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  1.  # 1


    O problema e malta querer... eu por exemplo, ja trabalhei no McDonalds e trabalhei muito tempo nas obras a ajudar o meu pai. Preferia 1000x trabalhar o resto da vida nas obras que no McDonalds. Trabalho que tambem e puxado fisicamente, em horarios de **** e limitado a um cubiculo. Acredito que no resto da restauracao nao seja assim tao diferente... sao sempre os horarios de **** e fisicamente tambem nao e facil. No entanto, um jovem prefere 1000x ir fazer um part time para um bar ou um restaurante no verao que ir trabalhar para as obras
    (…)
    No fundo, quem trabalha nas obras e sempre visto como o trolha bebado, sujo e inculto e isso numa sociedade de aparencias conta muito.
    Concordam com este comentário:Supporter,RcrdPrnt,N Miguel Oliveira


    Até terminar o meu curso superior, durante as férias, fazia de tudo desde vindimas e obras. Andava o dia todo a correr para o mestre deixar tocar na colher de pedreiro 20 ou 30 minutos.

    Aprendi muita coisa, hoje em dia já fiz muitos trabalhos em casa graças ao que aprendi.

    O problema são mesmo as aparências, a malta tem de se convencer, que as aparências não pagam as contas ao final do mês.
    •  
      Tyrande
    • 20 fevereiro 2025 editado

     # 2

    Não não é apenas isso.

    Já referi várias vezes durante a minha participação neste fórum e continuo a pensar da mesma forma:
    Em Portugal é mais fácil licenciar-se do que aprender um ofício.

    Tem Universidades com cursos em pós-laboral em quase todo o País.
    Tem oportunidades para maiores de 23.

    Ou seja, consegue trabalhar e tirar uma licenciatura ao mesmo tempo (podemos discutir a qualidade dessa licenciatura, mas é como tudo... é relativo).

    Quer aprender um ofício? Quer ser canalizador? Pintor? Carpinteiro? Ladrilhador?

    Quase não há sítio em Portugal que ensine esses ofícios.
    Então pós-laboral, é pra esquecer.

    O IEFP tem cursos do género, mas tem de estar desempregado para concorrer. Há aqui no fórum um caso de um rapaz que se despediu do emprego dele para conseguir ir tirar um curso de eletricista no IEFP, porque de outra forma, não conseguia fazê-lo.

    Ser servente? Tem de ter disponibilidade diurna e conhecer alguém que o deixe trabalhar na sua obra...

    Vai fazer o quê? Andar pela redondeza à procura de uma casa em obras, estacionar o carro e perguntar ao primeiro gajo que encontrar se o aceitam para servente?

    EDIT: eu por exemplo, gostaria de aprender a pintar carros.
    Faço o quê? Vou a uma oficina e pergunto: "olhe, queria aprender a pintar carros. Não me querem ensinar?"

    É que, até onde sei, havia uma escola na Maia que ensinava. Não sei se ainda funcionam.

    E mesmo que funcionem, é UMA escola no País todo.
    Se for de perto, porreiro.

    Se não, azar.

    Se estiver empregado tbem, azar.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira, desofiapedro, HAL_9000
    Estas pessoas agradeceram este comentário: N Miguel Oliveira
  2.  # 3

    Colocado por: Joao DiasEsta mania de se pensar que só analfabetos e pessoas com pouco QI é que acaba nas obras é uma coisa cada vez mais Tuga e menos Europeia.

    Relativamente a algumas especialidades isso é verdade, não absoluta, mas na maioria dos casos é verdade.
    Quem é que hoje vai para trolha? Quem é o pai que quer um filho trolha?
    Trolhas, carpinteiros de cofragem e ferrageiros só vejo velhos e imigrantes.

    Relativamente às outras especialidade, aí já vejo muita gente com muito valor a trabalhar nas obras.
  3.  # 4

    Colocado por: Pickaxe
    Relativamente a algumas especialidades isso é verdade, não absoluta, mas na maioria dos casos é verdade.
    Quem é que hoje vai para trolha? Quem é o pai que quer um filho trolha?
    Trolhas, carpinteiros de cofragem e ferrageiros só vejo velhos e imigrantes.

    Relativamente às outras especialidade, aí já vejo muita gente com muito valor a trabalhar nas obras.


