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  1.  # 1

    Com leituras feitas a várias discussões neste fórum já percebi que é muito importante certificar-me da viabilidade de construção e de outros factores desse mesmo terreno. Nós pretendemos adquirir um terreno mas não para construção imediata pois financeiramente não o conseguimos, por isso a minha pergunta é:

    - O PIP é a única ferramenta que me permite saber essas informações? é que pelo que percebi é preciso um género de projecto, arquitecto... etc, verdade? Tendo nós 2 ou 3 terrenos que gostamos, pedir isto para todos iria-nos sair muito caro... Há alguma maneira de conseguir informações sobre viabilidade de terreno, m2 de construção e implantação mais facilmente?

    Para além disto é preciso certidão da conservatória, plano PDM, mais alguma coisa importante???

    Desculpem tanta questão, mas li tanta coisa, que agora estou confusa, e como sou uma leiga nestas questões.... queremos muito comprar um terreno mas ficamos com medo de fazer coisas erradas ou n ter em atenção certos pormenores importantes... Como fariam vocês se andassem à procura de terreno????

    Muito obrigada

    C. Fernandes
  2.  # 2

    Obviamente que não precisa de pedir um pedido de informação prévia (PIP) para cada terreno que tem em vista de comprar.

    Ao falar com um arquitecto, se lhe mostrar as localizações dos terrenos, basta saber os índices de que o PDM permite para cada local, se o terreno está em algum loteamento e obedece a regras mais especificas, etc... ele melhor que ninguém o poderá aconselhar qual o melhor terreno para si, dadas as caracteristicas do projecto de arquitectura que pedir (casas térreas, casas de 2 pisos, com caves, sem caves...)
    Penso que só após a comprar então do terreno é que depois deve avançar para um projecto de arquitectura mais em concreto... caso contrário, para alem da perda de "investimento" em projectos, perde tempo, o seu e o do arquitecto...

    cumpts!
    BHP | Arq
    •  
      FD
    • 14 abril 2010 editado

     # 3

    Passos para comprar terreno:
    -> vê se quer mesmo construir
    -> procura nos classificados, nas imobiliárias e na zona que quer (pergunta também no café central)
    -> identifica o terreno num mapa, usando por exemplo o Google Maps ou o Google Earth (se tiver GPS basta consultar as coordenadas no aparelho e depois inseri-las numa dessas ferramentas)
    -> vai ao site da Câmara Municipal onde se insere o terreno e faz o download do PDM (normalmente numa secção qualquer de Urbanismo/Habitação ou em Regulamentos)
    -> se não encontrar no site da Câmara experimente este endereço: http://www.dgotdu.pt/channel.aspx?channelID=6B6C3143-F168-4944-A20C-0439EA10EF70&listaUltimos=1
    -> nesse mesmo endereço terá que ver o mapa e tentar encontrar o terreno em questão no mesmo para saber qual a classificação atribuída ao mesmo
    -> sabendo essa classificação, consulta o PDM e procura as regras gerais aplicadas (índice de construção, afastamento, etc.)
    -> se o terreno estiver num loteamento, as regras poderão ser ligeiramente diferentes e nesse caso deve consultar a Câmara para pedir/consultar o alvará de loteamento (onde devem estar definidas as regras específicas para esse loteamento)
    -> procure descobrir o que rodeia o terreno e qual a classificação dos terrenos circundantes (se forem para indústria por exemplo, pode-lhe nascer uma fábrica ao lado)
    -> procure saber que vias de circulação e que grandes empreendimentos estão previstos para a zona, nem que seja só para não lhe calhar algo indesejado nas redondezas (uma central de co-incineração, por exemplo)
    -> fale com a vizinhança, não imagina o que eles sabem...
    -> no site da Câmara também deve encontrar o regulamento de taxas que deve consultar para saber quanto é que lhe custa o processo de aprovação e construção
    -> faz as contas a essas taxas e acrescenta o IMT a pagar (5% se o terreno for rústico e 6,5% se for urbano) para saber o custo total do terreno
    -> num papel, faz duas colunas, numa delas escreve as vantagens, na outra as desvantagens e pontua-as consoante a importância que lhes atribui, somando no fim os valores positivos (vantagens) com os negativos (desvantagens)
    -> faz o mesmo para os outros terrenos e no final, compara as pontuações
    -> escolhido um ou dois terrenos, fala com um arquitecto para ele ver o terreno e dar a sua opinião. Em alguns casos, um empreiteiro ou engenheiro também pode dar boas opiniões (por causa da morfologia/composição e acesso do terreno, mais a nível de custos)
    -> pede uma certidão de registo permanente online para ter a certeza de que está a falar com o proprietário do terreno e de que o mesmo não tem registos que impeçam ou prejudiquem a venda
    -> se estiver a falar com outra pessoa que não o proprietário, confirme se tem poderes para mediar o negócio
    -> negoceia sempre o valor e faz uma proposta mas, não se "fixe" a um terreno pois perderá poder negocial
    -> compre só se tiver MESMO a certeza que é aquele terreno que quer, se houver uma única dúvida, não o faça - se, por alguma razão, as coisas correrem mal ficará para sempre com remorsos

