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  1.  # 21

    Desculpe de novo, estou a ser politicamente incorrecta.
    E eu vejo demsiada gente à minha volta que não faz nada á espera que caia do céu, de apoios e de ajudas e apontam dedos duros porque os outros são uns egoístas.

    Mas eu olho á minha volta e vejo demasiadas pessoas fechadas no seu egoísmo que não aceitam partilhar nada com ninguém...
    Pedro, peça humildemente que a sua intenção é boa, mas prescinda de julgar os outros com essa facilidade, porque não temos esse direito de julgar.

    O Pedro deu o extremo, de quem olha para quem (parece) tem, e eu dou-lhe o outro extremo, dos que não fazem nada para ter..no meio, como sempre a virtude: ajudamos de bom grado, mas sem acusações de parte a parte porque cada um faz a sua vida.
  2.  # 22

    "Não faça juizos de valor a par de um apelo á generosidade dos outros. é apenas a minha opinião."

    Acho que estamos aqui a discutir amigavelmente, por isso não precisamos ser tão rigorosos... Acredite, eu não gosto de fazer "juízos de valor" mas também não sou perfeito...
  3.  # 23

    "E eu vejo demasiada gente à minha volta que não faz nada á espera que caia do céu, de apoios e de ajudas e apontam dedos duros porque os outros são uns egoístas."

    Essa é uma questão muito complexa porque, na minha opinião, as bases que sustentam os nossos valores estão profundamente erradas, por se basearem no "Ter" (acumular bens) em vez de no "partilhar". Acredito que se temos 2 pães em casa um deles pertence a alguém que tem fome e não tem condições para o obter. Há muitas pessoas que "não fazem nada á espera que caia do céu" mas numa sociedade onde nem todos nascem com os mesmos direitos (pelo menos na pratica) e onde se enriquece á custa da exploração alheia, como é possível todas as pessoas conseguirem sobreviver da mesma maneira ?

    A verdade é que ninguém poderia acumular 2 pães se todos pudessem ter 1 pão...
  4.  # 24

    E os que trabalham para ter os dois pães? Podem ter dois pães? Um guardado para os filhos ?
  5.  # 25

    Dê um salto até este fórum/tópico que pode ser que ainda chegue a tempo:

    http://forum.autohoje.com/off-topic/84012-mobiliario-de-casa-para-dar.html

    Colocado por: pedrox2Um casal meu amigo, na zona de Lisboa, que vivia num quarto alugado acabou de alugar um apartamento e não tem dinheiro nem para comprar uma cadeira porque a renda já lhe leva mais de metade do ordenado dos dois.

    Se possui moveis que não lhe servem para nada e que ainda estejam em bom estado porque não oferece-los a este casal ?

    Meu e-mail [email protected]
    Estas pessoas agradeceram este comentário: lobito
  6.  # 26

    mas numa sociedade onde nem todos nascem com os mesmos direitos (pelo menos na pratica) e onde se enriquece á custa da exploração alheia

    Então concluímos que todos os que são ricos, são exploradores ?
  7.  # 27

    Bom. Passando à frente destas questões que realmente não vamos chegar a consenso nenhum e as pessoas têm a mania que quem tem qualquer coisa é por outra razão sem ser por mérito.

    Não tenho móveis para dar, mas tenho roupas de casa: toalhas de banho, toalhas de mesa, panos de cozinha. Tenho também algumas loiças. Não estão podres e não seriam para deitar fora. Sou de Lisboa, Cascais. Como faço para fazer chegar?
    Estas pessoas agradeceram este comentário: lobito
  8.  # 28

    Gonçalo, obrigado pelo link mas esse fórum exige uma aprovação prévia da conta e não sei se ainda vou a tempo :-)

    "E os que trabalham para ter os dois pães? Podem ter dois pães? Um guardado para os filhos ?"

    Eu não pretendi dizer isso, o que eu quis dizer é que não existe redistribuição da riqueza e isso faz com que uma boa parte da humanidade possa desperdiçar enquanto outra parte não tem nada. Dou-lhe um exemplo: Os nossos restos de comida, que jogamos no lixo, dariam para salvar muitas crianças de morrerem á fome em África, ou mais perto de nós. Mas não vamos por esse caminho, eu criei este poste apenas para sensibilizar alguém que possa doar umas peças básicas de mobiliário que não precise...

    "Então concluímos que todos os que são ricos, são exploradores ?"

    Ricos ou pobres que tenham mais do que precisam estão a açambarcar aquilo que pertence aos outros. Se você tiver uma empresa e pagar salários justos, mesmo assim você ainda pode enriquecer, mas se você reflectir bem sobre isso, vai perceber que nunca poderia ter enriquecido se existisse uma justa redistribuição da riqueza. Porque. como se costuma dizer "não existe ricos se não houver pobres"...
  9.  # 29

    Cada um tem o seu ponto de vista, esse não é o meu. Acho demasido facilitista reger todos pela mesma régua.

