Colocado por: j cardosoSem querer açambarcar o tópico do Fernando Gabriel
Seria talvez conveniente que alguém habilitado para isso pudesse separar os tópicos
Colocado por: lobitoÉ na região de Tomar. Não sei nada da arquitectura daquela região, porque também sou da Beira Alta :-) O meu negócio são casas como as transmontanas que mostrou (loja por baixo, escada exterior, alpendre, granito... e frinchas, muitas frinchas!)
Mas a casa que estou a comprar é, no fundo, não muito diferente das "boas" casas agrícolas, a atirar para o burguês, do princípio do séc. XX em qualquer lado do país (acho eu, ou, pelo menos, do Norte). O portão diz 1938, mas eu estou convencida de que tem uns 20 ou 30 anos a mais. Penso que houve duas épocas de remodelação, uns acrescentos já com betão talvez na época do portão, e depois uns anexos dos anos 60, diria eu. Felizmente, todo o rés-do-chão da casa principal é da primitiva, porque de vez em quando há umas inundações da ribeira que passa por detrás, que vai tudo raso!
Colocado por: lobitoSem querer açambarcar o tópico do Fernando Gabriel, que estava bem bom e espero que continue, queria só perguntar mais uma coisa (agora que tenho de ir ver se devo ou não alargar a minha embirração ao poliestireno extrudido...):
Acabei de ver que o J. Fernandes usa muito um manual para verificar palas e sombreamentos e eu tenho a seguinte dúvida: na parte mais "moderna" da dita casa, o acrescento que, pelas minhas contas, deve ser dos anos 30 ou 40 (um cubo em cima do lagar original, que é prolongado com um terraço em betão) tem um beiral bastante maior do que o da parte original da casa. Já pude constatar (em fim de Abril) que protege efectivamente do sol a parede SE e palpita-me que foi calculado para deixar entrar o sol de inverno. Essa parede será provavelmente refeita mais à frente e a coisa mais lógica a fazer no dito terraço é pôr-lhe à frente um alpendre, mas não queria perder a "inteligência" das dimensões do beiral que, obviamente, foi feito por alguém que sabia muito bem onde e quando ali batia o sol. Para além do sistem empírico, que leva o seu tempo, como é que se faz? Ou, por outras palavras, que dados é que eu preciso de ter para não fazer asneira?
eu gosto muito de estudar património e faze-lo viver da melhor maneira nos nosso dias mexendo o minimo possivel, fico contente sabendo que há cada vez mais pessoas com a mesma vontade, apesar de serem poucas ainda, temos tantas casas lindissimas a cair.
Colocado por: srmaeu gosto muito de estudar património e faze-lo viver da melhor maneira nos nosso dias mexendo o minimo possivel, fico contente sabendo que há cada vez mais pessoas com a mesma vontade, apesar de serem poucas ainda, temos tantas casas lindissimas a cair.
Antes de mais muito obrigada, tal como eu, sei que muitas pessoas têm interesse em perceber e conhecer um bocadinho mais sobre a história quer da cidade quer da arquitectura da cidade em que vivem (que para mim é sempre uma parte importante da sua essência). Todos os dias vejo com desgosto inúmeras casas nas zonas mais antigas do Porto que estão num estado lamentável de degradação ou então ruas que estão totalmente descaracterizadas, com construções antigas à beira da ruina misturadas com construções modernas (que independentemente de serem ou não interessantes enquanto peças de arquitectura, ficam quanto a mim completamente desenquadradas) e isto faz-me muita confusão. Tenho procurado obter mais informação sobre a nossa arquitectura pré-moderna (não só a do Porto) e não encontro absolutamente nada, existe um desprezo quase generalizado pelas construções (e refiro-me especificamente a habitação) prévias à primeira metade do sec.XX e não percebo muito bem porquê, nem sequer entendo porque é que se continuam a permitir demolições de edificios antigos (com a justificação que não tem interesse arquitectónico porque existem mais 600 iguais). Quando viajo para o estrangeiro o que costumo ver (principalmente na Europa) é a manutenção de edificios antigos ou adopção de estilos mais tradicionais nas zonas mais antigas das cidades, não digo que não tenha que haver lugar à inovação e à introdução de correntes/estilos/generos/escolas mais modernas, mas será que é mesmo necessário fazê-lo nas zonas mais antigas das cidades. Em Portugal, a politica urbanistica ainda é deita abaixo e faz um prédio novo que é mais bonito e quanto a mim é uma pena, a alma que caracteriza as nossas cidades acabará inevitavelmente por se perder...
