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  1.  # 1

    as pessoas não são um exercício matemático. E que na Europa e em certos segmentos populacionais em Portugal, há é um problema de sublotação da habitação residencial. E que 900 euros de rendimento disponível após custos com habitação numa família de 4 pessoas em que 2 são crianças não chega para pôr comida na mesa sequer, quanto mais ter luz, água, roupa para vestir and so on.
    O que eu leio aqui são comentários de gente completamente alienada da vida que as pessoas vivem todos os dias
    Concordam com este comentário:MilaDias



    eu concordo que quem quer alugar/comprar pela primeira vez encontra condições impossíveis, mas "as pessoas" tiveram oportunidade num curto espaço de tempo de votar 2 vezes (não 1 mas 2!) em quem vai liderar o país, e a verdade é que o interesse pelas políticas de habitação foi bastante reduzido.

    eu não li os programas de cada partido, mas leio bastante comunicação social / foruns / feeds de redes sociales, e não faço ideia se existe alguma proposta com pés e cabeças, imagino que se existisse teria lido algo a respeito.

    para ser consequente, é porque talvez não seja um problema tão grande como possa pensar.
  2.  # 2

    Colocado por: palmstrokeEstive esta semana em Los Angeles e foi assustador constatar quetodaa nova construcção de apartamentos é com o objectivo de meter a arrendar 100%.


    Nao vejo porque motivo seja assustador.
    Em Portugal e que existe esta visao de que para se ter sucesso e preciso ser proprietario de casa, carro, etc
    E sendo um Pais pobre, isso e o reflexo da 'riqueza' de muitos.

    Alias... o mercado imobiliario acaba por ser um reflexo do motivo pelo qual somos pobres. No mercado dinamico atual, estar ligado a uma zona geografica e mais uma vantagem que uma desvantagem. Impede a mobilidade. Forca as pessoas a permanecer em empregos que muito provavelmente nao sao os ideais mas os possiveis. Impede que pessoas se movam de zonas onde ha mais emprego de onde ha menos emprego. Seja entre cidades ou entre Paises. Ou dentro da propria AM. Ainda recentemente um conhecido rejeitou uma boa proposta de emprego em Oeiras pois o atual emprego no Parte das Nacoes e muito mais acessivel a casa que comprou em Vila Franca de Xira.

    Colocado por: palmstrokeNão é nada comparável ao que existe em Portugal, onde apesar de existir é pouco expressivo.


    O que e um problema... porque tirando os fundos (os famosos reits) e muito dificil investidores particulares ou de pequena dimensao meterem-se num negocio cuja rentabilidade e avaliada em decadas.

    Colocado por: N Miguel OliveiraA malta nem sabe o privilégio que têm em serem proprietários.


    Sera que e mesmo um privilegio? Ou reflexo da cultura de riqueza saloia portuguesa?

    por exemplo... nao faz muito mais sentido para a generalidade das pessoas fazer um renting de 4 anos e de 4 em 4 anos conduzir um carro novo, sem ter chatices de seguros, manutencao, etc? No entanto, o particular prefere pagar 50 mil euros por um carro que ao fim de 4 anos vale 25 mil e ter todos os riscos do seu lado. Porque se coloca muito enfase no facto de ser 'proprietario'.


    Colocado por: palmstrokeeu concordo que quem quer alugar/comprar pela primeira vez encontra condições impossíveis


    Eu acho que existe muita hipocrisia quando se fala na habitacao. O ano passado foi um ano ao nivel dos melhores com mais de 150 mil casas vendidas. Os precos sobem, porque ha quem os pague. E quem esta a comprar estas mais de 150 mil casas, na sua maioria, sao portugueses de classe media.
    No dia em que existir um 'problema na habitacao' isso vai-se sentir, porque os precos em vez de subir, estagnam ou descem. E o numero de transacoes baixa, nao sobe.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
  3.  # 3

    Colocado por: dmanteigaspor exemplo... nao faz muito mais sentido para a generalidade das pessoas fazer um renting de 4 anos e de 4 em 4 anos conduzir um carro novo, sem ter chatices de seguros, manutencao, etc? No entanto, o particular prefere pagar 50 mil euros por um carro que ao fim de 4 anos vale 25 mil e ter todos os riscos do seu lado. Porque se coloca muito enfase no facto de ser 'proprietario'.


    Nesse caso vai andar a suportar a desvalorização galopante dos primeiros quatro anos de um carro novo... o resto da vida!

    Anda sempre de carro novo mas também anda sempre a pagar carro novo (não há almoços grátis).

    A esmagadora maioria dos particulares mantém o carro mais do que esses quatro anos. A razão é simples: o TCO é favorável.
  4.  # 4

    Colocado por: ClioIIAnda sempre de carro novo mas também anda sempre a pagar carro novo (não há almoços grátis).


