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      FD
    • 16 agosto 2007 editado

     # 1

    Já há algum tempo que acompanho a crise imobiliária nos Estados Unidos da América.
    Ao contrário do que as recentes notícias (portuguesas) podem indicar, a crise não tem só a ver com o crédito malparado, mas também com o boom que o mercado conheceu há uns anos.

    Com a baixa das taxas de juro, como aconteceu em Portugal, os americanos começaram desenfreadamente a comprar casas. Começaram a construir-se mais casas novas, os preços subiram vertiginosamente, sítios e casas houve que em poucos anos duplicaram de valor. A ganância de ganhar facilmente uns trocos (não são trocos mas uns bons milhares de dólares), fez com que muitas pessoas comprassem segundas e terceiras casas para vender pouco depois com um considerável lucro. O chamado investimento imobiliário. Que foi depois acompanhado pelo rebentamento da bolha imobiliária.

    O mercado cresceu e eventualmente o número de casas novas começou a superar a procura. As pessoas que compraram casas para investimento deixaram de ter compradores, os construtores de casas novas começaram a oferecer elevados descontos e zonas onde se vendia há um ano por $400.000, vende-se agora por $300.000. Imagine a situação destas pessoas, a pagarem um crédito de 400 ao banco por uma casa que vale 300.

    Quando investiguei e li um pouco mais, percebi que nos EUA o crédito é comprado e vendido como se fosse um activo. Enquanto cá em Portugal fazemos um crédito e mantemos a relação com o banco durante toda a vida do empréstimo, nos EUA há uma complexa rede de angariadores de crédito que depois vendem a carteira de clientes a quem der mais pelo mesmo. E chegou-se, devido ao frenesim da compra, às baixas taxas de juro e à competição, a um estado em que os bancos compravam e concediam crédito a pessoas que, literalmente, não tinham forma de pagar as prestações. E, como em Portugal, a situação alongou-se.

    Nos EUA o problema apareceu. Em Portugal quer me parecer que a manter-se a subida das taxas de juro vamos talvez, ver algo parecido, não tão grave é verdade, mas com contornos semelhantes. Mas, como em Portugal a questão do crédito é um pouco diferente e face aos lucros que os bancos apresentam, talvez tudo seja abafado, negociado e como tal, terá um impacto bastante menor.

    Vamos ver.
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      FD
    • 8 outubro 2007

     # 2

    Será Espanha a seguir?

    Espanha: crédito ao imobiliário iguala o PIB

    O dinheiro emprestado às famílias para compra de habitação e o crédito às construtoras e promotoras do imobiliário em Espanha já equivale, mais ou menos, ao valor do PIB espanhol, segundo o jornal El País.

    A dívida acumulada no sector do betão (soma do crédito concedido às famílias para compra e manutenção/reparação de habitação e os empréstimos às construtoras e imobiliárias) confirma o elevado nível de endividamento do sector. De acordo com as contas do jornal, a soma supera pela primeira vez, os 1 000 000 000 000 de euros (um bilião de euros), um valor próximo da riqueza que será gerada este ano pela economia espanhola.
    Segundo diz o El País, nos últimos oito anos, a dívida das imobiliárias passou de 10% de todo o crédito dado às actividades produção, para superar 282 mil milhões de euros no final do 1º semestre do ano. Isto, explica o artigo, significa que um de cada três euros emprestados pela banca às empresas vai parar à construção.

    Citado pelo jornal, um professor catedrático de Economia Aplicada classifica este boom como um disparate. «Um país em que o crédito ao betão duplica o que é concedido à indústria é um país esquisito», afirma José Garcia Montalvo, da universidade Pompeu Fabra.

    Contundente, o académico remata: «É um desastre para a economia que um sector com uma produtividade tão baixa absorva tantos recursos».

    07-10-2007 11:59:21

    http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?id_news=87257
  1.  # 3

    Espanha teve um grande crescimento graças à construção... Mas parece-me estar a abrandar...
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      FD
    • 8 outubro 2007 editado

     # 4

    Mais também por causa da construção para estrangeiros. Coisa que está agora a começar a acontecer em Portugal - sem ser no Algarve. Um excelente exemplo é o que está a passar na zona de Óbidos...

