Iniciar sessão ou registar-se
    • AMVP
    • 12 dezembro 2022

     # 521

    Colocado por: WarrenGUma taxa fixa não tem spread. Isto é uma das confusões recorrentes.

    O que Fiz tem spread, e o mesmo que tinha com variavel. Nao tenho e um indexante para a taxa de juro do meu emprestimo durante 5 anos, pois o banco comprou um swap de taxa de juro por esse periodo que e fixo.
  1.  # 522

    Colocado por: AMVPFiz o que eu quis, a verdade e essa, foi a minha escolha e nada teve haver com o banco.
    Penso que o meu ponto de vista, quanto à influência do banco, ficou claro no post #2510.
    O banco deu-lhe a possibilidade de fixar para a maturidade completa do empréstimo? (apenas curiosidade).
    • AMG1
    • 12 dezembro 2022

     # 523

    Colocado por: HAL_9000

    Em momento algum disse que os bancos são os totais responsáveis pela decisão dos seus clientes quando contraem um CH. O que eu digo é a oferta dos bancos portugueses, no que a este produto diz respeito, de alguma forma condiciona a decisão.
    Para ilustrar o que pretendo transmitir:Se em 2018 eu quisesse adquirir uma casa e fosse a um banco português e a um banco francês pedir um CH, a minha decisão no que à taxa de juro diz respeito seria a mesma em França e em Portugal?
    Qual é a sua opinião no que diz respeito a esta situação hipotética?
    Óbvio que a responsabilidade final pela decisão é sempre do cliente que contrai o CH, assim como as consequências inerentes à mesma.



    Tem aí duas questões. A primeira é que sejam tx fixas ou variaveis sao, em regra, mais altas em Portugal do que em França e eu como ja aqui disse reiteradamente, não vejo qualquer razao atendível para isso ser assim, claro que existem argumentos para defender isso, mas com as condições de mercado emergentes da crise bancaria europeia de 2012 esses argumentos, para mim, valem zero. Como vê eu também acho que ha algum aproveitamento da iliteracia financeira dos portugueses. Mas nao se espante se aparecer aí um qualquer entendido a defender que os bancos portugueses não conseguem funding ao preço dos franceses, ora se esses são os "entendidos" imagine os outros. Estao disponíveis para aceitar tudo.
    Agora e respondendo a sua questão. Quer em França quer em Portugal a primeira decisão que teria de tomar era sobre se estava disposto a pagar menos e correr o risco de um agravamento cujo alcance não conhecia ou se pelo contrário preferia pagar mais desde logo e ter a garantia de que nao seria surpreendido por algo que poderia nao podesse suportar. Para mim esta decisão até era simples. Com tx a 0 ou negativas, a unica variação previsível seria sempre no sentido ascendente e ou tinha uma grande folga, ou então nem sequer se colocava a questão.
    O problema e que confrontados com esta decisão, muitos dos nossos concidadãos optaram por nem pensar. Posso pagar, vamos embora e depois logo se vê!
    Claro que estou a generalizar, mas nao me admirava nada que os primeiros a chegarem aos bancos para negociar sejam exactamente estes.
    As casas encareceram em Loures, no Barreiro, em Vila Franca de Xira e sei lá mais onde, mas nao foi por causa dos estrangeiros, mas por causa do acesso ao crédito barato, mas inconsequente, e agora... "não fui eu que tive a culpa foi o outro menino".
    Acho que o Hall já percebeu que eu nao alinho na tese de que as relações são todas equitativas, porque nao sao, mas nao compro a ideia de que os bancos são uns demónios que so se querem aproveitarem da desgraça alheia.
  2.  # 524

    Colocado por: AMG1O problema e que confrontados com esta decisão, muitos dos nossos concidadãos optaram por nem pensar.
    Eu acho que o problema é mais extenso que isso. Muitos dos nossos concidadãos nem sequer são confrontados com esta decisão porque a taxa fixa nem sequer lhes é apresentada.
    No meu caso, em momento algum o banco (santander) me falou em taxas fixas. Se o assunto foi falado, foi porque eu o coloquei em cima da mesa.
    Fixar uma taxa por 20-30 anos, nunca foi uma negociação muito fácil com a maioria dos bancos. Pura e simplesmente não estão vocacionados para isso. Basta ver o exemplo que dei acima, a CGD oferece taxas fixas de 4.35%. Eu não diria que isso é propriamente uma oferta competitiva.