    E nao precisa de 'pagar' os problemas de um carro velho.

    Colocado por: ClioIIA esmagadora maioria dos particulares mantém o carro mais do que esses quatro anos. A razão é simples: o TCO é favorável.


    Porque se o trocassem a cada 4 anos o prejuizo era ainda maior.
    Mas isso nao torna o negocio 'favoravel'. Ate porque conduzir um carro de 10 anos nao e o mesmo que conduzir um carro novo. Seja a nivel de conforto, consumos, etc... Depende de muita coisa.
    Nao quer dizer que para muitas pessoas nao continue a fazer sentido 'comprar'. Mas a verdade e que para outras tantas, faziam muito mais sentido um renting. E para quem, por exemplo, se mete em creditos auto com TAEG na casa dos 12% e alem de ficar com todos os riscos, despesas e depreciacoes do seu lado ainda acaba a pagar outro carro no final dos 10 anos? E quem compra um carro hoje a assumir certos pressupostos, e daqui a 5 anos afinal precisava era de um citadino eletrico?

    Isto nao e uma questao de preto ou branco. Em Portugal esta decisao e quase sempre tomada por um preconceito saloio. Porque ser proprietario e 'sempre' melhor.

    Eu ate posso falar do meu proprio caso. Em 2020 comprei um insignia novo num excelente negocio por 33 mil euros (o PVP do modelo era 41 mil). Hoje volvidos 5 anos, o carro vale ai 20 mil portanto ja perdi por via da desvalorizacao 13 mil euros + uma media de 500e/ano seguro, 150e/ano IUC e 1000e/ano media de manutencao.

    Se tivesse pegado nestes 33 mil euros, investido em SP500 e feito um renting, neste momento os meus 33 mil euros valiam 66 mil vs um carro que vale 20 mil e ja tem 5 anos e 115 mil kms. As contas nao sao assim tao 'simplistas' obviamente, mas ajuda a perceber que aqui a questao nao e so ser proprietario vs nao ser proprietario.
  5.  # 5

    E quanto é que esse Insignia custaria por mês em renting?
  6.  # 6

    Colocado por: Vítor MagalhãesE quanto é que esse Insignia custaria por mês em renting?


    Provavelmente em torno de 500e/mes creio. Sendo que neste momento ja tinha trocado por um novo :D
  7.  # 7

    Colocado por: dmanteigas
    Provavelmente em torno de 500e/mes creio.


    Falta adicionar + XXXX € de entrada inicial que vão automaticamente para o lixo, a cada 3-4 anos.
  8.  # 8

    Colocado por: NostradamusFalta adicionar + XXXX € de entrada inicial que vão automaticamente para o lixo, a cada 3-4 anos.


    Se tiver entrada inicial.
    Mas nota-se logo a resistencia aqui a 'nao propriedade' :P
    Eu contra mim falo que mesmo com toda esta argumentacao, nao consigo tirar da cabeca esta ideia de ser tambem 'proprietario'.
  9.  # 9

    Colocado por: dmanteigasSe tivesse pegado nestes 33 mil euros, investido em SP500 e feito um renting, neste momento os meus 33 mil euros valiam 66 mil
    Todas as quartas feiras me pergunto o mesmo "porque raio fui eu guardar os 2 euros, quando podia ter jogado no eruomilhões ontem e hoje tinha 50 milhoes" :).

    Por acaso nisso dos carros, também prefiro ser proprietário, mas depende sempre dos valores que estamos a falar. Eu não compro carros novos, precisamente por causa da desvalorização dos mesmos. Óbvio que pode chegar o dia em que compre um usado cheio de problemas, mas até ver, parece-me a opção em que se perde menos dinheiro.
  10.  # 10

    Colocado por: dmanteigasMas nota-se logo a resistencia aqui a 'nao propriedade' :P
    Eu contra mim falo que mesmo com toda esta argumentacao, nao consigo tirar da cabeca esta ideia de ser tambem 'proprietario'.
    O que é melhor, ser proprietário de uma aparelho via verde, sem mensalidade, ou pagar a mensalidade que a empresa agora cobra? A lógica é um pouco essa.

    No final do dia, ser propretário acaba por ser a melhor maneira de controlar gastos.

    Veja-se no caso do insignia, em 5 anos perdeu 21K...se fosse renting, pelo valor mensal que indicou, perdia 30K. Óbvio que poderia recuperar os 9K de diferença investindo o dinheiro que gastou inicialmente, mas isso é o dmanteigas, não a generalidade das pessoas. Como são aversas ao risco, além de considerarem a hipótese de poderem recuprar os 9K invetindo, têm receio de perder mais 9K se fizerem um mau investimento. Pesando tudo jogam pelo seguro. Jogar pelo seguro faz sentido quando o rendimento disponível não é muito folgado.
    Concordam com este comentário: MilaDias
  11.  # 11

    Colocado por: HAL_9000Pesando tudo jogam pelo seguro.


