra se concretizou. Nada disso me incomodava, apenas o facto de ele ser subdirector de informação de um canal generalista...
  2.  # 342

    Colocado por: ghost12Que eu me lembre a oposição do JGF não foi no tempo do governo de Sócrates, é a este governo, embora o seu discurso tenha ficado vazio, já a suas previsões e profecias catastrofistas não se cumpriram. Estará à espreita à espera que algo corra mal, e não é o único! :)

    Olhe que não, olhe que não! Esteve distraído, com certeza! Foi hostil e combativo, tanto no primeiro como no segundo - mais no segundo, durante menos tempo, pudera... o homem caiu antes do fim - dos governos de Sócrates.
  3.  # 343

    Colocado por: ghost12Nada disso me incomodava, apenas o facto de ele ser subdirector de informação de um canal generalista...

    Com todo o tempo de antena à sua disposição, sem direito ao contraditório. Um abuso descarado. Aliás, falando de canais de televisão são por de mais evidentes as «preferências políticas» de quem está à frente do ecrã de cada um dos canais, enquanto debita as notícias, ou tece os seus comentários. Até na entoação que imprimem ao noticiário! Há-os para todos os gostos, ninguém consegue ser isento! É muito difícil.
  4.  # 344

    Colocado por: PicaretaNão pagou o condomínio, pagamos nós, ou acha que o dinheiro caiu do céu?
    Ó Picareta ! :-)
    Claro que pagamos todos nós!
    Mas...
    Acha normal que uma pessoa que tem cerca de 610 euros de ordenado mensal (+ subsídio de refeição), pague IRS?
    E SobreTaxa?
    Eu acho criminoso...

    Como deixei claro. não estou a lançar foguetes à actual governação. Felizmente, provaram que a teoria do "T I N A" era falsa (mesmo que as diferenças sejam "poucachinhas"). Mas a situação económica do país NÃO mudou substancialmente - há umas que estão ligeiramente melhor, outras ligeiramente pior.
    .
    Concordam com este comentário: joalage
  5.  # 345

    Colocado por: Luis K. W.Acha normal que uma pessoa que tem cerca de 610 euros de ordenado mensal (+ subsídio de refeição), pague IRS?
    E SobreTaxa?
    Eu acho criminoso...

    Eu ganho muito mais do que isso e não pago IRS .... ele tem que procurar um novo contabilista :-))
  6.  # 346

    Colocado por: PicaretaEu ganho muito mais do que isso e não pago IRS .... ele tem que procurar um novo contabilista :-))

    O seu contabilista faz engenharia financeira? Mas que coisa rara! Só conheço contabilistas que assinam a PAGAR os impostos.

    Falando a sério.
    No caso da porteira do meu prédio, não esqueça que a entidade patronal é obrigada a seguir as tabelas de retenção....
  7.  # 347

    Colocado por: Luis K. W.No caso da porteira do meu prédio, não esqueça que a entidade patronal é obrigada a seguir as tabelas de retenção....

    Eu também faço retenção .... mas depois devolvem-na

    Ela provavelmente também a recebe, mas independentemente disso também não concordava com a sobretaxa para ordenados baixos.
  8.  # 348

    Não sei se o livro é isento, o autor é (de inteligência).
  9.  # 349

    Colocado por: ghost12Entretanto o JGF, que fez campanha descarada pela direita na legislativas, ficou com o discurso vazio quando nada do que previra se concretizou. Nada disso me incomodava, apenas o facto de ele ser subdirector de informação de um canal generalista...

    Deviam olhar a exemplar isenção do irmão do nosso Primeiro que transformou um jornal de referencia durante décadas numa máquina de propaganda (com sucesso), ao serviço do maninho. Até cartas falsas da SS fabricaram.
  10.  # 350

    O facto de na 1a volta o Freitas não ter ganho por uma unha negra, significa que à época MS não tinha assim tanta popularidade.
    Ele fez-se com o tempo e com a sua formação e capacidade de diálogo de excelência conseguiu sempre levar a água ao seu moinho.
    Não posso esquecer uma imagem de uma viagem presidencial em que se encontrava montado numa tartaruga... Tanto esbanjamento em luxos e viagens para si e extensas comitivas às expensas de todos nós.
    Obrigado Mário Soares? Porquê?
    Se MS quisesse realmente fazer o bem.Deixar um legado ao seu país através quiçá da FMS,teve toda a oportunidade de o fazer e não o fez.
    Não foi sozinho que MS abriu os olhos para um futuro melhor de liberdade para Portugal muitos deram o corpo ao manifesto,só não sabiam dialogar tão bem como ele, como Salgueiro Maia.
  11.  # 351

    Alexandre

    não leve a mal mas pode dizer qual é a sua idade?
  12.  # 352

    Colocado por: marco1Alexandre

    não leve a mal mas pode dizer qual é a sua idade?

