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  1.  # 1

    Aldeias Históricas são antiquíssimos núcleos urbanos com fundação anterior à nação portuguesa, de grande importância histórica. Erguem-se normalmente em terras altas, pois constituíam núcleos de defesa das populações que nelas se estabeleceram, ainda antes da denominação romana. Destacam-se pela arquitectura militar, pois a maioria encontra-se rodeada de muralhas e desenvolve-se junto de um castelo.

    O Programa de Aldeias Históricas, formulado pelo governo português em 1991, desde então restaurou as seguintes aldeias na Beira Interior (Parte da antiga Beira Alta e Beira Baixa):

    Almeida (vila)
    Castelo Mendo
    Castelo Novo
    Castelo Rodrigo (vila)
    Idanha-a-Velha
    Linhares da Beira
    Marialva
    Monsanto (vila)
    Piódão
    Sortelha

    Em 2003, foram incluidas no programa as seguintes povoações medievais:

    Belmonte (vila)
    Trancoso (cidade)
    Castelo Bom- Em 1991, aquando da divulgação do programa, foi também classificada como Aldeia Histórica, sendo porém retirada sem justificação ou motivo aparente, apesar de cumprir todos os requisitos para tal classficação. Acabou também por ser restaurada, sendo considerada por muitos como mais uma das Aldeias Históricas de Portugal.

    As dez Aldeias Históricas de Portugal definem, no seu todo, uma área que envolve a Serra da Estrela, a mais alta cadeia montanhosa do País. Área esta que abrange os territórios da Beira Interior e faz fronteira com Espanha. São representativas de um património histórico-cultural riquíssimo que é apenas uma das faces visíveis comuns a todas elas, como a sua envolvente geográfica, as populações residentes, o clima severo, a terra áspera e os paraísos naturais contrastantes.

    Se toda esta região tem sofrido uma gradual desertificação humana e declínio de actividade económica, não se poderá no entanto contestar o elevado potencial turístico que pela mesma razão apresenta, exibindo intactos testemunhos do património construído, cultural e natural do passado mais remoto.

    Os ancestrais hábitos comunitários podem ser, ainda hoje, presenciados em algumas das aldeias, nomeadamente na actividade agrícola. O mosaico rural visível nesta região é resultado da pastorícia e da agricultura de subsistência, com produção de castanha, o vinho, o azeite e o queijo como produtos regionais.

    Outros aspectos marcantes nesta área geográfica e na sua população são as linhas defensivas criadas através da edificação de numerosos castelos que se podem visitar e a religião como elemento central da vida das populações, facto notório nos numerosos cultos e romarias existentes.

    Um denominador comum surge à vista do visitante, a pedra, na paisagem e nos edifícios, maioritariamente granito e algum xisto. Este elemento dá origem a cenários únicos conferindo às aldeias um carácter típico e histórico ao que não é alheio a sua óptima preservação, comparticipada pelo recente Programa de Recuperação das Aldeias Históricas de Portugal.


    site oficial: http://www.aldeiashistoricasdeportugal.com/

    ________________________
    fernando gabriel arquitecto
    página de internet
    Estas pessoas agradeceram este comentário: srma
      Untitled-12.jpg
    • srma
    • 26 julho 2009

     # 2

    E eu que ainda há dias estive nessa zona do país e que talvez por falta de lembrança, fiquei - mais uma vez - sem conhecer nenhuma das aldeias históricas!
  2.  # 3

    srma o meu conselho é pelo menos tirar dois dias, e só fazer mesmo essa rota, é da melhor maneira que ficamos a ver a dimensão de estas aldeias no contexto historico da região e do país, posso assegurar que não se vai arrepender, é uma viagem ao passado simplesmente fantástica, um grande pedaço das nossas origens.
    é mesmo de arrepiar alguns sitios, sente-se mesmo uma carga histórica imensa, um transportar ao passado, aconselho mesmo.
    eu a que conheço melhor é a villa"" de Marialva que fica no meu concelho natal"", e sempre que posso vou lá. são excelentes sitios de meditação de ouvir o silencio, de conviver com a historia ainda presente nas pessoas que ainda vivem lá.
    aconselho!
    • srma
    • 27 julho 2009

