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  1.  # 81

    Sobre esta questão dos valores.
    No final do ano passado, recebi um pedido de cotação para um serviço de fiscalização.
    O pedido vinha acompanhado já de um valor (dado por um concorrente) e a solicitação de se poderia igualar aquele valor.
    Respondi que sim, que para aquele serviço os meus honorários eram cerca de 50% mais baratos.
    O dono de obra liga-me de imediato a adjudicar o trabalho. Agradeci o contacto mas não o faria pela simples razão que me recusava a prestar um serviço de fiscalização naqueles moldes. 4 visitas durante a execução da obra e termo de responsabilidade final.
    Muito provavelmente o DO adjudicou o serviço à concorrência.
    Muito provavelmente o DO nunca vai perceber para que raio teve que gastar aquele dinheiro todo num fiscal.
    Concordam com este comentário: fernandoFerreira, Anonimo1710
  2.  # 82

    Eu até sou um grande artista...
    Dou um orçamento que já vai cortado a meio e mais um descontozinho em cima que aceito que seja pago em 48 tranches.
    Tenho de pagar (com atraso) as cotas do OA não vão os gajos penhorarem-me o Dacia que comprei em segunda mão.
    Trabalho no computador que ainda tem o autocolante de lado a dizer windows vista e tenho a plotter que de vez em quando dá-lhe em meter bolhas de ar nos tubos (também sou sincero, por uma plotter comprada por 50€ no OLX avariada, que após umas sessões de choque eléctrcos voltou à vida, não posso pedir muito mais). Mas mesmo assim, teimo em dar ao cliente uns 3d's baris, PDF's de todas as fases e perder tempo em várias ideias nas várias fases do projecto.

    De resto, eu até queria ser um daqueles artistas à séria. Que faz umas "cenas" com uns tachos. Fazem o horário que lhes apetece e ninguém lhe questiona a funcionalidade daquelea "obra". Só é pena eu não ter um patrono.
    Concordam com este comentário: José Barnabé
  3.  # 83

    O custo dos projetos não tem aumentado e alguns casos tem mesmo diminuído por uma simples razão: mesmo com a emigração de alguns profissionais nos últimos anos e o aumento das obras ultimamente, há um excesso de oferta de técnicos - arquitetos e engenheiros - para a procura necessária atualmente existente.

    O resto, desculpem-me, mas são lirismos. Isso de apontar o dedo ao dono de obra que não percebe a "poesia", nem tem cultura, nem sentimentos para admirar a arquitetura, serve apenas como piada para a gente se rir um bocado.

    Quando o D.O. tem ou 4 ou 5 técnicos disponíveis a fazerem-lhe o projeto e se um leva 1000 e o outro leva 800 e depois aparece outro que leva 600, quem é que acham que o D.O., fora outros critérios, escolhe?

    Depois, e é a minha opinião pessoal, em Portugal a arquitetura continua a ser, salvo honrosas exceções, de má qualidade. Os arquitetos acham-se quase todos o Souto Moura e toca a fazer caixotes minimalistas que são muitas vezes um insulto, a quem de facto tem alguma sensibilidade artística e arquitetónica.
    A paisagem portuguesa está neste momento cercada por dois tipos de escarros: a maison analfabeta do emigrante que pediu o projeto ao desenhador lá da terra, e os caixotes armados ao pingarelho, do arquiteto médio português.

    Há alguns meses estava numa viagem nos EUA e passei por muitos bairros suburbanos com casas poucos diferentes entre elas, quase todas brancas, com o relvado à frente, cujos projetos são escolhidos entre alguns modelos disponibilizados em catálogos e senti-me sempre em espaços harmoniosos e com envolventes agradáveis à vista. Isto também é boa arquitetura.
    Concordam com este comentário: elnunes
  4.  # 84

    Colocado por: J.Fernandesfazer caixotes minimalistas que são muitas vezes um insulto


    Diria caixotes simplistas. Porque um desenho minimalista pode de facto ser muito bom (tipo John Pawson).
    Concordo com a ideia que não é por ter cobertura plana e ser pintado de branco que já é moderno ou bom.
    Eu por vezes (para inspiração) vou revisitar aquelas obras do Távora (tipo a casa de Ofir) e fico lixado de como aquele "gajo" (com todo o respeito) conseguiu sacar um desenho porreiro com elementos construtivos simples.
    Concordam com este comentário: elnunes
    • MVA
    • 28 janeiro 2019

     # 85

    Colocado por: J.FernandesDepois, e é a minha opinião pessoal, em Portugal a arquitetura continua a ser, salvo honrosas exceções, de má qualidade. Os arquitetos acham-se quase todos o Souto Moura e toca a fazer caixotes minimalistas que são muitas vezes um insulto, a quem de facto tem alguma sensibilidade artística e arquitetónica.
    A paisagem portuguesa está neste momento cercada por dois tipos de escarros: a maison analfabeta do emigrante que pediu o projeto ao desenhador lá da terra, e os caixotes armados ao pingarelho, do arquiteto médio português.


    Big, big like.
    Pôs o dedo na ferida. Já vêm aí os arquitectos todos a correr a dizer que a culpa é do DO e que não aceitam o mea culpa.
  5.  # 86

    Chamar arquitetura a um projeto de catálogo é …
    Eu defendo que deve haver oferta para todos os tipos de Donos de obra.
    Há DO que preferem um projeto de catálogo. Nada contra isso
    Há por outro lado DO que preferem um projeto de arquitetura. O mal é quando recebem um projeto de catálogo e não são capazes de perceber a diferença.
    Concordam com este comentário: Anonimo1710
  6.  # 87

    Colocado por: JoelMOs barrinhos americanos copy paste são boa arquitetura e em Portugal salvo raras excepções é tudo má qualidade...