    A minha pergunta tem um exemplo real na sua origem: O meu tio tem uma casa aqui com CH a taxa variável (2012), e outra em França com taxa fixa (2019). Quando no ano passado lhe perguntei: "então e lá fez fixa porquê? R: Porque foi o que me "ofereceram".
    Óbvio que cabe a cada um assumir as decisões que toma, mas defender que a culpa de termos + 90% dos CH indexados à taxa variável, nada tem a ver com a estratégia económica dos bancos para este produto, tb não poderei aceitar.

    Colocado por: AMG1As casas encareceram em Loures, no Barreiro, em Vila Franca de Xira e sei lá mais onde, mas nao foi por causa dos estrangeiros, mas por causa do acesso ao crédito barato, mas inconsequente, e agora... "não fui eu que tive a culpa foi o outro menino".
    E porque as pessoas precisavam de uma casa para morar num mercado com pouca oferta, e se não pagassem mais que o "vizinho", não ficavam com ela. Se o que permitiu oferecer mais que o vizinho, foi o dinheiro barato? Sim claro que foi. Quem é que tornou o dinheiro barato? O BCE, o mesmo que hoje vem alertar que "que as taxas de juro mais elevadas e uma possível recessão podem dificultar a capacidade das famílias e empresas fortemente endividadas de pagar a sua dívida."


    Colocado por: AMG1mas nao compro a ideia de que os bancos são uns demónios que so se querem aproveitarem da desgraça alheia.
    Não disse que os bancos o fazem em busca da desgraça alheia. Fazem-no porque é o melhor par a sua rentabilidade. O que me ultrapassa é porquê que os nossos bancos nestes anos de taxas negativas, tiveram um comportamento tão distindo dos bancos espanhois, por exemplo. Era só isso.

    Sendo que o AMG1, fundamenta sempre bem as suas posições , é uma pena não ter sabido a sua opinião quanto às outras duas questões:
    - sendo os portugueses tradicionalmente conservadores nos seus investimentos, porque agem de forma distinta no caso do CH?
    - As informações contratuais prestadas pelos bancos, são legíveis para um cliente tipo? Poderiam ser fornecidas de forma mais userfriendly?
  3.  # 525

    Colocado por: ferreiraj125Imaginem endividar-se por 40 anos e nem ter feito o minimo do trabalho de casa para saber que existem essas duas modalidades.

    É como ir comprar um carro e não saber que há carros a gasoleo e a gasolina.

    O "trabalho de casa" é ir aos bancos procurar a melhor proposta.
    Quem vai comprar um carro sem perceber nada do assunto, diz ao vendedor que está no stand que quer comprar um carro, e o vendedor pergunto logo se quer a gasóleo ou a gasolina.
    Concordam com este comentário: ANC
    • NMGS
    • 13 dezembro 2022 editado

     # 526

    Na generalidade não existe um mínimo de literacia financeira, mas também não existe tão pouco a vontade de ler as FINE, de tentar perceber o que está escrito, muitos nem sabem o que assinaram, sabem que tem spread. Os bancos trabalham para manter a estrutura e pagar os vencimentos.
    As "taxas de juro" em boa medida são diferentes entre países porque a mesma apresenta um parâmetro de noção de risco, e isso varia de pessoa para pessoa, de Banco para banco, entre outros,a euribor em si é uma média de várias "transações" entre bancos.
    Mas por outro lado não percebo a novidade no contexto atual, tirando as pessoas com menos de 20 anos, todos passamos de forma consciente pelos anos de 2009 2010 2011, não perceber que a economia e a história são cíclicas é um erro comum.
    Por norma em média um ciclo económico dura 10 anos, vejamos crise anos 90, 2000,2010,202..,203.. é um bocado futurologia, mas...Este pensamento também nos leva a querer que isto melhora mais dia menos dia
  4.  # 527

    Na última simulação que fiz, estava la bem visível o valor da mensalidade caso a coisa subisse para o valor mais alto dos 20 anos, essas tabelas não são só para gastar papel
    Concordam com este comentário: eu, NMGS
  5.  # 528

    Colocado por: DR1982Na última simulação que fiz, estava la bem visível o valor da mensalidade caso a coisa subisse para o valor mais alto dos 20 anos, essas tabelas não são só para gastar papel
    É verdade, mas as pessoas sabem analisar esse valor? Sabem que é o máximo histórico, mas sabem qual o real risco que correm?
    Depois os gestor diz: "isso aconteceu na por causa da última crise, a probabilidade de a euribor chegar a esses valores, é mesmo muito reduzida".