    Percebo o Marco, nos mais novos nao temos essa visão. Contudo nao deixo de valorizar Mario Soares, Alvaro Cunhal, e muitos outros que lutaram pela liberdade e por uma democracia...
  13.  # 353

    Onde é que eu estava no 25 de abril?
  14.  # 354

    Colocado por: Alexandre SilvaNão foi sozinho que MS abriu os olhos para um futuro melhor de liberdade para Portugal muitos deram o corpo ao manifesto,só não sabiam dialogar tão bem como ele, como Salgueiro Maia.
    É verdade que Mário Soares não combateu o fascismo sozinho.
    Mas, muitas vezes, deu a cara sozinho (na defesa de outros democratas-anti-fascistas, dirigindo a CEUD; escrevendo livros e cartas abertas; etc.), o que lhe valeu prisões e exílios.
    Ele já tinha 50 anos quando em 1974. Nessa altura ninguém pensava em ir para a política para ganhar dinheiro, para ser CEO de uma grande empresa, ou para fazer negociatas com submarinos, sobreiros, centros comerciais, ou sei-lá-o-quê...
    Como Primeiro-Ministro, ele não foi grande coisa (apesar das tremendas circunstâncias que herdou, com o pós-guerra colonial). Mas pôs-nos na UE.
    Como Presidente da República, fez o que devia e foi, talvez, o melhor presidente até ao actual (até ver...).
    As presidências abertas serviam para alertar o Governo das dificuldades pelas quais o povo e as empresas passavam, para os problemas ambientais, etc.
    •  
      CMartin
    • 15 janeiro 2017 editado

     # 355

    I

    "os EUA tinham de demonstrar a Moscovo, mas também a Londres, a Bona, a Paris e a Pequim, que a derrota na Indochina não reduzira a capacidade e a vontade de resistir à expansão soviética".

    MPLA o menos tribal

    De Luanda, desde 1974 que Washington recebeu relatos diários do seu cônsul Everett Briggs, que assegurava que o MPLA tinha várias ligações com o industrial português Manuel Vinhas, enquanto António Champalimaud seria "o principal apoiante" de um "futuro exército angolano de oficiais brancos", constituído à base de mercenários. Quanto a Rosa Coutinho, "é definitivamente amigo dos Estados Unidos (…) Ele não nos parece ser um esquerdista".

    Para Robert Hulslander, responsável da CIA em Angola, Holden Roberto, o dirigente supremo do FNLA, era "um homem corrupto e sem princípios" que representava "o pior do racismo radical africano". Já o MPLA era "o menos tribal dos três movimentos" e o "melhor para governar Angola". Na altura (1974), estaria mais próximo "do socialismo radical europeu do que do marxismo-leninismo soviético".
  15.  # 356

    II


    "O interesse norte-americano não foi somente por Angola, na Guiné-Bissau e na Guiné-Conacri também houve intervenção dos EUA, facto que veio pôr em causa a soberania portuguesa. A razão pela qual Angola é o país escolhido para a intervenção dos EUA é, numa primeira fase, a China. A União Soviética chegou à conclusão, pouco depois do 25 de Abril, que Portugal vai sair de África, de Angola, e a China está a querer ocupar o lugar dos soviéticos.

    Um alto cargo da URSS, afirma que os chineses querem ocupar o lugar dos soviéticos um pouco por todo o Terceiro Mundo e a primeira coisa que a União Soviética tem que fazer é impedir que isso aconteça. No segundo momento está relacionado com os Estados Unidos, porque é neste momento que adoptam uma estratégica ofensiva para Angola a partir de Julho de 1975.

