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  1.  # 1

    Colocado por: pguilhermeSe no concessionário Fiat tiverem modelos tão giros que até se assemelham a Ferraris (mesmo não o sendo), cativará o cliente mais facilmente. Ou lá por ter um orçamento limitado, vai preferir uma coisa feia?


    Então está a dar-me razão.
    Não precisa de construir forçosamente caro para melhorar um portfolio.
    É bastante mais importante mostrar algo que o cliente possa pagar.
    Porque para mostrar algo luxoso nem precisa de construir nada sequer.
  2.  # 2

    Colocado por: pguilhermePode mostrar só o 3D, o que não é o ideal (embora seja melhor do que nada). Mas pelo menos já facturou mais um projecto. Afinal é essa a fonte de rendimento, ou não?


    Mas como? As coisas menos extravagantes não se faturam?
    Até entendo quem calcule os honorários em função do custo da obra, apesar de não concordar com isso.
    Acho que dá mais trabalho planear algo pequeno, em que cada cm conta muito, que desenhar à toa desperdiçando espaço e onde há margem para tudo.

    Mais, parte dos projectos nem 3D precisam, se o cliente souber interpretar bem os 2D e tiver noções do espaço.
    Depende também da própria obra e contexto.
    O 3D é sobretudo uma ferramenta de projecto, ajuda o projectista a modelar e a explicar-se. Se você vê isso como o produto final, OK. Eu acho que o produto final é a obra (do ponto de vista do dono de obra). O projecto é o meio, o veículo, a ferramenta para lá chegar... Por isso digo, o portfolio é uma consequência, não a causa. Não faz sentido o inverso.
  3.  # 3

    Miguel

    embora concordando com o que diz, hoje em dia vê-se muito sonho no ar vendido pelos 3D, vai-se a ver as plantas....
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
    • Palmix
    • 19 janeiro 2022 editado

     # 4

    Colocado por: marco1Miguel

    embora concordando com o que diz, hoje em dia vê-se muito sonho no ar vendido pelos 3D, vai-se a ver as plantas....


    Diria até mais, vai-se a ver o produto final e...desilusão.
    Às vezes até põem aquilo tudo botinho, mas a qualidade construtiva vai-se.

    Morei num apartamento, que segundo os padrões da altura seriam topos de gama, para construção em série. Boas áreas, excelente localização, supostamente materiais e qualidade construtiva de topo.
    Problemas começaram logo a surgir, e eu apenas fui para lá viver já aquilo estava construído há mais de 1 ano.
    As fachadas dos blocos de apartamentos tiveram que ser todas intervencionadas 2 vezes. Tudo picado e voltado a colocar estuque e mais não sei o quê. As fachadas desfaziam-se...
    Aqui e acolá haviam entupimentos, sempre no mesmo WC dos apartamentos.
    O isolamento térmico nem vê-lo....acústico idem. Caixilharia e vidros tinham marca, mas eram as séries mais económicas.

    Preço de aquisição em 2007 (T3-vista mar lateral-170m2 uteis): 365.000€

    Embora quem tivesse comprado o apartamento foi a minha mulher, solteira à altura, aprendi muito com esta situação.
    A partir daí vou sempre com outro olho à coisa...
  4.  # 5

    Colocado por: Palmix

    Diria até mais, vai-se a ver o produto final e...desilusão.
    Às vezes até põem aquilo tudo botinho, mas a qualidade construtiva vai-se.

    Morei num apartamento, que segundo os padrões da altura seriam topos de gama, para construção em série. Boas áreas, excelente localização, supostamente materiais e qualidade construtiva de topo.
    Problemas começaram logo a surgir, e eu apenas fui para lá viver já aquilo estava construído há mais de 1 ano.
    As fachadas dos blocos de apartamentos tiveram que ser todas intervencionadas 2 vezes. Tudo picado e voltado a colocar estuque e mais não sei o quê. As fachadas desfaziam-se...
    Aqui e acolá haviam entupimentos, sempre no mesmo WC dos apartamentos.
    O isolamento térmico nem vê-lo....acústico idem. Caixilharia e vidros tinham marca, mas eram as séries mais económicas.

    Preço de aquisição em 2007 (T3-vista mar lateral-170m2 uteis): 365.000€

    Embora quem tivesse comprado o apartamento foi a minha mulher, solteira à altura, aprendi muito com esta situação.
    A partir daí vou sempre com outro olho à coisa...


