O projecto de remodelação do Pavilhão Rosa Mota, que prevê a construção de edifícios anexos que destruiriam o lago e a esplanada do Palácio de Cristal e ocasionariam a perda de duas a três dezenas de árvores, levou à constituição de um movimento em defesa dos jardins do Palácio. Em sessão realizada ontem no local, esse movimento lançou um manifesto que foi hoje notícia no JN e no Público. O mesmo movimento criou um sítio na internet para anunciar as iniciativas que forem sendo tomadas para travar o desastre, e para acolher todas as notícias e informações pertinentes para o caso.
Se prefere um jardim com lago a um centro de congressos; se acha que um jardim se faz com árvores e não com betão; se entende que o executivo camarário não pode adulterar a seu bel-prazer aquilo que a todos pertence - então informe-se e faça também ouvir o seu protesto. É preciso que a Câmara do Porto perceba o nosso intenso repúdio por tão insensato projecto. Não é este o momento de estarmos calados.
há em algum lado o projecto para lá, em principio também estou contra mas gostava de ver o projecto também, estou curioso. a transformação do bolhão em shopping com torres felizmente não avançou mas foi preciso levantarem-se muitas vozes.
Projecto para o Palácio de Cristal alvo de contestação 14.07.2009 - 10h17 Jorge Marmelo in Público
"O projecto de transformação do Pavilhão Rosa Mota num centro de congressos, recentemente aprovado pela esmagadora maioria do executivo da Câmara do Porto, está a ser objecto de alguma contestação, considerando os opositores que o plano de intervenção põe em risco um dos mais emblemáticos espaços verdes da cidade, os Jardins do Palácio de Cristal. Num comunicado ontem divulgado, a associação ambientalista Campo Aberto alega que, ao contrário do que afirmou o arquitecto Carlos Loureiro durante a cerimónia de apresentação do projecto, a construção de um novo edifício junto à Capela de Carlos Alberto obrigará ao abate de 13 árvores.
Considerando que "nada justifica a construção de um edifício para congressos com cerca de 2500 metros quadrados num dos mais extraordinários jardins de que a cidade dispõe", a Campo Aberto "apela à Câmara Municipal do Porto para que tenha um pouco de bom senso e altere o seu projecto abolindo a construção de edifícios nos Jardins do Palácio de Cristal", e apela ao Igespar para que não aprove o novo desenho daquele espaço.
O projecto, recorde-se, tem que ser submetido à aprovação do Igespar uma vez que a calote modernista do Pavilhão Rosa Mota está em vias de classificação, tendo sido a sua transformação em centro de congressos concebida pelo mesmo arquitecto que há cinco décadas desenhou o Palácio dos Desportos que, desde o início da década de 1990, tem o nome da antiga campeã olímpica da maratona. Se tudo correr conforme o previsto, as obras terão início em 2010 e ficarão prontas até ao final de 2011, devendo custar cerca de 19 milhões de euros.
Para além do impacte do projecto nos jardins envolventes, também o modelo de parceria público-privada que permitirá a intervenção tem sido objecto de críticas em vários blogues e fóruns de opinião. Em causa está, nomeadamente, o facto de a autarquia assumir o empréstimo de cerca de dez milhões de euros (serão ainda gastos seis milhões de fundos do Quadro de Referência Estratégica Nacional), entregando depois a gestão do espaço a um consórcio formado pela Associação Empresarial de Portugal, o Coliseu do Porto, a ParqueExpo e o Pavilhão Atlântico, o qual só investe três milhões de euros.
Segundo a Campo Aberto, que recentemente pediu ao município esclarecimentos sobre o projecto, o projecto destrói "de forma irreversível uma parte do jardim com cinco décadas: treze árvores adultas serão derrubadas (3 sóforas e 10 ciprestes-de-leyland) e 17 outras estarão em risco de sobrevivência devido às obras (sete Cedrus deodara, um castanheiro-da-índia, um liquidâmbar, dois salgueiros, um plátano, um Pinus radiata, um acer campestre, um acer negundo e duas magnólias-de-soulange)", "transformando uma zona verde numa muralha de betão".
Salientando que o projecto camarário, caracterizado como "um dislate", não poderá avançar sem uma alteração do Plano Director Municipal, o que obriga à realização de uma fase de participação pública, a Campo Aberto critica ainda a própria criação de um centro de negócios, considerando que a Exponor e o Europarque constituem oferta suficiente nesta área. "Em alternativa, e apenas se isso se justificar em termos de procura, a Campo Aberto sugere a construção de um edifício de raiz numa área deprimida que precise de uma âncora [e de] ser recuperada", lê-se no comunicado."
José Cardoso, todos são importantes para pôr fim a mais um desvario à revelia da cousa pública! Reenviem por favor para os vossos contactos!
já vi o projecto, na minha opinião não vem qualificar já assinei se querem criar outro equipamento como a biblioteca por exemplo que o façam noutro sitio mesmo.
O Movimento de Defesa dos Jardins do Palácio de Cristal vai estar todas as terças-feiras, entre as 16 e as 18 horas, e todos os sábados, entre as 11 e as 15 horas, na Rua de Santa Catarina, junto ao café Majestic, no Porto, para recolher assinaturas tendo em vista a realização de um referendo local sobre o projecto de requalificação do Pavilhão Rosa Mota.
O objectivo é chegar aos cinco mil nomes, para que o processo possa avançar, quer para a Assembleia Municipal do Porto, quer para o Tribunal Constitucional, que deverá pronunciar-se sobre a pergunta a responder pelos munícipes.
"Concorda com a construção de edifícios nos jardins do Palácio de Cristal (Pavilhão Rosa Mota) para um centro de congressos?" é a pergunta proposta pelo movimento cívico, que contesta o projecto apresentado pela Câmara do Porto. O renovado Pavilhão Rosa Mota (as obras devem começar no próximo ano) passará a ser gerido por uma sociedade entre a Associação Empresarial de Portugal (terá mais de 50% do capital), a Parque Expo, o Pavilhão Atlântico, a Associação Amigos do Coliseu do Porto e a empresa municipal Porto Lazer (com 20% do capital). O investimento previsto é de 18,5 milhões de euros e o projecto da empreitada de renovação é da autoria de Carlos Loureiro, que também assinou, há mais de meio século, o projecto original do Pavilhão Rosa Mota.
A maior parte do investimento para a recuperação do edifício (10 milhões de euros) será da responsabilidade da Câmara do Porto.
"Uma cidade é una e íntegra. Quando nos querem mutilar, roubando-nos os jardins do Palácio de Cristal, o lago e as árvores da infância e da memória, as vistas repousadas sobre o Douro, é contra o mais profundo de nós que atentam. Nenhum pedaço do Porto pode ser vedado aos usos cidadãos sem que cada nervo da cidade se revolte", sintetiza o movimento cívico, num comunicado distribuído ontem, na conferência de Imprensa de apresentação da campanha de recolha de assinatura para a realização de um referendo. Além da banca que estará montada em Santa Catarina todas as terças-feiras e sábados, o movimento vai promover outras acções, algumas individuais, de recolha de nomes.
obrigado pela informação woodhouse há algum site do movimento, sem ser a petição? isso da informação na rua de santa catarina parece-me óptimo não podemos deixar que aconteça mais um atentado urbano na cidade do porto, e este é realmente grave mesmo.