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  1.  # 1

    Colocado por: N Miguel OliveiraQual é a culpa do Estado mesmo?
    Neste caso, não fiscalizar. Mas dado o drama da habitação, se o fizesse só iria piorar ainda mais a situação.

    De resto tem toda a razão. O DO tende a desvalorizar a função do fiscal.
    • AMG1
    • 30 março 2025

     # 2

    Colocado por: HAL_9000Não se trata de proibir ou dificultar, simplesmente é não financiar, não apostar nessa oferta formativa, reduzir o número de vagas disponíveis.

    O estado tem o dever de aplicar da melhor maneira o dinheiro dos contribuintes, ter um plano estratégico de aposta na formação em função da transformação económica que se pretende, não é retirar os direitos as pessoas. Eles se quiserem ir fazer sociologia, ou estudos artísticos, de certeza que se não tiverem vaga no público haverá privados a oferecer a formação, o que não entendo é: se precisamos de 100 sociólogos por ano, porque raio estamos a formar 400? Isso não é bom nem para o estado nem para quem investe na sua formação e depois vê as suas expectativas goradas.

    A sociologia, foi só um exemplo, não me referia especificamente a este curso, mas a qualquer um que não tenha saídas profissionais na nossa economia,


    Eu é que sou o esquerdalho, mas é o HAL_9000 que acha que o estado é que deve "estar em todas". Sem prejuízo do estado ter obrigação de disponibilizar uma oferta pública de ensino que corresponda às necessidades da economia, também tem de haver algum cuidado até onde levamos esse raciocínio. Criar condições para que a academia e as empresas não vivam de costas voltadas, não implica que as universidades se tenham de transformar em centros de formação profissional.
    Não vou comentar essa sua ideia de que o estado não tem de financiar cursos de sociologia ou de artes, ou de ....
    porque acho que simplesmente isso não faz sentido nenhum. Repare que se você quiser construir uma casa, a primeira pessoa com quem fala é com um arquiteto, que se formou numa escola de artes, não é com o engenheiro.
    Se quiser construir um carro, uma camisola, ou um móvel, também vai necessitar de um designer, a não ser que copie, mas nesse caso a sua camisola, o carro, ou movel, tambem vão valer pouco.
    Agora vamos lá as ciências sociais. Se um jovem quer estudar sociologia, porque razão não deve o estado financiar esse estudo, enquanto financia p.e. a formação de um economista, que com uma fortissima probabilidade vai ser aquilo a que no meu tempo se chamava um empregado de escritório?
    Ou uma licenciatura em direito para alguém que nunca vai por os pés num tribunal?
    Ou uma licenciatura em engenharia, a alguém que também não lhe vai dar qualquer uso?
    O estado deve obviamente distribuir os recuros públicos da forma mais eficiente possivel, mas sem esquecer que um pais, não é a casa de ninguém, mas a de todos, dos que cá estão hoje e dos que também cá estarão depois de nós. Portanto decidir com os olhos no futuro e não exclusivamente no presente.
    Se um jovem se licencia em sociologia ou história e depois só encontra emprego a conduzir um táxi, ou como caixa de supermercado, qual é mesmo o problema, a não ser para ele?
    Eu preferia de longe um taxista com quem pudesse discutir a teoria da acção comunicativa, do que um com quem só posso falar de futebol, ou das manchetes do CM.
    O futuro dos jovens estudantes deve ser tema para eles e para as suas famílias. O estado deve, na medida das suas possibilidades dar as mesmas oportunidades a todos, independentemente das escolhas que façam. Talvez o estado deva ajudar na decisão, nos casos em que isso se mostre necessário, agora deixar de financiar os estudos de alguém, apenas porque com essa formação não vai poder ter uma dada profissão, a meu ver, isso é dum dirigismo estatal que até a mim arrepia.
    Eu trabalhei toda a minha vida numa area onde maioria dos meus colegas era gente que tinha passado pelas faculdades de economia e gestão, mas não faltavam licenciados em direito, sem serem advogados, ou licenciados em engenharia que nunca foram engenheiros e evidentemente que também havia licenciados em sociologia, antropologia, história e sei lá mais o quê. Na verdade a formação de base de cada um era muito pouco relevante, o que nos distinguia era a forma como desempenhavamos as nossas funções e não o "canudo", até porque todos tinham pelo menos um.
    Depois o HAL_9000 sabe perfeitamente que não nos faltam engenheiros (se valhar sociologos também não), até porque os estamos a exportar. Portanto se os exportamos é porque não precisamos deles. Aplicando o seu raciocinio, talvez também devessemos reduzir o numero de vagas nos cursos de engenharia, afinal a nossa economia parece que não precisar deles para nada.
    Não se constroi uma casa pelo telhado. Para transformar a economia, antes dos profissionais precisa de ideias, projectos e capital, sem isso, pode formar os profissionais que quiser, porque nem sequer sabe de quais é que vai precisar.
    O importante é que tenha pessoas que detenham um conjunto de "ferramentas" tecnicas e cognitivas que possam ser direcionadas para tarefas concretas e isso pode conseguir-se de muitas formas. A nossa universidade adaptou-se a "Bolonha" sem se transformar e isso sim é um problema, continua a formatar os jovens para o exercício especifico de uma dada profissão, que se calhar daqui a meia duzia de anos já nem sequer existe, quando lhes devia abrir "os horizontes" e dar-lhes as ferramentas necessarias para se irem adaptando às transformações do mercado de trabalho.
    Como diz uma amiga, que só por acaso é atriz: "olhem filhos, estudem teatro, porque pelo menos ficam a conhecer o que é a vida."
  2.  # 3

