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  1.  # 1

    Como é normal, sempre que existem condições para tal, aí está mais uma grande época de incêndios florestais.

    As causas estão identificadas:
    - Falta de diversidade a nível do arvoredo existente (maior variedade significa maior dificuldade em o fogo propagar se as espécies forem bem escolhidas);
    - Falta de limpeza em redor de caminhos e em volta dos edifícios;
    - Continuam a fazer queimadas em dias em que tal não é de forma alguma permitida (devido às condições atmosféricas)... nem mesmo com a presença dos bombeiros!
    - Antigamente existia a Policia Florestal que limpava as área à sua responsabilidade e vigiava quando as condições se proporcionavam à existência de incêndios... agora limpeza ainda vai existindo aqui e a acolá, mas vigilância é para esquecer, sempre que atravesso florestas e matos policia nem vê-la, e é assim desde que a Policia Florestal acabou... se nem em situações que as pessoas exigem patrulhamento a policia dá resposta quando mais ir vigiar mato...
    - A falta de pessoas faz com que muitas propriedades simplesmente deixem de ter qualquer espécie de limpeza;
    - Falta de acessos em imensos locais;
    - E a lista continua.

    Uma vez que não se pode fazer nada para parar os incêndios, e em 2017, 2018, 2019 e por aí em diante vai continuar porque isto é preciso vontade política e rios de dinheiro para resolver e nem uma nem outra existe...

    Sugiro que quem tem casas próximas de zonas de risco de incêndio (ex.: menos de 100 metros de floresta, mato e similares; ou onde o fogo já tenha passado no passado; ou seja previsível que se existir um incêndio o mesmo vá afetar a propriedade) passe a ter nas mesmas produto retardador de incêndio.

    Naturalmente que o produto retardador não se aplica sozinho a menos que instalem algum sistema de distribuição via chuveiros ou similar, mas a ideia é terem mangueiras suficientes para chegar a todas as partes da propriedade, terem água (eventualmente ter depósito com água extra, caso a água canalizada falte, eventualmente colocado em altura para que a própria gravidade trate de a fazer correr pelas mangueiras sem problema... mesmo que falte a eletricidade podem aplicar na mesma) e depois quando existir incêndios colocam o produto pouco tempo antes de a propriedade ficar em perigo para que o produto possa proteger a propriedade.

    Isto não é propriamente uma ideia de génio, tal produto já existe e chama-se "ThemoGel", e como podem ver em vídeos acerca do produto como por exemplo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=NBA1mdSeg0A ou por exemplo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=71NHKe3HGL4 basta aplicar o produto quando a propriedade está em perigo e durante cerca de 6 a 8 horas o produto irá proteger a zona onde for aplicado... por isso é algo que tem de se aplicado quando o fogo está realmente próximo para que o produto proteja eficazmente... mas que, dependendo do tamanho da propriedade, pode levar em redor de 20 minutos... e como podem ver pode proteger tudo desde paredes, portas janelas, telhados, a madeira, fardos de palha, os veículos, jornais, etc.

    O produto em si dura cerca de 7 anos ou mais em armazenamento, desde que seja agitado algumas vezes ao longo do ano e antes de ser utilizado.
    O que é o produto? É basicamente um tipo de plástico que absorve a água e a retêm durante mais tempo mesmo quando exposto ao calor (similar ao que algumas fraldas utilizam) e que por isso mantêm a zona protegida.

    Ambientalmente o produto desaparece com a exposição prolongada ao Sol.

    Não resolve o problema dos incêndios mas pelo menos protege as zonas da propriedade onde for corretamente aplicado libertando os recursos dos bombeiros para irem combater os incêndios em si, em vez de estarem à espera deles junto das casas... com a consequente destruição de ainda maiores áreas.

    Na Europa este produto não parece existir pelo que terão de contactar diretamente a empresa nos EUA via web site deles se tiverem interesse no produto.

    O kit para casa parece dar para proteger cerca de 371 metros quadrados e custa à volta de US $369 mais portes de envio e alfândega.

    É melhor que um seguro, porque o seguro só será útil para estruturas, já que os de recheio são uma treta em que é praticamente impossível a pessoa recuperar o que ardeu a menos que sejam coisas muito recentes e tenha ainda as faturas que o comprovam... e desde que esteja na casa pode protegê-la da necessidade de ter de recuperar alguma coisa.

