Iniciar sessão ou registar-se
  1.  # 1

    Bom dia

    Na atual conjuntura do setor existe imenso investimento e são lançados vários concursos públicos e contratos, porém o problema não é a falta de dinheiro mas sim a falta de mão de obra qualificada.

    As antigas artes que se aprendiam com os mestres, a Carpintaria, a Serralharia, a Cantaria, a Pichelaria, possuem cada vez menos profissionais face às solicitações de mercado e estes profissionais são de idade cada vez mais avançada, sem perspetivas de serem rendidos pela geração seguinte, mais interessada em profissões terceirizadas.

    Que soluções propõem para obviar este problema para o futuro? Aumentar os salários para que estes profissionais sejam menos tentados a emigrar para países onde auferem 5 ou 6 vezes mais? Implementar cursos profissionais vocacionados para estas áreas no nosso sistema de ensino? Diminuir o investimento público?
    Concordam com este comentário: Anonimo06082021
    Estas pessoas agradeceram este comentário: joaosantos
  2.  # 2

    O maior problema da construção em Portugal é a falta de planeamento e está comeca no projeto muito por culpa dos intervenientes, não de mão de obra , muitas vezes com materiais e técnicas diferentes fazem-se duas ou três obras a mais .

    Como pode ser possível um carpinteiro o serralheiro e tantos outros irem 10 vezes à obra tirar medidas ?

    Anda tudo de calças na não a definir alturas das betonilhas, piso radiantes , matérias no decurso do processo , empresas chegam à obra e nada está feito, voltam para trás .

    Que processos são estes ?
  3.  # 3

    Tem razão na falta de pessoal. Nesta altura todos são tudo , com a pressão , há gente a trabalhar em coisas que nunca vou a frente , ainda há pouco tempo vi um rapaz com alguma vontade a aplicar guarnições lacadas com pistola de pregos , aplicar piso flutuante em cima de terra...penso que daqui a 2 anos vai haver menos trabalho e ai vai haver gente qualificada .
    Regeneração não há. Preparemo nos para no breve futuro serem estrangeiros a trabalhar em obras
  4.  # 4

    Colocado por: joaosantosPreparemo nos para no breve futuro serem estrangeiros a trabalhar em obras
    Os portugueses saiem de Portugal e os estrangeiros vêm para Portugal trabalhar, por tuta e meia!
    Concordam com este comentário: Robertojunior
  5.  # 5

    Colocado por: marteloescoproImplementar cursos profissionais vocacionados para estas áreas no nosso sistema de ensino?
    Enquanto nao for chique ter uma dessas profissões havera pouca procura...
    Ha uns anos ninguem queria ser barbeiro, agora ja é “in” ser barbeiro à moda antiga, com suspensórios e bigode, ja nao faltam barbeiros....

    Pode ser que isso aconteça com outras profissões, ou então salários maiores com boas condições de trabalho e algum reconhecimento, também pode ajudar!
    Concordam com este comentário: megamen, Vítor Magalhães
    • RUIOLI
    • 7 março 2021 editado

     # 6

    Tema muito interessante...

    Colocado por: marteloescoproNa atual conjuntura do setor existe imenso investimento e são lançados vários concursos públicos e contratos, porém o problema não é a falta de dinheiro mas sim a falta de mão de obra qualificada.


    Esta era a perspetiva, mas não sei se vai ser mesmo assim, Portugal (estado, famílias e empresas) têm uma divida colossal, onde vão buscar mais dinheiro? Nós já vimos este filme em 2011...e sem uma pandemia.



    Colocado por: marteloescoproAs antigas artes que se aprendiam com os mestres, a Carpintaria, a Serralharia, a Cantaria, a Pichelaria, possuem cada vez menos profissionais face às solicitações de mercado e estes profissionais são de idade cada vez mais avançada, sem perspetivas de serem rendidos pela geração seguinte, mais interessada em profissões terceirizadas

    Se a resolução deste problema passar pelas mesmas soluções do passado, teremos mesmo um problema no futuro, não há pessoas novas com qualidade para substituir as que se estão a reformar. Não esquecer, que muitas pessoas que trabalhavam nas obras, foram para a hotelaria, em que ganhavam o mesmo ou mais, num trabalho menos pesado e mais bem visto, no algarve era ver a malta das obras desaparecer no Verão... a hotelaria está e ficará por uns tempos de rastos, essas pessoas mais tarde ou mais cedo vão ter de encontrar trabalho...