    E um dia quando esses velhotes pararem ainda menos não de obra haverá.
    O problema vem da mentalidade das pessoas que para quem nasceu nos anos 80/90, os nossos pais obrigavam a estudar, porque tinha que ser para não ir para as obras.
    Se não começam a puxar pela aprendizagem por volta dos 14/15 anos, para as crianças de agora verem o que é realmente as obras,o problema da mão de obra vai continuar. Porque não se pode comparar o que era e o que são agora as obras, só tenho 40 anos, mas com 14, durante todas as férias arreava ali o lombo com o meu pai a descarregar camiões de cimento em sacos de 50kgs... Agora há máquinas...gruas etc, tem que se mudar essa mentalidade
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
  4.  # 5

    Colocado por: N Miguel OliveiraAi Hal... não entendeu a ironia no meu comentário
    ponderei isso. Mas escondeu bem a ironia. Ainda não foi desta que o apanhei em contradição.

    Eu como sou um DIY aficionado, levo muito a peito os seus comentários contra os DO que gostam de por a mão na massa.
  5.  # 6

    Colocado por: TyrandeNão me querem ensinar?"
    E não tem a segurança que a ensinem bem.

    concordo com tudo o que escreveu
  6.  # 7

    Colocado por: TyrandeTécnico credenciadopara assentar azulejo meu caro?
    Quando a maior parte da malta aprendeu a assentar azulejo a trabalhar de servente durante uns tempos?
    Calma jovem. Estava a ser irónico. Eu próprio aprendi a assentar mosaico no meu anexo. A primeira vez não ficou perfeito, da segunda ficou muito melhor.
  7.  # 8

    Colocado por: HAL_9000ponderei isso. Mas escondeu bem a ironia. Ainda não foi desta que o apanhei em contradição.
    Eu como sou um DIY aficionado, levo muito a peito os seus comentários contra os DO que gostam de por a mão na massa.


    Eu creio que já lhe tinha mencionado alguma vez...
    O Hal é dos users que mais respeito, e tenho a certeza que fora daqui até seriamos amigos muito sinceramente.
    Eu não tenho nada contra o DIY, há coisas que só fazem bem. O saber não ocupa lugar.
    Mas também entendo, que não é o mesmo assentar um azulejo, ou levar a cabo a gestão duma obra ou escolher materiais sem ver o rótulo nem o que diz o calculo do Eng.
    Por isso não meto o DIY todo no mesmo saco. Eu também sou um aficionado, esta semana ando a meter pladur depois de passar o dia nos bonecos, para dar um exemplo. Sozinho e com muita vontade, é a tal terapia de que você fala... apesar de saber que até ganhava dinheiro se delegasse. Mas chega a parte elétrica por exemplo e estou quieto porque sei onde o meu conhecimento começa a patinar.
    Concordam com este comentário: HAL_9000
  8.  # 9

    Colocado por: gil.alvespergunte a si próprio se trabalhava por conta própria (pagando impostos que teria de pagar) por menos que isso...

    Se a resposta for sim. Procure outro!... :)
    Concordam com este comentário:André Cordeiro
    A não ser que tenha muitos cantos e recantos um bom ladrilhador faz 30m2 num dia, 900 paus por dia...
  9.  # 10

    Colocado por: N Miguel OliveiraO Hal é dos users que mais respeito, e tenho a certeza que fora daqui até seriamos amigos muito sinceramente.
    É recíproco, acredite.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: N Miguel Oliveira
  10.  # 11

    Colocado por: HAL_9000Eu próprio aprendi a assentar mosaico no meu anexo. A primeira vez não ficou perfeito, da segunda ficou muito melhor.


    Pois eu também vi o tempo que demorei para fazer um quadrado de 25m2 no escritório... e depois vi um ladrilhador a meter o mesmo azulejo 50x50 em 100m2 na garagem dos meus pais em L e com muitas portas... numa fracção de tempo... Mas ele também reconheceu que o desenho da estereotomia que lhe fiz a ele... o ajudou a saber por onde começar de modo a ter menos sobras e cortes. Cada macaco no seu galho traz muitas vantagens também.
    Concordam com este comentário: HAL_9000
  11.  # 12

    Colocado por: N Miguel OliveiraPois eu também vi o tempo que demorei para fazer um quadrado de 25m2 no escritório... e depois vi um ladrilhador a meter o mesmo azulejo 50x50 em 100m2 na garagem dos meus pais em L e com muitas portas... numa fracção de tempo...
    Não duvido nada. Como faço aquilo também para passar o tempo, para mim está óptimo. Acredite ou não, onde perco mais tempo é no desenho da estereotomia. COmo não tenho nenhum programa para isso, nem tão pouco sei melxer nele, experimento à mão mesmo. Uma vez iniciado, é sempre a andar.
    Concordam com este comentário: N Miguel Oliveira
    • Iko
    • 21 fevereiro 2025

     # 13

    Já vi ladrilhadores fazer isso numa manhã, um homem apenas e estou a falar de paredes, não chão.

