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  1.  # 1

    Viva. Faz algum tempo que ando a recuperar uma casa de 1950 que comprei e desde então (há cerca de dois anos) que por aqui passo. Apesar de não ser um profissional da área, tenho conseguido fazer eu mesmo os restauros, à conta de demorar mais tempo para conseguir resultados aceitáveis. Até agora tenho encontrado respostas à maioria das minhas dúvidas mas agora há uma para a qual não encontrei uma resposta que me esclarecesse. Cá vai.

    A imagem mostra a frente e as traseiras da casa. Foi uma casa muito mal tratada, não tendo sido feitas quase nenhumas obras de manutenção desde a sua construção. Creio que a única manutenção ao nível das fachadas foi uma pintura branca por cima do reboco original (rosa). Parece-me que o reboco exterior é uma argamassa à base de areia e cal, sobre o qual se aplicou um laço de cal para fazer o acabamento final. Em certa altura, a casa terá sido pintada de branco, por cima do antigo reboco e sem remoção do laço final. Neste momento, o reboco está muito danificado, sobretudo nas traseiras, onde o laço está a cair e mesmo com algumas partes do reboco a formar placas descoladas.

    Atendendo à extensão da reparação a fazer, decidi contratar um empreiteiro que fizesse este serviço, para o qual me deu estes preços (sem IVA):

    1.º Montagem de andaime e desmonte do mesmo: 847€
    2.º Lavagem de paredes com máquina de pressão para remoção de sujidade existente: 260€
    3.º Reparação de rebocos e filetes de janelas: 1.237€
    4.º Pintura de paredes com tinta “CIN” NOVATEX de cor branca incluindo os beirados: 1.954€
    Total = 4.298€ + IVA

    (área a restaurar/pintar: 160m2, sem os vãos das janelas e portas)

    Atendendo a que o reboco não é de cimento, questionei o empreiteiro sobre que material usaria para restaurar o reboco, ao que ele me disse que usaria cimento. Fiquei deveras preocupado, pois, pelo que tenho lido (corrijam-me se estiver errado), deve-se usar uma argamassa semelhante à original. Tendo-o confrontado com isto ele lá me foi dizendo que usaria uma argamassa com pouco cimento, para ser mais fraquinha e até lhe juntaria cal para fazer uma argamassa bastarda. Fiquei mais conformado mas acham que é boa ideia? Não seria preferível usar um reboco tipo RHP para exteriores?

    Depois, a escolha da tinta. Quando recebi o orçamento reparei que não havia referência alguma ao uso de um primário e isto é um aspecto que terei que insistir com o empreiteiro. Depois, quanto ao tipo de tinta, acham que a escolha desta tinta é o mais adequado para o tipo de reboco desta casa? O empreiteiro recomendou-me que não colocasse tinta de membrana para deixar a parede respirar. É um argumento que me estava a fazer sentido mas, depois quando fui à loja das tintas para ver se o preço pedido era muito alto, o vendedor argumentava que devia colocar uma tinta de membrana para que a parece não absorvesse água. Olhando para o rendimento de cada tinta, vejo que o vendedor tem interesse em vender a tinta de membrana (cerca 1500€ por demão) e o empreiteiro tem interesse em incluir no orçamento uma tinta de água (cerca de 200€ por demão). Algum conselho neste aspecto?

    Finalmente, o que acham dos preços dados? O 1º deles (andaime) pareceu-me algo despropositado. Estarei errado? Já agora, há algum aspecto que eu devia incluir no orçamento e que me estou a esquecer? Já li o texto sobre os orçamentos mas aqui não há um caderno de encargos... É mais o que apalavrei de boca.

