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  1.  # 1

    Colocado por: pguilhermeEspetáculo! E garante que todos os gabinetes devolveriam os honorários? Acho que já compreendeu onde quero chegar :)


    Caramba, mas não é o mesmo como em qualquer outro serviço? Então assina e paga as coisas sem ver acauteladas as suas exigências ou direitos básicos? Ninguém o obriga a nada. Estando informado porque escolhe o Ferrari?

    Como bem disse há bons e maus profissionais em todo lado. Idem para os donos de obra. Doutros gabinetes não sei nem me interessa. Mas acho interessantíssimo um dono de obra que cai nisto de pára-quedas achar que pode gerir e negociar com um empreiteiro a sua primeira (e provavelmente única) obra, com a mesma destreza que um Arquitecto ou Engenheiro que faz disto vida e entende cada preço unitário. Como calcula essa diferença? Cada um pede 5 orçamentos a ver quem consegue melhor preço/serviço?

    Se já para esses é complicado, imagine para o cordeirinho... Se ainda por cima vai à guerra só com os papeis do licenciamento... se além disso é alguém que nunca meteu um pé numa obra... Põe-se a jeito e a culpa é do projectista?

    Com base em que cenário deve um projectista estimar o custo de uma obra, na sua opinião? Contar com os 10% de aumentos, ou com os 30-40% de que tantos se queixam? Contar com a sua porta de 2'500€ ou com a de 10'000€? Então você vai pela de 10 e a culpa é do projectista? Nem tanto ao mar nem tanto à terra... De pouco lhe adianta polarizar a questão.
  2.  # 2

    Colocado por: N Miguel OliveiraDoutros gabinetes não sei nem me interessa.

    Como "não interessa"? É a base de toda a conversa: o arquitecto também terá motivação e oportunidade para enganar o seu cliente, tal como o promotor/empreiteiro. Simplesmente têm é formas diferentes de o fazer.
    Mesmo que o seu gabinete não o faça, há outros que o fazem.
    Se se recorda, foi esta noção que desencadeou esta nossa partilha de pontos de vista.

    Colocado por: N Miguel OliveiraCom base em que cenário deve um projectista estimar o custo de uma obra, na sua opinião? Contar com os 10% de aumentos, ou com os 30-40% de que tantos se queixam? Contar com a sua porta de 2'500€ ou com a de 10'000€? Então você vai pela de 10 e a culpa é do projectista? Nem tanto ao mar nem tanto à terra... De pouco lhe adianta polarizar a questão.

    Está a perguntar-me a mim?!
    N Miguel Oliveira é que afirmou devolver os honorários se falhasse orçamento que, nesta altura e nesta zona, me parece algo extremamente difícil de garantir.
    Mas isto é secundário. A parte importante a reter é a que remete para o ponto acima: mesmo que o seu gabinete não o faça, haverão outros que o fazem.

    Colocado por: N Miguel OliveiraSe já para esses é complicado, imagine para o cordeirinho... Se ainda por cima vai à guerra só com os papeis do licenciamento... se além disso é alguém que nunca meteu um pé numa obra... Põe-se a jeito e a culpa é do projectista?

    Nada disse sobre ser o DO a negociar nem tão pouco que se cingia a projecto de licenciamento.
    Tudo se resumo ao primeiro parágrafo desta mensagem.

    Colocado por: N Miguel OliveiraEntão você vai pela de 10 e a culpa é do projectista?

    Nada disso. Eu, como DO, não quero pagar 10x pelo mesmo item. Será que algum DO quer?!
    A porta poderia ser negociada ou até removida, claro. Mas isto foi apenas um exemplo em como seria extremamente difícil garantir qualquer orçamento nesta altura, nesta zona.
    Acredito que aí seja diferente e ainda bem para si.
    De qualquer forma, isso não invalida o primeiro parágrafo desta mensagem.
  3.  # 3

    Colocado por: N Miguel OliveiraDe pouco lhe adianta polarizar a questão.

    Porque diz que estou a polarizar?
    Por afirmar que em qualquer negócio, em qualquer cargo, há sempre forma de um vigarista enganar alguém e que os arquitectos não são excepção?