    Um dos factos curiosos da intervenção dos EUA na descolonização angolana, prende-se com o facto de o governo norte-americano ter proibido a utilização de paramilitares da CIA em Angola e mesmo assim o departamento de segurança introduziu alguns homens junto do FNLA e da UNITA. De acordo com "Os Estados Unidos e a descolonização de Angola", o interesse por Angola não era puramente ideológico, já que reconheceram a independência de Moçambique (e da FRELIMO) que era apoiada pelos chineses e não pelos soviéticos.

    Na realidade, o que se passa é que os Estados Unidos entendem a iniciativa da União Soviética de uma forma que ainda não tinha acontecido durante a Guerra Fria. Mas basicamente a história conta-se da seguinte forma: numa primeira fase os EUA são informados pelo Zaire que os soviéticos estavam a interfir em Angola a conceder armamento ao MPLA e financiamento. Todavia, o envolvimento cubano só começa [oficialmente] em Julho de 1975 – e os EUA só sabem em finais de Agosto desse ano. Depois disso, para o governo norte-americano, a grande conclusão é: depois de termos perdido no Vietname, temos que ganhar em Angola. Ao demonstrarem essa força, mostrariam também o seu poder, caso fosse necessário, na Europa."
  16.  # 357

    III

    "Alvor foi sempre letra morta

    Nem os EUA nem a URSS acreditavam no Acordo de Alvor, de Janeiro de 1975, e ambos apostaram em liquidá-lo à nascença. Ainda em Janeiro, o departamento de Estado fazia uma antevisão de possíveis eleições em Angola. A UNITA "provavelmente ganharia por causa do seu apoio forte" entre os ovimbundos; a FNLA, sólida entre os bakongos, "terminaria em segundo"; o MPLA poderia ficar "num distante terceiro lugar". Mas o principal problema residia "nas ambições pessoais dos três líderes (…), querendo todos ser presidentes".

    A guerra em Luanda iniciou-se a 21 de Março; apesar disso, o cônsul dos EUA sustentava que "não havia o risco iminente de uma guerra civil". Depois do golpe de 11 de Março em Portugal, Neto enviou a Lisboa Iko Carreira, o seu comandante militar, em busca de "formas concretas de auxílio", tendo sido acordado o envio a Angola de "civis ligados aos radicais do Movimento das Forças Armadas para falarem com a liderança do MPLA". A 30 de Abril foram presas no aeroporto de Luanda nove pessoas com passaportes portugueses novos: "dois russos, dois jugoslavos, dois búlgaros, um brasileiro e outros dois de nacionalidade não identificada".

    Segundo o consulado dos EUA, teriam sido "enviados pelo PCP para ajudar o MPLA". Este foi o primeiro grupo de estrangeiros identificados. Seguiram-se mais dois, um dos quais formado por "portugueses, brancos, membros do PCP, enviados ao grupo de Neto".

    A partir de Lisboa, Melo Antunes e Almeida Santos empenharam-se "em enfraquecer as ligações do MPLA à União Soviética através da abertura, ou reforço, de outros canais de apoio como a Zâmbia, a Jugoslávia, a Roménia e a Argélia".

    Outro elemento – bem menos conhecido –, foi a entrega de armamento à UNITA, concretizada parcialmente pelo general Silva Cardoso, com a concordância de Melo Antunes e do presidente Costa Gomes. Num almoço com o embaixador americano em Lisboa, Frank Carlucci, Almeida Santos disse que o MPLA era "um perdedor" e que Savimbi era "o líder angolano mais inteligente e que provavelmente chegaria ao topo".

    Melo Antunes pensaria o mesmo. Ao seu homólogo francês afirmou que o Governo de Lisboa "tinha cometido um grande erro ao apoiar o MPLA e que ia tentar reverter essa tendência se não fosse muito tarde", acrescentando que "Savimbi era o líder nacionalista que valia a pena apoiar".
  17.  # 358

    IV

    "descolonização de Angola foi "um produto da Guerra Fria". A "Operação IAfeature", nome de código do programa para Angola, representava, segundo o "New York Times", "a maior operação secreta norte-americana com a excepção do caso do Vietname".

    Constituiu em três medidas associadas: apoio económico à FNLA e UNITA (numa verba que poderá ter atingido 81 milhões de dólares); fornecimento de equipamento militar; e recrutamento de mercenários para conselheiros daqueles movimentos. Dirigida pela CIA, a supervisão foi entregue a John Stockwell, e os mercenários foram recrutados em Portugal, Brasil, França e especialmente Reino Unido.