    Colocado por: HAL_9000Neste caso o consumidor escolhe alguma coisa além da empresa de construção?


    Se um empreiteiro tem por hábito "esmagar preços" e paga mal. Pagará mal ao serralheiro, pagará mal ao carpinteiro, pagará mal a todos. Isso também se reflete no seu preço ao orçamentar.

    Há muito trabalho de pesquisa que o DO não faz até porque não convém. Você consegue imaginar um DO a tentar informar-se com anteriores cliente de determinado empreiteiro, sobre o modo de trabalho dele? Se pagava justo aos subempreiteiros, se tinham todos seguro, se tinham imigrantes com tudo em ordem... se tinham contabilidade em dia, se tinham dívidas, etc?

    Óbvio que não... esse empreiteiro nem entrou na equação pelo preço que tinha. O DO o que vai fazer é pesquisar sobre os 2 ou 3 mais baratos, e o que lhe interessa saber é se o empreiteiro não fugiu a meio da obra, se deixou tudo direito, se há fissuras, etc. E também se entende esta posição. Mas peca por defeito.
    Você alguma vez na vida prescindia de 5 ou 10m² na casa com tal de saber que os trabalhadores foram à diária num restaurante melhorzinho, que tinham carros +/-, que usavam calças sem buracos, que todos tinham um capacete, um par de luvas, óculos de proteção e dois pares de botas de biqueira de aço? Óbvio que isso não lhe compete a sí, mas é você que paga tudo isso, quer queira quer não.

    É exactamente o que acontece quando compra uma t-shirt por 3€... não quer saber. Porque se soubesse como se chega àquele preço talvez mude de ideias.
  3.  # 4

  4.  # 5

    Colocado por: HAL_9000Mas sim, em muitas outras áreas é um facto que o consumidor pode optar por pagar o justo valor ao profissional ao invés de ir a procura do mais barato. Agora também se espera que o profissional corresponda ao investimento feito. Tenho a ideia que em arquitetura, isso nem sempre acontece. Mas há arquitectos que valem cada cêntimo que pedem, e no meu caso ganhei essa sensibilidade aqui no forum. Antes de o frequentar, não tinha bem a mesma ideia.


