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      FD
    • 19 dezembro 2008 editado

     # 1

    Vá, não tem muito a ver com casas, mas vale a pena ler:
    http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1353368&idCanal=62

    Guia
    Gourmet low-cost: Quem disse que não há bom, barato e delicioso?
    14.12.2008 - 10h57 Francisca Gorjão Henriques
    "Gourmet: gastrónomo, apreciador de bons petiscos; provador de vinhos." A definição é de um dicionário Francês-Português da Porto Editora de 1997. A data é pouco importante. O que interessa aqui são as palavras ausentes: caro, luxo, extravagância. Não é novidade nenhuma: comer bem não é sinónimo de gastar muito. É possível agradar ao palato sem assassinar a carteira.

    O desafio é lançado a alguém que se orgulha de comprar duas camisas de algodão branco, invejáveis, por um euro (se fosse só uma custava o mesmo, trazem-se as duas). E que evita o supermercado até ao limite, quando o café está mesmo quase a acabar e a manteiga praticamente no fim. A questão resolve-se com algumas perguntas espalhadas pela redacção e a alguns amigos (na verdade só as mulheres perceberam do que se estava a falar quando se associou a palavra "low-cost" a gourmet e por isso as dicas são 99,9 por cento femininas).

    Estabelecem-se algumas regras: Não ir a charcutarias ou lojas especiais e ficar pelos supermercados do costume. Não fugir dos produtos brancos. Nada pode custar mais do que cinco euros.

    Minipreço, Pingo Doce, Lidl, Modelo e Jumbo estão para a gastronomia como a Zara e a H&M estão para a roupa. Há coisas baratas e que, bem combinadas, fazem furor. Claro que dão mais trabalho a encontrar do que entrar numa charcutaria e pedir meia dúzia de produtos que vêm já bem embalados e com tudo no sítio, aromas, texturas, cores. Também é mais fácil entrar numa Armani e levar um par de calças e uma blusa a condizer, do que perder horas a escolher entre os cabides de uma loja a abarrotar. Mas no final das contas (literalmente, ou seja, tudo somado, na hora de apresentar o cartão multibanco), só o cestinho do especial gourmet pagaria um mês de refeições bem ponderadas. Sabemos que a crise não está à porta, já entrou.

    Visitaram-se ainda dois supermercados orientais, um chinês e um indiano. Não serão difíceis de encontrar por todo o país, e são como a bijutaria étnica, sempre dão um toque especial. Para além disso, a visita vale a pena e não só pelas compras. Quando se atravessa a porta do Hua Ta Li, no Martim Moniz (onde também se situa o indiano Spice Rack, este no centro comercial Mouraria), entra-se instantaneamente em Pequim. O odor é um fantástico transportador da memória. E se não houver memórias para reanimar, resta o prazer de habitarmos outra cidade durante alguns minutos.

    Deu-se também um salto ao IKEA para experimentar as temperaturas nórdicas, atendendo a que já existem duas lojas no país (e pedindo desculpa aos nossos leitores mais afastados de Lisboa e Porto).

    Escolheram-se alguns patês, massas frescas e secas, conservas, lacticínios, sobremesas, refeições ultracongeladas, bolachas, chocolates, enfim, tudo o que normalmente evitamos pôr no carrinho porque 1) temos um orçamento que dá apenas para o essencial; 2) há que manter a linha e nada disto serve para alimentar de forma saudável, mas apenas para nos conciliar com o mundo. Coisa pouca, portanto.

    Boa sopa, ou talvez não

    Não é preciso dizer que não há nada como uma boa sopa de legumes frescos, de preferência apanhados a menos de 30 quilómetros de distância, ou mesmo na horta de casa. Mas não é disso que se trata aqui, ainda que uma das primeiras sugestões possa ser: ter sempre na cozinha um pequeno vazo de manjericão, coentros, tomilho. São relativamente baratos, e faz toda a diferença ter ervas acabadas de colher para atirar carinhosamente para o tacho.

    Ou para um copo de varinha mágica, misturando um queijo creme Philadelphia - o do Minipreço funciona igualmente bem e custa 0,75€. Tudo batido, sem mais, dá uma maravilhosa pasta para barrar tostinhas antes do jantar. Recomenda-se o manjericão, mas rúcula ou orégãos frescos ficam a matar (que se perdoe esta inconfidência, como outras que se seguirão).