    Ainda este fds comentava com uma prima minha, que a OCDE prevê que a Euribor chega aos 5% com juros diretores nos 4% em 2023, e ela pura e simplesmente chamou-me de alarmista, e claro que aqueles valores nunca mais vão voltar a acontecer. Existe esta fezada geral.

    Grande marte das pessoas com que falo, não fazem ideia do que é o MITC, ou a TAEG. Sabem o spread e pouco mais. Para ter uma noção, tenho imensos colegas que não sabem calcular a porcaria de um ordenado líquido, ou que tentam negociar ordenados liquidos quando mudam de trabalho, não percebendo que o custo para a empresa do ordenado liquido de uma pessoa casado e sem filhos, pode ser completamente diferente do de outra que tenha 2-3 dependentes.

    Não creio que a FINE seja um documento fácil de analizar por uma parte significativa das pessoas.
    As pessoas não se informam devidamente.

    Contudo, o que aqui estava a argumentar, é que para além dessa FINE da simulação com taxa variável, o ideal é que o banco fizesse também uma proposta com taxa fixa. Contudo, isso não acontece. E em alguns bancos, as taxas fixas propostas, a pedido, é no sentido de demover o cliente de as contratar.
    Porquê que a estratégia dos nossos bancos para o CH, assenta em taxas variáveis, mesmo com a euribor negativa, é algo que me ultrapassa. Só imagino que seja mais rentável transferir os riscos para o cliente.
  6.  # 529

    Colocado por: HAL_9000
    Porquê que a estratégia dos nossos bancos para o CH, assenta em taxas variáveis, mesmo com a euribor negativa, é algo que me ultrapassa. Só imagino que seja mais rentável transferir os riscos para o cliente.


    Vai ver a resposta nos resultados dos bancos nos próximos anos. Um credito em que ganhavam 0.4% vão passar a ganhar 4%. Será um aumento de 10x no lucro desse crédito.
    • AMVP
    • 13 dezembro 2022

     # 530

    Colocado por: HAL_9000É verdade, mas as pessoas sabem analisar esse valor?

    Bolas, as pessoas não sabem nada, só sabem armarem-se em que sabem tudo.
    Não sei o seu caso mas o que eu mais encontro diariamente é pessoas que sabem tudo, tudinhos depois quando as coisas não correm como lhe dá jeito, é porque não sabem, não conseguem interpretar, é porque a escola não ensina. Mas afinal não sabiam tudo?
    As pessoas não querem é ouvir, ler, que lhe expliquem. Não querem ouvir coisas negativas, só que o mundo vai ser maravilhoso. É isto!
    Concordam com este comentário: desofiapedro, JCoimbra, N Miguel Oliveira, hsousa
    • *cc
    • 13 dezembro 2022

     # 531

    Colocado por: AMVP
    Bolas, as pessoas não sabem nada, só sabem armarem-se em que sabem tudo.
    Não sei o seu caso mas o que eu mais encontro diariamente é pessoas que sabem tudo, tudinhos depois quando as coisas não correm como lhe dá jeito, é porque não sabem, não conseguem interpretar, é porque a escola não ensina. Mas afinal não sabiam tudo?
    As pessoas não querem é ouvir, ler, que lhe expliquem. Não querem ouvir coisas negativas, só que o mundo vai ser maravilhoso. É isto!


    é o que também acho, um user deu um exemplo de ir um stand comprar uma carro...
    quando vamos comprar uma carro, há aqueles que já sabem o que querem (se gasóleo, gasolina ou elétrico, 5 ou 6 velocidades, comercial ou de passageiros, etc etc) e há aqueles que vão sem ideia e saiem de lá com um carro na mesma...

    nos CH é o mesmo, há quem se preocupa no que vai contratualizar e as que aceitam o que lhes é apresentado...
    Concordam com este comentário: desofiapedro
  7.  # 532

    Colocado por: *cc
    nos CH é o mesmo, há quem se preocupa no que vai contratualizar e as que aceitam o que lhes é apresentado...
    Mas é esse o motivo de termos 90% de CH indexados à taxa variável? Quando em diversos países europeus não é isso que se verifica?