    É normal que você não entenda qual é o preço justo. Não nasceu ensinado. Mas se os próprios técnicos dessas profissões não têm interesse em explicar (porque maiores honorários implicam maior responsabilidade e dedicação também), e se você tampouco quer aprender, é natural que menospreze o serviço.

    Arquitectura é como outra profissão qualquer. O problema é o falhanço quanto às perspectivas do cliente quando pede "um projecto para uma casa"... mas quando chega a hora de pagar, apenas pagar e contratualiza o mero projecto de licenciamento. Ignora tudo o que resto, que vem de depois, durante a obra... aí, só restablece contacto muitas vezes porque se fez alguma asneira grave.

    A juntar a isso, nem Fiscal há.

    Como pode esperar que tudo corra bem, que se cumpram prazos e orçamentos quando o gestor na volta é Médico, Cozinheiro, Professor, etc...?

    É uma questão de bom senso.

    Quanto à crise dos preços da habitação. A mim não me custa nada ver casas à venda por 300k que há 20 anos custavam 150. Custa-me é ver casas à venda por 300k, cujos projectos além de incompletos (vulgarmente só o licenciamento), têm a qualidade correspondente aos honorários de 2000€ que custaram há 3 ou 4 anos.
  5.  # 6

    Colocado por: ferreiraj125




    Giro, mas zero relação com o argumento.



    Ao menos que viessem para construir casas, não para entregar comida a casa ou apanhar mirtilos.


    Vieram para aquilo que lhes aparecer. Se for apanhar mirtilos, nada contra, desde que respeitada a lei.


    É verdade que pedir para comida ser entregue a casa ficou mais barato, mas a que custo?
    Por que raio é que agora é uma coisa boa ter pessoas a trabalhar numa bicicleta à chuva e ao vento, sem segurança laboral, a viver amontoados em quartos cheios de beliches... Para outros poderem ter um serviço não essencial barato?


    Não é essencial para si, é cómodo para muita gente. Desde que respeitada a lei, none of your business.


    Mas as condições destas pessoas não interessam? Porque são imigrantes? São menos que nós?
    Para mim haver mais pobreza em Portugal, mais pessoas a fazer trabalhos precarios e mal pagos, a viver em condições menos dignas, é um problema para mim, e para Portugal. Não é por serem imigrantes que não contam.


    Interessam, a quem se interessa genuinamente por eles e não os usa como espantalhos.
  6.  # 7

    Colocado por: AMG1Eu é que sou o esquerdalho, mas é o HAL_9000 que acha que o estado é que deve "estar em todas".
    Por acaso não em lembro de algum dia me ter referido a si como esquerdalho. Quanto a eu achar que o estado deve "estar em todas" é pá, quando o estado impõe sobre o contribuinte a carga fiscal actual, o contribuinte espera que ao menos o estado faça uma boa gestão do dinheiro que cobra. No caso particular da educação, eu sempre defendi que o estado deve ter um papel preponderante, não me vai apanhar a defender o contrário em lado nenhum.


    Colocado por: AMG1Não vou comentar essa sua ideia de que o estado não tem de financiar cursos de sociologia ou de artes, ou de ....
    Como o AMG pode confirmar eu falei em "reduzir o número de vagas", era nesse sentido o não financiar. Oui bem que existe uma estratégia definida onde essa mão de obra pode dar um contributo valioso, ou vem que os recursos têm de ser melhor alocados.
    Se o AMG reparar, as vagas nos outros cursos também estão limitadas. POr exemplo as vagas para estudar medicina são em número muito inferior ao dos potenciais candidatos. O estado ao limitar as vagas está também a limitar o sonho de muita gente que queria estudar medicina, no entanto apenas abrem as vagas que por diversos motivos são decididas como as necessárias, ou as possíveis.