    Já agora, há coisas a dizer sobre o pão antes de acrescentar ao tabuleiro outras iguarias. Uma bela surpresa foram os 750 gramas de pão escuro sueco (IKEA) para fazer em casa: juntar água à embalagem, deitar para uma forma, esperar 45 minutos pela levedação e pôr no forno. São €3,5 bem gastos. Dentro da proximidade geográfica, há também o pão de centeio do Lidl Landgut que é uma delícia nada dispendiosa de €0,75 (500gr). Noutro género, o pão de manteiga de ervas em baguete, pronto a pôr no forno, também do Lidl, faz boa companhia antes do jantar.

    Sigam os patês que, diga-se, são difíceis de acertar quando o objectivo é gastar pouco: de pato com Porto Jasper (€2,89 no Jumbo), ou ainda melhor, mousse de pato Montflorit (€1,49 no Pingo Doce) - salpique-se com um pouco de compota de framboesa, figos ou rainhas cláudias (Jumbo, entre €1,32 e 1,52). Acrescente-se ainda o queijo fresco atabafado de cabra, de Moura (Bilores, uma delícia de €2,09), ou a pasta de azeitonas pretas Gallo (€2,19). E por falar em azeitonas, não tão fácil de escolher como pode parecer à primeira vista, registe-se: azeitonas mistas britadas ao natural em salmoura, do Modelo (e Continente). Não precisam de mais nada, apenas um pratinho para os caroços.

    Há quem diga que os filetes de sardinhas de conserva, sem espinhas nem peles, são um bem subavaliado - um pitéu enlatado pela Ramirez, que custa pouco mais de um euro. Há inúmeras possibilidades no capítulo das conservas: Pimentos Piquillo (€2,25), tomate seco em azeite (€3,49), e figos recheados com queijo fresco Feigen para juntar a saladas (€3,99), ou em alternativa, figos simples para rechear em casa com requeijão. Tudo no Jumbo.

    Clichés e facilitismos

    Uma vez à mesa, avança-se para o salmão. Um cliché que nunca falha. Do Lidl ou IKEA, fumado, sobre tostas, ou acompanhado com molho de mostarda e cebolinho ou manjericão (IKEA), e uma salada; ou ainda, tornando os filetes de salmão congelados do Lidl em pequenas fatias de sashimi (não esquecer o molho de soja japonês para o breve mergulho do peixe). Outra hipótese: salmão envolto em massa folhada (novamente Lidl).

    Para não cair na facilidade do peixe cor-de-rosa, outra facilidade: pequenos crepes chineses de legumes, que podem ser feitos no forno para não ficarem com tanta gordura. Estão à venda em vários supermercados ocidentais, para os que se sentem incomodados com a crise da melamina e, por excesso de zelo, quiserem evitar todos os produtos vindos da China. Ficam maravilhosos com molho agridoce misturado com geleia de marmelo.

    Para compor as saladas, há beringelas grelhadas já fatiadas (Jumbo), boas para ter sempre no congelador. Também vão bem ao forno acompanhadas de tomate (até pode ser o tal seco de conserva, que fica ainda excelente nas massas) e mozarella, com sal e ervas.

    Ainda no capítulo dos facilitismos (que são uma espécie de calças de ganga, ficam bem em quase todas as situações se forem o modelo acertado): Tortelloni com requeijão e espinafres (€1,49, 250gr) do Pingo Doce. Para combater a preguiça, depois de pronto (três minutos), deitar por cima um pouco de azeite quente com alho e caprichar com manjericão picado e queijo parmesão ralado na hora. Ou, em substituição, o molho de pesto também do Pingo Doce.

    Sem sair do mesmo universo, há o risotto com pesto Gallo (€1,99 250gr). E a surpreendente pizza de tomate e mozarella de búfula, cozida em forno de lenha, (€1,99) do Pingo Doce, que aliás tem vários tipos de massa fresca bastante aceitáveis e baratos. Tal como o Lidl. Para variar, usar também as massas chinesas: a escolha é diversificada e em geral ronda os 0,50 cêntimos, meio quilo. Nada mal.