    Cruzes credo, até aqui doeu.. mas em 2022 não devem faltar exemplos desses.
  5.  # 6

    Colocado por: marco1Miguel

    embora concordando com o que diz, hoje em dia vê-se muito sonho no ar vendido pelos 3D, vai-se a ver as plantas....


    Certo.
    Mas no contexto da conversa (promotor/empreiteiro que lucra €€€ prejudicando intencionalmente um dono de obra por comparação com um projectista que faz a mesma coisa), em que medida isso beneficia um portfolio? Em nada. Foi o que disse antes, entendo quem se sinta lesado por negligência ou desleixo dum projectista. Agora não percebo como é que projectista poderia sair beneficiado a nível de portfolio fazendo um mau projecto de inicio. Quem faz um 3D extraordinário mas sem conteúdo (plantas fracas, desperdício, etc.) fá-lo por desleixo ou inabilidade (pois podia ter as duas coisas, bonito e organizado), ou agora alguém acredita que fazer mal propositadamente o beneficia em alguma coisa no futuro a nível de publicidade ou portfolio? É que os primeiros (prom./emp.) ao contrário dos projectistas metem logo uns €€€ ao bolso apesar de saber o que estão a fazer de mal. E com jeito ninguém descobre, pois a poupança está no interior das paredes e lajes. Não é comparável com a pseudo-vantagem dum melhor portfolio.
  6.  # 7

    Colocado por: N Miguel OliveiraNão precisa de construir forçosamente caro para melhorar um portfolio.

    Sim, nunca disse o contrário.
    Aliás, é cerne da questão: em todos os sectores há bons e maus profissionais e a arquitectura não é excepção.

    Colocado por: N Miguel OliveiraMas como? As coisas menos extravagantes não se faturam?

    Perceberá mais facilmente com um exemplo: Se o cliente não tiver carteira para o custo efectivo da casa que projectou, devolve os seus honorários? Então, mesmo que a obra não vá para a frente, o projecto é sempre facturado?
    Assim sendo, prefere ficar no portfólio com um projecto mais impressionante ou com algo mais mundano? Na analogia, prefere mostrar Fiat com desenho de Ferrari, ou um Fiat Multipla?

    Colocado por: N Miguel OliveiraAté entendo quem calcule os honorários em função do custo da obra, apesar de não concordar com isso.

    Embora seja o que a própria Ordem sugira (quanto mais cara a obra, mais o arquitecto ganha), nem era a isto que me referia.
    Apenas ao interesse comercial de poder acrescentar um projecto imponente ao portfólio.

    Colocado por: N Miguel OliveiraSe você vê isso como o produto final, OK. Eu acho que o produto final é a obra (do ponto de vista do dono de obra). O projecto é o meio, o veículo, a ferramenta para lá chegar... Por isso digo, o portfolio é uma consequência, não a causa. Não faz sentido o inverso.

    Muito bonito e romântico. Mas o gabinete de arquitectura não faz a obra. Logo o *SEU* produto final é o projecto.

    Colocado por: N Miguel OliveiraPorque para mostrar algo luxoso nem precisa de construir nada sequer.

    Talvez esteja aqui o problema.
    Refere-se a portfólio de uma forma puramente académica. Faz um exercício, um desenho, um detalhe, uma ideia e voilá, adiciona ao rol de trabalhos de artista.

    Mas para o tema em questão, o que tem interesse comercial é o "portfólio profissional", se preferir chamar assim.
    Este é que, para além de mostrar a inclinação criativa do profissional, transmite mensagens importantes para futuros clientes:

    - Obras feitas, sugerem que o arquitecto adquiriu experiência no contacto com a realidade, aprendeu algo, aprofundou o seu conhecimento e melhorou a sua capacidade. Quanto mais experiência tiver, maior probabilidade de conseguir executar com sucesso e maior eficiência o próximo projecto.

    - Mesmo sem obra, ao mostrar um projecto contratado e aceite por outro cliente, no mínimo mostra a validação por uma terceira entidade. Mostra que cativou outras pessoas que viram no gabinete uma boa aposta.

    Estes pontos são importantes para o cliente poder decidir.
    Se o portfólio consistir em fantasias, não existe experiência comprovada nem os consequentes indicadores mencionados.
    Logo, desenhar no vazio não ajuda nesse sentido.