    Terem máscaras anti-fumo também pode ser boa ideia... estas são mais baratas e pode encontrá-las no ebay por "fire smoke mask", algumas até podem proteger contra alguns gazes perigosos, assim como certos tipos de vírus existentes no ar... mas todas tem um limite de utilização, pelo que devem verificar o mesmo e planear o stock com base nisso... se a página não indicar continuem a procurar ou contactem o vendedor e peçam os certificados que comprovam as afirmações assim como os tempos de proteção.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: happy hippy
  2.  # 2

    Meu estimado, sou de agradecer os esclarecimentos por si aportados. Por experiência própria, tenho sérias e fundadas dúvidas que muitos se prestem a ler todo o seu escrito. Versasse o mesmo sobre uns pontapés na bola ou outras frivolidades, com o dobro de tamanho e já teria dezenas de respostas...

    Agradeci mas não concordei, há-de ter reparado...

    Quanto às causas que indica, há-as para todos os gostos e sensibilidades. Mas acho muita piada quando se usa o recorrente argumento da falta de limpeza. Na verdade só assim pensa quem não conhece o país real. Havia limpeza sim, periférica às povoações, mas entranhando-se na profundeza das florestas, ninguém limpava coisa alguma, nem havia população ou animais em numero bastante para tal!

    Quanto à futurologia que preconiza, não é preciso ser-se um Nostradamus para adivinhar a nossa cíclica sina. Quanto à pertinente solução que recomenda, será mais uma entre muitas outras... no entanto, eu, na minha também qualidade de proprietário florestar (que cumpre a lei e não retiro qualquer benefício económico da produção, pelo contrário), continuo a insistir na mesma tecla:

    Cumpra-se e faça-se cumprir escrupulosamente a letra da lei (DL nº 28 039 de 14 de Setembro de 1937 e DL nº 124/2006 de 28 de Junho, republicado com algumas alterações pelo DL nº 17/2009 de 14 de Janeiro) e eu garanto-vos que, continuarão a ver incêndios (enquanto houver interesses vários que não importa aqui discorrer), mas as deflagrações havidas não terão em tempo ou lugar algum as consequências actuais.

    Confira-me o Sr. Costa - a título de projecto piloto - carta branca e alguma "imunidade" para eu possa gerir a floresta do distrito de Aveiro - sempre dentro dos normativos havidos nos citados diplomas, ao que acresce um punhado de preceitos do nosso código civilista (sublinhe-se) -, e sem gastar um único euro do orçamento do Estado, ter-se-ão debelados, o número e as consequências deste flagelo!

    Basta cumprir ou fazer cumprir a lei! Por que é que ninguém o faz?... Apreciava ver um debate televisivo, talvez nos Prós e Contras da estação pública, sobre esta matéria (exigir cumprimento lei) em especial...

    Entretanto... Vou continuar a fazer de conta que nada sei... Vou continuar a assistir a este espectáculo... Vou continuar a pagar pontual e integralmente as minhas quotas aos BV de SJM e OAZ... Vou continuar a contribuir anualmente, na época alta, com víveres... Vou continuar a ouvir os lamentos de quem enfrenta de frente as chamas imensas... Vou continuar a falar para "surdos" até que a minha voz se apague ou entretanto outros se queiram juntar por carolice, sensibilidade e solidariedade, a um desiderato maior...

    ... mas como muitos já me disseram: Toda a razão te seja dada! Mas vamos nós lutar por quem, enquanto primeiro interessado, não quer saber?
  3.  # 3

    Ui temos 2 post que ocupam duas páginas!
  4.  # 4

    O objetivo deste tópico não é resolver o assunto dos incêndios florestais, para isso já existe outro tópico, mas sim como proteger a propriedade quando o incêndio se aproxima, e o resumo é: comprar e aplicar "retardador" de fogo nos locais da sua propriedade que considera mais importantes.