    E isso é mau para todos os portugueses (excepto os construtores) porque inflaciona tudo.

    O que estava à procura:

    Westin CampoReal conclui e vende 372 casas até 2008

    O empreendimento Westin CampoReal Golf Resorts & SPA, que integra um hotel da marca Westin, deverá ter a terceira fase, com 372 casas, concluída até final de 2008, faltando vender somente 30 unidades, segundo o presidente da entidade promotora.

    O presidente da Orizon, Eduardo Netto de Almeida, disse num encontro com jornalistas para assinalar a inauguração do hotel na quinta-feira, que a segunda fase do investimento total de 125 milhões de euros, está construída e vendida.
    «O investimento ficou dentro dos valores orçamentados e, em termos de prazos, só registou um ligeiro atraso, de quatro ou cinco meses», esclareceu.

    Depois de terminado este projecto, a Orizon pretende avançar com outro empreendimento com outro nome, no terreno adjacente, e que deverá iniciar-se em 2008, disse Eduardo Netto de Almeida escusando-se a avançar pormenores.

    Quanto às casas já concluídas, as primeiras vendas foram feitas em 2002 e 2003 e concretizaram-se no mercado nacional.

    Só no início de 2004, a Orizon começou a lançar o Westin CampoReal Golf Resorts & SPA no estrangeiro, no Reino Unido e Irlanda.

    Agora, o total das vendas divide-se quase igualmente, «com um terço para cada» entre o mercado nacional, os clientes britânicos e os irlandeses, embora o número de investidores do Reino Unido «esteja a crescer mais rapidamente», referiu o presidente da Orizon.


    Foi apresentada aos potenciais compradores a alternativa de optarem pelo programa CampoReal Select, onde foram integradas 35 por cento das casas.

    Este é um produto essencialmente destinado a investimento pois as moradias ou casas podem ser utilizadas seis semanas por ano pelos compradores, mas o restante tempo são geridas e rentabilizadas pela Westin CampoReal.

    Segundo o presidente do grupo Orizon, a rentabilidade garantida nos dois primeiros meses é de seis por cento ao ano.

    Eduardo Netto de Almeida avançou que espera conseguir uma concessão de praia em 2008, na costa entre Ericeira e Santa Cruz.

    O hotel Westin, primeiro da marca, de cinco estrelas, em Portugal, em funcionamento «experimental» desde 01 de Agosto, pretende ter uma ocupação superior a 40 por cento, para Janeiro e Fevereiro, subindo a 50 a 60 por cento em 2008.

    A unidade hoteleira será inaugurada na quinta-feira com a presença do ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho.

    A ocupação em Setembro e Outubro está acima de 50% o que foi considerado «muito bom» para uma unidade acabada de abrir numa região pouco conhecida (perto de Torres Vedras).

    Diário Digital / Lusa

    04-10-2007 0:55:00
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      FD
    • 8 outubro 2007 editado

     # 5

    Nem de propósito:

    Espanha ajuda famílias endividadas

    O Governo espanhol lançou, na semana passada, uma série de medidas para ajudar as famílias espanholas a diminuir o risco na compra de casa.
    Até agora, segundo o «Jornal de Notícias», as famílias podiam deduzir nos seus impostos (até um máximo de 9.010 euros) uma parte dos gastos.

    Agora, um acordo entre o Governo central e as comunidades autónomas define um conjunto de ajudas, que vão dos 4 mil aos 12 mil euros, para pagar a entrada da casa.

    Por outro lado, o Governo entendeu fomentar o arrendamento para travar a subida do preço das habitações. A partir de 1 de Janeiro de 2008, são permitidas deduções fiscais iguais às aplicações na compra a todos os cidadãos que pagarem aluguer e com rendimentos inferiores a 24 mil euros líquidos por ano.

    O valor médio das hipotecas em Espanha superou os 150 mil euros. O capital emprestado pela banca para aquisição de casa ronda os 160 mil milhões de euros.

    http://www.agenciafinanceira.iol.pt/noticia.php?id=863015&div_id=2577

    Eis o que um governo não deveria fazer.
 
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