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      FD
    • 4 agosto 2008

     # 1

    surreal mas verdade

    PAULO SILVA REIS, Chaves

    Chaves. Uma família de emigrantes teve ontem uma desagradável surpresa quando chegou à sua casa na cidade transmontana. Uma terraplenagem deixou o acesso ao portão com um desnível de quatro metros. Não puderam entrar em casa e estão indignados. A câmara diz que vai averiguar o sucedido

    PSP foi chamada e registou a queixa dos emigrantes

    Benjamim e Paula Antunes nem queriam acreditar no que os seus olhos estavam a ver quando ontem chegaram a Portugal. Cansados da viagem que ano apôs ano os traz de França de volta à sua terra para gozarem mais um mês de férias, juntamente com os seus dois filhos, o casal deparou-se com a mais insólita das situações: para descarregarem as malas e poderem entrar em casa só mesmo com uma escada, pois o caminho que dava acesso ao portão de entrada da casa que há mais de 12 anos têm na rua Paraíso, no Bairro dos Aregos, em Chaves, desapareceu. Do portão ao nível do caminho, separa-os agora um desaterro de quatro metros de altura.

    A tristeza apoderou-se dos emigrantes e como a sua chegada se deu num sábado, a única alternativa que tiveram - pois a autarquia estava fechada-, foi chamar a PSP. Os agentes também não resolveram o problema da família Antunes. Limitaram-se a receber a queixa e registarem a ocorrência.

    Desesperados, e sem ninguém para responder às muitas questões que têm para fazer, a família Antunes optou por ir para casa de familiares. Contudo, não vão ficar quietos. "Segunda-feira sempre queremos ver o que o presidente da câmara tem para nos dizer e que soluções nos vai dar desta vez", disse ao DN Paula Antunes, acrescentando que não vai passar o mês de Agosto em casa da sua irmã nem vai acampar no local.

    "Tenho uma casa licenciada e com todas as contribuições pagas neste local há 12 anos e o facto de eu não viver cá e de estar a nascer um empreendimento mesmo ao lado, não é motivo para fazerem um desaterro destes", desabafou a emigrante.

    O loteamento onde está a nascer um grande número de prédios, pertencente a uma empresa da região, termina exactamente onde começava o caminho de acesso à vivenda da família Antunes.

    Não foi possível obter uma reacção da empresa. No entanto o DN sabe que esta remete todas as responsabilidades sobre o assunto para a autarquia. Foi essa explicação que um responsável da construtora terá avançado ontem à família.

    Em Fevereiro, tal como confirmou Benjamim Antunes, a família esteve em Portugal e "logo nessa altura, com a obra a decorrer, a entrada com o carro ficou complicada". "Fomos à câmara e logo nos disseram que não havia problemas que já estavam a tratar do problema e tudo ia ser solucionado. Fomos descansados, mas se na altura entrar de carro era complicado, hoje nem a pé e eu sempre quero saber onde vou dormir com a família e as pessoas que convidei para virem passar férias a minha casa", protestou Benjamim Antunes.

    "Fartamo-nos de trabalhar todo o ano a pensar num mês de descanso junto da família e a desfrutar de uma casa que construímos com o nosso suor e deparamo-nos com situações como estas em que ninguém nos respeita nem sequer nos passam cavaco", acrescentou Paula Antunes, para quem o procedimento da autarquia flaviense "é uma vergonha". "Sempre quero ver como é que vão resolver o problema, pois a minha casa já aqui estava quando os prédios começaram", salientou a emigrante, ainda incrédula com o "azar de chegar a Portugal ao início da manhã de um sábado e ter um problema destes à espera."

    http://dn.sapo.pt/2008/08/03/cidades/chegaram_franca_e_tinham_a_casa_altu.html
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      FD
    • 4 agosto 2008

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