    Colocado por: marteloescoproQue soluções propõem para obviar este problema para o futuro? Aumentar os salários para que estes profissionais sejam menos tentados a emigrar para países onde auferem 5 ou 6 vezes mais? Implementar cursos profissionais vocacionados para estas áreas no nosso sistema de ensino? Diminuir o investimento público?


    Pela minha experiência a chave não é usar mais braços, mas mais cabeças, na obras todas contam...
    1 - Como o user aarr2021 disse, o trabalho de reduzir a mão de obra ou a mão de obra altamente especializada começa no projeto, na sua otimização das soluções construtivas, reduzir a diversidade de métodos construtivos, de materiais, de profissionais... incorporar mais soluções plug&play, projetos mais bem pensados, rigorosos e com menos conflitos entre especialidades (penso que com o BIM isto vai melhorar). Nas obras/ projetos em que participei a representar o DO, era esse o meu trabalho, pressionar para otimizar os projetos, para reduzir prazos, custos no ciclo de vida e que a qualidade dos elementos não estruturais fosse para 10 anos. Ao deixar os projetistas em "roda livre" estávamos bem lixados...;

    2 - Na produção de materiais e equipamentos, as tendências do seu design vão permitir que sejam cada vez mais plug&play, com sistema à prova de erro, o que permite mão de obra menos especializada, podendo a mão de obra especializada fazer as intervenções remotamente;

    3 - Na obra há imenso trabalho que se pode fazer para reduzir as horas trabalhadas em obra, de mão de obra altamente especializada, desde o planeamento, a logística, o controlo, máquinas e ferramentas, arrumação do estaleiro ... Em obras que participei, ao inicio usava-se um método de planeamento tradicional, daqueles que se aprendem na faculdade (gráficos de gant, MS Project...) demorava-mos 15 semanas a fazer uma obra, montes de material e pessoas em obra, parecia uma selva, um stress...atualmente utilizamos um sistema de gestão Lean aplicado à construção (já tentamos várias vezes com empresas portuguesas, nunca conseguimos o objetivo, com a mentalidade que têm, por mais formação que se dê voltam sempre ao passado), estamos a trabalhar com empresas espanholas, com menos de metade das pessoas em obra, fazem a obra em 5 semanas (terminam sempre antes do prazo, bem, agora com o COVID terminaram mesmo em cima do prazo), equipamento de trabalho do melhor, obra super arrumada, planeamento em blocos de 4 horas, 1 preparador de obra/ apontador em obra a tratar da logística e planeamento, 1 recurso preventivo para tratar da segurança... bem perto da obra, alugam um armazém, para onde vem o material com muita antecedência, depois é preparado para ir para a obra duas vezes por dia, nesse armazém faz-se muito trabalho de preparação/ pré-fabricação, para em obra ser só plug&play... mas isto é todo um método coerente, que começa no projeto e acaba na manutenção e exploração do edifício. Os trabalhadores das empresas espanholas (e há muitos que são portugueses, brasileiros, hispânicos, etc.) ganham pelo menos 3 vezes mais que um trabalhador em Portugal, mas ficam mais baratos por m2 (ou a unidade de referência do trabalho)... portanto o que necessitamos é de planeamento e organização.

    No projeto da minha casa fartei-me de optimizar cenas, acham que ligaram a isso a dar preço? Meti ensoleiramento geral, várias propostas e conversas, a dizerem-me que sapatas e desvão sanitário era muito melhor e mais barato...esta gente sabe fazer contas a produtividade? Ainda se valoriza muito o que se gasta em material (betão e aço do ensoleiramento) versus mão de obra para fazer sapatas e laje do desvão, esquecem-se que neste momento o que condiciona o preço das obras é a mão de obra e não os materiais, mas é uma questão de mentalidade...
    Concordam com este comentário: F.Santos
  6.  # 7

    Colocado por: Anonimo06082021Na-maioria das coisas não concordo em nada consigo,mas você tem um bom remédio para o que diz....compre um apartamento,é o que mais se aproxima daquilo que diz!!


    Ainda bem, a evolução faz-se com diversidade de opiniões, não gosto de unanimismos, até porque o que hoje é certo, amanhã é errado e vice versa...

    Já tive um apartamento, agora quero uma moradia, tenho essa liberdade...
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Crocha20
  7.  # 8

    É uma frustração isto que o James diz. Se as coisas não estão absolutamente compatibilizadas, caso sejam seguidas de forma cega sem verificação e ajuste em obra, muitas vezes chega-se a um beco sem saída. Agora já não dá pra fazer isto ou aquilo....
    • RUIOLI
    • 7 março 2021 editado

     # 9

    Colocado por: Anonimo06082021Na última obra que andei tem um projecto com tudo...com tudo mesmo.