Felizmente começa-se a ver que já existe algum mercado para habitações recuperadas e começo a ver por todo o país bons exemplos de recuperação, espero somente que quando se tornar moda viver em casas antigas - e não tenho duvidas que é isso que vai acontecer - elas sejam demasiado raras (porque entretanto se demoliram milhares de prédios que não tinham interesse histórico!)Estas pessoas agradeceram este comentário:Fernando Gabriel
Colocado por: lobitoPor acaso na minha zona (Vale do Vouga), há bastantes alpendres de madeira. Para meu grande espanto, apercebi-me de que há uma grande diferença entre esssa zona e mais para o interior, tanto na arquitectura como na estrutura das aldeias. Ou pelo menos foi essa a ideia com que fiquei de visitar amigos em Leomil e Valhelhas. Pode ser coincidência, mas nenhuma das casas tem sequer um quintal ou "aido", coisa impensável lá para as minhas bandas. Aliás esse aido era indispensável para fazer estrume, e a única actividade na minha zona parecia ser mesmo agrícola. Mais para o interior, não sei se pela presença dos "marranos", que tinham de se dedicar a outras actividades, as aldeias parecem muito mais "urbanas".
Se for a Tomar, eu tento arranjar-lhe um empenho para visitar os "fundilhos" do Convento de Cristo... Vale a pena, é qualquer coisa de extraordinário.
A casa de que falo está numa terra muito curiosa que obviamente se desenvolveu ao pé da estação que servia Tomar antes de o ramal de Tomar ser construído (penso que em 1928). Tem muitas casas grandes que são uma mistura de casas agrícolas e armazens pré-industriais, não exactamente burguesas mas a tentar lá chegar. Quase todas a cair e quase todas à venda, aliás. Quando chegar a casa posso tentar pôr aqui umas fotografias, embora talvez nos estejamos outra vez a afastar do tópico... ;-)
pois, há diferenças entre aldeias mesmo no mesmo concelho, bastava haver um mestre de aldeia, que antigamente fazia as casas ter um gosto diferente, um pequeno toque diferente.
Colocado por: lobito
Penso que no caso da diferença entre Beira e Beira, é mais do que isso. Acho que há grandes diferenças mesmo. Por exemplo, nunca vi lareiras destas na minha terra (são todas de chão, à cota do sobrado, e as pessoas entram lá dentro).
(Espero que as fotografias passem, se não experimento outra vez. Isto é uma casa de turismo rural, que aliás recomendo vivamente, perto de Celorico da Beira, Linhares, etc, o Solar dos Cerveiras, em que uma fotografia é a da cozinha "de dentro", e a outra a da cozinha "de fora", onde se fazia a comida para os porcos, etc e onde estava o forno, e onde fizeram agora um quarto... com lareira, que foi o que me levou lá! ;-) Embora seja obviamente uma casa "rica", pelo que percebi as lareiras naquela zona são todas assim. Influência castelhana, já? Não sei, nunca tal tinha visto)
Colocado por: AnaTAh... E quando combinarem a visita aos "fundilhos", avisem ... sim?!
Nós não somos "filhos do gato"... :)
E se o pessoal se mobiliza para o leitão...
Além disso já tenho olhos novos, prontinhos para ver os detalhes todos.