     # 4

    Cá para mim organizava-se o tour Forum da Casa pelas Aldeias Históricas de Portugal!!
  3.  # 5

    :) não me parece que pega-se :) mas eu e a srma já éramos dois :)
    Vou tentar colocar aqui caracteristicas de cada uma das aldeias
  4.  # 6

    Este forum começa a mostrar trabalho.
    Fernando venha de lá esse roteiro pois já somos 3
    Se quizer começar por Almeida era um dos meus destinos previstos de férias :)))
  5.  # 7

    Boas

    Excelente roteiro. Resta-me acrescentar mais um local que merece inteiramente a visita: Penha Garcia, entre Idanha e Monsanto: a não perder.

    cumps
    José Cardoso
    • srma
    • 27 julho 2009

     # 8

    Começa a parecer-me que vamos ter tour!!!! Toca lá a marcar! Até aposto que o Fernando aceitaria de bom grado ser o guia!
  6.  # 9

    Há 10 anos o Inatel e o Diário de Notícias publicaram em conjunto 8 roteiros e cartas de lazer de aldeias históricas.
  7.  # 10

    Colocado por: srmaComeça a parecer-me que vamos ter tour!!!! Toca lá a marcar! Até aposto que o Fernando aceitaria de bom grado ser o guia!


    :) eu guia? não me parece, isso não srma, assim eu ia perder toda a diversão :) leva-se uns mapas e alguma história e pronto é ao descobrimento :)
    é que eu também não conheço todas :)
  8.  # 11

    Colocado por: macalHá 10 anos o Inatel e o Diário de Notícias publicaram em conjunto 8 roteiros e cartas de lazer de aldeias históricas.

    sim é verdade há mesmo um site do inatel

    aqui está,

    http://www.cartadolazer.inatel.pt/
  9.  # 12

    Almeida

    A Praça de Almeida é uma fortaleza construída segundo o sistema de Vauban, apresentando uma forma hexagonal.
    Em cada um dos ângulos do polígono forma-se um baluarte:

    A - Baluarte de S. Pedro
    B - Baluarte de Stº António
    C - Baluarte de Na Sr.a das Brotas ou do Trem
    D - Baluarte de Stª Bárbara
    E - Baluarte de S. João de Deus
    F - Baluarte de S. Francisco

    Estes baluartes são ligados entre si pelas cortinas, sobressaindo ainda os revelins, que são igualmente seis:

    A - Revelim da Cruz ou de S. Francisco
    B - Revelim da Brecha ou de S. Pedro
    C - Revelim de Stº António
    D - Revelim do Paiol ou do Trem
    E - Revelim do Doble
    F - Revelim dos Amores

    As cortinas são guarnecidas de canhoeiras, plataformas, cavaleiros e traveses, tendo um desenvolvimento de cristas de 2.500 metros, com a espessura de sete metros.
    A Praça é um sistema perfeito de fortificação com frentes abaluartadas poligonais, compreendendo do exterior para o interior:

    CAMINHO DA RONDA - com mais de 5.000 metros, é constituído por traveses, parapeitos, barbetes, portas de saída, rampas, fossos - com um comprimento de cerca de 4.000 metros, escarpas e contra-escarpas, canhoeiras, plataformas, trincheiras, praça de annas, redutos simples e em meia-lua, casamatas, paióis, trens de praça e guaritas.

    PORTAS DE S. FRANCISCO - São duplas, constituídas por dois túneis, um exterior e outro interior, ligados por uma ponte. Por estas portas entra-se na Vila pelo lado Sul.

    PORTAS DE Sto. ANTÓNIO - Portas do lado norte abertas em túnel, cobertas por abóbadas à prova de bomba (Séc. XVII) e ligadas por pontes de alvenaria (Séc. XVIII).