    Eu não discordo em nada do que diz. Só acho que os que sabem os que querem, os que acham que sabem, e os que não sabem, acabam por ter de decidir apenas de entre as propostas que são apresentadas.

    Tb tenho poucas dúvidas, que uma grande percentagem das pessoas que contratualiza um CH, não sabe interpretar devidamente toda a informação que está na FINE.


    Colocado por: AMVPNão sei o seu caso mas o que eu mais encontro diariamente é pessoas que sabem tudo, tudinhos depois quando as coisas não correm como lhe dá jeito, é porque não sabem, não conseguem interpretar, é porque a escola não ensina. Mas afinal não sabiam tudo?
    É verdade. Há muitas pessoas que acham que uma opinião fundamentada tem o mesmo valor que uma opinião tirada do C*. Contudo questiono sempre se essas pessoas são assim porque querem ser assim, ou porque não foram estimuladas a ser diferente.

    A AMVP quando contratualizou a taxa fixa a 5 anos, teve proposta para toda a maturidade do CH? Se a teve essa proposta era algo a considerar, ou era uma proposta que demovia o seu intento à partida? Este é o foco do meu argumento.
    Depois é também importante notar que se a AMVP mudou de taxa fixa para variável, foi porque procurou fazê-lo. Pelo que entendi, em momento algum a estratégia do banco foi nesse sentido.

    Quanto à minha situação: Taxa variável, não praticavam fixa para construção. A simulação da tx fixa foi a pedido como é obvio. Contudo digo já, eu sendo conservador parti para o CH procurando taxa fixa, mas não faço ideia se em 2020 a iria contratualizar, tudo ia depender da proposta.
    Tive contudo o cuidado de pedir apenas o que conseguia pagar considerando a taxa máxima. Mas lá está, fiz isso tendo em conta a minha interpretação da FINE, e o facto de eu ter um perfil conservador e ser muito cismado com o futuro. Agora duas questões: esta decisão, levou a que tenha abdicado de algumas coisas na construção da casa, e este aumento de prestação, como é obvio vai-me tirar folga financeira.
    Mas eu tenho a certeza que grande parte das pessoas não tem todas estas dúvidas, este medo da incerteza. E aí seria importante que houvesse mais educação financeira, ou então alguma regulação para não permitir que as pessoas se expusessem tanto ao risco.

    os próprios bancos são regulados para não se exporem demasiado ao risco, e imagino que eles tenham o mínimo de literacia financeira. Mesmo assim, com todas estas precauções, volta e meia....
    • AMVP
    • 13 dezembro 2022

     # 533

    Colocado por: HAL_9000A AMVP quando contratualizou a taxa fixa a 5 anos, teve proposta para toda a maturidade do CH? Se a teve essa proposta era algo a considerar, ou era uma proposta que demovia o seu intento à partida? Este é o foco do meu argumento.
    Depois é também importante notar que se a AMVP mudou de taxa fixa para variável, foi porque procurou fazê-lo. Pelo que entendi, em momento algum a estratégia do banco foi nesse sentido.

    Repare, eu sou um adulto, sou responsável pelos meus actos, bons ou maus, lamento que as pessoas se queiram continuar a comportar como crianças e não queiram assumir as suas responsabilidades.
    Não tive qualquer proposta para o período total do crédito, nem para os 5 anos sequer. Mais, nenhuma IC me contactou para eu contrair um CH, foi sempre iniciativa da minha parte, não estou à espera que a IC tome conta de mim.


    Colocado por: HAL_9000os próprios bancos são regulados para não se exporem demasiado ao risco, e imagino que eles tenham o mínimo de literacia financeira. Mesmo assim, com todas estas precauções, volta e meia....

    Os bancos não são seres pensantes, as pessoas que aí trabalham é que o são e todo o sistema resulta de uma cultura que não é igual em todas as IC nem em todos os momentos.
    Uma coisa é certa, o financiamento é concedido a adultos, seria expectável que se comportassem como tal.
    Concordam com este comentário: tigoncal
    • AMVP
    • 13 dezembro 2022

     # 534

    Mas tb lhe digo, o BPI há uns meses atrás fazia taxa fixa para a totalidade do empréstimo ou então só variável. Há algum problema nisto? não me parece, são opções comerciais como quem vende só arroz mas não vende massa, cada um é que sabe.
    A mim não me interessava, procurei outra solução. Podia não existir outra? Podia mas aí o problema era meu, afinal eu é que não tinha dinheiro para o queria. É como o exemplo da massa e arroz, se não houver e apenas houver batatas lá terei de as comer pois eu é que tenho fome.
  8.  # 535

