Colocado por: CMartinAs casas mais extraordinárias do mundo é uma minissérie documental britânica apresentada por Caroline Quentin e Piers Taylor e é transmitida pela BBC 2
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Colocado por: Jota5Howard Roark.
Colocado por: CMartin
"“Há milhares de anos atrás, o primeiro homem descobriu como fazer fogo. Ele provavelmente foi queimado na fogueira, mas ensinou os seus irmãos a iluminar. Ele foi considerado um malfeitor que lidou com um demónio que a humanidade temia. Mas depois os homens usaram o fogo para se manterem quentes, para cozinhar a sua comida, para iluminar as suas cavernas. Ele deixou-lhes um presente que eles não haviam concebido e tirou a escuridão do mundo. Séculos mais tarde, o primeiro homem inventou a roda. Ele provavelmente foi desfeito na roda que ensinou os seus irmãos a construir. Foi considerado um transgressor que se aventurou em território proibido. Mas depois os homens puderam viajar para lá de qualquer horizonte. Ele deixou-lhes um presente que eles não haviam concebido e abriu as estradas do mundo. Esse homem, o primeiro e insubmisso, está no capítulo de abertura de cada lenda que a humanidade registou sobre os seus começos. Prometeu foi acorrentado a um rochedo e torturado por abutres por ter roubado o fogo aos deuses. Adão foi condenado a sofrer por ter comido o fruto da árvore do conhecimento. Qualquer que seja a lenda, algures nas sombras da sua memória, a humanidade soube que a sua glória começou com um e que esse um pagou pela sua coragem.
Ao longo dos séculos houve homens que deram os primeiros passos em novas estradas, munidos apenas com a sua visão. Os seus objetivos divergiram mas todos tinham isto em comum: o seu passo foi o primeiro, a estrada nova, a visão própria e a resposta que receberam – ódio. Os grandes criadores, os pensadores, os artistas, os cientistas, os inventores, mantiveram-se sós contra os homens do seu tempo. Cada grande novo pensamento sofreu oposição, cada grande nova invenção foi denunciada. O primeiro motor foi considerado ridículo. O avião foi considerado impossível. O tear mecânico foi considerado cruel. A anestesia foi considerada pecado. Mas os homens de visão própria continuaram adiante. Eles lutaram, sofreram e pagaram. Mas ganharam.
Nenhum criador foi incitado pelo desejo de servir os seus irmãos, uma vez que os seus irmãos rejeitaram o presente que ele lhes deu e esse presente destruiu a rotina ociosa das suas vidas. A sua verdade foi o seu único motivo. A sua própria verdade e o seu próprio trabalho para o conseguir à sua própria maneira. Uma sinfonia, um livro, uma máquina, uma filosofia, um avião ou um edifício – este foi o seu objetivo e a sua vida. Não aqueles que ouviram, leram, operaram, voaram ou habitaram a coisa que ele criou. A criação, não os seus utilizadores. A criação, não os benefícios que outros tiraram dela. A criação que deu forma à sua verdade. Ele manteve a sua verdade acima de todas as coisas e contra todos os homens. A sua visão, a sua força, a sua coragem vieram do seu próprio espírito. O espírito de um homem, contudo, é o seu eu. Aquela entidade chamada consciência. Pensar, sentir, julgar e agir são funções do ego. Os criadores não eram altruístas. Esse é o segredo do seu poder – que era autossuficiente, automotivado, autogerado. Uma primeira causa, uma fonte de energia, uma força viva, um Motor Primário. O criador não serviu nada nem ninguém. Ele viveu para si mesmo. E apenas ao viver para si mesmo, ele conseguiu alcançar as coisas que são a glória da humanidade. Tal é a natureza da proeza.