    Na eventualidade de haver alguma curiosidade, esta é a lista de restauros que efectuei (eu mesmo) até ao momento:
    - remoção do chão do r/ch e abertura de uma caixa de ar, com aplicação de uma placa à base de vigas e abobadilha (havia um problema de humidades ascendentes);
    - substituição da canalização de esgoto (que estava rota e era uma das causas da humidade);
    - substituição da canalização de água potável, com pré-instalação para sistema de aquecimento de água com equipamento solar (usei PEX);
    - substituição da instalação eléctrica (a antiga não tinha terra, o fio era apenas de 0.7mm e as tomadas eram poucas);
    - instalação de cablagem de rede e de TV;
    - reparação de imensas rachas (junto a portas e janelas mas também junto ao tecto), fazendo reforço das vigas (nalguns casos, o tijolo estava esmagado com o peso; nota: esta casa não tem pilares, apenas paredes mestras);
    - isolamento do sótão para resolver o problema das rachas (horizontais) na parede junto ao tecto;
    - reparação de diversos rebocos que estavam a cair (usei RHP interior manual, massa de enchimento e massa de acabamento);
    - assentamento de ladrilhos diversos.

    Neste momento tenho a mudança de janelas e portas contratada (optei por alumínio com corte térmico, vidro laminado 33 + caixa 12 + liso 4mm, com película polarizada nas janelas a sul). E estou agora a contratar a pintura exterior. Lá para o Natal deve estar tudo acabado (wishful thinking hehe).

    Obrigado pela paciência (isto saiu um bocado testamentário LOL).

    J.
      casa-reboco-exterior.jpg
  2.  # 2

    reparações dos rebocos com argamassas à base de cal hidraulica.
    Pintura, com tintas de:
    SILICATOS, incluindo o primário (mais em conta e funciona bem - cor branco)
    SILOXANOS, incluindo primário (mais caro)

    Nunca coloque tinta de membrana ou de areia...
    Na frente vejo problemas de eflorescÊncia na fachada..devido a constantes ciclos de molhagem / secagem. pode e deve sanear o soco com um reboco anti-humidades para zonas humidas. Pode, se conseguir, abrir vários "buracos"na parede, sob a laje de piso, para ventilar essas parede exterior, e diminuir a pressão hidrosestática, evitando a migração da agua pela parede acima ( tentar que a agua , existindo, fique pelo meio do soco para baixo - é uma operação com alguam intervençaõ.)
    Estas pessoas agradeceram este comentário: jorge.c.lopes
  3.  # 3

    Obrigado, Pedro. Neste momento já tenho respiradoiros na parede para ventilar por baixo do piso do r/ch e, passados dois Invernos, não tive problemas de humidades. É que também fiz alguma impermeabilização dos alicerces e eliminei a fonte de humidade que estava a ensopar as fundações.

    Rebocos à base de cal hidráulica: o RHP é um destes rebocos? Ou pode ser feito em obra misturando cimento e cal hidráulica?

    Quanto a tintas, o empreiteiro tem preferência pela CIN e pelo que aqui tenho lido não irei mal servido. No site da CIN encontrei este primário à base de silicatos: PRIMÁRIO SIL-K. Mas não encontrei a respectiva tinta à base de silicatos. Se alguém tiver a referência, agradeço.

    Quanto à tinta proposta pelo empreiteiro (NOVATEX), o site da CIN tem esta descrição:
    NOVATEX AC
    Tinta aquosa 100% acrílica reforçada com quartzo. Acabamento areado fino e mate. Recomendada para aplicar em construções sem defeitos estruturais significativos ou sem infiltração de água, em pedra, reboco de cimento, tijolo, rebocos pintados e rebocos com micro-fissuras estáticas.


    Isto é uma tinta de areia?
  4.  # 4

    Ok....
    É melhor utilizar rebocos prontos.
    NOVATEX, parece ser uma tinta de areia.. é claro que é desaconselhada... é o tapa mazelas... mas descolará passado algum tempo... pois tem pouca permeabilidade ao vapor de água.
  5.  # 5

    Obrigado Pedro, já vou mais esclarecido quando falar com o empreiteiro.
 
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