    Colocado por: N Miguel OliveiraAgora não percebo como é que projectista poderia sair beneficiado a nível de portfolio fazendo um mau projecto de inicio.

    Ninguém falou num mau projecto, antes pelo contrário: no tentar "empurrar" o cliente para um projecto bom, mais requintado, mais vistoso e provavelmente mais caro. É cliente dizer inicialmente que quer gastar X mas durante o processo convence-lo a gastar 2X. Qual o interesse do arquitecto senão ganhar em percentagem da obra? Portfólio. Ainda não percebeu?
  7.  # 8

    Colocado por: pguilhermeAssim sendo, prefere ficar no portfólio com um projecto mais impressionante ou com algo mais mundano?


    Então você como DO prefere um 3D extravagante a uma fotografia da realidade?
    Não há melhor portfolio que mostrar uma obra ao vivo. Se está longe, talvez fotografia.
  8.  # 9

    Colocado por: pguilhermeNa analogia, prefere mostrar Fiat com desenho de Ferrari, ou um Fiat Multipla?


    Prefiro mostrar a obra.
    Concordam com este comentário: Joao Dias
  9.  # 10

    Colocado por: pguilhermeSe o cliente não tiver carteira para o custo efectivo da casa que projectou, devolve os seus honorários? Então, mesmo que a obra não vá para a frente, o projecto é sempre facturado?


    Não sei, como chegou a essa conclusão? Como sabe que foi por isso, se afinal...

    Colocado por: pguilhermeo gabinete de arquitectura não faz a obra.
  10.  # 11

    Colocado por: N Miguel OliveiraNão sei, como chegou a essa conclusão? Como sabe que foi por isso, se afinal...


    pelos orçamentos recebidos.
  11.  # 12

    Colocado por: pguilhermeLogo, desenhar no vazio não ajuda nesse sentido.


    Totalmente de acordo.
    É precisamente por essas razões, que não imagino um projectista ver o portfolio como "causa".
    Além do dono de obra (obviamente), o projectista é certamente um dos mais interessados ver a obra que projetou chegar à sua conclusão... É o melhor portfolio que terá.
  12.  # 13

    Colocado por: pguilhermeNinguém falou num mau projecto, antes pelo contrário: no tentar "empurrar" o cliente para um projecto bom, mais requintado, mais vistoso e provavelmente mais caro. É cliente dizer inicialmente que quer gastar X mas durante o processo convence-lo a gastar 2X. Qual o interesse do arquitecto senão ganhar em percentagem da obra? Portfólio. Ainda não percebeu?


    E se não ganhar em função do custo da obra, como faz?
  13.  # 14

    Colocado por: marco1pelos orçamentos recebidos.


    Em que medida é benéfico para um projetista andar a mudar/corrigir um projecto?
    Qual é o interesse disso?
  14.  # 15

    Miguel

    não entendi, não toquei nessa questão mas apenas no facto de que um projeto pode acontecer que depois os orçamentos reais estejam fora das expetativas iniciais.
  15.  # 16

    Colocado por: N Miguel OliveiraEntão você como DO prefere um 3D extravagante a uma fotografia da realidade?
    Não há melhor portfolio que mostrar uma obra ao vivo. Se está longe, talvez fotografia.

    Julgo que está a falar a sério e estou a esforçar-me por responder e tentar explicar, mas está a ser desesperante :)

    Não disse nada disso.
    Entre duas obras que não se fazem (mas cujos projectos foram vendidos), imagino que o arquitecto prefira ter no seu portfólio a casa mais "extravagante".
    Entre duas obras que se fazem, imagino que o arquitecto prefira ter no seu portfólio a casa mais "extravagante".

    Se conseguir convencer o cliente a gastar o dobro do que pretendia, a obra far-se-á à mesma e o resultado, provavelmente, será mais "extravagante", logo melhor para portfólio.

    Colocado por: N Miguel OliveiraE se não ganhar em função do custo da obra, como faz?

    Esta "derrapagem" não é em obra. É explícita no decorrer da arquitectura.
    É o arquitecto dizer "isto aqui ficaria muito bem, mas olhe que isto vai encarecer a obra à volta de tantos euros. E aquilo acolá, também ficaria fantástico, mas também vai encarecer mais um tanto" e por aí. O cliente no final, está consciente e aceitou que irá gastar muito mais do que inicialmente tinha previsto. Não é uma surpresa ao receber os orçamentos, porque foi sendo conduzido até lá.