O homem não pode sobreviver, excepto através da sua mente. Ele chega à terra indefeso. O seu cérebro é a sua única arma. Os animais conseguem a comida à força. O homem não tem garras, não tem presas, não tem chifres, não tem grande força de músculos. Ele tem que plantar a sua comida ou caçá-la. Para plantar, ele precisa de um processo de pensamento. Para caçar, ele precisa de armas e para fazer armas – um processo de pensamento. Desde esta simples necessidade até à mais alta abstração religiosa, desde a roda até ao arranha-céus, tudo o que somos e tudo o que temos vem dum único atributo do homem – a função do seu raciocínio mental. Mas a mente é um atributo do indivíduo. Não há algo como uma mente coletiva. Não há tal coisa como um pensamento coletivo. Um entendimento chegado por um grupo de homens é apenas um compromisso, ou uma média conseguida através de muitos pensamentos individuais. É uma consequência secundária.
O acto primário – o processo da razão – deve ser feito por cada homem individualmente. Podemos dividir uma refeição entre vários homens. Não a podemos digerir num estômago colectivo. Nenhum homem pode usar os seus pulmões para respirar por outro homem. Nenhum homem pode usar o seu cérebro para pensar por outrem. Todas as funções do corpo e do espírito são privadas. Elas não podem ser partilhadas ou transferidas.
Nós herdamos os produtos do pensamento de outros homens. Nós herdamos a roda. Nós fizemos uma carroça. A carroça torna-se num automóvel. O automóvel torna-se num avião. Mas ao longo de todo o processo, o que recebemos de outrem é apenas o produto final do seu pensamento. A força motora é a faculdade criativa, que toma este produto como material, usa-o e origina o próximo passo. Esta faculdade criativa não pode ser dada ou recebida, emprestada ou tomada de empréstimo. Pertence a um único homem individual. Aquilo que cria é propriedade do criador. Os homens aprendem uns com os outros. Mas toda a aprendizagem é apenas troca de material. Nenhum homem pode dar a outro a capacidade de pensar. No entanto, essa capacidade é o nosso único meio de sobrevivência.
Nada na terra é dado ao homem. Tudo o que ele precisa tem que ser produzido. E aqui o homem enfrenta a sua alternativa básica: ele só pode sobreviver de duas formas – pelo trabalho independente da sua própria mente ou como um parasita alimentado pela mente de outros. O criador origina. O parasita toma emprestado. O criador enfrenta a natureza sozinho. O parasita enfrenta a natureza através de um intermediário. A preocupação do criador é a conquista da natureza. A preocupação do parasita é a conquista dos homens. O criador vive pelo seu trabalho. Ele não precisa de outros homens. O seu objectivo primário é dentro de si próprio. O parasita vive em segunda mão. Ele precisa de outros. Os outros tornam-se o seu objectivo primário.
A necessidade básica do criador é independência. A mente que raciocina não pode trabalhar sob qualquer forma de compulsão. Não pode ser dobrada, sacrificada ou subordinada qualquer que seja a consideração. Exige independência total em função e em motivo. Para o criador, todas as relações com o homem são secundárias. A necessidade básica do parasita é assegurar a sua relação com os homens para ser alimentado. A necessidade básica do parasita que vive à custa de outras pessoas é assegurar sua relação com outros homens para ser alimentado. Para ele, os relacionamentos estão acima de tudo. Ele declara que o homem existe para servir aos outros. Ele prega o altruísmo, que é a doutrina que exige que o homem viva para os outros e dê mais importância aos outros que a si próprio. Nenhum homem pode viver por outro. Ele não pode compartilhar seu espírito, assim como não pode compartilhar seu corpo. Mas o homem que vive à custa dos outros usou o altruísmo como arma de exploração e inverteu o fundamento dos princípios morais da humanidade. Aos homens foi ensinado cada preceito que destrói o criador. Aos homens foi ensinado que a dependência é uma virtude.