    Ao rejeitar que possam existir arquitectos vigaristas, é que está a tomar uma posição extremista. Parece-me.
  4.  # 4

    Colocado por: pguilhermeÉ a base de toda a conversa: o arquitecto também terá motivação e oportunidade para enganar o seu cliente, tal como o promotor/empreiteiro. Simplesmente têm é formas diferentes de o fazer.


    pguilherme, é precisamente essa base que está errada se a fundamenta em torno de um portfolio...

    Já sabemos que um projectista tem muitos modos de prejudicar um dono de obra, como pode melhorar um portfolio fazendo isso?
    Não sei. Mas você claramente sabe pelo empenho com que tenta explicar-me algo da minha própria profissão.
    Agradeço-lhe o esforço, genuinamente. Mas está de facto difícil ora vejamos:

    - Segundo o pguilherme, um projectista pode "enganar" um dono de obra, tal como o promotor ou empreiteiro.
    - Eu digo-lhe que o modo em que isso acontece é por desleixo, omissão, desperdício, etc. etc... no fundo, podemos ver a "vigarice" como sendo pagar X por um serviço que não vale o que pagou por ele...
    - O pguilherme diz-me que pode ser para construir algo mais extravagante, porque isso segundo você constitui um melhor portfolio.
    - Eu digo-lhe que não entendo a vigarice com essa motivação (portfolio), pois diz a mais elementar lógica que o risco de fazer dois projectos (o caro e o corrigido), a verificar-se, é largamente mais daninho que a benece de ter uma imagem mais bonita no currículo.
    - Ora se essa correção de projecto não se verificar é porque o dono de obra afinal concorda ou aceita pois vê que resulta melhor manter a solução apesar de ficar mais caro. Considera que neste caso o projectista enganou o dono de obra?
    - Se essa correcção se verificar, o gabinete já está a perder dinheiro, pois isso implica alocar tempo e recursos a fazer duas vezes a mesma coisa. Acha que isso vale a pena, a troco de quê? Fazer dois projectos para ter um deles bonito... e receber por um apenas? Para isso, assume logo um tempo e desenha um projecto-exercício. Para melhorar um portfolio poderia fazer um concurso público. Poderia ter desenhado um protótipo, poderia investigar soluções no âmbito académico, não precisava de respeitar tantas condicionantes reais. Saía muito mais barato e com um resultado melhor. Não percebo a sua lógica... É o "desenhar a ver se cola?" E se não cola? Como é?
    - O pguilherme diz-me que afinal não é quando o Arquitecto faz mais caro à revelia do cliente, mas sim quando o convence a investir mais. Considera que isso é uma vigarice com base em quê mesmo? Está a enganá-lo de que modo afinal? Então não foi a surpresa ao receber os orçamentos... o dono de obra sentiu-se vigarizado em que momento exacto então? Mesmo nos casos em que o gabinete cobra em função do custo da obra, em que medida o dono de obra é vigarizado estando ele informado? Só aceita se quiser. Ora eu vou ali comprar uma torradeira e conto gastar 50€ e o vendedor mostra-me duas, uma de 40 e outra de 80, poderia eu sentir-me vigarizado por isso, por ele mostrar-me outra "visão"? No final serei sempre eu que decido. Se compro a de 80 e arrependo-me, vou trocá-la ou devolvê-la. Ou fico com ela? Qual é a dúvida?

    Colocado por: pguilhermeEsta "derrapagem" não é em obra. É explícita no decorrer da arquitectura.
    É o arquitecto dizer "isto aqui ficaria muito bem, mas olhe que isto vai encarecer a obra à volta de tantos euros. E aquilo acolá, também ficaria fantástico, mas também vai encarecer mais um tanto" e por aí. O cliente no final, está consciente e aceitou que irá gastar muito mais do que inicialmente tinha previsto. Não é uma surpresa ao receber os orçamentos, porque foi sendo conduzido até lá.

    Colocado por: pguilhermeAo rejeitar que possam existir arquitectos vigaristas, é que está a tomar uma posição extremista. Parece-me.