    Evitar terrenos:
    -> perto de estradas movimentadas (barulho, poluição)
    -> em avos ou em processo de legalização (a não ser que tenha muito tempo e paciência)
    -> perto de indústrias
    -> muito perto de florestas (-50 metros)
    -> perto de rios, ribeiras e locais passíveis de cheias
    -> em encostas acentuadas
    -> muito rochosos ou argilosos (mais custos para construir)
    -> perto de objectos "estranhos" (linhas de alta tensão, pedreiras, etc.)
    -> com servidões (em que o seu terreno tem que obrigatoriamente dar acesso a outros terrenos)

    Não me lembro de mais nada e acho que não disse nenhuma asneira. Se disse ou me esqueci de algo, corrijam por favor. :)
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Fernando Gabriel, Zafa, bhp | arq, MartaD, pimpolha, C. Fernandes, plavadinho, mandrongo, Portege, rroques
  3.  # 4

    Muito obrigada pelos esclarecimentos, vou ter isto em atenção!

    Já agora pergunto. Para pedir essa informação a um arquitecto quanto se paga geralmente? Convém, suponho, ser um arquitecto da zona certo? Para conhecer melhor as exigências da Câmara em questão?

    Obrigada

    C. Fernandes
  4.  # 5

    não precisa de pedir um pip logo, o primeiro passo é ver o pdm, e o terreno em questão, ver fisicamente, contacte desde já um arquitecto, ele é a pessoa indicada para lhe dizer até pode ir esse terreno, se dá para o que está a pensar.
    em geral não se paga, mas como há muita gente que se aproveita das pessoas, podem lhe pedir consulta sim,
    se convém ser um arquitecto da zona? não
    •  
      FD
    • 14 abril 2010

     # 6

    Colocado por: C. FernandesPara pedir essa informação a um arquitecto quanto se paga geralmente?

    Eu, pessoalmente, pagaria se não tivesse a certeza absoluta de que o iria contratar. Uma hora de mão de obra deverá chegar, qualquer coisa entre os 50€ e os 100€...
  5.  # 7

    excelente descrição FD
  6.  # 8

    Colocado por: FD
    Colocado por: C. FernandesPara pedir essa informação a um arquitecto quanto se paga geralmente?

    Eu, pessoalmente, pagaria se não tivesse a certeza absoluta de que o iria contratar. Uma hora de mão de obra deverá chegar, qualquer coisa entre os 50€ e os 100€...

    eu em geral não levo/levava, mas por causa de uns pagam os outros sempre, como disse há realmente muita gente a aproveitar-se da boa vontade.
    aconselho todos os arquitectos, a começarem a mudar de atitude e cobrar consulta, e se é algo sério, até podem descontar essas consultas nos honorários depois.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: bhp | arq
  7.  # 9

    Colocado por: Fernando Gabriel Arq
    Colocado por: FD
    Colocado por: C. FernandesPara pedir essa informação a um arquitecto quanto se paga geralmente?

    Eu, pessoalmente, pagaria se não tivesse a certeza absoluta de que o iria contratar. Uma hora de mão de obra deverá chegar, qualquer coisa entre os 50€ e os 100€...

    eu em geral não levo/levava, mas por causa de uns pagam os outros sempre, como disse há realmente muita gente a aproveitar-se da boa vontade.
    aconselho todos os arquitectos, a começarem a mudar de atitude e cobrar consulta, e se é algo sério, até podem descontar essas consultas nos honorários depois.

    Estas pessoas agradeceram este comentário:bhp



    Concordo com o Fernando.
    Agora o arquitecto não tem de ser obrigatoriamente da zona... As leis não mudam muito de concelho para concelho....!
  8.  # 10

    Colocado por: Fernando Gabriel Arqaconselho todos os arquitectos,

    Fernando,
    Eu sou o tal que passo a vida, aqui no Forum, a recomendar que consultem um Advogado. E, não só o aconselho como também pratico. :-)

    Ontem fui falar com o meu advogado (escrevi "falar com" porque com ele é "tu cá, tu lá").
    Estive lá 1h30m (abordámos 3 questões completamente diferentes) e paguei 100euros+IVA.

    Não lamento nem um bocadinho os 120 euros que dispendi (saiu a 40euros/assunto, e o tipo é mesmo bom!).

    Agora diga-me:
    O que é que os advogados e os médicos têm a mais que os engenheiros e os arquitectos?
    Será que eles tiveram na faculdade uma disciplina que lhes mete na cabeça «valorize-se, faça-se pagar pelos seus conhecimentos!» que nós (engenheiros e arquitectos) não tivemos?