    O que eu quis dizer, e reconheço que posso não ter transmitido bem a mensagem, foi que o copy paste não é necessário mau e a arquitetura de autor e a originalidade (ou a pretensa originalidade) não são sempre boa arquitetura, como aliás bem vemos, quando vamos nas estradas do país.
    •  
      CMartin
    • 28 janeiro 2019 editado

     # 88

    Mas estão a falar, J.Fernandes, também da paisagem urbana, o que, e a julgar pelo assunto como é por vezes discutido aqui no fórum, não é a preocupação principal para o dono de obra, que sente estar a ser obrigado a conter-se na sua liberdade individual, e por uma casa que lhe pertencerá, assume como direito poder fazê-la como mais gosta, e não propriamente com essa preocupação ordeira em mente. Como diz, Portugal é demonstra dessa liberdade criativa, desrespeitosa, para bem e para mal. Era o que mais faltava, diz o DO.
  7.  # 89

    Colocado por: JoelMPode ser projecto, arquitectura duvido!



    Colocado por: zedasilvaChamar arquitetura a um projeto de catálogo é …


    ...é ser rigoroso.

    Qualquer edificação é arquitetura: uma casa do Siza Vieira, uma casa de catálogo, a casota do cão, uma estrada,...
  8.  # 90

    Colocado por: CMartinMas estão a falar, J.Fernandes, também da paisagem urbana, o que, e a julgar pelo assunto como é por vezes discutido aqui no fórum, não é a preocupação principal para o dono de obra, que sente estar a ser obrigado a conter-se na sua liberdade individual, e por uma casa que lhe pertencerá, assume como direito poder fazê-la como mais gosta, e não propriamente com essa preocupação ordeira em mente. Como diz, Portugal é demonstra dessa liberdade criativa, desrespeitosa, para bem e para mal. Era o que mais faltava, diz o DO.

    Naturalmente.
    E eu nunca defenderia uma qualquer restrição criativa.
    Eu limito-me a constatar realidades.
  9.  # 91

    Colocado por: sousa tavaresexatamente pelo mesmo serviço
    será pelo mesmo serviço? eis a questão..
  10.  # 92

    Colocado por: MVAdemasiado perfeccionistas,
    tratando-se do seu investimento de 200mil€ .. isto é um defeito?
  11.  # 93

    Colocado por: MVAe o não saber o que são deadlines.
    certamente n estamos a falar de arquitectos.... a mim parece-me que está a falar de pintores ou escultores ou algo parecido... não conheço arquitecto nenhum que pega num projecto a pensar na arte que vai criar ..
    Concordam com este comentário: José Barnabé
    • VCAC
    • 28 janeiro 2019

     # 94

    Colocado por: MVA não têm noção do que são deadlines


    Se há coisa que a malta que trabalha no projecto, seja arquitectura ou engenharia, tem é noção de deadlines...

    É tudo "para ontem" e infelizmente os prazos estão cada vez mais a impor-se relativamente à qualidade dos serviços prestados...
    Concordam com este comentário: José Barnabé, CMartin
    • MVA
    • 28 janeiro 2019

     # 95

    Colocado por: JoelMOs barrinhos americanos copy paste são boa arquitetura e em Portugal salvo raras excepções é tudo má qualidade... Temos crítico de arquitectura à séria...


    É mil vezes melhor (mais bonito, mais harmonioso, mais funcional) um bairro americano copy paste do que os tipicos bairros portugueses de moradias em banda (que são igualmente copy paste).
  12.  # 96

    Colocado por: J.FernandesQuando o D.O. tem ou 4 ou 5 técnicos disponíveis a fazerem-lhe o projeto e se um leva 1000 e o outro leva 800 e depois aparece outro que leva 600, quem é que acham que o D.O., fora outros critérios, escolhe?

    Depois, e é a minha opinião pessoal, em Portugal a arquitetura continua a ser, salvo honrosas exceções, de má qualidade.
    está tudo dito.. a escolha vai ao mais barato, onde não há empenho para fazer melhor e depois o resultado é uma bela de uma bosta...
  13.  # 97

    Colocado por: J.FernandesIsto também é boa arquitetura.
    urbanismo
    • MVA
    • 28 janeiro 2019

     # 98

    Uma coisa é certa: uma pessoa passeia pelo nosso país de norte a sul e 90% do edificado são autênticas aberrações.
    E para além da péssima qualidade da arquitectura que existe no nosso país, temos igualmente um péssimo urbanismo. É rara, em Portugal, a zona urbana que seja funcional e bem conseguida.

    Se calhar a culpa é toda dos DO ou dos baixos honorários dos projectos. Ou talvez não...
  14.  # 99

    Colocado por: MVAÉ rara, em Portugal, a zona urbana que seja funcional e bem conseguida.
    não é verdade, se fores lá para cima, para trás os montes onde hé pouco dinheiro vês um urbanismo do mais elevado nível. aglomerados compactos numa paisagem vazia. tudo muito bem ordenado...
    Concordam com este comentário: José Barnabé, Pedro Barradas, MrVetable
  15.  # 100

    Colocado por: MVASe calhar a culpa é toda dos DO ou dos baixos honorários dos projectos. Ou talvez não...
    é dos DO (mão todos, mas muitos), que querem, e muitas vezes conseguem construir onde bem lhes apetece, se for necessário enche os bolsos a algum autarca para alterar um PDM.. o país está cheio disso.. e o resultado está à vista.
 
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