    Creio que foi a primeira salvaguarda que deixei... e repeti várias vezes.
    Certamente tropeçará em muitos projectistas vigaristas, com várias motivações e de muitos modos (falta de brio, erros de proj, etc), mas o que estou a discutir consigo é que não percebo como é que um profissional o vigariza com a intenção de melhorar um portfolio. Não tem lógica alguma a meu ver. É dar um tiro num pé.

    Até lhe digo mais, para melhorar um portfolio, o Arquitecto muito provavelmente trabalhará e dedicar-se-á mais num projecto que o seu inverso...
  5.  # 5

    Colocado por: N Miguel Oliveira

    pguilherme, é precisamente essa base que está errada se a fundamenta em torno de um portfolio...

    Já sabemos que um projectista tem muitos modos de prejudicar um dono de obra, como pode melhorar um portfolio fazendo isso?
    Não sei. Mas você claramente sabe pelo empenho com que tenta explicar-me algo da minha própria profissão.
    Agradeço-lhe o esforço, genuinamente. Mas está de facto difícil ora vejamos:

    - Segundo o pguilherme, um projectista pode "enganar" um dono de obra, tal como o promotor ou empreiteiro.
    - Eu digo-lhe que o modo em que isso acontece é por desleixo, omissão, desperdício, etc. etc... no fundo, podemos ver a "vigarice" como sendo pagar X por um serviço que não vale o que pagou por ele...
    - O pguilherme diz-me que pode ser para construir algo mais extravagante, porque isso segundo você constitui um melhor portfolio.
    - Eu digo-lhe que não entendo a vigarice com essa motivação (portfolio), pois diz a mais elementar lógica que o risco de fazer dois projectos (o caro e o corrigido), a verificar-se, é largamente mais daninho que a benece de ter uma imagem mais bonita no currículo.
    - Ora se essa correção de projecto não se verificar é porque o dono de obra afinal concorda ou aceita pois vê que resulta melhor manter a solução apesar de ficar mais caro. Considera que neste caso o projectista enganou o dono de obra?
    - Se essa correcção se verificar, o gabinete já está a perder dinheiro, pois isso implica alocar tempo e recursos a fazer duas vezes a mesma coisa. Acha que isso vale a pena, a troco de quê? Fazer dois projectos para ter um deles bonito... e receber por um apenas? Para isso, assume logo um tempo e desenha um projecto-exercício. Para melhorar um portfolio poderia fazer um concurso público. Poderia ter desenhado um protótipo, poderia investigar soluções no âmbito académico, não precisava de respeitar tantas condicionantes reais. Saía muito mais barato e com um resultado melhor. Não percebo a sua lógica... É o "desenhar a ver se cola?" E se não cola? Como é?
    - O pguilherme diz-me que afinal não é quando o Arquitecto faz mais caro à revelia do cliente, mas sim quando o convence a investir mais. Considera que isso é uma vigarice com base em quê mesmo? Está a enganá-lo de que modo afinal? Então não foi a surpresa ao receber os orçamentos... o dono de obra sentiu-se vigarizado em que momento exacto então? Mesmo nos casos em que o gabinete cobra em função do custo da obra, em que medida o dono de obra é vigarizado estando ele informado? Só aceita se quiser. Ora eu vou ali comprar uma torradeira e conto gastar 50€ e o vendedor mostra-me duas, uma de 40 e outra de 80, poderia eu sentir-me vigarizado por isso, por ele mostrar-me outra "visão"? No final serei sempre eu que decido. Se compro a de 80 e arrependo-me, vou trocá-la ou devolvê-la. Ou fico com ela? Qual é a dúvida?




    Creio que foi a primeira salvaguarda que deixei... e repeti várias vezes.
    Certamente tropeçará em muitos projectistas vigaristas, com várias motivações e de muitos modos (falta de brio, erros de proj, etc), mas o que estou a discutir consigo é que não percebo como é que um profissional o vigariza com a intenção de melhorar um portfolio. Não tem lógica alguma a meu ver. É dar um tiro num pé.