    Eu também sou dos que dá MUITAS consultas sem cobrar. Basta ver o que para aqui escrevo. :-) Só que aqui não sou "tão" responsável como se assinasse um documento formal.
    (Posso sempre dizer que foi a minha mulher-a-dias que escreveu no meu portátil que não havia nenhum problema em deitar 2 paredes abaixo e cortar os 4 pilares que lá estavam dentro) :-)

    Mas atenção. Eu NÃO RECOMENDO A NINGUÉM que se trabalhe de borla!!

    No país onde vivi durante a licenciatura (lá mais para o Norte da Europa), o código do IVA deixa implícito que é PROIBIDO exercer a sua profissão à borla.
    E o argumento é ... nem sei bem como qualificar... espantoso!
    É que ao trabalhar à borla, está-se a privar o Estado (todos nós) do respectivo imposto sobre o valor acrescentado!!! :-)
    Estas pessoas agradeceram este comentário: bhp | arq
  9.  # 11

    Colocado por: C. FernandesMuito obrigada pelos esclarecimentos, vou ter isto em atenção!

    Já agora pergunto. Para pedir essa informação a um arquitecto quanto se paga geralmente? Convém, suponho, ser um arquitecto da zona certo? Para conhecer melhor as exigências da Câmara em questão?

    Obrigada

    C. Fernandes


    Quando eu andava para comprar o terreno, onde em breve estarei a construir a minha casa, fui à Câmara ver o PDM... mas o mesmo não era fiável... dizia que era uma zona industrial... o que foi um tanto cómico porque de industrial não tem nada... portanto decidi ir ao arquitecto fazer uma informação prévia. Paguei 150€ ao arquitecto (75€ para a camara e 75€ para o trabalho do arquitecto)... recebi a resposta passado 3 meses... o terreno era viavel à construção...
  10.  # 12

    o que não quer dizer que a zona não esteja classificada para expansão industrial no futuro...isso para mim seria um grande sinal vermelho...
  11.  # 13

    Aproveito para actualizar este tópico para perguntar se é normal ir a uma camara pedir uma planta de sintese assim como toda a informação sobre determinado loteamento e o funcionário dizer que não pode disponibilizar essa informação. A mesma terá de ser feita através de requerimento....
  12.  # 14

    Sim, em algumas câmaras é habitual. Pode sempre solicitar uma reunião com um técnico da câmara e nessa reunião pedir para ele lhe mostrar a planta síntese e esclarecer qualquer dúvida que tenha.

    www.gabineteop.com
    Estas pessoas agradeceram este comentário: jorgferr
  13.  # 15

    Colocado por: jorgferrA mesma terá de ser feita através de requerimento....

    Claro, quando dizemos "vá à câmara pedir...isto e aquilo", significa ir à Câmara entregar um requerimento.
    Um requerimento é um papel (cuja minuta já existe na Câmara), que preenchemos com o nosso pedido.

    Porque é que não fez o requerimento nesse momento?
  14.  # 16

    Colocado por: Picareta
    Claro, quando dizemos "vá à câmara pedir...isto e aquilo", significa ir à Câmara entregar um requerimento.
    Um requerimento é um papel (cuja minuta já existe na Câmara), que preenchemos com o nosso pedido.

    Porque é que não fez o requerimento nesse momento?


    Eu pensava que ia á camara, a funcionária tirava cópias e eu pagava. A funcionária disse que tinha de marcar com o técnico da camara, deu-me o número de telefone e para depois ligar a agendar.
  15.  # 17

    Colocado por: jorgferrEu pensava que ia á camara, a funcionária tirava cópias e eu pagava.

    A funcionária não tem autonomia para decidir que documentos é que pode fornecer a quem lá vai pedir. Faz-se um requerimento, e alguém decide se pode ou não fornecer o documento solicitado.

    Mas porque é que não preencheu um requerimento nesse momento? são dois minutos!!
  16.  # 18

    Colocado por: Picareta
    A funcionária não tem autonomia para decidir que documentos é que pode fornecer a quem lá vai pedir. Faz-se um requerimento, e alguém decide se pode ou não fornecer o documento solicitado.

    Mas porque é que não preencheu um requerimento nesse momento? são dois minutos!!


    Porque ela não me disse que bastava preencher algo que eles já tivessem em modelos standard (agora sinto-me um bocado estúpido). Pensei que tivesse eu de escrever um pedido qualquer e depois lá ir entregar. A senhora podia ter-me dado o tal impresso, mas não, disse-me para ligar para marcar uma reunião com o técnico.
  17.  # 19

    De qualquer maneira o lambão do vendedor da imobiliária não parece interessado em vender o lote. Teve a lata de me dizer que reunir esta informação é da responsabilidade do cliente e que normalmente só os construtores é que compram terrenos....
  18.  # 20

    Colocado por: jorgferrTeve a lata de me dizer que reunir esta informação é da responsabilidade do cliente

    Qualquer vendedor se estiver interessado em vender, disponibiliza esta informação aos potenciais compradores, se não lhe querem disponibilizar esta informação parta para outro !!!
    Concordam com este comentário: jorgferr
 
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