O homem que tenta viver para os outros é um dependente. É um parasita em sua motivação e faz daqueles a quem serve parasitas também. Essa relação não produz nada além de corrupção mútua. É impossível conceber tal relação. O exemplo mais próximo na realidade, o homem que vive para servir aos outros, é o escravo. Se a escravidão física é repugnante, quão mais repugnante é o conceito de escravidão espiritual? O escravo, mesmo subjugado, ainda retém um vestígio de honra. Ele tem o mérito de haver resistido e de saber que a sua condição é revoltante. Mas o homem que se escraviza voluntariamente em nome do amor é a criatura mais desprezível que existe. Ele degrada a dignidade do homem e degrada o conceito de amor. Mas essa é a essência do altruísmo. Aos homens foi ensinado que a maior virtude não é realizar, é dar. Mas nada pode ser dado antes de ser criado. A criação precede a distribuição ou não haveria nada a distribuir. As necessidades do criador têm precedência sobre as de qualquer possível beneficiário. Entretanto, somos ensinados a ter mais admiração pelo parasita que distribui presentes que não criou do que pelo homem que tornou os presentes possíveis. Nós elogiamos um ato de caridade e ficamos indiferentes a um ato de realização.
Aos homens foi ensinado que sua primeira preocupação é aliviar o sofrimento dos outros. Mas o sofrimento é uma doença. Se alguém depara com outra pessoa sofrendo, é normal que tente ajudar e dar assistência. Mas fazer da decisão de alguém nessa situação o teste mais crucial de sua virtude é tornar o sofrimento a parte mais importante da vida. Sob essa perspectiva, o homem deve desejar que os outros sofram, para que ele possa ser virtuoso. Essa é a natureza do altruísmo. O criador não se preocupa com a doença, mas com a vida. Ainda assim, o trabalho do criador eliminou doença após doença, curando tanto o corpo quanto o espírito do homem, e aliviou o sofrimento humano numa escala que altruísta nenhum jamais poderia conceber. Aos homens foi ensinado que concordar com os outros é uma virtude. Mas o criador é o homem que discorda. Aos homens foi ensinado que nadar a favor da corrente é uma virtude. Mas o criador é o homem que vai contra a corrente. Aos homens foi ensinado que se unir aos outros é uma virtude. Mas o criador é o homem que fica sozinho. Aos homens foi ensinado que o ego é sinônimo do mal, e que esquecer o ego e ser altruísta é o ideal da virtude. Mas o criador é o egoísta no sentido mais absoluto, e o homem sem ego é aquele que não pensa, sente, julga ou atua. Essas são funções do ego.
Essa inversão básica é absolutamente fatal. Essa questão foi pervertida e deixou o homem sem nenhuma alternativa e sem nenhuma liberdade. Duas concepções foram oferecidas a ele como polos do bem e do mal: altruísmo e egoísmo. O egoísmo passou a significar o sacrifício dos outros ao ego, para benefício próprio; o altruísmo, o sacrifício pessoal em benefício dos outros. Essas concepções ataram irrevogavelmente o homem a outros homens e lhe deixaram apenas uma escolha de dor: sua própria dor, suportada para benefício de outros, ou a infligida a outros, para benefício próprio. Quando a essas concepções foi adicionada a ideia de que o homem deve se alegrar com o sacrifício pessoal, a autoimolação, a armadilha se fechou. O homem foi forçado a aceitar o masoquismo como seu ideal, sob a ameaça de que o sadismo era sua única alternativa. Essa foi a maior fraude jamais perpetrada contra a humanidade. Esse foi o estratagema que fez com que a dependência e o sofrimento se perpetuassem como princípios essenciais da vida. A escolha não é sacrifício pessoal ou domínio sobre os outros. Ela é independência ou dependência. O código do criador ou o código do parasita que vive à custa dos outros. Essa é a questão básica. E ela procede da alternativa entre a vida e a morte.
O código do criador é construído de acordo com as necessidades da mente racional, que permite ao homem sobreviver. O código do parasita é construído de acordo com as necessidades de uma mente incapaz de garantir sua própria sobrevivência. Tudo o que resulta do ego independente do homem é bom. Tudo o que resulta da dependência de um homem em relação a outro é mau. O egoísta, no sentido mais absoluto, não é o homem que sacrifica os outros. O egoísta é o homem que está acima da necessidade de usar os outros de qualquer forma. Ele não funciona por intermédio deles. Nunca se preocupa com eles em questões fundamentais. Nem na escolha do seu objetivo, nem no seu motivo, nem no seu pensamento, nem nos seus desejos, nem na fonte da sua energia. Ele não existe para benefício de nenhum outro homem e não pede a nenhum outro homem que exista para seu benefício. Essa é a única forma possível de irmandade e respeito mútuo entre os homens.
