Sou nova aqui no fórum e gostaria de questionar aos outros profissionais que por aqui estão, se já alguém passou por uma situação semelhante e como a resolveu. Peço perdão se a questão for longa.
Há uns anos fui contactada por um senhor, que se apresentou e indicou que pessoas conhecidas em comum, me tinham recomendado como arquiteta. Referiu que era um técnico reformado de uma respetiva câmara municipal, que entretanto abriu um gabinete de projetos e que subcontratava arquitetos e engenheiros civis conforme o trabalho que lhe ia surgindo. Não queria qualquer contacto entre os técnicos e os clientes e que seria ele a fornecer o esboço do projeto a concretizar, que todas as alterações eram discutidas com ele e que o fazia assim porque anteriormente já lhe tinham tentado "roubar" a carteira de clientes. Toda a comunicação seria efetuada preferencialmente por email e telefonicamente, pois os clientes eram dele e que ele próprio seria o cliente dos arquitetos e dos engenheiros que contratava.
Tratando-se dos conhecimentos em comum, de pessoas que conheço há anos, concordei com as condições (tinha na mesma os dados dos requerentes para colocar nos vários elementos de cada processo), que seriam pagar um adiantamento conforme o volume de deslocações ou fotocópias e elementos do género que eu realizasse e que depois me pagaria a totalidade pessoalmente contra-entrega de fatura-recibo com a indicação de qual o serviço prestado e qual o número de processo cujo pagamento tinha lugar.
As submissões à câmara eram submetidas por ele que tinha uma procuração de cada cliente. Eu ia recebendo as notificações como técnica e comunicava com os engenheiros, como coordenadora e corria tudo normalmente. Na verdade pouco serviço realizei para esse senhor porque ele repentinamente faleceu. Após o choque fui naturalmente contactando com o requerente de cada processo, que me foram explicando que lhe tinham pago tudo em dinheiro já, incluindo a parte da arquitetura e das especialidades. Não tendo como provar, pois é a palavra deles contra a de um falecido, mentalizei-me de que nunca mais iria receber aquele dinheiro, pois o senhor tendo morrido não tinha como lhe pedir nada e nem queria pois já bastava o que lhe aconteceu.
Algumas das pessoas com quem contactei foram solicitando a minha ajuda durante o processo, explicando que não tinham dinheiro para voltar a pagar tudo de novo e ajudei-os a terminar pro-bono, outros quiseram negociar novos honorários e uns escolheram-me e outros não.
Entretanto começam os problemas, um chefe de divisão da câmara em questão, que aparentemente odiava o antigo colega começa a difamar todos os técnicos que colaboraram com ele, eu incluída, pois diz que é ilegal ser-se contratado por um desenhador e não ser diretamente contratado pelos clientes. Ignorei, pois eu própria já trabalhei como projetista sob alçada de outros arquitetos, tal como os restantes envolvidos. Incita-os a pedir-nos o dinheiro, quando eles próprios insistem que sabem que não recebemos, deu inclusive o meu contacto pessoal ao familiar problemático de uma das requerentes, que só parou de insistir que me queria contratar para eu lhe resolver uma obras ilegais que ele tinha feito após lhe dizer que dizer que ia pedir ajuda judicial para ele parar de me ligar, tendo sido a requerente uma das pessoas a quem eu terminei a minha parte pro-bono, deixando-lhe o projeto de arquitetura aprovado e tendo a mesma contratado outro arquiteto para averbar o projeto e fazer umas alterações e coordenar os projetos. Manda a secretária ligar aos técnicos a convocar reuniões "misteriosas", sem indicar nenhum processo nem assunto, às quais obviamente nunca compareci. Quando consegue encontrar lá algum de nós, confronta e é conflituoso, ameaça expôr às respetivas ordens profissionais que não prestamos e somos mentirosos e fracos profissionais. Tive uma reunião telefónica a pedido de um requerente que nada tem a ver com o projetista que faleceu e quando o chefe de divisão soube, disse ao requerente para fazer queixa de mim porque nem nas reuniões aparecia, que era uma mentirosa.
Ora isto vem tudo de uma "guerra" que afinal já antes de mim, havia entre os dois. Acabei, tarde demais infelizmente, por descobrir que já era procedimento normal ele perseguir todos os técnicos cujo nome já estivesse associado ao antigo colega. Entretanto conheci outro antigo técnico dessa câmara, que diz que ele sempre lhe fez o mesmo e aos arquitetos e engenheiros dele (tem gabinete aberto com técnicos pertencentes ao mesmo gabinete).
Já não sei se devo reportar à Ordem dos Arquitetos, visto que o técnico em questão é arquiteto, se devo contratar um advogado, nem quero perder tempo em dinheiro a processá-lo, se me junto aos outros técnicos para ele parar a difamação e calúnia. Infelizmente até quem trabalha com ele diz que ele é do mais vingativo que há e que essas perseguições dentro e fora da câmara são o normal, mas que mas que nunca perderá o cargo.
Agradeço a quem aguentou ler toda esta odisseia até ao fim!
ui parece-me uma questão pessoal e em nada vejo qualquer rumo legal a seguir sem produzir prova de facto efetiva. deve é sim defender-se sempre que ache que esteja a ser prejudicada, nem que suba acima desse chefe de divisão, perante o vereador ou mesmo presidente. e caso haja mesmo confronto presencial ameace queixa na ordem por conflito de interesses visto ele trabalhar na camara e ter um gabinete aberto.
Bom dia Marco, muito obrigada por ter lido tudo e respondido. Vou então pedir uma audiência com o vereador do urbanismo.
Ainda há pouco não pude comparecer a uma reunião com o mesmo (vereador), pois informou o requerente que não queria "peixeirada" entre os técnicos. Considerando que nunca fui eu a faltar ao respeito a ninguém, deve estar a referir-se ao comportamento do arquiteto da câmara. O colega que colaborou comigo nesse projeto também foi avisado informalmente de que não poderia comparecer, pois o chefe de divisão implica também com ele. Foi o requerente sozinho.