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  1.  # 1

    Olá a todos

    Estou pela primeira vez numa fase de fundo-de-poço depois de uma vida de luxo. Sou Engª Química e Analista de Organização e Métodos e fui gerente duma empresa cá em portugal por muitos anos.

    Agora desempregada há 2 anos e meio, tentei arrumar as finanças recorrendo a cartão de crédito e depois a crédito para pagar o cartão de crédito.

    Enfim, agora não tenho condições de pagar as dívidas do cartão de crédito nem do crédito.

    Sou divorciada e o rendimento do meu agregado é 0€ (todos menores).

    Só tenho um carro no meu nome e nada mais. Estou a tentar vendê-lo mas não cobrirá as despesas.

    O que acontece agora quando eu deixar de pagar as dívidas?

    Se alguém já passou por isso, pf diz-me alguma coisa.
  2.  # 2

    O que diz o seu banco?
    Se ainda não o fez, exponha a situação com toda a sinceridade ao banco e proponha, por exemplo, um período de carência para o pagamento do crédito ou a renegociação para um prazo mais alargado.
    Tente acima de tudo arranjar fonte de rendimento. Trabalhar numa profissão menos qualificada não é vergonha nenhuma.
    De que zona do país é?
    Estas pessoas agradeceram este comentário: KatiaCastro
  3.  # 3

    A situação que apresenta é complicada sim. Mas tudo na vida tem uma solução, mesmo que à primeira vista não pareça.
    Essa solução não tem de ser clara, nem resolver todos os problemas. Procure por onde começar. Resolvendo um pouquinho de cada vez. Não sei o que acontece qd alguem deixa de pagar as dividas, mas penso que elas ficarão lá, à espera que as pague, a acumular juros, e a tornarem-se numa bola de neve, até à Kátia decidir resolver a situação! Mas cada dia que passa torna-se mais dificil.

    Tal como foi dito, em primeiro lugar há que procurar uma fonte de rendimento, qq que seja. Mas para isso a Kátia tem de estar preparada para aceitar que o problema é grave, e que tem de aceitar as situações de recurso. Acima de tudo pense nos seus filhos.

    Não me interprete mal, apenas quero dar-lhe uma luz de esperança, mas procure trabalho Kátia, quem procura sempre encontra!! Alargue as suas opções, e acima de tudo nunca, mas nunca baixe os braços!
    Estas pessoas agradeceram este comentário: KatiaCastro
    •  
      FD
    • 2 junho 2009 editado

     # 4

    Colocado por: KatiaCastroO que acontece agora quando eu deixar de pagar as dívidas?

    O procedimento, pelo que conheço/sei, é o seguinte:
    -> credores (bancos e empresas de crédito) tentam cobrar a dívida (enviam cartas ameaçadoras, telefonam-lhe, ligam para familiares, etc.)
    -> você não tem dinheiro, não paga
    -> é iniciada uma acção em tribunal para a cobrança coerciva
    -> um solicitador fica responsável por esse processo
    -> esse mesmo solicitador deverá informá-la oficialmente de que tem x dias para pagar a dívida
    -> se não paga a dívida é desencadeado o processo de penhora
    -> vão a sua casa, vêem os bens/património que tem (imóveis, carros, contas bancárias, salários, etc.) e arrestam-nos - fazem a penhora, ficam com eles
    -> colocam-nos à venda
    -> com o dinheiro da venda o solicitador paga aos credores
    -> se o dinheiro chegar (para tudo incluindo despesas), muito bem, se não chegar não deixa de ficar com a dívida e terá que a pagar algum dia (a não ser que prescreva?)

    Este processo, dependendo do tribunal (há uns mais rápidos e outros mais lentos) pode demorar entre alguns meses a anos.

    Neste momento o mais importante é não deixar acumular as despesas extra:
    -> juros de mora
    -> despesas e custas judiciais

    Já em tempos por aqui apareceu alguém a pedir ajuda num caso parecido e o que eu sugeri foi:

    Se eu estivesse na sua situação, este seria o meu plano:

    - cortaria todas as despesas possíveis e impossíveis
    - arranjaria trabalho quanto antes, mesmo que a pagar pouco
    - falaria com a segurança social para saber que tipo de apoios poderia receber
    - falaria com outro tipo de instituições de solidariedade social para saber se poderia receber ajuda em géneros (alimentos, roupa, por exemplo)
    - tentaria descobrir se há programas de ajuda na câmara municipal ou na junta de freguesia
    - concentrava-me em pagar primeiro e rapidamente as dívidas com os juros mais elevados (créditos pessoais)
    - negociava com o banco um prazo mais alargado para pagamento da dívida, só para baixar a prestação a curto prazo, nada mais
    - em último caso, pediria uma segunda hipoteca, se compensasse e se fosse possível, para pagar as dívidas dos créditos pessoais
    - por cada 3 ou 2 prestações pagaria 1 (a mais antiga) para ir protelando o envio do processo para contencioso e a acumulação de juros de mora
    - arranjaria outras formas de rendimento além da principal, trabalhar em part-time, limpar escadas, limpar casas, passar roupa a ferro, coser roupa, fazer arranjos, fazer bolos, salgados, fazer de ama, fazer artesanato, lavar carros, trabalhar aos fins-de-semana, qualquer coisa.
    - venderia quaisquer bens que tivesse e que fossem prescindíveis para realizar dinheiro (vender um carro e começar a andar de transportes, por exemplo)

    (...)

    De resto, não há nenhuma solução milagrosa. Se contraiu os créditos pessoais individualmente, e se se divorciar, pode talvez declarar falência... mas isto sou eu a "inventar" e para "inventar", nada melhor que um advogado.

    https://forumdacasa.com/discussion/559/procedimentos-a-tomar-para-entregar-casa-ao-banco/?Focus=8587#Comment_8587

    Como vê, algumas das recomendações não se aplicam a si, mas o cenário da falência pessoal é possível e permite-lhe, a pouco e pouco, começar de novo. Mas, como já lhe disseram, é imperativo conseguir algum rendimento imediatamente!

    Boa sorte! :)
    Estas pessoas agradeceram este comentário: KatiaCastro
 
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