    Até lhe digo mais, para melhorar um portfolio, o Arquitecto muito provavelmente trabalhará e dedicar-se-á mais num projecto que o seu inverso...


    Arquiteto Miguel você dá essas respostas através de telemóvel?
    Um texto tão grande, não tinha paciência para escrever tanto num telemóvel.
  6.  # 6

    Colocado por: pguilhermeEntre duas obrasque não se fazem(mas cujos projectos foram vendidos), imagino que o arquitecto prefira ter no seu portfólio a casa mais "extravagante".
    Entre duas obrasque se fazem, imagino que o arquitecto prefira ter no seu portfólio a casa mais "extravagante".


    Também aqui não pode "polarizar"...

    Então, mas porquê? Não pode pôr as duas?
    Então você acharia preferível arriscar não ver nenhuma das obras construídas, para poder usar um 3D mais bonito?

    Acha boa estratégia um profissional apenas mostrar os projectos extravagantes?
    Ou seja, elimina logo aquele dono de obra que não tem dinheiro acima da média?

    Imagine que agora as marcas de automóveis só publicitam os topo de gama?
    Acha que isso ia correr bem? E se não tenho mais 15k€ para um carro novo, que faço?

    Acha que algum Arquitecto, no seu perfeito juízo preferiria um melhor conjunto de 3Ds fictícios, em vez dum punhado de endereços postais e de ver a "sua" obra construída?

    pguilherme, se isso por esses lados está assim, está mesmo tramado o sector por aí...

    Sobre o extravagante vs ordinário, lembre-se que tudo tem um principio...
    Quem aparece com o "pinterest" não é o Arquitecto, e aí não se vê muita coisa ordinária que digamos...
    Por outro lado, o que menos faltam são gabinetes de projecto com os pés assentes na terra, que até simpatizam mais com o "ordinário" que com o "extravagante"... Até lhe digo mais, há uns 10 anos trabalhei num que levava "ordinário" no nome.

    Como se diz aqui na zona: "o bem feito, bem parece".
  7.  # 7

    Colocado por: AlkimiaArquiteto Miguel você dá essas respostas através de telemóvel?
    Um texto tão grande, não tinha paciência para escrever tanto num telemóvel.


    Ui... Tem razão, vou deixar isto por aqui, já estraguei o tópico. :)
    Perdeu-se o foco. Peço desculpa ao autor.

    "Empreiteiro quer alterar valor da obra" ???
    Porrada amigo, não se fique! :)
    Aproveite e leve o Arquitecto à frente, a culpa é dele, vandalho :)
  8.  # 8

    Colocado por: N Miguel OliveiraJá sabemos que um projectista tem muitos modos de prejudicar um dono de obra

    Este era o ponto base.
    Se já o convenci a admitir isso, podemos voltar ao início desta bifurcação, no post #223 :)

    Se o convencer a admitir que um portfólio "bonito" pode ajudar o arquitecto na angariação de clientes, ficamos já com tudo arrumado. O que me diz? :)

    Colocado por: N Miguel Oliveirapois diz a mais elementar lógica que o risco de fazer dois projectos (o caro e o corrigido), a verificar-se, é largamente mais daninho que a benece de ter uma imagem mais bonita no currículo.

    Não é preciso correr o risco de fazer 2 projectos. Os vigaristas são muito bons em dar música e desviar a atenção. Mas isso é só uma questão de "implementação".

    Colocado por: N Miguel OliveiraPara melhorar um portfolio poderia fazer um concurso público. Poderia ter desenhado um protótipo, poderia investigar soluções no âmbito académico, não precisava de respeitar tantas condicionantes reais. Saía muito mais barato e com um resultado melhor.

    Como cliente, um portfólio académico não me apazigua, pelas duas razões que já expliquei anteriormente: se desenhou mas nunca fez, não tem experiência. Se desenhou mas não vendeu, é porque outros clientes não ficaram convencidos com a sua oferta.

    Colocado por: N Miguel Oliveiracomo é que um profissional o vigariza com a intenção de melhorar um portfolio. Não tem lógica alguma a meu ver. É dar um tiro num pé.

