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  1.  # 41

    Ou, mais à frente: «tudo entre nós corre o fado, os navegadores e os lobisomens, as bruxas e
    as rainhas: e cada um de nós, chegada a tirana morte, tem acabado o seu fadário. Nesta fé cega,
    que o génio e a vida portuguesa explicam, a lassitude na iniciativa, a carência de um ideal colectivo,
    o alheamento do povo na obra político-económica dirigente, compreende-se na nação
    entontecida de grandezas ou resignada nos desastres que só atribui ao destino. Nunca o povo
    português se ocupou das grandes revoluções na ciência e nas artes, nunca o uniu o sentimento
    consciente e altruísta da nacionalidade. Clamores isolados, pequenas revoltas, é nada: o cepticismo
    de hoje é o de sempre. Contra o descalabro da pátria e na ruína própria, não reage nem
    combate: espontaneamente nunca reagiu nem combateu. Foi heróico por dever, se o mandavam:
    que quanto a si apenas pede que o deixem emigrar, sem protesto, resignado, ou a céu
    aberto, ou oculto num porão, em sacos, em pipas, em caixões» (id.: 298 e 299). E já perto do
    final do texto: «o critério geral da sorte do país, a cujo governo o povo nunca deixará de ser
    alheio, é o do fado que correm os lobisomens, à meia-noite, nas terças e nas sextas-feiras, olheirentos,
    chupados, vagabundos, funéreos: sete adros, sete encruzilhadas, sete rios, sete vilas acasteladas,
    sete vales e sete outeiros» (id.: 301 e 302).
  2.  # 42

    Colocado por: ItsmeJá pensou que pode ter problemas com a publicação na integra de volumes inteiros de uma obra?

    Pois, estou dividido.
    Eu sei que há implicações sobre partilhar informação.
    Mas isto não são músicas de um Justim Bieber que o youtube bloqueia automáticamente - tanta porrada levou dos seus advogados.
    O que partilhei à margem da lei/ética é informação valiosíssima para poucos, difícil, se não impossível de encontrar.
    Neste momento, como referiu, só está acessível a quem tem possibilidades.
    Eu vivi anos a saber que existia até finalmente tê-lo nas mãos.
    E acho sinceramente que devia ser daquelas obras que saíram do mercado para entrar no conhecimento de toda a gente... sei lá, como os filmes do Kubric, ou do Kurosawa, os textos de Shakespeare, música do Carlos Seixas....
    Concordam com este comentário: CMartin
    Estas pessoas agradeceram este comentário: DEEPblue
  3.  # 43

    Colocado por: Goncalo D.Das conversas que tive com pessoas que ainda cuidaram de casas de taipa, apercebi-me que há(havia) um estigma relativamente a algo que, aparentemente, acordava memórias de um país pobre.
    Mas agora, com uma geração que tem saudades de um tempo que não viveu, a arquitectura popular vai ter um regresso fenomenal! ;-)

    Concordo consigo.

    Também tenho sentido que há esse estigma em Portugal, penso que todos nós sabemos nem que no íntimo que é disso que se trata, desse estigma, até os foreigners o sabem (o que me apanhou um pouco de surpresa..), em relação à arquitectura popular e até apenas pela arquitectura antiga, ponto final. Os foreigners aparentemente atribuem o estigma aos tempos de Salazar, que o povo retende deixar para trás, rompendo com todo esse passado sofrido e mostrando até e nem que inconscientemente a si próprio que os tempos e nós somos outros. Outro Povo, outro País, diferente daquele.

    E absolutamente de acordo com a nova geração que a valoriza, porque a vê com olhos frescos e desempoeirados. Vai ter um regresso fenomenal! Aliás, até digo mais, está a ter !
    •  
      CMartin
    • 1 setembro 2017 editado

     # 44

    Colocado por: Goncalo D.
    Pois, estou dividido.

    Olhem Gonçalo e It's me. Não para ser deselegante mas apenas para cortar esta conversa que neste caso é estéril. E passar à frente para coisas mais interessantes. Se quiser vou aqui e faço um download da obra que o Gonçalo partilhou, e quem diz aqui diz em mil outros sites.
    For free.
    Não é que sejam todas as obras assim, a Gettys sei que processa, tem isso bem explícito nos direitos, e processou um amigo meu, mas neste caso, estamos safos.
    A do Gonçalo foi apenas mais fácil de obter para mim no tópico, e agradeço-lhe muito.

    De qualquer forma deixa-me sempre um pouco incomodada que não tendo as pessoas outro contributo mais valioso ou interessante a dar, se resumam a ser pequenitas nas suas interpelações. Prefiro que deixem isso de lado, tentem ser de nobre espírito.
    O que custa são as primeiras vezes, depois até rola bem, é só uma questão de experimentar.Vai ver que até se se sente outro! E vai oleando a coisa para a (se) tornar cada vez melhor e mais interessante.