Graus de habilidade variam, mas o princípio básico permanece o mesmo: o grau de independência, iniciativa e amor pelo seu trabalho é que determina seu talento como trabalhador e seu valor como homem. A independência de um homem é a única medida da sua virtude e do seu valor: o que um homem é, e o que faz de si mesmo; não o que fez, ou deixou de fazer, pelos outros. Não há substituto para a dignidade pessoal. O único padrão de dignidade pessoal que existe é a independência. Em todos os relacionamentos dignos de respeito ninguém se sacrifica por ninguém. Um arquiteto precisa de clientes, mas não subordina seu trabalho aos desejos deles. E eles precisam de um arquiteto, mas não encomendam uma casa só para lhe dar trabalho. Os homens trocam o seu trabalho de livre e espontânea vontade, com mútuo consentimento e para vantagem mútua, sempre que seus interesses pessoais coincidem e ambos desejam a troca. Se não desejam tratar um com o outro, não são forçados a fazer isso. Ambos podem continuar seguindo seus caminhos. Essa é a única forma possível de relacionamento entre iguais. Qualquer outra é uma relação entre escravo e dono, ou entre vítima e carrasco.
Jamais algum trabalho é feito coletivamente, pela decisão da maioria. A execução de todo trabalho criativo é guiada por um único pensamento individual. Um arquiteto precisa de muitos homens para erguer sua construção. Mas ele não pede que opinem sobre seu projeto. Eles trabalham juntos, por vontade própria, e cada um tem liberdade para atuar em suas respectivas funções. Um arquiteto usa aço, vidro, betão produzidos por outros. Mas os materiais permanecem inalterados até que ele os toque. O que faz deles torna-se sua criação individual e sua propriedade particular. Esse é o único padrão apropriado de cooperação entre os homens. O primeiro direito na Terra é o direito do ego. A principal obrigação do homem é consigo mesmo. Sua lei moral é nunca permitir que seus principais objetivos residam dentro de outros. Sua obrigação moral é fazer o que deseja, desde que seu desejo não dependa basicamente de outros. Isso inclui toda a esfera da sua faculdade criativa, do seu pensamento, do seu trabalho. Mas não inclui a esfera do bandido, do altruísta e do ditador. O homem pensa e trabalha sozinho. Ele não pode roubar, explorar ou dominar sozinho. Roubo, exploração e dominação pressupõem vítimas. Eles exigem a dependência. São a província do homem que vive à custa dos outros.
Aqueles que dominam outros não são egoístas. Eles não criam nada. A sua existência depende inteiramente de outros. O seu objetivo reside em seus súditos, no ato de escravizá-los. Eles são tão dependentes quanto o mendigo, o assistente social e o bandido. A forma da dependência não importa. Mas os homens foram ensinados a ver os parasitas que vivem à custa dos outros - os tiranos, imperadores e ditadores - como expoentes do egoísmo. Por meio dessa fraude, eles foram levados a destruir o ego, a si próprios e aos outros. O objetivo da fraude era destruir os criadores. Ou subjugá-los, o que é um sinónimo.
Desde os primórdios da história, os dois antagonistas se enfrentaram face a face: o criador e o parasita. Quando o primeiro criador inventou a roda, o primeiro parasita reagiu. Ele inventou o altruísmo. O criador, rejeitado, hostilizado, perseguido, explorado, perseverou, seguiu adiante e com sua energia carregou toda a humanidade com ele. O parasita não contribuiu com nada para esse processo, exceto com obstáculos. A disputa tem outro nome: o indivíduo contra o coletivo.