    Colocado por: N Miguel OliveiraNão sei, como chegou a essa conclusão? Como sabe que foi por isso, se afinal...

    Este é um ponto independente do de cima. Outra forma de "explorar" o cliente, se assim quiser entender.
    Se os orçamentos recebidos forem completamente fora do alinhado com o cliente, devolve os seus honorários?
    Se não devolver, existe sempre a inclinação em projectar para o tecto orçamental (o melhor para o portfolio). O pior que pode acontecer é o cliente não fazer a obra, mas o projecto é facturado à mesma.

    Novamente: não estou a sugerir que o seu gabinete tenha este tipo de comportamento. Estou apenas a apontar a possibilidade.
  16.  # 17

    Colocado por: marco1Miguel

    não entendi, não toquei nessa questão mas apenas no facto de que um projeto pode acontecer que depois os orçamentos reais estejam fora das expetativas iniciais.



    Certo, mas por azelhice.
    Porque fazer mais caro propositadamente para melhorar um suposto portfolio, com o risco de fazer o projecto 2x não é lá muito inteligente que digamos. É azelhice, falta de brio, etc...
  17.  # 18

    Colocado por: pguilhermeSe os orçamentos recebidos forem completamente fora do alinhado com o cliente, devolve os seus honorários?


    Claro, como o exijo em qualquer produto ou serviço que compro. Se não me serve, quero devolução ou correcção. Qual é a dúvida?

    Sendo o Dono de Obra a negociar com as empresas directamente e de forma isolada, obviamente a conversa aí é outra. Seria necessário averiguar que franja do excesso no preço se deve à taxa "este não pesca nada disto, vai facada" aplicada pelo constructor. E que erros tem o projecto afinal.

    Felizmente não temos cá pela zona a selvajaria que parece existir na capital... e as coisas não chegam ao ponto que tanto falam por aqui. As empresas têm se portado bem.
  18.  # 19

    Colocado por: N Miguel OliveiraPorque fazer mais caro propositadamente para melhorar um suposto portfolio, com o risco de fazer o projecto 2x não é lá muito inteligente que digamos. É azelhice, falta de brio, etc...

    Como disse, não é fazer mais caro à revelia do cliente.
    É ao convencer o cliente, durante o projecto, a abrir mais os cordões à bolsa para a construção. Convence-lo a aumentar o budget para a obra, vá.
    Não tem que fazer o projecto duas vezes.

    Colocado por: N Miguel OliveiraE que erros tem o projecto afinal.

    Felizmente não temos cá pela zona a selvajaria que parece existir na capital... e as coisas não chegam ao ponto que tanto falam por aqui. As empresas têm se portado bem.

    Espetáculo! E garante que todos os gabinetes devolveriam os honorários? Acho que já compreendeu onde quero chegar :)

    Desviando o assunto, por cá, mesmo sem erros, não tem havido uma estabilidade a nível de empreiteiros chave na mão.

    Por exemplo: para a mesma porta de entrada (uma porta comum, sem qualquer extravagância), tanto me pediram 2500€ como 10k€ + IVA. Numa investigação às 3 pancadas, já me cotaram o produto e instalação por pouco mais de 1000€.
    E isto num produto perfeitamente identificado. Imagine nos genéricos :)
    Desta forma é difícil garantir um orçamento.

    Mas mais difícil seria, só para não ser aquele tipo que "que não pesca nada disto e anda a brincar às casinhas" como tão eloquentemente colocou, ter que pagar mais por uma porta do que por um Fiat eheh.
  19.  # 20

    Colocado por: pguilhermeComo disse, não é fazer mais caro à revelia do cliente.
    É ao convencer o cliente, durante o projecto, a abrir mais os cordões à bolsa para a construção. Convence-lo a aumentar o budget para a obra, vá.
    Não tem que fazer o projecto duas vezes.


    Não percebi. Mas então o problema nesse caso não era a surpresa ao receber orçamentos pois já estava informado. Qual era o problema afinal?

    Nesse caso era como ir ao stand em que já sabe o preço. Depois quem decide se leva o Fiat ou o Ferrari é quem o paga.
 
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