    O jogar pelo seguro seria sempre comprar um carro em 2a mao. menor investimento, menor desvalorizacao, menor risco de perder dinheiro se o contexto mudar e precisar de me desfazer dele. Basicamente o que o HAL faz :)

    Aqui a diferenca e que existe algo que um usado que nao seja 'semi-novo' nao da. Os carros novos regra geral nao sao so novos pela idade, mas pela tecnologia, eficiencia, etc. Talvez seja mais dificil de perceber isto com as motas... eu comprei a minha em 2018, nova. Na altura tinha tudo o que era standard. De la para ca, agora passaram a ter cruise control adaptativo, suspensao adaptativa, melhor tecnologia de suporte a conducao, luz adaptativa, melhor aerodinamica, etc etc etc...
    Curiosamente, uma das fabricantes tem um sistema parecido ao renting no sentido em que costumam ser amigos nas retomas o que faz com que muita gente de X em X anos esteja a trocar pelo sistema mais recente da GS.

    Colocado por: HAL_9000No final do dia, ser propretário acaba por ser a melhor maneira de controlar gastos.


    Nao sei se concordo. As vezes pode ser precisamente o oposto. Um renting e um valor fixo 'sem surpresas'. Um carro pode ter um problema qualquer, partir o motor, e dar-lhe uma despesa de 3 ou 4 mil euros 'inesperada'.
  12.  # 12

    Colocado por: dmanteigasSera que e mesmo um privilegio? Ou reflexo da cultura de riqueza saloia portuguesa?


    E não só.
    A questão de "não querer viver de aluguer", tem ainda outra face. Se não vive de aluguer, é bastante provável que seja proprietário graças ao crédito bancário. Que na prática o que faz é o amedrontamento no trabalhador, que acaba por perpetuar a condição laboral precária. Porque sem ela, deixa de ter rendimento, mas a prestação ao banco é certinha, não raras vezes, toda a vida activa da pessoa.
    Para mim, os créditos a 30, 40 anos, que basicamente levam a que a casa só esteja paga aos 60, 65 anos. E a própria definição de "imóvel", acabam por acorrentar as pessoas ao mesmo sitio toda a vida. E nesse caso, têm que se sujeitar aos empregos da zona, ou a passar boa parte do dia em transporte.

    Apesar de tudo, alugando pode mexer-se mais facilmente, para uma zona onde se ganha mais, ou onde o aluguer é mais baixo.
    Concordam com este comentário: dmanteigas
  13.  # 13

    Colocado por: N Miguel OliveiraE a própria definição de "imóvel", acabam por acorrentar as pessoas ao mesmo sitio toda a vida. E nesse caso, têm que se sujeitar aos empregos da zona, ou a passar boa parte do dia em transporte.


    É perfeitamente possível mudar de casa, vendendo o imóvel e comprando outro, antes do crédito terminado.
  14.  # 14

    Colocado por: N Miguel Oliveira

    E não só.
    A questão de "não querer viver de aluguer", tem ainda outra face. Se não vive de aluguer, é bastante provável que seja proprietário graças ao crédito bancário. Que na prática o que faz é o amedrontamento no trabalhador, que acaba por perpetuar a condição laboral precária. Porque sem ela, deixa de ter rendimento, mas a prestação ao banco é certinha, não raras vezes, toda a vida activa da pessoa.
    Para mim, os créditos a 30, 40 anos, que basicamente levam a que a casa só esteja paga aos 60, 65 anos. E a própria definição de "imóvel", acabam por acorrentar as pessoas ao mesmo sitio toda a vida. E nesse caso, têm que se sujeitar aos empregos da zona, ou a passar boa parte do dia em transporte.

    Por outro lado, entre pagar 500 € de prestação e pagar 800 € de renda e a "qualquer altura" ter que trocar de imóvel e sujeitar-se aos preços do "mercado" também é uma situação de risco e ansiedade...
    Concordam com este comentário: MilaDias
  15.  # 15

    Colocado por: ClioIIÉ perfeitamente possível mudar de casa, vendendo o imóvel e comprando outro, antes do crédito terminado.


    Possível é.
    Quantos casos conhece que fizeram isso?
    Compare agora com os casos que mudaram de sítio e aumentaram substancialmente o seu rendimento, que viviam de alguer?
  16.  # 16

    Colocado por: Vítor MagalhãesPor outro lado, entre pagar 500 € de prestação e pagar 800 € de renda e a "qualquer altura" ter que trocar de imóvel e sujeitar-se aos preços do "mercado" também é uma situação de risco e ansiedade...