    Colocado por: AMG1Se um jovem se licencia em sociologia ou história e depois só encontra emprego a conduzir um táxi, ou como caixa de supermercado, qual é mesmo o problema, a não ser para ele?
    Já por diversas vezes defendi que considero que oi ensino superior é uma ferramenta incrivel por si só, independentemente da área. Mas esta situação de apostar na formação de alguém em "ociologia ou história e depois só encontra emprego a conduzir um táxi, ou como caixa de supermercado" interessa a alguém? O problema é desde logo da pesso recém formada que vê as suas expectativas goradas, mas é também um problema do país que não consegue capitalizar o investimento feito. Em princípio o secundário, deveria ser mais que suficiente para conseguir discutir mais que futebol ou as manchetes do CM com o taxista.

    Bem sei que as áreas de base da nossa formação, não determinam a nossa evolução profissional, é uma ferramenta que podemos usar para o nosso desenvolvimento profissional.

    Ainda assim, o estado deve ter uma ideia das áreas que em que deve apostar para operar a transformação na economia que precisamo, e é nessas áreas que deve apostar, e não naquelas areas que de forma sistemática apresentam taxas de semprego superiores a 10% (marketing, filosofia, Design Global).

    O estado não deve proibir nada, mas deve dosear o que financia em termos de educação, tendo em conta o plano estratégico para o país (se é que existe um).
    • AMG1
    • 31 março 2025

     # 8

    Colocado por: HAL_9000... mas é também um problema do país que não consegue capitalizar o investimento feito. ...


    Com isto você diz tudo. Podemos continuar a "serrar presunto" o resto da vida sobre o sistema de ensino, nomeadamente se podia ser mais eficaz, mais barato, mais equitativo, mais ... tudo o que quisermos. A verdade é que enquanto a economia não conseguir tirar partido do que já temos, toda essa discussão não serve para nada, a não ser para nos distrair do que é essencial.
    Nas circunstâncias actuais você pode duplicar ou triplicar o numero de engenheiros que forma em cada ano, porque isso não altera nada, talvez apenas aumente o numero de jovens emigrantes.
    Quanto aos cursos sem empregabilidade. Vamos lá fazer um exercício prático. Imagine que reduz para 20% as actuais vagas para a licenciatura em filosofia, o que acha que iria acontecer aos não colocados?
    Ou iam para as caixas dos supermercados, ou para empregos afins, ou emigrariam na mesma, ou então, pior ainda, vão engrossar o batalhão dos nem nem (não estudam nem trabalham), assim sempre "abrem as capoeiras" e na pior das hipóteses lá serão caixas de supermercado na mesma, mas mais conhecedores e quem sabe se daqui a uns anos não virão a sair daí outros como o Leonardo Coimbra, José Gil ou Eduardo Lourenço. Mesmo que esses nomes digam pouco a muitos portugueses, a verdade é que dizem bastante a alguns e esses também são gente. Um país faz-se com todos, independentemente do papel que cada um tem.
    A economia pode precisar de engenheiros e gestores, mas o pais precisa de muitas outras aptidões e o estado também tem de se preocupar com isso.
    Eu percebo que a organização administrativa do sistema universitário precisa de coisas tão obvias como a existência de um número de vagas máximo para cada curso, mas a meu ver o ideal seria mesmo que todos os jovens que quisessem entrar num dado curso pudessem ingressarar nesse curso (óbviamente desde que tivesses as ferramentas necessárias), depois a selecção fazia-se a partir daí entre aqueles que mostravam capacidade e vontade e os outros, que evidentemente seriam dispensados. Não é o facto dos estudantes de medicina terem sido todos brilhantes no secundário, que nos dá a garantia de que teremos melhores médicos no futuro.
    Mas eu sei que isto é uma utopia, mas como nos ensina a filosofia, sem utopia não há futuro.
  7.  # 9

    Dos 90 mil contratos de crédito à habitação realizados em 2024, 43% envolveram jovens e 30% estrangeiros

    https://expresso.pt/economia/2025-03-18-dos-90-mil-contratos-de-credito-a-habitacao-realizados-em-2024-43-envolveram-jovens-e-30-estrangeiros-f46c0c5c
  8.  # 10

    Ora bem, um amigo meu colocou o seu apartamento à venda por 320K, na AML, valor de mercado indicado pelo agente imobiliário. A estratégia dele foi: se o apartamento não tiver propostas concretas ao fim de 3 semanas, sobe-se o preço para 340K, para "chamar a atenção" e porque quem quer comprar precebe a urgência de apresentar proposta. Pelos vistos tem sido essa a estratégia da agencia onde trabalha e com bons resultados. wtf?