O ‘bem comum’ do coletivo... da raça, da classe, do Estado... foi a alegação e a justificação de todas as tiranias estabelecidas sobre os homens. Os maiores horrores da história foram cometidos em nome de motivos altruísticos. Será que já foi cometido algum ato de egoísmo que possa igualar a carnificina executada pelos discípulos do altruísmo? Onde está a culpa: na hipocrisia dos altruístas ou na natureza do seu princípio? Os piores carrascos foram os mais sinceros. Eles acreditavam na sociedade perfeita alcançada através da guilhotina e do pelotão de fuzilamento. Ninguém questionou o seu direito de matar porque matavam por motivações altruístas. A ideia de que o homem deve ser sacrificado para beneficio de outros estava bem estabelecida. Os atores mudam, mas o curso da tragédia permanece o mesmo. Humanitários que começam declarando seu amor pela humanidade e acabam com banhos de sangue. Assim foi e assim será enquanto se acreditar que uma ação é boa se for altruísta. Essa crença dá ao altruísta permissão para agir e força suas vítimas a sofrerem caladas. Os líderes de movimentos coletivistas não pedem nada para si mesmos. Mas observem os resultados. A única forma de os homens se beneficiarem mutuamente e a única declaração de um relacionamento apropriado entre eles é: ‘Não se meta!’
Observem agora os resultados de uma sociedade construída sobre o princípio do individualismo. Este, o nosso país. O país mais nobre da história da humanidade. O país das maiores conquistas, da maior prosperidade e da maior liberdade. Este país não foi baseado no serviço abnegado, no sacrifício pessoal, na renúncia, nem em nenhum preceito altruísta. Foi baseado no direito do homem de procurar a felicidade. A sua própria felicidade. Não a de qualquer outra pessoa. Uma motivação pessoal, individual, egoísta. Olhem para os resultados. Examinem suas próprias consciências.
Esse é um conflito muito antigo. Cada vez que os homens estiveram perto de descobrir a verdade, ela foi destruída, e civilizações pereceram, uma após outra. A civilização é o progresso em direção a uma sociedade de privacidade. A existência inteira de um selvagem é pública, governada pelas leis da sua tribo. A civilização é o processo de libertar os homens uns dos outros. Agora, na nossa época, o coletivismo, o reinado do parasita que vive à custa dos outros e do medíocre, o monstro antigo está à solta e correndo descontrolado. Ele levou os homens a um nível de indecência intelectual nunca igualado na face da Terra. Causou horror numa escala sem precedentes. Envenenou todas as mentes. Engoliu a maior parte da Europa. E está a tomar conta de nosso país.
Eu sou um arquiteto. Eu sei qual será o resultado pelo princípio que guia a construção. Nós estamos a aproximar-nos de um mundo no qual eu não me posso permitir viver. Agora vocês sabem porque dinamitei Cortlandt. Eu projetei Cortlandt. Eu dei-o a vocês. Eu destruí-o. Eu destruí-o porque não quis permitir que existisse. Era um monstro duplo. Em forma e em significado. Eu tive que explodir os dois. A forma foi mutilada por dois parasitas que assumiram o direito de melhorar algo que não criaram e que não podiam igualar. Eles tiveram permissão para alterar a minha criação por causa da impressão generalizada de que o objetivo altruísta desse projeto superava quaisquer direitos meus e eliminava qualquer forma de defesa da minha parte. Concordei em projetar Cortlandt com o objetivo de vê-lo construído como eu o projetei, e por nenhuma outra razão. Esse foi o preço que determinei para o meu trabalho. Eu não fui pago. Não culpo Peter Keating. Ele não poderia ter feito nada. Ele tinha um contrato com aqueles que o empregaram, mas o documento foi ignorado. Haviam-lhe prometido que a estrutura que ele oferecera seria construída da forma como foi projetada. A promessa foi quebrada. O amor de um homem pela integridade do seu trabalho e seu direito de preservá-lo são agora considerados algo intangível, vago e secundário. Vocês ouviram o promotor dizer isso. Porque foi desfigurado o prédio? Por nenhuma razão. Tais atos nunca têm uma razão, a não ser a vaidade de alguns parasitas que sentem ter direito à propriedade dos outros, seja espiritual ou material. Quem lhes deu permissão para desfigurar meu prédio? Nenhum homem em particular entre as dúzias de homens com autoridade. Nenhum deles teve interesse em permitir ou em proibir. Ninguém era responsável. Ninguém pode ser responsabilizado. Essa é a natureza de toda ação coletiva.