    E sim precisamente
    Colocado por: Goncalo D.E acho sinceramente que devia ser daquelas obras que saíram do mercado para entrar no conhecimento de toda a gente... sei lá, como os filmes do Kubric, ou do Kurosawa, os textos de Shakespeare, música do Carlos Seixas....
      download.jpg
    •  
      CMartin
    • 1 setembro 2017 editado

     # 45

    E ainda..que o tópico é sobre etnografia também, implicando um certo culto da cultura, ler um livro, tê-lo nas mãos é muito diferente de um livro em formato de download. Nunca um substituirá o outro. Até quase que têm propósitos diferentes.

    Gostaria muito de ter essa obra na minha biblioteca. Para isso, pagaria os 350€.
    Percebe-se a diferença, penso.
    •  
      CMartin
    • 1 setembro 2017 editado

     # 46

    (...continuação)

    VI
    PORTUGAL DE PERTO

    A BUSCA DA PSICOLOGIA ÉTNICA: PRIMEIROS ENSAIOS

    (...) para Boaventura Sousa Santos, «O facto de Portugal ter sido, durante muitos séculos, simultaneamente o centro de um grande império colonial e a periferia da Europa é o elemento estruturante básico da nossa existência colectiva» (id.: 59). Seria justamente a «duplicidade de imagens e de representações [suscitada por essa condição] a chave para a alegada plasticidade,
    ambiguidade e indefinição que os discursos mítico e psicanalítico atribuem ao 'carácter do homem português'» (1994a: 60). Mais à frente, Sousa Santos é ainda mais claro:
    A coexistência de representações sociais discrepantes [ora típicas dos países centrais,ora dos países periféricos] e o seu accionamento diferenciado consoante os contextos de acção confere às práticas sociais uma certa instabilidade, que se manifesta como subcodificação e abertura a novos sentidos. Daí, a ponta de verdade das leituras idealistas do 'português como um polvo' (Unamuno), 'com capacidade de adaptação a todas as coisas' (Jorge Dias) 'essencialmente cosmopolita' (Fernando Pessoa)
    (id., ibid.).
    Dada a heterogeneidade do tecido social português, «Portugal tem a mais
    elevada percentagem europeia da população a viver em meio rural e o operariado
    português típico é ainda hoje um semiproletário, pluriactivo, isto é,
    obtém simultaneamente rendimentos do trabalho industrial e agrícola. Será talvez
    por isso - pergunta Sousa Santos - que 'o português tem um vivo sentido
    da natureza e um fundo poético e contemplativo estático diferentes do dos
    outros povos latinos' (Jorge Dias)?» (id., ibid.).


    Se lermos numa perspectiva comparada um outro texto de Boaventura Sousa Santos publicado em Pela Mão de Alice - «Modernidade, Identidade e a Cultura de Fronteira» (1994b) - chegamos a uma conclusão muito similar.
    Entre a sua caracterização da cultura portuguesa como uma «cultura de fronteira» e as teses acerca da capacidade de adaptação da cultura portuguesa desenvolvidas inicialmente por Jorge Dias nos «Elementos Fundamentais...» e retomadas na primeira parte de «O Carácter Nacional na Presente Conjuntura», há uma proximidade genérica difícil de desmentir. Em ambos os casos, fala-se dessa aptidão que a cultura portuguesa teria para se se deixar contaminar pelo que está fora de si, que faria dela uma entidade «poliglota», no dizer de Jorge Dias (1990: 156), ou, na expressão de Sousa Santos, uma entidade marcada por uma grande «disponibilidade multicultural».
      O_Algarve_de_Artur_Pastor_kit_imprensa_PT_AMLSB_ART_023321-1250x596.jpg
    • Itsme
    • 1 setembro 2017 editado

     # 47

    Pois, estou dividido.
    Eu sei que há implicações sobre partilhar informação.

    Compreendo que por ter lido a obra a considere de interesse geral para o comum das pessoas. Tenho mais dificuldade em compreender que "reproduza a obra na Internet" correndo alguns riscos escusados.
    É que as editoras estão atentas a quem divulga gratuitamente os livros que elas publicam com elevados custos de edição: - Pagamentos a autores, tipografias, revisores, armazenamento, distribuição, impostos, etc...


    https://www.publico.pt/2017/07/27/tecnologia/noticia/acesso-a-conteudo-ilegal-online-diminuiu-70-em-portugal-apos-acordo-antipirataria-1780561

    Disse que a obra custava 340 Euros. Encadernada, aqui, por exemplo custa isso.
    http://www.ateneulivros.com/website/2013/08/arquitectura-popular-em-portugal-vol-1-e-2/

    Mas em sites como a Fnac, os 2 volumes custam bem menos.
    https://www.fnac.pt/Arquitectura-Popular-em-Portugal-2-Volumes-Varios/a81466
    •  
      CMartin
    • 1 setembro 2017 editado

     # 48

    Tenho mais dificuldade em compreender que "reproduza a obra na Internet" correndo alguns riscos escusados.