    As roupas de casa interessam aos seus amigos?
  10.  # 30

    "Cada um tem o seu ponto de vista, esse não é o meu. Acho demasido facilitista reger todos pela mesma régua."

    É verdade, cada um tem o seu ponto de vista, mas mesmo assim todos sabemos que vivemos numa sociedade injusta baseada em valores errados e que alguma coisa tem de ser feita, antes de ser tarde demais...

    "As roupas de casa interessam aos seus amigos?"

    Sim, pelo que sei só têm um cobertor e um par de lençóis e algumas roupas de vestir.
  11.  # 31

    Vou contar-vos a título de curiosidade 2 histórias verídicas que se passaram comigo.

    Em pequena ia muitas vezes com a minha mãe ao Rossio, e à pastelaria Suíça comer aqueles gelados enormes fantásticos. Um desses dias andavam uns miuditos por lá a pedir, e a minha mãe mandou vir um gelado para dar a um deles. Sabem o que respondeu: "Esse não quero porque não gosto".!

    Em adolescente os meus pais tiveram um restaurante em Campo de Ourique e precisavam de uma empregada para fazer as limpezas. Como tinham visto uma mulher a pedir sempre com a filha mais nova, por Campo de Ourique, foi oferecer-lhe o trabalho. Sabem qual foi a resposta ? "Mande a sua filha trabalhar".!

    São ambas verdade. Não estou a formar juízos de valor mas apenas faço lembrar que nem sempre o que parece é, e vice-versa, nem sempre o que é, parece.
  12.  # 32

    Sim, pelo que sei só têm um cobertor e um par de lençóis e algumas roupas de vestir.

    Vou enviar-lhe um email em privado. Talvez eu consiga arranjar também algumas roupas.
  13.  # 33

  14.  # 34

    Caro CMartin, vou-lhe contar também uma pequena história. Mas podia contar-lhe muitas outras que se passaram comigo.

    Um dia eu ia na rua do Ouro, na Baixa Lisboeta, calmamente a lamber um gelado, e um miúdo de uns 13 anos, que estava a pedir esmola na rua veio ter comigo e insistiu para eu lhe dar o gelado. Dei-lhe o gelado e voltei para trás e fui comprar outro. Quando voltei a passar por lá o mesmo miúdo veio ter comigo e já tinha comido o gelado e voltou a insistir para eu lhe dar também esse. Dei-lhe o gelado e já não voltei para comprar outro. No dia seguinte passei pelo mesmo miúdo, ele pediu-me uma moeda, e eu em vez de lhe dar uma moeda abri a mochila e tirei lá de dentro uma banana que lhe ofereci. Ele aceitou e ficou comendo a banana. Alguns dias depois voltei a passar por lá e mais uma vez o tipo de cena se repetiu. Até que um dia o convidei para almoçar e levei-o aquela cantina de comida vegetariana que existe na na cave da loja celeiro, ali ao lado do Rossio. Ele devorou a comida e depois voltou para o mesmo local onde continuou a pedir.

    Voltei a leva-lo mais 2 vezes para almoçar na cantina do Celeiro, e sempre lhe dava algumas moedas. Só que eu nunca notei no olhar dele o menor agradecimento e ele mal falava comigo e isso fazia-me sentir muito decepcionado. Eu não conseguia perceber como era possível alguém não demonstrar a menor simpatia depois de ter sido ajudado tantas vezes.

    Só depois de me ter tentado colocar no lugar daquele miúdo (embora isso seja impossível) é que pude começar a entender porque ele devia agir dessa forma, aparentemente, tão fria.

    E ainda hoje me pergunto que tipo de pessoa eu seria se, tal como aquela criança, eu não tivesse tido a oportunidade de ter um pai e uma mãe que me pudessem garantir uma infância normal ?

    Em resumo e abreviando: só podemos reflectir a realidade que conhecemos...
  15.  # 35

    Pedro, se calhar não devia esperar esse tal reconhecimento no olhar da criança.
    Só podemos reflectir a realidade que conhecemos, é verdade, mas se por um lado não nos agrada esta sociedade egoísta, também não me agrada esta sociedade invejosa.
    Já lhe enviei o e-mail.
    Cumprimentos,
    Estas pessoas agradeceram este comentário: MartaD
  16.  # 36

    "Pedro, se calhar não devia esperar esse tal reconhecimento no olhar da criança."