Eu não recebi o pagamento que pedi. Mas os donos de Cortlandt conseguiram o que queriam de mim. Eles queriam um projeto que lhes permitisse construir uma estrutura da forma mais barata possível. Não encontraram ninguém que pudesse fazer isso. Eu podia e fiz. Eles ficaram com o fruto do meu trabalho e me fizeram dá-lo como um presente. Mas eu não sou altruísta. Eu não dou presentes dessa natureza. Dizem que destruí a moradia dos destituídos. Mas esquecem-se de que, se não fosse por mim, os destituídos não poderiam ter essa moradia. Aqueles que estavam preocupados com os pobres tiveram que recorrer a mim, que nunca me preocupei, para ajudar os pobres. Acredita-se que a pobreza dos futuros inquilinos lhes dá direito ao meu trabalho; que a necessidade deles lhes dá direito à minha vida; que eu tenho a obrigação de contribuir com tudo o que for exigido de mim. Esse é o credo que está engolindo o mundo agora, o credo do parasita que vive à custa dos outros.
Eu vim aqui para dizer que não reconheço o direito de ninguém a um minuto sequer da minha vida. Nem a nenhuma parte da minha energia. Nem a nenhuma conquista minha. Não me importa quem faça a exigência, quantos a façam, nem o tamanho da sua necessidade. Eu quis vir aqui e dizer que sou um homem que não existe para servir aos outros. Isso precisava ser dito. O mundo está perecendo por causa de uma orgia de sacrifícios pessoais. Eu quis vir aqui e dizer que a integridade do trabalho criativo de um homem é muito mais importante que qualquer projeto de caridade. Aqueles entre vocês que não entendem isso são os que estão a destruir o mundo. Eu quis vir aqui e ditar as minhas condições. Não tenho interesse em existir sob quaisquer outras.
Eu não reconheço nenhuma obrigação para com os outros homens, com uma única exceção: respeitar a sua liberdade e não participar de nenhuma maneira em uma sociedade esclavagista. Ao meu país eu quero dedicar os dez anos que passarei na prisão, se o meu país não mais existe. Eu os passarei em lembrança e gratidão pelo que o meu país foi outrora. Esse será o meu ato de lealdade, a minha recusa a viver ou trabalhar no que tomou o seu lugar. Esse é o meu ato de lealdade para com todo o criador que viveu e sofreu às mãos das forças responsáveis pelo Cortlandt que dinamitei. Meu ato de lealdade a toda hora torturante de solidão, rejeição, frustração e abuso que ele foi forçado a suportar... e às batalhas que venceu. Meu ato de lealdade a todo criador cujo nome é conhecido e a todo criador que viveu, lutou e pereceu desconhecido, antes de poder alcançar o sucesso. A todo criador cujo corpo ou espírito foi destruído. (...).”
Obra: The Fountainhead por Ayn Rand"
Fonte :https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=1139001889500888&id=146246615443092
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Colocado por: Jota5Ums dos melhores alegatos en favor da liberdade individual,se não leo o livro,recomendo vivamente...
Colocado por: Jota5Uma das fotografías que pos,fes-me lembrar inmediatamente este livro.
Colocado por: ****Não existem grandes ou pequenos arquitetos, existem é clientes ricos, remediados e pobres, se o arquiteto tiver a sorte do rico , crescerá , os grandes nomes foram alguém que teve a sorte , de clientes onde o céu é o limite , em todos os sentidos , até com gaudi, assim foi !!
Colocado por: Jota5Não acho que seija bem asim,o talento também tem alguma coisa a dizer...Não a dúvida que a sorte influencia en tudo,mas vese cada arquiteto ,que valhame nosa senhora...Uma coisa é arquitetos de "ricos" i outra é que seijan boms arquitetos.
Colocado por: Jota5Tenho problemas para adicionar a fotografía,é justamente a que está encima do meu comentário.Howard Roark.