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  1.  # 1

    Sapatos nauseabundos à porta, plantas que desaparecem das escadas, calotes que motivam medidas muito drásticas e outras histórias de filme


    Viver em condomínio não é fácil. Depois das soberanias territoriais, há partes indivisíveis, diferenças culturais, sensibilidades e sentidos mais susceptíveis. E quando não impera o bom senso, para lá das actas e relatórios de contas, ficam histórias do ‘arco da velha’.

    Helena Portugal, presidente e fundadora da Loja do Condomínio, o maior franchising do ramo no País, reconhece que há episódios que não lhe saem da memória. Como aquele dia em que as plantas das partes comuns de um edifício na zona de Lisboa desapareceram todas, para tornarem a reaparecer no dia seguinte. Confusos, os condóminos quiseram seguir as pisadas dos vasos em fuga. Mas afinal nunca tinham estado ausentes: Um condómino que se casou levou-as para embelezar o seu apartamento e receber os convidados.

    Ou a situação do vizinho que morava num sétimo andar de um prédio onde os elevadores tiveram de ser desactivados por falta de pagamento de quotas e que resolveu assentar praça de caçadeira em punho à porta do prédio e cobrar pessoalmente os valores. Ali e na hora, ou então não entravam. “Os vizinhos começaram a chegar aqui ao escritório assustadíssimos”, conta a gestora.

    A grande maioria das situações que geram conflito prendem-se “quase sempre com a utilização dos espaços comuns – sótãos, garagens e escadas –, a falta de cumprimento para com o condomínio, diferenças culturais e étnicas, problemas causados pelos animais de estimação, cheiros e, inevitavelmente, o ruído”. Depois há as outras situações, aquelas que ultrapassam as regras de boa convivência e que “acabam por promover um mau ambiente entre vizinhos”.

    “Por vezes não é a gravidade das situações em si o maior problema, mas antes as soluções que os condóminos arranjam. Houve uma senhora que estava tão farta de ter a janela tapada pelo cobertor da vizinha que um dia resolveu incendiá-lo. E também tivemos um prédio, na zona de Sintra, onde um senhor que trabalhava nas obras fazia questão de deixar os sapatos à porta de entrada. E parece que os ditos cheiravam mesmo mal. Tanto que os vizinhos, não conseguindo resolver o problema com conversas, resolveram roubar todos os sapatos ao senhor”, relembra.

    Mas os maus actos não conhecem áreas geográficas nem classes sociais. Manuel António Rodrigues, da Dedicação a Dobrar, sabe bem o que isso é. “Num prédio finíssimo ali das Laranjeiras [Lisboa], um senhor da chamada classe média-alta telefonou-me uma manhã para me insultar com todos os nomes feios que lhe vinham à cabeça. Foram mais de dez minutos de insultos, sem sequer me dizer o que estava a acontecer: Tinha água a cair-lhe pelo tecto. E deveria estar à espera que eu adivinhasse”, recorda. Mas também há casos excepcionais: “Num outro prédio as coisas correram tão bem que na última reunião um condómino prometeu levar, para a próxima, uma garrafinha de vinho do Porto, para celebrar”.

    O triste fim da laranjeira

    Sandra Valadas, da Urbicondomini, recorda outro caso pitoresco. Em Campo de Ourique, dois moradores do rés-do-chão cortaram relações por causa de uma árvore centenária, plantada no quintal de um deles. Acontece que a velhinha laranjeira deixava cair as suas folhas para o quintal contíguo, além de albergar muitos pardais cujos dejectos arrasavam a pintura do carro do vizinho. Farto, o vizinho lesado não foi de modas: Pegou numa motosserra e deitou-a abaixo, para grande desgosto do casal octogenário que era seu proprietário.

    Num condomínio não é preciso ser amigo do vizinho, mas há que garantir que o telhado é arranjado se houver um problema. O que nem sempre acontece, como refere a Associação dos Inquilinos Lisbonenses: “Houve um prédio no centro de Lisboa que esteve três anos sem telhado porque os proprietários não tinham dinheiro para o arranjar. Isso acontece muito no centro da cidade, onde a faixa etária da população é muito alta, as reformas baixas e vive-se em condições de vida precárias”.

    Muitas vezes, é quando já ninguém se entende e as situações problemáticas se arrastam há anos que os condomínios recorrem a uma empresa exterior para assumir a gestão. Esta, no entanto, mesmo quando assegurada por profissionais, pode resultar em problemas que estão para lá da boa-vontade dos condóminos. Como a torre em Mem Martins que tinha um contrato com uma operadora de telemóveis para colocação e manutenção de uma antena no telhado, tão chorudo que a própria empresa que geria o condomínio decidiu abrir falência e ‘fugir’ com os 35 mil euros do prédio. O caso está em tribunal.