    Sugeri o produto estrangeiro "ThermoGel" que foi aquele que me pareceu mais interessante e de que me lembrei depois de ver várias casas que arderam na televisão... pensei "se tivesse metido o ThermoGel eram capazes de ter safo aquelas casas". ThermoGel é aquele que conheço e parece ser melhor, mas poderão existir outros igualmente eficazes.

    Deveria ser mesmo o estado a oferecer àqueles que tem as propriedades em maior risco (pelo menos aqueles com edifício nela e água no local) este produto... já que a conversas do seguro é uma treta, qualquer um que análise as cláusulas verá que a parte do recheio é uma miséria... e este produto acaba por ser melhor que um seguro já que podem prevenir os estragos todos se o aplicarem atempadamente e de forma correta. Se a propriedade estiver abandonada, aí terão de ser outros a aplicar tal produto como os serviços do município ou mesmo os bombeiros. É que o terreno é relativamente fácil de recuperar... basta deixá-lo que ele acabo por se regenerar, agora edifícios e o seu conteúdo não se regeneram sozinho e custa normalmente uma fortuna que muitos não têm... e esta solução, se bem aplicada, pode prevenir a esmagadora maioria dos estragos considerados mais relevantes pelas próprias pessoas.
  5.  # 5

    Colocado por: happy hippyMeu estimado, sou de agradecer os esclarecimentos por si aportados. Por experiência própria, tenho sérias e fundadas dúvidas que muitos se prestem a ler todo o seu escrito. Versasse o mesmo sobre uns pontapés na bola ou outras frivolidades, com o dobro de tamanho e já teria dezenas de respostas...

    Agradeci mas não concordei, há-de ter reparado...

    Quanto às causas que indica, há-as para todos os gostos e sensibilidades. Mas acho muita piada quando se usa o recorrente argumento da falta de limpeza. Na verdade só assim pensa quem não conhece o país real. Havia limpeza sim, periférica às povoações, mas entranhando-se na profundeza das florestas, ninguém limpava coisa alguma, nem havia população ou animais em numero bastante para tal!

    Quanto à futurologia que preconiza, não é preciso ser-se um Nostradamus para adivinhar a nossa cíclica sina. Quanto à pertinente solução que recomenda, será mais uma entre muitas outras... no entanto, eu, na minha também qualidade de proprietário florestar (que cumpre a lei e não retiro qualquer benefício económico da produção, pelo contrário), continuo a insistir na mesma tecla:

    Cumpra-se e faça-se cumprir escrupulosamente a letra da lei (DL nº 28 039 de 14 de Setembro de 1937 e DL nº 124/2006 de 28 de Junho, republicado com algumas alterações pelo DL nº 17/2009 de 14 de Janeiro) e eu garanto-vos que, continuarão a ver incêndios (enquanto houver interesses vários que não importa aqui discorrer), mas as deflagrações havidas não terão em tempo ou lugar algum as consequências actuais.

    Confira-me o Sr. Costa - a título de projecto piloto - carta branca e alguma "imunidade" para eu possa gerir a floresta do distrito de Aveiro - sempre dentro dos normativos havidos nos citados diplomas, ao que acresce um punhado de preceitos do nosso código civilista (sublinhe-se) -, e sem gastar um único euro do orçamento do Estado, ter-se-ão debelados, o número e as consequências deste flagelo!

    Basta cumprir ou fazer cumprir a lei! Por que é que ninguém o faz?... Apreciava ver um debate televisivo, talvez nos Prós e Contras da estação pública, sobre esta matéria (exigir cumprimento lei) em especial...

    Entretanto... Vou continuar a fazer de conta que nada sei... Vou continuar a assistir a este espectáculo... Vou continuar a pagar pontual e integralmente as minhas quotas aos BV de SJM e OAZ... Vou continuar a contribuir anualmente, na época alta, com víveres... Vou continuar a ouvir os lamentos de quem enfrenta de frente as chamas imensas... Vou continuar a falar para "surdos" até que a minha voz se apague ou entretanto outros se queiram juntar por carolice, sensibilidade e solidariedade, a um desiderato maior...

    ... mas como muitos já me disseram: Toda a razão te seja dada! Mas vamos nós lutar por quem, enquanto primeiro interessado, não quer saber?