    "Vigarizar" talvez seja demasiado forte.
    Basta convencer o cliente para uma solução que melhor sirva os interesses do arquitecto do que os do cliente, que coitado, lá vai meter a corda ao pescoço, mas aceita porque a casa fica bonita ("de revista" se quiser) e foi sendo convencido ao longo do processo.

    O que não faltam aqui pelo fórum são casos destes. Começam com uma ideia e orçamento e acabam com casas muito giras e 3D fantásticos.... mas que nunca se concretizaram porque o cliente saiu fora de pé. O que será que se passou entretanto? Terão sido só o aumento dos materiais?

    Colocado por: N Miguel OliveiraAcha boa estratégia um profissional apenas mostrar os projectos extravagantes?
    Ou seja, elimina logo aquele dono de obra que não tem dinheiro acima da média?

    Não sei se é boa estratégia. Nem estou a emitir a minha opinião, apenas a constatar uma observação.
    O que não faltam são gabinetes cujos portfólios são apenas determinado tipo de casas e os honorários até são baratinhos, inclusive com trabalhados partilhados aqui no fórum (mas não como users, tanto quanto sei).

    Colocado por: N Miguel OliveiraImagine que agora as marcas de automóveis só publicitam os topo de gama?

    O que acontece, quase sem excepção, é mostrarem o trim de topo e o preço do modelo base com jantes de ferro e vidros de manivela eheh.
  9.  # 9

    Colocado por: pguilhermeEste era o ponto base.
    Se já o convenci a admitir isso, podemos voltar ao início desta bifurcação, no post #223 :)

    Se o convencer a admitir que um portfólio "bonito" pode ajudar o arquitecto na angariação de clientes, ficamos já com tudo arrumado. O que me diz? :)


    Poderia ter poupado o seu latim se tivesse lido com atenção.
    Repeti várias vezes que o que discutia consigo era o seu argumento do portfolio, que não faz sentido.
    O ponto base do "há profissionais bons e maus em todo lado" nunca esteve em questão sequer.
  10.  # 10

    Colocado por: pguilhermeComo cliente, um portfólio académico não me apazigua, pelas duas razões que já expliquei anteriormente: se desenhou mas nunca fez, não tem experiência. Se desenhou mas não vendeu, é porque outros clientes não ficaram convencidos com a sua oferta.


    E você acha que um Arquitecto não sabe isso?
  11.  # 11

    Colocado por: pguilherme"Vigarizar" talvez seja demasiado forte.


    A palavra foi sua...
  12.  # 12

    Colocado por: N Miguel OliveiraE você acha que um Arquitecto não sabe isso?

    Claro. Portanto, até ter um porfólio sólido, provavelmente esforçar-se-á por um bom desenvolvimento.
    Posteriormente, poderá jogar no sentido de manter esse portfolio, ou pelo menos ter isso em mente no decorrer dos trabalhos.

    Mas também poderá ser um gabinete com integridade e apenas se esforçar em fazer o melhor trabalho possível para o cliente, com os requisitos e condicionantes disponíveis. Também há profissionais assim :)

    Colocado por: N Miguel OliveiraA palavra foi sua...

    Tem razão. Não usei uma palavra distinta para este caso em particular que me parece muito menos grave (meramente convencer o cliente a aumentar o seu budget). Mea culpa.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
  13.  # 13

    Colocado por: pguilhermeBasta convencer o cliente para uma solução que melhor sirva os interesses do arquitecto do que os do cliente, que coitado, lá vai meter a corda ao pescoço, mas aceita porque a casa fica bonita ("de revista" se quiser) e foi sendo convencido ao longo do processo.


    Este seu "basta" tem muito que se lhe diga... Até parece fácil.
    "Basta que o dinheiro estique", no fundo é o que quer dizer... não há omoletes sem ovos pguilherme.
    É que se não estica... corrigir o projecto está muito longe de ser um bom resultado para o gabinete.

    Depois desvaloriza o facto da pessoa "enganada" usufruir um producto melhor também...
    Nisso concordo consigo, "vigarizar" talvez seja demasiado forte...
    Concordam com este comentário: pguilherme
  14.  # 14

    Não digo que seja fácil. Apenas que é possível.