    Os primeiros foram portugueses, "300 elementos por um valor total de 570 mil dólares", que entraram pelo Zaire, em Agosto, em reforço do grupo de mercenários "liderado pelo coronel Santos e Castro já anteriormente recrutado pela FNLA". Dos brasileiros tratou Werner Walters, enquanto da França o famoso Bob Denard forneceu 20 mercenários para apoio à UNITA.

    A intervenção cubana [às claras] iniciou-se na segunda metade de Julho de 1975. Chamada "Operação Carlota" e da iniciativa de Fidel Castro, viria a contar com o apoio soviético. Na ponte-aérea entre Havana e Angola, vários aparelhos cubanos e soviéticos foram abastecidos nos Açores, no aeroporto de Santa Maria. O livro regista as datas dos voos e o número de passageiros transportados. A decisão cubana provocou em Kissinger "uma surpresa total", como o próprio admitiu nas suas memórias.

    À acção montada pela África do Sul foi dado o nome de "Operação Savannah". Destinada a apoiar uma frente entre a FNLA e a UNITA, participaram no respectivo comando operacional quadros da extinta PIDE/DGS. Tiago Moreira de Sá sublinha que o envolvimento de Pretória afastou a China e a maioria dos países africanos da UNITA e da FNLA e acabou por legitimar a intervenção soviética e cubana."
  18.  # 359

    V

    "Frente anti-FNLA

    Uma das revelações mais interessantes do livro respeita ao encontro secreto, em 29 de Agosto, entre o MPLA e a UNITA, em Lisboa, visando a criação de uma frente anti-FNLA. Participaram nas negociações, Lopo do Nascimento e Carlos Rocha pelo MPLA, e José N"Dele e Fernando Wilson pela UNITA, e decorreram "no Palácio de Belém com a mediação de Costa Gomes e o apoio do Executivo português".

    A fonte é a embaixada em Lisboa. Os EUA tudo fizeram junto de Savimbi para pôr cobro a este acordo. Como escreveu Stockwell, os EUA não queriam aliados "moles" na guerra contra a URSS e o MPLA.

    O historiador teve ainda acesso aos diálogos sobre Angola entre Ford e Kissinger por um lado, e Mao Tsé-Tung e Deng Xiaoping por outro, em Dezembro de 1975. Para Pequim, "vale a pena gastar dinheiro neste problema. Porque é uma questão de importância estratégica-chave".

    O livro trata com algum pormenor da batalha de Quifandongo, na véspera do dia 11 de Novembro, a 20 quilómetros de Luanda. Espelho da Guerra Fria, de um lado estavam a FNLA, comandos do Zaire, mercenários portugueses, conselheiros da África do Sul e da CIA, do outro forças do MPLA, com apoio cubano e armamento soviético.

    Vinda do Sul, a coluna Zulu, composta por tropas da UNITA e da África do Sul, foi impedida de prosseguir a 200 quilómetros da capital pela destruição de uma ponte sobre o rio Queve. A 11 de Novembro, dia da independência, era o MPLA quem controlava Luanda – e, "em África, quem controla a capital detém o poder"
    •  
      CMartin
    • 15 janeiro 2017 editado

     # 360

    VI

    "Angola: EUA e URSS tiveram papel decisivo na descolonização, sendo Portugal menos relevante no processo

    10:23 Domingo, 1 de maio de 2011

    Lisboa, 01 mai (Lusa) -- O resultado da descolonização de Angola surgiu do confronto entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, tendo Portugal um papel menos decisivo no final do processo, segundo o livro "Os Estados Unidos e a Descolonização de Angola".
    A obra de Tiago Moreira de Sá, doutor em História Moderna e Contemporânea, será lançada a 03 de maio, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, contando com a apresentação do embaixador António Monteiro.
    "Para analisar o papel dos Estados Unidos (EUA), é preciso analisar também, em comparação, o papel da União Soviética (URSS). As duas (potências) somadas tiveram um papel determinante em Angola, por isso a minha primeira conclusão é que o resultado da descolonização de Angola foi o que as potências quiseram que fosse", disse à Lusa Tiago Moreira de Sá."
 
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