    Caríssimo happy hippy

    e se eu lhe dissesse que, enquanto seu conterrâneo a nível distrital, sei de algumas casas que estiverem em risco porque os proprietários das mesmas não procederam à sua devida limpeza, sendo que esses mesmos proprietários são alguns dos nossos mais eminentes ministros que, pujantes no rescaldo, foram os mesmos a prometer medidas para que tal cenário não se repita?

    Infelizmente, o cenário é bem mais complexo do que se tenta fazer nas análises a quente, mas há realidades que nos são desconhecidas. Por exemplo, fala que paga para que a sua propriedade seja limpa, sem que ao menos a respectiva exploração permita custear essa limpeza. Ora bem, eu sou do tempo em que o mato é lixo, porque já ninguém tem gado em casa que necessite de tal "commodity", mas ainda ontem falava disso com a minha avó, bem mais idosa que nós os dois juntos, e ele é do tempo em que o mato era roçado pelas serras foras, para ser vendido de lugar em lugar, porque nos pinhais e florestas mais próximos das povoações não havia mato algum, uma vez que como toda a gente tinha necessidade do mesmo, as propriedades estavam todas limpinhas e tinham que ir às zonas serranas do nosso distrito, onde a mata era maior e as povoações mais pequenas, para apanhar algum mato e fazer algum rendimento com ele.

    Não conheço o fogo de Arouca nem o de Águeda, mas andei lá no meio do de Anadia (bem, "no meio" é uma força de expressão, andei na parte ocidental do mesmo, que era bem mais pacata que a parte oriental, onde era serra profunda e caminho tortuoso) e posso garantir-lhe que os pinhais e eucaliptais que estavam limpos arderam, arderam sim senhor, mas apenas nas bordas, onde confinavam com propriedades menos limpas que com eles confinavam. Ou seja, quem investiu na limpeza também teve algum prejuízo, mas de forma alguma viu o seu património ir todo pelo ar.

    Pessoalmente, a minha família tinha 3/4 propriedades que estiveram rodeadas de fogo ou que confinaram com o mesmo. Uma vinha só queimou as parras em 4/5 cepas, porque confinavam com um pinhal com bastante mato - não arderam, mas sofreram o calor intenso do fogo, perderam a produção deste ano, mas são apenas 4/5 cepas. Num olival exactamente a mesma coisa, ardeu tudo até chegar ao olival da família que, por estar limpo, foi o que serviu para parar o fogo - o limite do fogo foi exactamente o limite do nosso terreno (sintomático!). Ao lado do olival, um terreno de milho fez exactamente o mesmo serviço, mas o milho ainda estava verde ajudou bastante - fosse daqui por um mês e outro galo cantaria. O maior prejuízo está mesmo num eucaliptal inserido em pleno coração do fogo que, mesmo estando limpo, tem um perímetro extenso e foi atacado pela combustão nos terrenos dos vizinhos. A perda não é significativa, mas também não será desprezável como nos outros casos, mas infelizmente o acesso é tão débil que ainda teremos que confirmar com maior exactidão as nossas perdas.

    O tema é muito extenso e dá pano para mangas, mas no fim ficou-me esta ideia: a limpeza da propriedade não resolve o problema dos fogos, mas atenua-o radicalmente. E isto é facilmente comprovável por quem quiser fazer um bocadinho de "turismo de catástrofe" e pegar no carro e circular livremente pelas zonas mais afectadas de Arouca/Águeda/Anadia - o que estava limpo tem prejuízos muitíssimo inferiores ao panorama geral.
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  6.  # 6

    Meu estimado josexy, quando sublinhei que não tinha concordado, importa esclarecer que a "discordância" não se tem no produto em si, mas na necessidade de se recorrer ao mesmo, por muito grande que seja a sua eficácia. Embora houvesse muito por onde esmiuçar, atente na simplicidade da letra da lei:

    Artigo 15.º
    Redes secundárias de faixas de gestão de combustível
    1 -
    2 - Os proprietários, arrendatários, usufrutuários ou entidades que, a qualquer título, detenham terrenos confinantes a edificações, designadamente habitações, estaleiros, armazéns, oficinas, fábricas ou outros equipamentos, são obrigados a proceder à gestão de combustível numa faixa de 50 m à volta daquelas edificações ou instalações medida a partir da alvenaria exterior da edificação, de acordo com as normas constantes no anexo do presente decreto-lei e que dele faz parte integrante.
    3 -
    4 -
    5 - Na ausência de intervenção, nos termos dos números anteriores, entre o dia 15 de Abril de cada ano e até 30 de Outubro, os proprietários ou outras entidades que detenham a qualquer título a administração de habitações, estaleiros, armazéns, oficinas, fábricas ou outros equipamentos sociais e de serviços podem substituir-se aos proprietários e outros produtores florestais, procedendo à gestão de combustível prevista no número anterior, mediante comunicação aos proprietários e, na falta de resposta em 10 dias, por aviso a afixar no local dos trabalhos, num prazo não inferior a 20 dias.
    6 - Em caso de substituição, os proprietários e outros produtores florestais são obrigados a permitir o acesso dos proprietários ou gestores das edificações confinantes aos seus terrenos e a ressarci-los das despesas efectuadas com a gestão de combustível.
    7 - Sempre que os materiais resultantes da acção de gestão de combustível referida no número anterior possuam valor comercial, o produto obtido dessa forma é pertença do proprietário ou produtor florestal respectivo, podendo contudo ser vendido pelo proprietário ou entidade que procedeu à gestão de combustível, retendo o correspondente valor até ao ressarcimento das despesas efectuadas.

    Artigo 38.º Contra-ordenações e coimas
    1 - As infracções ao disposto no presente decreto-lei constituem contra-ordenações puníveis com coima, de (euro) 140 a (euro) 5000, no caso de pessoa singular, e de (euro) 800 a (euro) 60 000, no caso de pessoas colectivas, nos termos previstos nos números seguintes.
    2 - Constituem contra-ordenações:
    a)
    b) A infracção ao disposto no n.º 2 do artigo 15.º;

    ANEXO
    Critérios para a gestão de combustíveis no âmbito das redes secundárias de gestão de combustíveis

    A) Critérios gerais - nas faixas de gestão de combustíveis envolventes às edificações, aglomerados populacionais, equipamentos e infra-estruturas devem ser cumpridos cumulativamente os seguintes critérios:
    1 - No estrato arbóreo, a distância entre as copas das árvores deve ser no mínimo de 4 m e a desramação deve ser de 50 % da altura da árvore até que esta atinja os 8 m, altura a partir da qual a desramação deve alcançar no mínimo 4 m acima do solo.
    2 - No estrato arbustivo e subarbustivo, o fitovolume total não pode exceder 2000 m3/ha, devendo simultaneamente ser cumpridas as seguintes condições:

    a) Deve ser garantida a descontinuidade horizontal dos combustíveis entre a infra-estrutura e o limite externo da faixa de gestão de combustíveis;
    b) A altura máxima da vegetação é a constante do quadro n.º 1, variando em função da percentagem de cobertura do solo.
    •  
      damned
    • 17 agosto 2016 editado

     # 7

    Para os que gostam de ver passar os olhos pelos DL, atentai ao: Decreto-Lei nº 96/2013

    Uma lei "encomendada" pelos produtores de eucalipto (Portucel Soporcel & Companhia), onde se deu completa liberdade de plantação de eucaliptos, uma raça não nativa e extremamente danosa ao nosso solo (consumo de água e nutrientes excessivos) e completamente contra a biodiversidade, arrasa tudo.

    E ao mesmo jeito esse DL complicou a plantação de raças nativas ao nosso território ibérico e mediterrâneo. Raças que cressem de forma sustentada, que só beneficiam os nossos solos, animais, água... E até resistem ao fogo de melhor forma... ao contrário do eucalipto.
  7.  # 8

    Colocado por: damnedeucaliptos, uma raça não nativa e extremamente danosa ao nosso solo (consumo de água e nutrientes excessivos) e completamente contra a biodiversidade, arrasa tudo.