    QUARTEL DAS ESQUADRAS - Único do género no País, foi mandado construir pelo reformador do Exército Português, Conde de Lippe, no período da Guerra da Sucessão (1762 - 1769).
    Constituído por dois pavimentos - rés-do-chão e primeiro andar - é elegante, imponente e tem 120 metros de comprimento.

    CASAMATAS - Constituídas por galerias subterrâneas em forma de túnel, de comprimento variável e com largura de sete metros.
    As poternas das dez Casamatas dão para um pátio interior que comunica com a Praça por um corredor com tecto lajeado.
    As Casamatas celebrizam-se por terem servido de cadeia na época das Lutas Liberais e de refiígio da população durante os cercos que a Praça sofreu na Guerra da Sucessão, também designada por Guerra dos Sete Anos, e ainda durante a 380 Invasão Francesa em 1810.

    HOSPITAL DE SANGUE - Estabelecido no Revelim Doble é formado por uma luneta de pequenos flancos, fosso com escarpas e contra-escarpas, comunicando com o revelim por uma poterna abobadada, transpondo-se o fosso por uma ponte levadiça.

    PORTAS FALSAS - Levam-nos ao exterior da Fortaleza e, sendo invisíveis do lado de fora, permitem o contacto com o exterior e principalmente, com o Revelim onde estava instalado o Hospital de Sangue.

    BALUARTE DE SANTA BÁRBARA (D) onde se pode subir à Praça Alta ou Passeio dos Oficiais. Aqui pode ver-se uma lápide com os seguintes dizeres: "John Beresford in The Reg. Ressived Morted The Explosion Of a Mine on the reache ofCiudad Rodrigo in 19 The January 1812."

    TREM DE GUERRA - No Baluarte de Na Sr.a das Brotas (C) possuía uma grande Oficina de Artilharia do Século XVII, com o seu Estado-Maior de Artífices chefiada pelo Engenheiro-Maior do Reino, Manuel de Azevedo Fortes. Reunia pessoal, material, munições e animais. A sua administração era da responsabilidade do Vedor Geral da Praça.
    O Trem da Fortaleza de Almeida remonta ao tempo da Guerra da Restauração (1640) e era o principal do Norte do País.
    Hoje está aí instalado o Picadeiro D'el-Rey que serve de escola de equitação.

    RUÍNAS DO CASTELO - que no dizer de Duarte Darmas foi um dos mais belos de Portugal.
    Explodiu em 26 de Agosto de 1810. Agora são visíveis apenas as suas ruínas postas a descoberto por escavações a que há muito se procedeu.

    CAPELA DA MISERICÓRDIA - contígua ao antigo Hospital onde actualmente, funciona o Lar de Acamados da Santa Casa da Misericórdia de Almeida.
    Em 1521, D. Manuel I dava ao seu escudeiro, Pedro Garcia e mulher, Catarina Fernandes, moradores na vila de Almeida, carta de doação para construírem uma capela na ermida de S. João de Deus que se erguia encostada às fortificações da Praça.
    A ermida de S. João de Deus foi demolida durante as Guerras da Restauração e com a edificação das muralhas e respectivas fortificações da vila e assim, a Misericórdia de Almeida, durante muitos anos não teve sede própria. Só por alvará de 14 de Março de 1692, D. Pedro lI, a pedido dos Oficiais da Câmara, Nobreza e Povo de Almeida, autorizou a que se impusesse "um real em cada quartilho de vinho e arrátel de carne" por um ano para se acabar a Igreja e a Casa da Misericórdia, feita por planta e apontamentos do Sargento-Mor da Praça.
    Porque o imposto arrecadado foi insuficiente para terminar as obras, a novo "pedido das autoridades de Almeida, D. Pedro II mandou prorrogar por mais dois anos a imposição do imposto criado para tal fim, conforme alvará de 21 de Julho de 1693".

    IGREJA MATRIZ - Antiga Capela do Convento das Freiras Clarissas (Séc. XVII).