    Tudo mas tudo tem o seu desenho de pormenor,mas azar,nada parece bater certo.


    Uma coisa que aprendi cedo, quem projeta tem de adequar as soluções às capacidades de quem vai construir, explorar e manter o edifício... meter no papel é fácil.

    Por isso é que fazemos obras em todo mundo que parecem iguais, mas usam técnicas construtivas diferentes, adequadas a cada mercado local, principio do pensar global, agir local...




    Colocado por: Anonimo06082021Comprava outro e evitava dissabores e nos blocos de apartamento usa-se todas as técnicas e.etodos de construção que referiu....a abre-se uma porta e é tudo igual.


    Aos preços que os apartamentos estão, não tenho dinheiro para os comprar, uma moradia fica-me mais barata.
    Concordam com este comentário: aarr2021
    • RUIOLI
    • 7 março 2021 editado

     # 10

    Colocado por: Anonimo06082021E com todas as burocracias associadas,alguns instaleiros tem um gabinete de segurança permanente e tudo


    Tem que falar com o legislador e entidades inspetivas e judiciais, que gostam muito de papel e pouco de ver os técnicos na obra...temos um regulamento de segurança em vigor, que é dos anos 50, isso diz muito...

    Até isto é um fator de improdutividade, fazer as atividades em segurança deve gerar mais produtividade e não o contrário.
  8.  # 11

    em vez de se estar a verter dinheiro em formações da treta, cursos etc...mais valia era identificar e financiar diretamente os mestres para que desenvolvessem oficinas e pudessem estar no mercado de forma quer comercial quer formativa.
    é que se nada for feito qualquer dia só temos é teoricos/ academicos e as obras mal feitas e entregues ao tradicional tipo que já faz assim á 20 anos e não passa do mesmo.
  9.  # 12

    Pra mim parte do problema é a falta de oportunidade de formação e formação fraca.

    Imagine-se o cenário de um jovem de 25 anos, com um curso daqueles que quase não tem saída profissional (vá, digamos, sociologia), até gosta de pôr a mão na massa e quer se iniciar nas obras.

    Digamos que quer ser pedreiro. Vai aprender onde?
    o IEFP tem alguns cursozitos, mas são só para quem está desempregado e não tem o 12º ano de escolaridade.
    E mesmo que ele conseguisse entrar num curso do IEFP, aquilo é carregado de disciplinas pra encher chouriço. Se ele saia de lá a saber o ofício? De certeza que não. Assim como o pessoal que vai ao curso de soldador sai de lá e quase não sabe fazer uma solda!

    Que faz o rapaz? Tem de ir para uma obra e começar como aprendiz? Carregar baldes de massa durante 2 anos até ter observado e aprendido alguma coisa? Até pode aprender, mas mais uma vez se estará a perpetuar vícios e facilitismos que já vêm de trás.

    Depois é o velho "sempre vi fazerem assim".
    Concordam com este comentário: marco1, Caravelle
  10.  # 13

    Eu em tempo quis fazer um curso de carpintaria a sério. Só encontrei uma "escola" (em Lx, pra variar). Salvo erro as propinas eram 2000 euros. Já não me lembro se era ao ano ou no total dos 2 ou 3 anos que durava o curso.

    Mas era em horário presencial, ou seja, quem já trabalha não conseguia ir às aulas.

    Mas se quisesse fazer um curso superior de, educação física, por exemplo, já tinha "n" de ofertas de faculdades a leccionar em horário pós-laboral...
    Concordam com este comentário: NLuz, Caravelle
  11.  # 14

    Colocado por: RUIOLIMeti ensoleiramento geral, várias propostas e conversas, a dizerem-me que sapatas e desvão sanitário era muito melhor e mais barato...esta gente sabe fazer contas a produtividade? Ainda se valoriza muito o que se gasta em material (betão e aço do ensoleiramento) versus mão de obra para fazer sapatas e laje do desvão, esquecem-se que neste momento o que condiciona o preço das obras é a mão de obra e não os materiais, mas é uma questão de mentalidade...
    E porque isso acontece? Porque para muitos empreiteiros a mao de obra ainda não está assim tao cara, pode haver menos mão de obra disponível, mas os salários dos que por ca trabalham ainda nao aumentaram assim tanto!
    Concordam com este comentário: RUIOLI
    • NLuz
    • 7 março 2021

     # 15

    Colocado por: TyrandeEu em tempo quis fazer um curso de carpintaria a sério. Só encontrei uma "escola" (em Lx, pra variar). Salvo erro as propinas eram 2000 euros. Já não me lembro se era ao ano ou no total dos 2 ou 3 anos que durava o curso.

