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  1.  # 1

    Boa noite.

    Leio muitas coisas nestes fórum mas nunca participei.

    Há 16 anos comprei em Moscavide um rés-do-chão tipologia T3, transformada em T2, para habitação permanente. O prédio terá sido construído em 1975 e incluia um logradouro registado na propriedade com cerca de 30 metros quadrados. O proprietário original nos anos 80 remodelou a casa de forma a transformar o seu logradouro numa cozinha bastante grande e por cima dela fez um terraço que ficou ao nível das traseiras do primeiro andar com acesso interior, aumentando assim o espaço construído da sua habitação. Todo o quarteirão, com dezenas de prédios, seguiu o seu exemplo e assim, o interior do mesmo está totalmente construído desta forma. Está assim, segundo me dizem, desde os anos 80 do século XX. E assim estava quando a comprei em 2004 e não tive qualquer problema com isso em termos de avaliação bancária.

    Decorrido este tempo fiquei surpreendido com os valores que a construção da estação de metro trouxe ao bairro onde sempre vivi e estou a pensar em vender o imóvel e comprar mais longe.

    O problema é que segundo o profissional que consultei, a planta original que será levada em conta para a avaliação bancária de quem necessite de empréstimo para comprar o meu imóvel mantém que a minha cozinha é na verdade o logradouro (é meu, pertence na totalidade à minha fracção mas é um logradouro).

    Assim um apartamento T2 de 83 metros em Moscavide terá que ser vendido como um de 55 metros, o que diminui o seu valor de forma substancial para quem necessite de empréstimo bancário.

    Quanto ao condomínio e a sua autorização é preciso esclarecer algumas coisas sobre o bairro de Moscavide, o condomínio do meu prédio de três andares sem elevador é constituído por pessoas que se conhecem há 40 anos anos e o "presidente" é o senhor mais velho do terceiro andar a quem se paga 5 euros por mês para ele pagar a luz das escadas e cada um trata de si pintando-se o edifício de 10 em 10 anos e dividindo-se a despesa. O mais novo proprietário sou eu com quase 50 anos. Não creio que exista ou alguma vez tenham existido reuniões do que quer que seja e muito menos actas (em 16 anos nunca fui a nenhuma reunião e ninguém sentiu falta delas).

    Gostaria de saber a vossa opinião sobre o seguinte:

    1 - É possível "legalizar" a cozinha construída no logradouro?
    2 - Se sim, tem custos? Quais?
    3 - Valoriza o imóvel de forma a compensar? (a diferença observável por mim entre a metragem dos apartamentos que estão à venda ronda os 40 a 50 mil)

    Off topic - Para alguém que procura a calma e o silêncio que a construção desta maldita estação de metro tirou ao meu bairro com a invasão que sofremos pelos "alugueres de investimento", qual a região onde eu posso comprar um T2 até 200 mil euros e envelhecer em paz?

    Obrigado pela ajuda e esclarecimentos que me possam dar com a vossa experiência.
  2.  # 2

    Colocado por: Jarjarcom a invasão que sofremos pelos "alugueres de investimento", qual a região onde eu posso comprar um T2 até 200 mil euros e envelhecer em paz?

    Em qq sede de concelho do interior. E ainda sobra dinheiro...
  3.  # 3

    Obrigado pela sua resposta. Mas o problema é que ainda tenho pelo menos 15 anos de trabalho pela frente aqui em Lisboa. A minha empresa não me parece que vá mudar de sede tão depressa. Demoro seis minutos a chegar ao trabalho, mas à noite as festas e o barulho dos novos habitantes do bairro não me deixam descansar, assim estou disposto a mudar de vida e fazer a viagem mais longa até ao trabalho se puder pelo menos dormir como dormia até toda a gente à minha volta desatar a alugar casas a 350 euros por cabeça a quem se está borrifando para quem sempre aqui viveu.
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    • 29 agosto 2020

     # 4

    Colocado por: Jarjar

    1 - É possível "legalizar" a cozinha construída no logradouro?
    2 - Se sim, tem custos? Quais?
    3 - Valoriza o imóvel de forma a compensar? (a diferença observável por mim entre a metragem dos apartamentos que estão à venda ronda os 40 a 50 mil)



    1-Será muito, muito difícil. Teria que ser elaborado um novo projecto de arquitectura de todo o prédio, para ser licenciado junto do Município que, dificilmente aprovaria por desconformidade com os restantes prédios do quarteirão.

    2-Custos muito elevados, difícil de prever. Projecto, licenciamento, escritura de alteração da PH, novos registos, nas Finanças, novos registos na Conservatória, etc.

    3-Uma incógnita.
    Concordam com este comentário: kintas
  4.  # 5

    Obrigado pelos esclarecimentos.
    • zed
    • 29 agosto 2020

     # 6

    Quanto ao 3, vai depender claro dos custos do ponto 2. Tem no mínimo projetos e taxas a pagar, pelo que tenho lido em tópicos similares. Isso se for possível de fazer. Mas à partida compensa pois é um aumento significativo.

    Acho que depende também do espaço em si pois o m2 não é igual ao metro.. O espaço está bem aproveitado ou ficou tipo uma cozinha sem luz natural e com montes de recantos sem sentido?

    Se não se importar de meter uma foto de como ficou o quarteirão modificado tinha curiosidade de ver.
  5.  # 7

    A totalidade do logradouro foi construido, aliás nem se percebe a quem não vê o terraço de que se tratava de um antigo logradouro. O ex-proprietário aproveitou o espaço onde era a cozinha original, alargou a sala e fez o único imóvel no bairro (que eu saiba) que tem uma lareira. (É um sarilho para trazer lenha para aqui). Quanto ao interior do quarteirão foi todo construído assim.
 
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