    QUARTEL DE ARTILHARIA - Construção do século XVII, serviu de sede do Estado-Maior da Praça foi depois Cadeia Civil e hoje é a sede da Câmara Municipal.
    Neste soberbo edifício sobressai a sua magnífica cantaria, destacando-se nesta o brasão ou escudo com estandartes, bandeiras de artilharia, balázios, barris de pólvora, tambores, balas da época de todos os calibres. O frontão do edifício é encimado por três grandes fogaréus, abrindo-se por três arcos e uma escadaria.

    PALÁCIO DA VEDORIA - Assim conhecido por nele se ter instalado a principal Vedoria do Norte do Pais, com seus vedores e complicada máquina de administração do Exército. Na Vedoria funcionava a Alrandega, com seu Vedor Geral, Oficial Maior, três Comissários de Amostras, oito Oficiais, um Escrivão dos mantimentos e um Guarda-Livros e Meirinho. Ligadas às Vedorias existiam os Trens, também por elas administradas.
    É também conhecido por Palácio do Governador por nele os Governadores da Província instalarem a sede do Governo Militar.
    Actualmente é o Palácio da Justiça.

    CASA DA RODA - Asilo onde se destaca e a janela onde eram recolhidas as crianças abandonadas, bem como um interessante espaço museológico.

    TORRE DO RELÓGIO - Construída sobre os escombros da original Igreja Matriz (Séc. XIX).

    ver:
    http://www.jf-almeida.pt/ver?cod=0G0A
    http://www.cm-almeida.pt/tudosobrealmeida/historiadealmeida/Paginas/default.aspx





    Estas pessoas agradeceram este comentário: vasco tome, zedasilva, srma
    • srma
    • 27 julho 2009

     # 13

    Vá Fernando, não seja modesto! Por mim está adjudicado - ó o vocabulário das obras - e para ser mais in em vez de ser nomeado guia passa a ciccerone!
  10.  # 14

    No verão de 2008 dei uma volta por alguma dessas aldeias, muito bonito sem duvida...
  11.  # 15

    Colocado por: srmaVá Fernando, não seja modesto! Por mim está adjudicado - ó o vocabulário das obras - e para ser mais in em vez de ser nomeado guia passa a ciccerone!


    hehe por favor não me ponham nem em guia nem em ciccerone :) isso é muita responsabilidade, voces divertem-se e eu a fazer de guia ou de ciccerone, na na ;) o maximo que posso fazer é de guia de estradas para chegar aos sitios :)
  12.  # 16

    Colocado por: vasco tomeNo verão de 2008 dei uma volta por alguma dessas aldeias, muito bonito sem duvida...


    vasco veio do algarve cá para cima, mas de certeza que valeu a pena
    para mim estas aldeias são mesmo algo a não perder em Portugal, até acho que estão muito subvalorizadas, deviam ser mais divulgadas pelo turismo português.
  13.  # 17

    Acho que foi em castelo mendo, as pessoas muito simpaticas, quase tudo velhotes, foram abrir o museu só para nós.

    Uma simpatia...
  14.  # 18

    é o bom ou o melhor do interior, é o acolhimento, a simpatia das pessoas para com os visitantes, se for na rua numa aldeia dessas toda a gente lhe diz boa tarde, mesmo não conhecendo-o, até são capazes de convidar as pessoas para casa deles para beber o tal copo e comer uns enchidos.
  15.  # 19

    Á dois anos fui ver as aldeias Serranas da Lousã, e realmente é muito bonito ver como ainda preservam as casas. O problema são os acessos, as estradas estavam todas alagadas (não passámos da 2ª mudança , sempre a 15 km/hora).
    É incrivel como as pessoas conseguem viver sem TV, água canalizada, algumas sem electricidade....
  16.  # 20

    ui pois essas aldeias são de dificil acesso, mesmo o piodão os caminhos são terriveis :) estradas de serra e estreitas

    já falamos um pouco dessas aldeias também
    https://forumdacasa.com/discussion/5065/2/arquitectura-popular-em-portugal/#Item_28
 
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