    Quando o dinheiro estica, ou das duas uma: ou o cliente partilhou o que pretende gastar e não o tecto máximo que jamais poderá ultrapassar (que me parece, no mínimo, usual), ou quando o próprio cliente não sabe que não terá condições para avançar.

    Sem dúvida que, conseguindo avançar, ficará com um produto melhor e mais valioso e até poderá servir muito bem numa futura venda.
    Mas também pode levar a um maior esforço e risco financeiro ao longo de muito tempo (julgo que a maior parte das pessoas que constrói, tencionam lá viver "o resto da vida").
    Infelizmente conheço casos (não de construção) que o pessoal estica-se e depois, em vez de viverem a casa, ficam a viver para a casa e isso pode traduzir-se numa infelicidade duradoura e que dificilmente é compensada por ter uma casa um pouco mais extravagante.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
  15.  # 15

    Colocado por: pguilhermeInfelizmente conheço casos (não de construção) que o pessoal estica-se e depois, em vez de viverem a casa, ficam a viver para a casa e isso pode traduzir-se numa infelicidade duradoura e que dificilmente é compensada por ter uma casa um pouco mais extravagante.


    Claro. Idem para quem compra um carro demasiado caro para a carteira, ou para quem mete os filhos nas melhores escolas sem poder, ou outra coisa qualquer. A diferença é que uma habitação é um investimento bastante forte num orçamento familiar e a mossa é maior...
    Estando informado das vantagens/desvantagens, não entendo onde está o "engano" por parte do projectista. São opções do dono de obra, há que responsabilizar-se por elas. Mau é quando há mesmo a surpresa ao receber orçamentos e se insiste nesse projecto... ou quando acaba o dinheiro e a casa nem janelas tem ainda, aí sim, concordo consigo.

    E o "viver para casa" nem é só monetariamente...
    Manutenção e Limpeza dão cabo das costas :)
    Concordam com este comentário: pguilherme
  16.  # 16

    Sem dúvida, aplica-se a tudo na vida e esses são excelentes exemplos.
    Nós já somos culturalmente tão propensos a viver acima das possibilidades, não precisamos de ajuda de mais ninguém :)

    O "engano", a haver, será somente por tentar o upsell sabendo que poderá sobrecarregar o cliente.
    Também diria o mesmo do vendedor de automóveis que tenta vender um modelo mais caro, quando o cliente já vai pedir um empréstimo a 10 anos :)

    Seja em que situação for, tem toda a razão, no fim o cliente é que tem de assumir as responsabilidades das suas escolhas.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
  17.  # 17

    Bom dia, tenho estado a acompanhar o tópico porque tem sido interessante e algo que reparei é que ninguém trouxe nada de como se faz lá fora.
    O que faz questionar uma situação, o arquiteto faz o planta e insere todos os procedimentos técnicos no projeto e entrega ao DO e este que desenrasque, não existe um acompanhamento do arquiteto durante a obra para garantir que estão a aplicar todos os parâmetros técnicos que ele planejou?
    E segundo as últimas respostas, na minha opinião não existe melhor portefólio para um arquiteto que uma obra acabada.
  18.  # 18

    Lá fora não tenho ideia como seja.

    Por cá, quem ajuda a garantir que os parâmetros técnicos estão a ser correctamente implementados, será o fiscal, para além do apoio técnico e esclarecimentos que os próprios projectistas prestam, claro.

    Em última instância, os projectistas fazem o plano, mas o que os executantes fazem com isso, obviamente não é da responsabilidade deles.

    Posto isto, em muitos casos há interesse do arquitecto acompanhar a obra, não só como serviço ao cliente, mas também porque é uma obra sua e, como diz, o melhor para o portfólio é uma obra acabada com sucesso.

    Apesar de não parecer pela conversa anterior, julgo que a parte dos projectistas é pacífica. Agora, deve é alinhar as expectativas do serviço dos projectistas com o custo do serviço.
  19.  # 19

    Colocado por: Gervas69ninguém trouxe nada de como se faz lá fora.