    Entretanto eu pensei em trocar de casa (margem sul AML), tendo em conta que demoro cerca de 2:15 h(transportes) e 3h(carro) diárias em commute (ligações de transportes públicos ineficientes vs Pontes). Não pretendo vender o imovel actual (está quase pago), mas rentabilizar.

    Ora bem conclusões que cheguei até agora, com apenas duas semanas de pesquisa: Na margem norte, apartamentos que há 5 anos eu não quis dar 80K porque me pareciam francamente caros, neste momento estão a valer cerca de 260-300K.
    Na zona onde habito actualmente, e onde em 2020 comrei apartamento por 47K, neste momento e com as mesmas características, não ha nada abaixo de 175K.

    É impressão minha ou estamos a roçar niveis de insanidade? Nos próximos 6 meses vou acompanhar a evolução do mercado, mas para já as minhas conclusões são:
    - Esquece a mudança de casa, está tudo maluco.
    - Foge da AML enquanto podes.
  9.  # 11

    Colocado por: HAL_9000Ora bem, um amigo meu colocou o seu apartamento à venda por 320K, na AML, valor de mercado indicado pelo agente imobiliário. A estratégia dele foi: se o apartamento não tiver propostas concretas ao fim de 3 semanas, sobe-se o preço para 340K, para "chamar a atenção" e porque quem quer comprar precebe a urgência de apresentar proposta. Pelos vistos tem sido essa a estratégia da agencia onde trabalha e com bons resultados. wtf?

    Entretanto eu pensei em trocar de casa (margem sul AML), tendo em conta que demoro cerca de 2:15 h(transportes) e 3h(carro) diárias em commute (ligações de transportes públicos ineficientes vs Pontes). Não pretendo vender o imovel actual (está quase pago), mas rentabilizar.

    Ora bem conclusões que cheguei até agora, com apenas duas semanas de pesquisa: Na margem norte, apartamentos que há 5 anos eu não quis dar 80K porque me pareciam francamente caros, neste momento estão a valer cerca de 260-300K.
    Na zona onde habito actualmente, e onde em 2020 comrei apartamento por 47K, neste momento e com as mesmas características, não ha nada abaixo de 175K.

    É impressão minha ou estamos a roçar niveis de insanidade? Nos próximos 6 meses vou acompanhar a evolução do mercado, mas para já as minhas conclusões são:
    - Esquece a mudança de casa, está tudo maluco.
    - Foge da AML enquanto podes.



    Talvez mais na AML , mas todo o pais esta assim, devido a minha Vida profissional/ pessoal até a 6 meses deslocava me entre as Cidades de Lisboa/Alcobaça/ Leiria / Coimbra e em todas o preço da Habitação disparou

    Comprei um t2 novo em Alcobaça nos idos anos 90 por 6500contos, hj não encontro nada identico novo por menos de 220.000 Euros mesmo este usado foi avaliado há pouco por 160.000 euros que podemos dizer....
  10.  # 12

    Colocado por: HAL_9000É impressão minha ou estamos a roçar niveis de insanidade?


    Sim, estamos.
    É impossível à classe média pagar habitação.
    Tem tudo para correr mal.
  11.  # 13

    Colocado por: HAL_9000Não pretendo vender o imovel actual (está quase pago), mas rentabilizar.
    Esta parte ainda é mais chocante. No meu excel, para estudar a viabilidade da mudança de casa, tinha feito uma previsão de income de renda de 600 euros (a habitação actual é um T2, parecia-me um valor justo, e na verdade até achava que estava a esticar um bocadinho a corda).