    Sim. Para muitos a "instabilidade" pode ser um pesadelo. Para outros, uma bênção.

    Quanto aos valores de renda e prestação... Se o meu salário fôr o dobro ou o triplo, na volta gastar mais 300€/mês em alojamento são peanuts...

    Por vezes, essa é a diferença entre chegar ao trabalho a pé, ou gastar 300 paus em transporte.
  17.  # 17

    Acham que na medida do possível, uma grande parte da população que vive em trabalhos não qualificados ou qualificados mas facilmente substituíveis se podem dar ao luxo de andar por aí à mercê dos senhorios, que de um ano para o outro a renda passa a ser mais 150,200, 300€... Ou então a sujeitar-se imóveis sem salubridade pública mas que se alugam a preços exurbitantes?

    Ah e tal, mas a euribor também sobe e as prestações sobem, é certo. Mas também descem.
    Já as rendas, tendencialmente sobem, com os aumentos de salário (obviamente com mais fatores à mistura).
    A prestação ao banco normalmente tem tendência é a descer enquanto o agregado familiar tem tendência a aumentar os rendimentos por se poderem dar

    Mas todos temos trabalhos onde a predisposição é ser nómada? Vamos lá pensar um bocado. Se bem que enfatizam os lindos dos nómadas digitais. Vamos dizer isso ao trabalhador do café da esquina... Em que se tivesse a arrendar invés de ter comprado um apartamento em 2020, a pagar 400€ de prestação estaria neste momento a pagar pelo menos 800€ de renda.

    Não é tão preto no branco esta brincadeira de comprar vs arrendar.

    E nem toda a gente tem aspiração de ser CEO da empresa XPTO ou aptidões pra ser engenheiro da NASA.
    Concordam com este comentário: MilaDias
  18.  # 18

    Colocado por: dmanteigasImpede que pessoas se movam de zonas onde ha mais emprego de onde ha menos emprego. Seja entre cidades ou entre Paises. Ou dentro da propria AM. Ainda recentemente um conhecido rejeitou uma boa proposta de emprego em Oeiras pois o atual emprego no Parte das Nacoes e muito mais acessivel a casa que comprou em Vila Franca de Xira.


    Isso nota-se no seio da UE. Será que deveriamos referirmo-nos a um português residente em França de emigrante?
    OK, não está em Portugal.
    Mas vive igualmente na UE.
    Por vezes depende da visão e escala das coisas... migrações sempre houve, e sempre haverá.
    Individualmente, mudam tanto assim as condições desse português em França, quando comparado com o Transmontano que vive em Lisboa? Ou o Açoriano que vive no Porto?
    Será que é tão dramático assim ver os nossos jovens emigrarem para a UE? Não será só uma questão de escala? Que percentagem de residentes na AM não nasceram ali?

    Comparando com os USA por exemplo. Quem vive num estado rico, raramente é dali. Pode ter o mesmo passaporte, mas não deixa de ser um migrante. Porque é que isso tem uma aceitação tão diferente na UE?

    Isto para dizer, que apesar de tudo, é compreensível o estado das coisas em Lisboa e Porto. E não é surpresa que quem lá nasça tenha muitas dificuldades em comprar casa na sua terra. Na verdade, sempre assim foi.
    É como o típico: "és de Nova Iorque até casar, depois serás de Nova Jersey".
    Pois só ali conseguirás ser proprietário se fores um cidadão comum.

    Na pequena escala também. Eu vejo Braga absorver tudo o que é emprego. Normal que quem é das redondezas acabe por querer migrar para mais próximo do local de trabalho. Ou para uma zona, em que possa mudar de emprego mantendo a casa que comprei. Daí as vantagens do aluguer.
  19.  # 19

    Colocado por: N Miguel OliveiraPossível é.
    Quantos casos conhece que fizeram isso?


    Malta que estava a pagar o empréstimo ao banco e que vendeu a casa para se mudar para outra? Quantos quer? Difícil é conhecer malta que ficou na primeira casa até ao fim do crédito.

    Disclaimer: sou de 1978. Acredito que para outras gerações a visão seja bastante diferente.
  20.  # 20

    Colocado por: ClioII

    Malta que estava a pagar o empréstimo ao banco e que vendeu a casa para se mudar para outra? Quantos quer? Difícil é conhecer malta que ficou na primeira casa até ao fim do crédito.

    Disclaimer: sou de 1978. Acredito que para outras gerações a visão seja bastante diferente.



    Sou de 76, ja mudei de casa 3 vezes , 2 das quais vendi para comprar outra melhor/maior
 
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