    Colocado por: jorgferrA não ser que tenha muitos cantos e recantos um bom ladrilhador faz 30m2 num dia, 900 paus por dia...
  12.  # 14

    Colocado por: HAL_9000Acredite ou não, onde perco mais tempo é no desenho da estereotomia. COmo não tenho nenhum programa para isso, nem tão pouco sei melxer nele, experimento à mão mesmo.


    Acredito pois. E não é preciso nenhum Arquitecto ou Desenhador para isso. É preciso é que alguém o faça... não vá depois apanhar um ladrilhador que começa por qualquer lado...
  13.  # 15

    Colocado por: Varejoteletricistas
    Graus profissionais

    Os trabalhadores a que se refere a presente secção serão
    distribuídos pelos seguintes graus profissionais(em anos de aprendizagem):


    Que continua a ser uma valente treta... por exemplo, um eletricista tem mais categorias profissionais que a profissao que exerco atualmente :)
    E que um enfermeiro ou ate um medico!

    Nao vamos tornar complicado aquilo que nao e. Eu andei muitos anos nas obras... ha malta interessada que comeca a trabalhar e em meio ano ja faz melhor e mais rapido que outros que trabalham ha 20 anos.
    Tanto assim era que no el dorado da 1a decada deste seculo, era super comum alguem comecar a trabalhar nas obras e ao fim de 2 a 3 anos despedir-se para ir fazer concorrencia ao patrao subempreiteiro.

    Um eletricista e um executante. Como sao todas as profissoes bracais das obras. Nao estao la para pensar projetos, estao la para os executar. Aprender a executar nao e rocket science. Obviamente que cada arte tem os seus detalhes, mas ao fim de fazer 5/6/7/8 obras, o resto e 'tudo igual'. Com a pratica, com a experiencia, as pessoas ficam mais rapidas e fazem menos erros. Mas ha um motivo pelo qual um medico em final de carreira pode ganhar 10x mais que um medio em inicio de carreira, mas um pintor com 20 anos de experiencia nao ganha o dobro que um pintor com 2 ou 3.


    Colocado por: Bragas VNa ótica do João, qualquer um pode ser neuro cirurgião.. Taqueiro é que não..


    Pois, e aquela logica que custa a perceber. Eu se comecasse a trabalhar como servente em qualquer especialidade das obras ao fim de 1 ano estava um profissional de excelencia. Pode parecer sobranceria, mas nao e. Na minha profissao, ao fim de 5 anos de estudo e 11 de trabalho ainda continuo todos os dias a aprender. E o que e. Nao vamos fazer complexo o que nao e. A falta de mao de obra nas obras nao deriva da complexidade das varias profissoes, mas essencialmente do estigma de trabalhar nas obras.
    Concordam com este comentário: Bragas V, imo
  14.  # 16

    Colocado por: dmanteigasNao estao la para pensar projetos, estao la para os executar


    Instalações até 10.35kva não necessitam de projeto elétrico, portanto o eletricista(técnico responsável) é o "projetista".

    No ITED o instalador(eletricista) é responsável por verificar durante a obra se o projeto tem erros/alterações e solicitar ao projetista a correção/alteração dos mesmos.

    "2 – Emissão do termo de responsabilidade de execução

    O instalador deve garantir a conformidade da instalação com o Manual ITED aplicável e com o
    projeto técnico que lhe deu origem."

    Numa auditoria da ANACOM, se a instalação tiver não conformidades com o manual ITED, mas que tenha cumprido o projeto, adivinhem quem vai levar com a tábua.
  15.  # 17

    Colocado por: VarejoteInstalações até 10.35kva não necessitam de projeto elétrico, portanto o eletricista(técnico responsável) é o "projetista".


    O que so demonstra a (nao) complexidade da tarefa.
  16.  # 18

    Colocado por: dmanteigasEu se comecasse a trabalhar como servente em qualquer especialidade das obras ao fim de 1 ano estava um profissional de excelencia. Pode parecer sobranceria, mas nao e. Na minha profissao, ao fim de 5 anos de estudo e 11 de trabalho ainda continuo todos os dias a aprender.
    Por acaso acho que o dmanteigas exagera um pouco nesta questão (a que acredito não ser alheio o facto de ser o "filho do patrão" e ter trabalhado nas obras nessa condição). É um facto que o trabalho das obras não envolve a complexidade de outras profissões, mas depois existe uma coisa que não se aprende de um momento para o outro que é o "ter mão" para a coisa. Obviamente que há aqueles que têm jeito natural aprendem rapidamente de (acredito que sejam uma minoria), mas a maioria tem de ter treino, treino esse que envolve algum tempo de prática (mais de 1 ano, ou 2 seguramente).