    Talvez seja hora de apimentar a coisa. No Spice Rack - que como diz alguém, parece uma loja de preço único, com tantos frascos a €3,75 - há vários tipos de caril, em pó ou pasta. Nestes últimos, a marca Patak's faz várias combinações: coentros e cominhos, tamarindo e gengibre, tomate e cominhos... mais ou menos picante, para profissionais ou amadores. Juntar a gambas, carne, peixe, ou vegetais e acompanhar com arroz - o basmati é já omnipresente nas prateleiras, marcas brancas e tudo. Há também os chutneys, de manga, lima..., que podem acompanhar carne, ou ser acrescentados ao caril.

    O vinho não ficou esquecido, nem podia, porque este é prato que não se acompanha com água. Quem percebe do assunto (por sinal, a única dica masculina) garantiu: barato, barato, e bastante bebível é o Borba V.Q.P.R.D. branco (€1,86) e tinto (€2,64). Para os mais endinheirados, há o Terras do Pó (€3,29, tinto), para dar apenas um curtíssimo exemplo, porque a este preço já há muito por onde escolher.

    A fechar

    Faltam ainda as sobremesas, que este é país de gulosos. O difícil é resistir, porque como sabe qualquer pessoa com prática de supermercado, a oferta é mais que muita.

    Há o óbvio. Se a refeição não foi muito pesada, os crepes são um bom desfecho. Recheados com maçã La Crêperie (€2,99 no Pingo Doce); com frutos silvestres (€2,67) ou chocolate (€3,99), ambos no Jumbo. Em alternativa, o strudel de maçã do Lidl (€1,99) é boa solução. As sobremesas de maçã ficam bem, claro está, aquecidas e acompanhadas com uma bola de gelado de nata ou baunilha (todos os supermercados têm os seus). E a estes pode-se juntar um molho de frutos vermelhos (nesse caso afastam-se os crepes, para não dispararem as calorias) - no Jumbo um saco de 450 gr custa €2,49.

    E há o menos óbvio. Tornar o mesmo gelado de nata num sofisticado gelado de rosas. Compra-se uma lata de Rose Petal Spread vinda do Paquistão (€4,95 no Spice Rack). Trituram-se três ou quatro colheres de sopa desta pasta com um fundinho de água até desfazer completamente e envolve-se no gelado tirado da embalagem (um litro), com a ajuda da batedeira eléctrica. Deliciosa bagatela (como vestir uma blusa de seda comprada em Macau). Pode ser ainda mais caprichado se o servirmos com uma bolacha de sésamo preto (€0,50 uma embalagem com 16 no Hua Ta Li). No mesmo registo: juntar uma colher de sobremesa de chá verde japonês Maccha, um pó finíssimo com aspecto de preciosidade rara (€4,50 também no supermercado chinês) a uma embalagem de gelado. Pronto.

    Chá é com orientais. Duas experiências que valem a pena são o chá de rosas secas do Hua Ta Li (€ 1,80), com a beleza de submergir as próprias flores em água, e o chá apimentado do Spice Rack (€3,75). Dois bons presentes de Natal também. E para acompanhar, outra gulodice: profiteroles Mariebel (€1,45, 24 unid) e mini-eclairs de chocolate belga (€1,77), ambos do Jumbo.

    Ou pastéis de nata Cozinha Pronta - €3,48, 11 miniaturas - em vários supermercados. As bolachas de manteiga tipo bretãs do Minipreço (sobretudo as mais fininhas) são óptimas e dificilmente seriam mais baratas: €1,34, dois pacotes.

    O café (várias marcas têm bons lotes, mas o Sical cinco estrelas não é nada mau) pede chocolate. Os de leite com amêndoas e avelãs inteiras, ou com natas, do Pingo Doce satisfazem muito bem os mais gulosos por €1,49 (200gr). As tartelettes do Minipreço também são uma delícia €(0,64). E as trufas do Lidl embaladas com requinte, a €2,99 (150gr).

    Haja estômago para mais. Talvez esteja na hora de vestir o pijama.

    Continua no site, com a lista de compras. ;)
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Van_Daim
  1.  # 2

    epa... este tópico merece o "best of offtopic" :D
  2.  # 3

    Bem..........

    Fantastic FD!!!!!!

    Falta o pessoal começar a provar......

    Bom proveito!!!!!!!! ;))
 
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