    Mas era em horário presencial, ou seja, quem já trabalha não conseguia ir às aulas.

    Mas se quisesse fazer um curso superior de, educação física, por exemplo, já tinha "n" de ofertas de faculdades a leccionar em horário pós-laboral...


    Depois tinha que ir trabalhar para o ginásio ser PT a recibos verdes...
    • DR1982
    • 7 março 2021 editado

     # 16

    Colocado por: TyrandeQue faz o rapaz? Tem de ir para uma obra e começar como aprendiz? Carregar baldes de massa durante 2 anos até ter observado e aprendido alguma coisa? Até pode aprender, mas mais uma vez se estará a perpetuar vícios e facilitismos que já vêm de trás.

    Lógico, de que outra forma pode ser? Tem de ser bom servente para poder passar a oficial!
    Da forma que sugere, breve só tinhamos oficiais nas obras saidos dos cursos e a massa e os tijolos tinham de vir ter ao andaime por wifi 😀
  12.  # 17

    Colocado por: Tyrandeem tempo quis fazer um curso de carpintaria a sério. Só encontrei uma "escola" (em Lx, pra variar). Salvo erro as propinas eram 2000 euros. Já não me lembro se era ao ano ou no total dos 2 ou 3 anos que durava o curso.


    https://www.fress.pt/formacao/oferta-formativa-certificada/


    Há mais, mas sobretudo vocacionadas para o restauro de mobiliário.
  13.  # 18

    Uma pessoa que tenha estudos superiores mas que depois decida ir tirar um curso de cozinha ou de carpintaria está tramada. Nas secretarias só põem dificuldades.
    Têm que entregar só ,como habilitações, o certificado do 9o ano.

    Estas pessoas fazem a formação porque têm gosto nisso. Não são obrigadas pelo centro de emprego...
    Concordam com este comentário: NLuz
  14.  # 19

    A malta que vem de Espanha, a maioria tem entre 30 e 40 anos. Todos eles apresentam um documento que atesta a sua formação base (e reciclagem) para o trabalho, seja pedreiro, eletricista, canalizador... quem definiu os cursos, conteúdo programático, carga horária, formadores, entidades formadoras... foram os sindicatos, entidades patronais e governos regionais/ nacional.

    São máquinas de produtividade (fazem com a qualidade que lhes pedem), super organizados, bem apresentados, se tirarem o capacete, o colete e as botas vão almoçar ao centro comercial e ninguém diz que trabalham nas obras. Não almoçam na obra sentados numa lata, têm WC com limpeza diária, arranja-se alguém para lhes tratar da roupa. Quando não havia COVID, se ficassem no fim de semana na zona da obra, ao domingo alugavam uma carrinha para ir passear ou à praia, quando a localização da obra o favorece, vêm de avião e não em carrinhas... eles só têm de se preocupar com a obra, alguém trata de toda a logística, claro que assim produzem muito mais, são necessários menos trabalhadores especializados, porque eles não perdem tempo a fazer coisas que qualquer indiferenciado faz.
    • RDM
    • 7 março 2021

     # 20

    Colocado por: marteloescoproBom dia

    Na atual conjuntura do setor existe imenso investimento e são lançados vários concursos públicos e contratos, porém o problema não é a falta de dinheiro mas sim a falta de mão de obra qualificada.

    As antigas artes que se aprendiam com os mestres, a Carpintaria, a Serralharia, a Cantaria, a Pichelaria, possuem cada vez menos profissionais face às solicitações de mercado e estes profissionais são de idade cada vez mais avançada, sem perspetivas de serem rendidos pela geração seguinte, mais interessada em profissões terceirizadas.

    Que soluções propõem para obviar este problema para o futuro? Aumentar os salários para que estes profissionais sejam menos tentados a emigrar para países onde auferem 5 ou 6 vezes mais? Implementar cursos profissionais vocacionados para estas áreas no nosso sistema de ensino? Diminuir o investimento público?
    Concordam com este comentário:Anonimo06082021
    Estas pessoas agradeceram este comentário:joaosantos


    Creio que a falta de mão de obra qualificada não é um tema de agora, já vem do passado, sempre foi tema em Portugal.
    Mas antigamente não se notava tanto, porque tinha os tais mestres que ensinavam os mais novos e a coisa seguia, o problema agora, é que esses mestres estão em extinção, e os que aprenderam emigraram.
    Em Portugal neste momento na construção civil existe cada cepo, enfim incrível.
    Concordam com este comentário: joaosantos
 
0.0302 seg. NEW