    Por exemplo nesta questão dos mosaicos, se o ladrilhador não tiver o desenho da estereotomia, acredite que não serão todos que lhe fazem um bom trabalho.

    Nem todo o trabalho que se baseia em execução nas obras é isento de saber e aprendizagem diária. Por isso é que há alguns profissionais que eu não queria a trabalhar numa obra minha nem de graça, e há outros que gostaria de contratar mas são caros para o meu bolso.
  17.  # 19

    Há muitos pessoal da área da construção que não tem mãos a medir. Por isso se for para se mexerem por trabalhos mais pequenos (com menos lucro mas mais rápidos de executar) podem disparar alguns preços.

    Se pagarem esses valores muito possivelmente até mete a obra em prioridade ou então simplesmente pega na primeira tranche e desaparece lol.
  18.  # 20

    Colocado por: HAL_9000Por acaso acho que o dmanteigas exagera um pouco nesta questão (a que acredito não ser alheio o facto de ser o "filho do patrão" e ter trabalhado nas obras nessa condição).


    Eu acredito que tem mais a ver com o facto de ser inteligente, modestia a parte. Mas nao e preciso ser um genio. Por exemplo, ao fim de uma semana o meu pai nao precisava de me dizer nada para alem do CxL do estribo e o numero de estribos para eu saber quantos ferros e a que comprimento cortar.
    Alguns ao fim de 10 anos se nao lhes escrevessem as indicacoes todas num papel nem sabiam o que fazer... e mesmo assim continuava a sair **** ocasionalmente.

    Isto para coisas basicas... ler um projeto e executar do ponto de vista do ferro nao e rocket science, no entanto ha quem la ande 20 anos e continue a precisar que alguem lhe diga exatamente onde e como meter as nervuras... uma tarefa simples nao se torna complexa por falta de 'arte' do executante.

    Colocado por: HAL_9000Obviamente que há aqueles que têm jeito natural aprendem rapidamente de (acredito que sejam uma minoria), mas a maioria tem de ter treino, treino esse que envolve algum tempo de prática (mais de 1 ano, ou 2 seguramente).


    Mas isso nao torna o trabalho mais ou menos complexo. O trabalho em si tem muito pouco de complexo, muito pouco de usar a cabeca. Por isso e que aqueles que tem so um bocadinho de cabeca se safam tao bem. Mas isso e um bocado independente da experiencia. Aqueles que a cabeca nao da para mais, ao fim de 20 anos estao exatamente no mesmo nivel que estavam no ano 1. E 1 ano de experiencia repetido 20x.

    Colocado por: HAL_9000Por exemplo nesta questão dos mosaicos, se o ladrilhador não tiver o desenho da estereotomia, acredite que não serão todos que lhe fazem um bom trabalho.


    Mas isso e o que faz a diferenca entre um bom e um mau profissional. Mais uma vez... nao diz nada da complexidade do trabalho.
    Voltamos a questao do estigma. Como ha o estigma de que trabalhar nas obras e para bebados, barrigudos e incultos, acabamos numa situacao onde sao apenas esses que se atraem. Que nao tornam um trabalho simples em complexo.

    E precisamente por la ter andado que digo isto. Vi dezenas e dezenas de casos de malta interessada, habilidosa e curiosa que em meio ano percebia mais da 'poda' que o velho barrigudo que andava la a olhar para o relogio de 15 em 15min a espera das 5 da tarde. Malta que ao fim de 2 semanas ja estava a perguntar porque se fazia assim e nao assado. Que ao fim de meio ano ja pegava nos projetos e discutia com os fiscais se fosse preciso.

    Servir as mesas tambem nao tem nada de complexo. Quantos de nos ja nao fomos no entanto a cafes e restaurantes com empregados pessimos? Quer isto dizer que o trabalho em si em complexo? Obvio que nao...

    Colocado por: HAL_9000Nem todo o trabalho que se baseia em execução nas obras é isento de saber e aprendizagem diária.


    Depende... no trabalho de execucao pura nao e como se a inovacao nas obras obrigasse a uma aprendizagem diaria. Um profissional ambicioso no entanto tem muito por onde aprender. Mas isso e outra discussao. O problema e mais uma vez tambem falta de visao. Falta saber explicar aos jovens que ha atratividade nas obras. Que podem comecar como serventes de eletricidade, mas podem evoluir para encarregados, subempreiteiros ou ate diversificar completamente as atividades, aprendendo outras competencias.
    Mas e o tal estigma do Doutor... em Portugal todos querem ser doutores, quando para a larga maioria o caminho mais rapido e eficaz para o sucesso era entrar por outros caminhos, como as obras.
 
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