    Seja qual for a estratégia adoptada, o importante é aprender a viver na ‘mesma’ casa. Como fez Maria Ema, depois de na última reunião do prédio ter ouvido, estupefacta, a sugestão do vizinho do terceiro andar de tornarem o seu pátio num jardim comum para todos os residentes. “Não abri a boca, mas nem queria acreditar no que estava a ouvir... Creio que nem sequer teve em conta o direito de propriedade, adquirido aquando da compra da casa”, desabafa, congratulando-se por a ideia não ter ido adiante. Mas todas as manhãs, ao tomar o pequeno-almoço na cozinha, fogem-lhe os olhos para o pátio enquanto a cabeça imagina o seu quintal alegremente povoado de vizinhos... n



    No topo das queixas junto da Deco

    Só num ano, a Deco, associação de defesa dos consumidores, recebeu cerca de 14 mil queixas relacionadas com questões de condomínios, mas a grande maioria é precisamente contra as empresas que assumem a gestão. Por isso, o sector das empresas de gestão de condomínios pede legislação que separe o ‘trigo do joio’. Na Deco estão no topo das queixas situações de negligência, prestação de serviços deficiente, extravio de cheques, despesas falsas, desvio de fundos, fraude e consequente ‘desaparecimento’ dos agentes incumbidos de melhorar a vida dos vizinhos

    Fonte: www.correiodamanha.pt
  2.  # 2

    Colocado por: nielsky... problemas causados pelos animais de estimação, ...
    Por acaso, até tinha visto esta notícia.

    A pessoa que ma mostrou tem um probleminha com cãezinhos dos vizinhos.

    No prédio dela há uns 7 ou 8 cães (em 10 apartamentos). Só ela e mais 2 ou 3 condóminos não têm cão.

    Mas TODOS se queixam apenas de um condómino. É que este tem lá um casal de cães jovens e (seguramente) incompatíveis que , SEMPRE que os donos se ausentam, LADRAM DURANTE HORAS A FIO!
    Já fizeram esperas aos donos (que tinham ido jantar fora), queixas à polícia, etc., mas até agora a situação não se alterou.

    Alguém dá sugestões ( incluindo receitas de pernil de porco temperado com estricnina ) ?
  3.  # 3

    Denuncia à Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais?
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Luis K. W.
  4.  # 4

    Colocado por: Luis K. W.

    Alguém dá sugestões ( incluindo receitas de pernil de porco temperado com estricnina ) ?


    Se não se pode fazer mal aos animais.
    Faça-se mal aos donos. Nao directamente aos donos, mas sim algo que lhe deixe furioso.

    Por exemplo:
    Meter supercola na fechadura quando estes nao estiverem em casa.
    Na parte de baixo do puxador da porta de entrada, colocar graxa dos sapatos, de preferencia com estes em casa (a meio da noite).
    Tocar a campainha ao meio da noite. (deve ser feito de forma que nao seja possivel determinar um padrao)

    entre muitos outros ...

    Mas em primeiro lugar, deve-se tentar sempre o dialogo.
  5.  # 5

    Por acaso isso dos animais não me incomoda nada.
    Sempre vivi num bairro de vivendas, onde TODAS tinham um ou mais cães. E o barulho é bastante maior, porque ladram na rua, todos ao mesmo tempo. E passados tantos anos, só tinha que me habituar, até porque também tinha cão.

    Agora vivo num prédio. E nunca houve problemas. Dou-me bem com as pessoas do meu andar e do andar de baixo. Não tenho vizinhos em cima.
    Há cães. O meu, um de baIXO e outro do R/C. O meu é o único que não faz barulho. Os outros ladram quando os donos não estão. Se me incomoda? Não. Incomoda-me mais o barulho das pessoas do que o barulho dos animais. Era a mesma coisa se eu reclamasse do barulho da rua, que passam muitos carros, que as motas fazem barulho. Por acaso vivo num prédio onde não passam carros a não ser dos moradores e não ouço barulhos da rua. Isto faz aumentar os barulhos dos vizinhos. Mas confesso, não ouço quase nada a não ser o ventilador do WC de baixo, das 7 às 8 da manhã. Ou a vizinha , também de baixo, com saltos altos antes de sair para o trabalho.
    De resto é uma maravilha.

    Mesmo quando vivia num prédio de 22 andares na china, nunca me lembro de ter havido problemas com vizinhos e todos sorriam uns para os outros. Ouvia barulhos, como música, ou pianos, ou mesmo os elevadores. Mas as pessoas conviviam todas bem no prédio barulhento. Nunca ouvi reclamações de nada!

    Até me custa a ler este texto do início e pergunto-me: Como é possível, pessoas que vivem "juntas", serem assim umas para as outras.
 
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