    Especie...nao raca. Mas fora a correccao, o eucalippto como arvore nao e tao destrutiva como se pensa, agora a sua cultura intensiva sim. Seria o mesmo dizer que o trigo e uma especie destrutiva so porque o alentejo foi arrasado na decada de 60 do seculo passado com a sua cultura intensiva e que, em algumas zonas ainda continua.
    •  
      damned
    • 17 agosto 2016 editado

     # 9

    Colocado por: treker666
    Especie...nao raca. Mas fora a correccao, o eucalippto como arvore nao e tao destrutiva como se pensa, agora a sua cultura intensiva sim. Seria o mesmo dizer que o trigo e uma especie destrutiva so porque o alentejo foi arrasado na decada de 60 do seculo passado com a sua cultura intensiva e que, em algumas zonas ainda continua.


    É uma espécie dada ao abuso, outras espécies por características próprias não são tão suscetíveis. Obviamente nada tenho contra a espécie em si.. é tão "natural" como qualquer outra no planeta, não foi inventado em laboratório . Tem mais usos fora os que lhe são dados por cá, até gosto do cheiro :).

    A questão é precisamente o DL e quem opera esta área, o problema raramente não somos "nos" os humanos... e como decidimos gerir os nossos recursos... estamos de acordo! O problema não é o eucalipto, ele não se anda por aí a "auto plantar", nem era o que estava a tentar transmitir!

    Eu moro numa zona que em tempos tinha bastante biodiversidade, um sem fim de espécies, raposas, javalis e tudo mais... agora foi quase toda entregue na sua totalidade à Portucel em alugueres de longa duração pelos mais variados proprietários, que desta forma se livraram de encargos (limpeza) e retiraram algum rendimento.

    O resultado é que toda a biodiversidade desapareceu, nada que não o eucaliplo tem oportunidade de vingar, é um cultivo absolutamente massivo, cada plantação dá 3 vezes, de 10 em 10 anos e depois limpam as raízes e repetem o ciclo, entretanto vão espetando com as "lamas" químicas e não só, sem controlo aparente.

    O PDM aqui da zona assim como o DL foi encomendado... a quando da última revisão muita área virou área de produção florestal num instante, até zonas com casas e pré-existentes, um descalabro completo à revelia dos proprietários por vezes e contra o interesse do município, simplesmente interessou a quem mais pod€.

    Certos mecanismos e ditos órgãos, nada fizeram e parecem todos colaborar com isto, ICNF e afins complicam em coisas básicas, dificultam a vida ao povo "simples", até multam quem quer limpar o que é seu, mas deixam esta corja operar sem perdão, sem visão de futuro... alguns acabam por se render e alugar por tão complicada a vida se torna a todos os que querem fazer a coisa de outro modo ou por mão própria... quase tinham de ser advogados para abater uma árvore.. fazer uma limpeza... enfim, dá pano para mangas, mas não vejo forma nem jeito disto mudar.

    /desabafo
  8.  # 10

    Damned, não consigo entender o que em contra o referido Decreto Lei. O DL regula as novas plantações e obriga a que seja elaborado um projeto de execução e gestão. Veio regulamentar novas plantações onde antes havia um vazio legislativo. Penso que não seja devido a este DL em concreto que existem mais ou menos plantações de eucalipto, mas também concordo que para plantações de espécies autóctones o processo devia ser "aligeirado" e incentivado. Assim como se deixou de se fazer casas sem arquitetos, engenheiros e projetos, também se deixou de fazer "floresta" sem esta ser minimamente apreciada pelas entidades competentes

    Quanto a proteção de edificações e incêndios florestal, mais uma vez se fosse cumprido o disposto do 124/2006 de 28 de Junho, republicado com algumas alterações pelo DL nº 17/2009 de 14 de Janeiro provavelmente não haveria casas ardidas, não seria necessário "produtos especiais" e principalmente os bombeiros poderiam fazer o seu trabalho de combate em vez de andarem a defender habitações.
    Na maioria dos grandes incêndios perdem-se quase dias inteiros e inúmeros recursos a defender habitações que literalmente estão no meio do mato sem as zonas circundantes devidamente limpas, em vez de se combaterem incêndios.
  9.  # 11

    Colocado por: ptugaDamned, não consigo entender o que em contra o referido Decreto Lei. O DL regula as novas plantações e obriga a que seja elaborado um projeto de execução e gestão. Veio regulamentar novas plantações onde antes havia um vazio legislativo. Penso que não seja devido a este DL em concreto que existem mais ou menos plantações de eucalipto, mas também concordo que para plantações de espécies autóctones o processo devia ser "aligeirado" e incentivado. Assim como se deixou de se fazer casas sem arquitetos, engenheiros e projetos, também se deixou de fazer "floresta" sem esta ser minimamente apreciada pelas entidades competentes