    Na verdade eu expressei-me mal, eu não queria "agradecimentos", eu queria vê-lo sorrir, queria sentir que podia mudar alguma coisa na vida daquela criança. Em vez disso senti-me profundamente impotente, e ao mesmo tempo egoísta, por ter acreditado que tão pouco da minha parte poderia mudar alguma coisa...

    "Já lhe enviei o e-mail."

    Obrigado, irei responder-lhe agora :-)
  17.  # 37

    Caro Gonçalo, muito obrigado sua pela ajuda :-)
    •  
      MartaD
    • 23 março 2010 editado

     # 38

    Colocado por: pedrox2

    Ricos ou pobres que tenham mais do que precisam estão a açambarcar aquilo que pertence aos outros. Se você tiver uma empresa e pagar salários justos, mesmo assim você ainda pode enriquecer, mas se você reflectir bem sobre isso, vai perceber que nunca poderia ter enriquecido se existisse uma justa redistribuição da riqueza. Porque. como se costuma dizer "não existe ricos se não houver pobres"...



    Xiiii, não concordo nada com essa frase !!!! E olhe que vejo muitas injustiças à minha volta. Nem sempre quem tem tudo, tem porque o merece, mas não posso concordar com a sua frase. A vida não é justa.


    Quanto ao tema, é verdade que só dou aquilo que já não quero, ou seja porque a roupa já não me serve, ou seja porque as coisas se estragaram (se bem que neste caso nem dou, ponho ao pé do lixo). Não dou algo que está bom e que eu gosto muito. Chame-lhe egoísmo mas nós passamos as nossas dificuldades e se temos algo, é porque nos faz falta e lutámos para ter. Não tenho propriamente camas a mais, ou cadeiras a mais e não vou dar as coisas que tenho em uso, obviamente.

    Mas quem quer mudar a sua decoração e comprar outros móveis e já não quer os antigos , é uma boa oportunidade para dar (lá está, aqui vai dizer que é egoísmo).

    Mas diga-me, não é normal hoje em dia um casal jovem arrendar uma casa e não ter móveis? Mais do que normal. E também não é normal a renda comer mais de metade do ordenado? Mais do que normal também. Quiase todos passamos por isso. Eu cheguei a dormir muito tempo num colchão de ar e quando furou, dormi no chão. As coisas têm-se aos poucos e poucos.

    Não chame é egoísta aos que não dão coisas que estão a usar e que gostam.

    Muito bem CMartin... sociedade invejosa.

    edit: by the way, não sou de Lisboa e mesmo a minha mãe (de LX) que já deu imensa coisa (mobília) há relativamente pouco tempo, já não tem nada para dar neste momento.
  18.  # 39

    "Mas quem quer mudar a sua decoração e comprar outros móveis e já não quer os antigos , é uma boa oportunidade para dar (lá está, aqui vai dizer que é egoísmo)."

    Cara MartaD, se passei essa ideia então expressei-me mal, até porque eu também não vou dar a minha cama e só vou dar 2 cadeiras que não uso. O que eu quis dizer é que não devemos dar apenas aquilo que não queremos (porque o mais provável é que já não preste) e sim aquilo que gostamos mas que concluímos que não nos serve para nada. Porque a maior parte das pessoas guardam coisas que nunca irão usar só que não têm coragem para se livrar delas.

    "Mas diga-me, não é normal hoje em dia um casal jovem arrendar uma casa e não ter móveis? Mais do que normal. E também não é normal a renda comer mais de metade do ordenado?"

    Infelizmente, é verdade que hoje em dia existem muitas pessoas passando dificuldades mas isso não deve servir de desculpa para não se partilhar com os outros aquilo que não nos faz falta. Se todos fizessem isso, certamente que seria melhor para todos.

    Acredite, não há nada mais bonito e gratificante do que ver um sorriso de satisfação na cara das pessoas que ajudamos.
    •  
      MartaD
    • 23 março 2010 editado

     # 40

    Ok, ajuda quem pode.
    Não ajuda quem não pode.

    E sim, é verdade que muita gente colecciona coisas em garagens ou arrecadações e não se consegue desfazer delas. Acredite que sei o que é isso ,não eu mas uma familiar minha ( que até colecciona CASAS vazias) a quem chamo de POLVO ( agora imagine porquê).

    Obviamente que se eu tivesse dinheiro e quisesse trocar os móveis do IKEA, depois não tinha onde os meter e teria que dar. Há-de chegar esse dia, já que pretendo móveis com melhor qualidade. E quando der os móveis que tenho do IKEA, não quer dizer que seja egoísta. Há quem não se importe com a falta de qualidade dos mesmos. Eu própria gosto deles, pena não terem qualidade nenhuma. Há quem goste também :)
 
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