    Posso partilhar o que vivi lá fora, não sei se é tão comum assim, mas aqui fica a caricatura:
    - França e México: para uma moradia comum, na prática nem precisa de grande serviço de um Arquitecto, nem as autoridades pedem "assinaturas" ou responsabilidades. Muitas vezes, este profissional apenas faz um boneco genérico, uma ideia, depois o dono de obra mais o empreiteiro lá resolvem os pormenores. Os municípios facilitam, o dono de obra não quer pagar papeladas, e o empreiteiro não quer quem o chateie. Por vezes resulta bem, outras (a maioria) nem tanto;
    - Suíça: o dono de obra só vai à obra no dia da inauguração. Todas as decisões são tomadas em fase de projecto. É o Arquitecto que pede orçamentos, que os negoceia, que verifica se a execução está conforme o projecto. Se há um problema, o dono de obra queixa-se ao Arquitecto (por vezes nem conhece o empreiteiro) e é o Arquitecto que "entra pela madeira adentro" se há um atraso ou derrapagem. Basicamente, se houvesse um dia de atraso numa obra, ficava estipulado no contrato que o Gabinete teria que reservar estadia num dos melhores hotéis da cidade. Se este atraso se devesse a algum empreiteiro, era posteriormente o Arquitecto que teria que negociar com o empreiteiro a pagar-lhe o que gastou com hotéis. Quanto às derrapagens era idêntico, descontava-se nos honorários. Não existia tantos conluios ou conflitos entre as partes, cada um sabia dos seus direitos e deveres. Para um Arquitecto era importante servir bem o cliente, mas também manter uma relação pacifica para com os empreiteiros... pois certamente voltariam-se a cruzar numa obra futura. Como Arquitecto ia à obra umas 4x por semana, muitas vezes de berbequim e ferramentas. Se fosse preciso terminar urgentemente, deitava-se uma mão a este ou àquele trabalhador, todos remávamos para o mesmo lado. Dono de Obra incluído. Os honorários do gabinete andavam pelos 15% do custo da obra. Por analogia futebolística, o dono de obra era como o presidente, controlava desde a cadeirinha, o Arquitecto é o treinador, o Empreiteiro eram os jogadores. Se um perde, perdem todos.
    - Portugal e Espanha: O Arquitecto anda bem vestido, é visto como um Advogado, é o tipo que resolve as burocracias... se puder não mete um pé na obra, para não sair de lá frustrado ou desiludido. Mas também há aqueles que sentem uma felicidade e orgulho em seguirem de perto a obra que idealizaram e fazem questão de acompanhar. O dono da obra não distingue um Projecto de Licenciamento dum Projecto de Execução, e espera que o empreiteiro, senhor na casa dos seus 60-70 anos adivinhe o que vai na cabeça do Arquitecto ou do Dono de Obra. Tampouco distingue Acompanhamento (do autor do Projecto) e Fiscalização (player independente). Cada um puxa para seu lado, com uma boa dose de desconfiança entre todos. Por outro lado, e "modéstia à parte", talvez sejam os dois países melhor servidos no que a Engenheiros e Arquitectos diz respeito. Acho que regra geral, temos cidades e periferias relativamente bem estruturadas e planeadas, ao passo que as moradias individuais e apartamentos são relativamente bem conseguidas quando comparados com outros países. Basta averiguar a quantidade de prémios ou de publicações estrangeiras com referencia a obras ibéricas como sendo bons exemplos... A estes dois países, juntaria o Japão no pódio, apesar de não conhecer bem essa realidade.
    Concordam com este comentário: Gervas69
    Estas pessoas agradeceram este comentário: pguilherme, ADROatelier, Gervas69
  20.  # 20

    Gosto do modelo Suíço :)

    Por cá já me pediram 8,5% do valor de obra, só para a arquitectura sem especialidades. E provavelmente com soluções que em vez de optimizar custos, seriam o contrário. Às vezes temos o pior dos dois mundos.

    Lá isso é verdade, os nossos arquitectos e engenheiros (não só os civis) dão cartas :)
 
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