    Entretanto hoje fui a vários sites (idealista, imovirtual, olx) ver a oferta de T2 para arrendar num raio de 2Km-3km da minha casa: renda mais barata - 900 eur/mês com cozinha dos anos 90, e WC dos anos 80.
  12.  # 14

    Colocado por: HAL_9000Esta parte ainda é mais chocante. No meu excel, para estudar a viabilidade da mudança de casa, tinha feito uma previsão de income de renda de 600 euros (a habitação actual é um T2, parecia-me um valor justo, e na verdade até achava que estava a esticar um bocadinho a corda).

    Entretanto hoje fui a vários sites (idealista, imovirtual, olx) ver a oferta de T2 para arrendar num raio de 2Km-3km da minha casa: renda mais barata - 900 eur/mês com cozinha dos anos 90, e WC dos anos 80.


    HAL eu arrendei por 800 euros um T2 praticamente novo, remodelado onde morei, já a achar caro demais. O normal na zona são 1000 pra cima por autenticos buracos; quero aproveitar pra pagar o que resta do credito das obras e gostaria de baixar a renda mais assim que possivel, não compactuo com loucuras.
  13.  # 15

    Colocado por: HAL_9000Ora bem, um amigo meu colocou o seu apartamento à venda por 320K, na AML, valor de mercado indicado pelo agente imobiliário. A estratégia dele foi: se o apartamento não tiver propostas concretas ao fim de 3 semanas, sobe-se o preço para 340K, para "chamar a atenção" e porque quem quer comprar precebe a urgência de apresentar proposta. Pelos vistos tem sido essa a estratégia da agencia onde trabalha e com bons resultados. wtf?

    Entretanto eu pensei em trocar de casa (margem sul AML), tendo em conta que demoro cerca de 2:15 h(transportes) e 3h(carro) diárias em commute (ligações de transportes públicos ineficientes vs Pontes). Não pretendo vender o imovel actual (está quase pago), mas rentabilizar.

    Ora bem conclusões que cheguei até agora, com apenas duas semanas de pesquisa: Na margem norte, apartamentos que há 5 anos eu não quis dar 80K porque me pareciam francamente caros, neste momento estão a valer cerca de 260-300K.
    Na zona onde habito actualmente, e onde em 2020 comrei apartamento por 47K, neste momento e com as mesmas características, não ha nada abaixo de 175K.

    É impressão minha ou estamos a roçar niveis de insanidade? Nos próximos 6 meses vou acompanhar a evolução do mercado, mas para já as minhas conclusões são:
    - Esquece a mudança de casa, está tudo maluco.
    - Foge da AML enquanto podes.


    É a fase final do ciclo imobiliário que dura em média 18 anos. A chamada "winner's curse" e que dura aproximadamente 2 anos. Altura em que quem tem algum capital de lado decide investir porque "o lucro é garantido" e realmente a coisa até parece funcionar e ser sempre a subir, até eventualmente colapsar, daí o nome.

    Contraír dívida para comprar algo que valoriza pela dívida que se contraiu. Quem diz que a correção nunca vai acontecer, é o mesmo que achar que nunca mais vai chover porque está no pico do verão. Esta é a fase em que se faz muito dinheiro, mas em que também se pode deitar tudo a perder. Eu vou aproveitar e vender o meu imóvel de arrendamento enquanto ainda há musica e cadeiras para sentar.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: ferreiraj125
      the-18-year-real-estate-cycle-driven-by-mortgage-debt-v0-axfp4rjaf2wd1.jpg
  14.  # 16

    Colocado por: PedroNunes24

    É a fase final do ciclo imobiliário que dura em média 18 anos. A chamada "winner's curse" e que dura aproximadamente 2 anos. Altura em que que tem algum capital de lado decide investir porque "o lucro é garantido" e realmente a coisa até parece funcionar e ser sempre a subir, até eventualmente colapsar, daí o nome.