    Acabou de sair o valor da inflação nos EUA. Foi abaixo do previsto. São boas notícias para todos! O aumento dos juros parece estar a funcionar. Quanto mais depressa se controlar a inflação menos os juros têm de subir.
  9.  # 536

    Colocado por: HAL_9000É verdade, mas as pessoas sabem analisar esse valor? Sabem que é o máximo histórico, mas sabem qual o real risco que correm?
    Depois os gestor diz: "isso aconteceu na por causa da última crise, a probabilidade de a euribor chegar a esses valores, é mesmo muito reduzida".

    Ainda este fds comentava com uma prima minha, que a OCDE prevê que a Euribor chega aos 5% com juros diretores nos 4% em 2023, e ela pura e simplesmente chamou-me de alarmista, e claro que aqueles valores nunca mais vão voltar a acontecer. Existe esta fezada geral.

    Grande marte das pessoas com que falo, não fazem ideia do que é o MITC, ou a TAEG. Sabem o spread e pouco mais. Para ter uma noção, tenho imensos colegas que não sabem calcular a porcaria de um ordenado líquido, ou que tentam negociar ordenados liquidos quando mudam de trabalho, não percebendo que o custo para a empresa do ordenado liquido de uma pessoa casado e sem filhos, pode ser completamente diferente do de outra que tenha 2-3 dependentes.

    Não creio que a FINE seja um documento fácil de analizar por uma parte significativa das pessoas.
    As pessoas não se informam devidamente.

    Contudo, o que aqui estava a argumentar, é que para além dessa FINE da simulação com taxa variável, o ideal é que o banco fizesse também uma proposta com taxa fixa. Contudo, isso não acontece. E em alguns bancos, as taxas fixas propostas, a pedido, é no sentido de demover o cliente de as contratar.
    Porquê que a estratégia dos nossos bancos para o CH, assenta em taxas variáveis, mesmo com a euribor negativa, é algo que me ultrapassa. Só imagino que seja mais rentável transferir os riscos para o cliente.
    Mas isso já não é culpa dos bancos, as pessoas nao aprendem, conheço pessoas que se viram à rasca para aguentar os apartamentos em 2008 e como as taxas baixaram e tal foram logo a correr trocar o apartamento por uma moradia, caso a coisa suba para os valores que esteve ha uns anos andam aos papéis outra vez!

    Cada um é responsável por si próprio e pelo que faz, mas nao seria mau as taxas terem um teto máximo e ser mesmo esse máximo o usado para calcular a taxa de esforço…

    Provavelmente isto não é tão simples assim, não sei, só sei que muita gente precisava de se proteger de si próprio…
    Ultimamente o crédito virou moda, até as cuecas são a 1€ por mes, e no fim do mês tudo junto faz monte
  10.  # 537

    O motivo pelo qual os bancos não apresentavam taxas fixas nas propostas é porque nós portugueses somos um tesos, ganhamos mal, e se os CH tivessem taxa fixa, metade (palpite sem nenhuma base ciêntifica) dos clientes excedia a taxa de esforço máxima, e assim os mil euristas (grossa maioria da população activa portuguesa) não conseguia comprar o T3 de 300k€ nem fazer a moradia de 400k€ porque rebentava a taxa de esforço com uma taxa fixa de 1.5 ou 2%.

    A negociação de taxa fixa vs taxa variável é isso mesmo, uma negociação de quem assume o risco na variação das taxas de juro. Os bancos também têm que se financiar e não pensem que vos vão oferecer uma taxa fixa abaixo da taxa a que eles próprios se financiam (não é viável! o banco que fizer isto não sobrevive). Querer atirar as culpas para cima dos bancos que não ofereceram taxa fixa não é intelectualmente honesto sequer. Um banco que tenha oferecido uma taxa fixa atractiva (suponhamos 1%) em, por exemplo, 2020, espera a diferença entre a taxa de juro fixa e a taxa a que este se financia quando esta é mais baixa seja suficiente para compensar os períodos em que a taxa a que se financia é mais alta. Ora optando por contratar taxa variável, esse benefício (ou prejuízo) é do cliente e desde que na totalidade da duração do crédito o saldo seja positivo, esta é ainda a melhor opção. Mas claro está, como tesos que somos, só pensamos na mensalidade quando a taxa de juro aumenta, não fazemos a conta ao que poupámos (muito menos pensar em aforrar a diferenca) quando a taxa de juro era baixa e estava abaixo da taxa fixa oferecida no momento da contratação. É expectável que um CH com taxa fixa dê mais lucro ao banco na duração total do contrato, já que este tem assumir o prémio de risco, logo não faz sentido apregoar que o problema de quem tem agora a corda ao pescoço seja dos bandidos dos bancos que não lhes insistiram oferecer taxa fixa quando, numa percentagem não negligenciável, a taxa fixa inviabilizaria a própria contratação do CH.
    Concordam com este comentário: RCF, N Miguel Oliveira
  11.  # 538