    Qual a diferença entre a divulgação do livro que eu estou a fazer e a divulgação dos livros que o Gonçalo fez ?
    Sabe que eu estou a fazer o mesmo que o Gonçalo ?
    •  
      CMartin
    • 1 setembro 2017 editado

     # 49

    Tópico fechado.
    Mais um. Só sabem estragar. E não aprendem.
  4.  # 50

    Colocado por: ItsmeMas em sites como a Fnac, os 2 volumes custam bem menos.
    https://www.fnac.pt/Arquitectura-Popular-em-

    E em segunda mão custam 109 €
    + Portes 4,44 €Segunda mão - Como novo.

    Que ridículo.
    • Itsme
    • 1 setembro 2017 editado

     # 51

    Qual a diferença entre a divulgação do livro que eu estou a fazer e a divulgação dos livros que o Gonçalo fez ?
    Sabe que eu estou a fazer o mesmo que o Gonçalo ?


    É permitido, fazer citações de algumas páginas apenas: copiando pequenos extratos, por exemplo, sempre com fim argumentativo, ou de divulgação de ideias ... Muito utilizado esse direito em teses, livros escolares ou de autor, comentários de jornais, etc... Mas, tenha em atenção que sempre que o autor é citado ou utilizado, devido aos direitos de autor, deve-se fazer sempre uma referência aà sua origem, a saber: - autor, título da obra em que foi publicado, data da publicação, e finalmente das páginas que estão a ser citadas.
    Reproduzir partes extensas, de uma obra, (ou a obra inteira) prejudicando dessa forma as editoras/ autores das mesmas já é considerado ilegal, ou seja pirataria.
    •  
      CMartin
    • 1 setembro 2017 editado

     # 52

    E o its me, qual o seu propósito em concreto ?
    (Quando já lhe mostrei onde se pode fazer download em modo de trial, sem pagamento, da obra em questão ?)
    • Itsme
    • 1 setembro 2017 editado

     # 53

    Mais um. Só sabem estragar. E não aprendem.

    Francamente!
    Concordam com este comentário: CMartin
    •  
      CMartin
    • 1 setembro 2017 editado

     # 54

    E estragou.
  5.  # 55

    E o its me, qual o seu propósito em concreto ?
    (Quando já lhe mostrei onde se pode fazer download em modo de trial, sem pagamento, da obra em questão ?)

    Obras de divulgação livre... Também existem,
    Agora não me diga que ainda não sabe distinguir uma coisa da outra!
    •  
      CMartin
    • 1 setembro 2017 editado

     # 56

    O que eu não aprecio de todo é este tipo de discussão, que acontece irremediavelmente e vezes sem conta.
    Os meus tópicos não são para discussões fúteis. Prefiro que não participem neles se nada têm a acrescentar de valor ao tema, que se abstenham de o fazer. Prefiro falar sozinha, do que isto, que faço por evitar. Detesto conversa de palha. E recuso-me a tê-la consigo, ou outro. Não tenho arcaboiço para conversa de deitar fora. Desculpe.
  6.  # 57

    Mil vezes conversar com o m.arq.
    • Itsme
    • 1 setembro 2017 editado

     # 58

    O que eu não aprecio de todo é este tipo de discussão, que acontece irremediavelmente e vezes sem conta.
    Os meus tópicos não são para discussões fúteis. Prefiro que não participem neles se nada têm a acrescentar de valor ao tema, que se abstenham de o fazer. Prefiro falar sozinha, do que isto, que faço por evitar. Detesto conversa de palha. E recuso-me a tê-la consigo, ou outro. Não tenho arcaboiço para conversa de deitar fora. Desculpe.

    Tenha juízo! Ninguém lhe sugeriu que fechasse o tópico.
    Não vim aqui ao seu tópico, para dar agradecimentos e levar meia dúzia deles em troca.
    Alertei para um problema de divulgação de uma obra inteira na internet, e o Gonçalo, que deve ser umapessoa de bom-senso, reconheceu que estaria a pisar o risco.
    Agora se não está confortável com o que copia dos livros, e verte para aqui, tenha lá paciência, que eu para bode espiatório não tenho perfil.
    •  
      CMartin
    • 1 setembro 2017 editado

     # 59

    Desde 24 Novembro 2008 que copio para aqui aquilo que acho adequado e pertinente. Estou absolutamente confortável. E não sou inportuna, creio, o mesmo já não posso dizer de si no meu tópico, que eu gostava tanto dele.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: DEEPblue
  7.  # 60

    Vá lá, deixem-se disso. A CMartin é responsável pelos seus actos e sabe o que faz.

    Gato Fedorento - "Mira, meu Miguel" O Documentário Etnográfico

    Cumprimentos.
 
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