    Contraír dívida para comprar algo que valoriza pela dívida que se contraiu. Quem diz que a correção nunca vai acontecer, é o mesmo que achar que nunca mais vai chover porque está no pico do verão.
      the-18-year-real-estate-cycle-driven-by-mortgage-debt-v0-axfp4rjaf2wd1.jpg




    Isso pode estar muito correcto , mas a partir do momento que os bancos emprestam sobre os novos valores dificilmente vai baixar.
  15.  # 17

    Colocado por: larkhe


    Isso pode estar muito correcto , mas a partir do momento que os bancos emprestam sobre os novos valores dificilmente vai baixar.


    É precisamente isso que causa o inchar da bolha e a leva à insustentabilidade. Os bancos emprestam cada vez mais, enquanto a taxa de esforço o permitir. Pelo caminho, o poste da baliza vai alargando. O mercado sobrevive com o espremer da qualidade de vida da população (uma taxa de esforço saudável passa de 30% para 50% https://eco.sapo.pt/2025/03/31/mais-de-metade-do-credito-a-habitacao-feito-em-2024-e-de-baixo-risco/) e com o governo a tapar buracos com medidas de apoio que funcionam a curto prazo mas pioram a situação a longo. Tudo para manter a máquina de fazer milionários a trabalhar.
  16.  # 18

    Colocado por: PedroNunes24É a fase final do ciclo imobiliário que dura em média 18 anos. A chamada "winner's curse" e que dura aproximadamente 2 anos.
    Só me ocorre dizer que se esses ciclos económicos fossem assim tão reprodutiveis os economistas não erravam 9 em cada 10 previsões que fazem. Mas neste caso tendo a achar que o PedroNunes está certo, isto só pode estar mesmo na "winner's curse".

    Eu como não tenho nada que queira vender para capitalizar, e como tenho demasiada aversão ao risco, a única coisa certeza que tenho é que nos próximos tempos vou estar "só a ver". Se o ciclo bater certo, lá para 2028, volto a avaliar a situação.
    Concordam com este comentário: desofiapedro
  17.  # 19

    Infelizmente quem quer invistir vê que o mercado anda muito alto,
    Só não consigo mesmo entender como existe portugueses a aguentar pagar casas de 400k com salários iguais ao meu.
    Um indicador mau que vi esta semana foi o que 6.1 milhões de americanos se encontram em incumprimento para crédito habitação, segundo li o maior valor nos últimos 20 anos
    Concordam com este comentário: ferreiraj125
  18.  # 20

    Colocado por: PedroNunes24

    É precisamente isso que causa o inchar da bolha e a leva à insustentabilidade. Os bancos emprestam cada vez mais, enquanto a taxa de esforço o permitir. Pelo caminho, o poste da baliza vai alargando. O mercado sobrevive com o espremer da qualidade de vida da população (uma taxa de esforço saudável passa de 30% para 50%https://eco.sapo.pt/2025/03/31/mais-de-metade-do-credito-a-habitacao-feito-em-2024-e-de-baixo-risco/) e com o governo a tapar buracos com medidas de apoio que funcionam a curto prazo mas pioram a situação a longo. Tudo para manter a máquina de fazer milionários a trabalhar.



    Pode corrigir alguma coisa, e espero que sim mas como disse desde que os bancos emprestam determinado valor sobre um imovel, mesmo que a família perca o imóvel a favor do banco, o banco dificilmente ( para não dizer quase impossivel ) vai vender o imovel a perder dinheiro, mesmo que haja uma correcçao e acredito que vá haver nunca vai para valores de 2015 ou até 2010, neste tempo estamos a falar de aumento de preços superiores a 50%, a haver uma correcção vai ser de 10 ou 15 % que será aceitavel pelos bancos.

    Claro que as pessoas que comprarem em ultimo vão perder esses 10 ou 15% , mas da maneira que vejo os preços subirem ....
 
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