  12.  # 539

    Colocado por: AMVPRepare, eu sou um adulto, sou responsável pelos meus actos, bons ou maus, lamento que as pessoas se queiram continuar a comportar como crianças e não queiram assumir as suas responsabilidades.
    Eu dirijo a minha argumentação para tentar perceber porquê que a oferta em termos e taxas de CH em Portugal está desfasada com média europeia, e tento correlacionar isso com o facto de 90% dos CH em Portugal estarem indexados à taxa Variável. Acho um tema interessante, perfeitamente válido para troca de ideias, como o é as cheias, a sustentabilidade da SS, a produtividade em Portugal, etc..
    Repare que não estou a culpar diretamente os bancos pela decisão de ninguém, estou somente a dizer que de acordo com a minha análise, existe uma correlação entre estes dois dados: oferta comercial de CH vs tipo de taxa contratada. Perante isto a(o) AMVP responde-me a dizer que é adulto e responsável. Não contesto nem tenho nada a acrescentar a essa informação.



    Colocado por: AMVPUma coisa é certa, o financiamento é concedido a adultos, seria expectável que se comportassem como tal.
    Só por curiosidade quem é que viu a não comportar-se como tal?



    Colocado por: DR1982mas nao seria mau as taxas terem um teto máximo e ser mesmo esse máximo o usado para calcular a taxa de esforço…
    Não era preciso isso, bastava que as taxas de esforço fossem calculadas com rigor. Ainda assim haveria um conjunto de situações imprevisíveis: Doença, quebra de rendimentos, inflação, etc... O ideal é que o limite de crédito fosse bem ajustado aos rendimentos das pessoas, e não é essa a perceção que tenho.
    Uma informação contratual mais clara também não seria pior, quando se enche uma FINE de termos técnicos é normal que algumas pessoas olhem para o valor e já está.
    É como as facturas da luz, a informação está la toda, mas o documento em si é intragável.



    Colocado por: tigoncalO motivo pelo qual os bancos não apresentavam taxas fixas nas propostas é porque nós portugueses somos um tesos, ganhamos mal, e se os CH tivessem taxa fixa, metade (palpite sem nenhuma base ciêntifica) dos clientes excedia a taxa de esforço máxima, e assim os mil euristas (grossa maioria da população activa portuguesa) não conseguia comprar o T3 de 300k€ nem fazer a moradia de 400k€ porque rebentava a taxa de esforço com uma taxa fixa de 1.5 ou 2%.
    Concordo totalmente consigo. E sendo assim, não seria isso o ideal para que a capacidade de endividamento fosse limitada ao nível de rendimentos do país? Será que a haver essa limitação de crédito, o preço da habitação também não ficaria mais condizente com os nossos rendimentos? Não vejo porquê que a limitação do endividamento seja algo negativo.
    Os próprios bancos têm de ser regulados para que não se endividem mais que o desejável.


    Colocado por: tigoncalA negociação de taxa fixa vs taxa variável é isso mesmo, uma negociação de quem assume o risco na variação das taxas de juro.
    O meu argumento é que não existe uma verdadeira negociação, porque a taxa fixa por cá, simplesmente não sequer posta em cima da mesa na maior parte dos casos.