    Este artigo é algo esclarecedor quanto a esse DL e vai de encontro com a minha opinião sobre o tema: http://visao.sapo.pt/ambiente/opiniaoverde/joaocamargo/o-nome-das-coisas-o-decreto-lei-n-962013-e-a-lei-do-eucalipto-livre=f759210
  10.  # 12

    Colocado por: damned
    Este artigo é algo esclarecedor quanto a esse DL e vai de encontro com a minha opinião sobre o tema:http://visao.sapo.pt/ambiente/opiniaoverde/joaocamargo/o-nome-das-coisas-o-decreto-lei-n-962013-e-a-lei-do-eucalipto-livre=f759210


    Esse artigo foi escrito em 2013 à priori da lei entrar em vigor, quando pouco ou nada se sabia do que como as coisas se iriam passar e o que eram comunicações ou autorizações para plantação de eucaliptos ou outras espécies.
    Eu próprio, como alguém que trabalha na área florestal era extremamente critico do diploma. Presentemente ainda lhe vejo defeitos mas já lhe consigo ver algumas virtudes, principalmente de obrigar a que sejam cumpridas boas praticas florestais e que sejam tidas em consideração coisas que até aqui não se passava "cartão" nomeadamente linhas de água, distâncias a edificações e manutenção de faixas de gestão de combustível onde estas se encontram preconizadas. Se se aliar uma boa fiscalização (que muitas vezes falha) com este diploma já se está a fazer alguma coisa pelo ordenamento florestal.
  11.  # 13

    Como disse o objectivo deste tópico é deixar sugestões de como proteger as propriedades, nomeadamente os edifícios e outras coisas importantes.

    Quem limpar, óptimo, está a cumprir a sua obrigação, mas não faltam para aí é exemplos de zonas por limpar que deveriam estar limpas ou foram limpas mas a florestação começa a crescer num instante.

    Fora a discussão das limpezas e não limpezas, e más limpezas, o problema é que mesmo onde está limpo pode arder, é mais difícil, mas não serve de nada se não houver ninguém para lá ir fisicamente e extinguir as chamas! E pior ainda é as projecções de fagulhas que por vezes se fazem até quilómetros de distância e que podem incendiar zonas onde não seria em principio expectável que fossem atingidas... daí que mantenha a sugestão de terem retardante de incêndio e que o apliquem quando o edifício e outras zonas importantes da propriedade podem estar em risco... afinal de conta continuam a arder casas, e albergues de animais! Isto não é um risco teórico, continua a acontecer com frequência.

    Agarrar na mangueira e espalhar o produto retardante junto com água parece-me perfeitamente viável, é o que muitos já tentam fazer quando há incêndios perto das suas propriedades... mas a água evapora-se e muitas vezes não serve de nada... com produto retardante pelo menos as zonas tratadas tenderão a não arder de todo se o produto for bom e bem aplicado. É preciso lembrar que os bombeiros dão prioridade às habitações, mas não pode estar em todo o lado e muitas ardem mesmo!
  12.  # 14

    A família da minha mulher tem uma herdade às portas de Évora.
    Tem sobreiros, azinheiras, freixos, oliveiras, toda a flora típica da região,alguns pinheiros (que, por acaso, não arderam), etc.
    Estas árvores (como calculam) estão bem afastadas umas das outras, e o mato foi limpo este ano em Maio E EM Junho. Está extremamente bem tratada e limpa.
    A área à volta das casas (tipo "monte", mas numa zona que mais parece uma "vale"), tem uma charca e um pomar por perto, e tem (isto é, tinha) um jardim com flores várias (sobretudo rosas) em toda volta.
    Este ano, a meio de Julho (pouco antes de iniciarem os grandes fogos deste Verão), pela primeira vez desde que há memória, deflagrou um fogo numa herdade vizinha que se propagou à nossa e às vizinhas.
    Os bombeiros atacaram rápido e com tudo o que tinham (140 homens, 1 avião, 2 helicópteros). O fogo foi apagado em MENOS de 4 horas. Mas nesse curto espaço de tempo arderam 100 HECTARES! CEM !