    Colocado por: tigoncalOs bancos também têm que se financiar e não pensem que vos vão oferecer uma taxa fixa abaixo da taxa a que eles próprios se financiam (não é viável! o banco que fizer isto não sobrevive). Querer atirar as culpas para cima dos bancos que não ofereceram taxa fixa não é intelectualmente honesto sequer. Um banco que tenha oferecido uma taxa fixa atractiva (suponhamos 1%) em, por exemplo, 2020, espera a diferença entre a taxa de juro fixa e a taxa a que este se financia quando esta é mais baixa seja suficiente para compensar os períodos em que a taxa a que se financia é mais alta
    Os bancos não se financiam todos a taxas semelhantes? A euribor não é a a média das taxas de juro praticadas nos empréstimos entre um grupo específico de bancos em Euros? então explique-me o seguinte:

    "Se considerarmos fixar por um período entre um e cinco anos, por outro lado, Portugal (1,43%) fica atrás apenas da França, cuja taxa média se situou em 1,37%. Já no que diz respeito à média da Zona Euro, esta taxa média fixou-se em junho nos 2,03%, com a Letónia a liderar a tabela, com 9,86%. No entanto, olhando para um prazo superior a dez anos, a escolha já representa uma taxa média de juro de 1,86% na Zona Euro, sendo que em Portugal este valor é 3,36%, um dos mais elevados na região."
    https://eco.sapo.pt/2022/08/05/portugal-tem-a-segunda-taxa-fixa-para-habitacao-mais-baixa-da-zona-euro/

    Tem explicação para isto?
    Estarão estes bancos a "oferecer uma taxa fixa abaixo da taxa a que eles próprios se financiam"?
    Portugal tem taxas fixas mais baixas no prazo de 1 ano (lol) e até 5 anos. Pudera, serão taxas pouco praticadas em muitos países europeus.


    Colocado por: tigoncalÉ expectável que um CH com taxa fixa dê mais lucro ao banco na duração total do contrato, já que este tem assumir o prémio de risco, logo não faz sentido apregoar que o problema de quem tem agora a corda ao pescoço seja dos bandidos dos bancos que não lhes insistiram oferecer taxa fixa quando, numa percentagem não negligenciável, a taxa fixa inviabilizaria a própria contratação do CH.
    Faz sentido num país de baixos rendimentos, cuja margem para variações grandes na despesa mensal é curta. Some a isso a inflação mais elevada dos últimos 30 anos, com especial impacto na alimentação e energia. E tem a receita para algo correr mal. Precisamente por "numa percentagem não negligenciável, a taxa fixa inviabilizaria a própria contratação do CH" é que esta deveria ser aposta para evitar o mal parado.
  13.  # 540

    Colocado por: HAL_9000Concordo totalmente consigo. E sendo assim, não seria isso o ideal para que a capacidade de endividamento fosse limitada ao nível de rendimentos do país? Será que a haver essa limitação de crédito, o preço da habitação também não ficaria mais condizente com os nossos rendimentos? Não vejo porquê que a limitação do endividamento seja algo negativo.
    Os próprios bancos têm de ser regulados para que não se endividem mais que o desejável.

    Pelo contrário, limte ao endividamento é bom já que se tivesse existido, teriamos por um lado evitado que muitos Portugueses com rendimentos no limite da taxa de esforço quando estas eram negativas estivessem numa situação económica frágil aquando de qualquer pequena subida e, por outro, evitado (ou pelo menos que fosse de forma tão acentuada) o aumento do preço da aquisição (por dificuldade em acesso ao crédito, que é aquilo que previsivelmente poderá fazer parar/baixar o aumento dos preços das casas nos próximos anos). Ou seja, contido a inflação, que é exatamente aquilo que este aumento das taxas diretoras têm por objectivo fazer. Não se tendo feito por um lado, faz-se agora por outro, o que não quer dizer que seja mau para toda a gente, já que muitas pessoas, com taxas de juro superior, poderiam não ter conseguido aprovação do CH por excederam a taxa de esforço (que é um critério one-off, só se aplica uma vez no momento da contratação) mas tendo conseguido naquele momento, melhor ou pior até aguentam o aumento das taxas (tendo assim saído do arrendamento).

    Utilizando o seu exemplo de que Portugal teve a mais baixa taxa fixa em Junho de 2022, os bancos continuaram a oferecer taxas fixas acima da euribor nesse momento (em Junho, Euribor a 12M era de 0.417%, face à taxa fixa média oferecida em Portugal de 1,2%, conforme a notícia). O facto de serem ainda assim mais baixas do que no resto da europa deverá ser estratégia comercial de cada banco a cada momento e pouco interessa, revelando apenas que, nessa altura (junho de 2022), os novos contratos a taxa fixa tinham mais margem nos bancos europeus do que nos bancos nacionais.
 
0.3099 seg. NEW