    Felizmente não ardeu nenhuma casa, mas andou lá mesmo muito perto (encostado!) (*)! Até as roseiras arderam todas. E oliveiras centenárias, enormes sobreiros, etc. Uma tristeza.

    Isto para dizer que é fácil atirar culpas.
    Quando as condições são completamente adversas (muito calor, muito vento), nem os mais cautelosos e cumpridores escapam.

    (*) editado: conforme foi dito em cima, porque os bombeiros dão prioridade às habitações. E não arredaram pé das habitações enquanto não tiveram a certeza que estava mesmo extinto naquela área.
      IMG_20160724_121823.jpg
  13.  # 15

    A única forma de proteger áreas assim vastas é com sistemas de chuveiros, que não só protejam o chão mas também as árvores/ culturas em si, eventualmente com retardantes de fogo (não tóxicos e bio-degradáveis)... mas nem quero imaginar quanto custa montar e manter tal tipo de sistema! Parece-me que não é de todo viável... e ainda teriam de accionar o sistema de forma manual (ou automática) para proteger a propriedade... e se existir mão criminosa não se pode excluir actos de sabotagem... por isso, em última instância, mesmo que alguém gastasse uma fortuna em tal sistema poderia não prevenir os estragos.
  14.  # 16

    Era mas era um sistema de chuveiro a cobrir o país inteiro...

    Acabaram com a Força Aérea com os seus helicópteros e c-130 nos combates aos fogos e, curiosamente, desde essa altura as áreas ardidas aumentaram, sendo que não consta que as temperaturas sejam muito diferentes de verão para verão Enfim, fico.me por aqui porque isto já parece ser é uma questão de regime e de corrupção e podridão instalada neste desgraçado país...




    Colocado por: josexyA única forma de proteger áreas assim vastas é com sistemas de chuveiros, que não só protejam o chão mas também as árvores/ culturas em si, eventualmente com retardantes de fogo (não tóxicos e bio-degradáveis)... mas nem quero imaginar quanto custa montar e manter tal tipo de sistema! Parece-me que não é de todo viável... e ainda teriam de accionar o sistema de forma manual (ou automática) para proteger a propriedade... e se existir mão criminosa não se pode excluir actos de sabotagem... por isso, em última instância, mesmo que alguém gastasse uma fortuna em tal sistema poderia não prevenir os estragos.
    Concordam com este comentário: 21papaleguas
  15.  # 17

    Colocado por: carlosj39Era mas era um sistema de chuveiro a cobrir o país inteiro...

    Acabaram com a Força Aérea com os seus helicópteros e c-130 nos combates aos fogos e, curiosamente, desde essa altura as áreas ardidas aumentaram, sendo que não consta que as temperaturas sejam muito diferentes de verão para verão Enfim, fico.me por aqui porque isto já parece ser é uma questão de regime e de corrupção e podridão instalada neste desgraçado país...

    Nem acredito que seja possível (financeiramente) implementar isso numa herdade, quanto mais no país inteiro!
    Pequenos terrenos ainda vá que não vá, uma ou outra pessoa ainda colocava tal, mas o país todo é praticamente impensável.

    Só se os políticos fizeram alguma lei que a isso obrigue... mas deveria ser mais uma daquelas para o pessoal se rir, porque quase de certeza que o próprio estado nunca iria cobrir os terrenos à sua responsabilidade.... quanto mais os privados.
  16.  # 18

    Cobrir com chuveiro o país era (infelizmnete) uma força de expressão...




    Colocado por: josexy
    Nem acredito que seja possível (financeiramente) implementar isso numa herdade, quanto mais no país inteiro!
    Pequenos terrenos ainda vá que não vá, uma ou outra pessoa ainda colocava tal, mas o país todo é praticamente impensável.

    Só se os políticos fizeram alguma lei que a isso obrigue... mas deveria ser mais uma daquelas para o pessoal se rir, porque quase de certeza que o próprio estado nunca iria cobrir os terrenos à sua responsabilidade.... quanto mais os privados.
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