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    • LuB
    • 21 abril 2010 editado

     # 1

    Boas tardes,
    Tenho azulejos antigos, colocados em rodapé, que pensava poderiam ficar onde estão. Mas não podem, porque ao endireitar o soalho, a faixa vai ficar enterrada, dois ou três centímetros, pelo menos.
    Tenho de os retirar e voltar a colocar. Para já não vejo outra solução.
    Pergunto: É uma operação muito díficil essa de retirar azulejos antigos?
    [Deve ser, porque os drogados, que os andam roubar descaradamente para vender na feira da ladra, os partem quase todos...]
    Alguém tem ideia do custo da operação. Valor por m2 ou assim?

    Obrigado
    L Bartolomeu
  1.  # 2

    Boa tarde, é de facto uma operação muito dificil.
    Tem de escavacar a parede toda e retira-los agarrados a parede.
    Mesmo assim muitas vezes partem, mas se partirem não deite fora porque é possivel restaura-los, terão de voltar a ir ao forno e ficam como novos.
    Vou tentar arranjar um contacto de quem preste este serviço.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: LuB
  2.  # 3

    Se for tentar tirar apenas o azulejo, estes devem estar colocado com cimento, vão partir-se todinhos.

    Se retirar como o amigo eduardo335 disse, pode resultar, mas devem partir-se todos na mesma.
    • LuB
    • 21 abril 2010 editado

     # 4

    Vasco Tomé:
    Se for tentar tirar apenas o azulejo, estes devem estar colocado com cimento, vão partir-se todinhos.

    Se retirar como o amigo eduardo335 disse, pode resultar, mas devem partir-se todos na mesma


    O meu problema, Vasco é que não os poderei partir mesmo. Aqui é como diz o ditado:
    "El-rei manda andar, não manda chover".
    Por mais disparatado que seja do ponto de vista económico e de execução o IPPAR não deixa atirar com aquilo fora. Fui avisada disso: Teria a obra embargada, em três tempos
    Terei de arranjar uma solução. :((((
    L. Bartolomeu
  3.  # 5

    Colocado por: LuBartolas
    Vasco Tomé:
    Se for tentar tirar apenas o azulejo, estes devem estar colocado com cimento, vão partir-se todinhos.

    Se retirar como o amigo eduardo335 disse, pode resultar, mas devem partir-se todos na mesma


    O meu problema, Vasco é que não os poderei partir mesmo. Aqui é como diz o ditado:
    "El-rei manda andar, não manda chover".
    Por mais disparatado que seja do ponto de vista económico e de execução o IPPAR não deixa atirar com aquilo fora. Fui avisada disso: Teria a obra embargada, em três tempos
    Terei de arranjar uma solução. :((((
    L. Bartolomeu


    Não me diga que comprou a famosa casa com azulejos do Almada Negreiros? :-))
  4.  # 6

    Recentemente fiz o projecto para a recuperação de uma moradia, quando começou a obra e começaram a descolar o papel de parede começara a aparecer paineis de azulejos fantásticos da Fábrica do Carvalhinho. Para os remover utilizei o processo que lhe falei mas mesmo assim muitos partiram. O que é importante é fazer isso lentamente um a um e juntar todos os cacos e identifica-los por azulejo. Depois contactei um pintor amigo que tem um forno para cozer cerêmica e este conhecia um processo de restauro através da cozedura do cerâmico. Ficaram impecaveis. Hoje o meu cliente tem os paineis em casa mas colados com siliconeapaineis de acrilico.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: LuB
  5.  # 7

    Intervenção por Remoção do Painel
    Quando os estruturas de suporte não se apresentem em boas condíções estruturais e/ou os painéis se apresentem degradados (empolamentos, sais, gorduras, etc.).
    A intervenção, nestes casos, compreenderá, genericamente os seguintes itens a efectuar após os registos fotográfico e gráfico:
    A. Faceamento e remoção dos azulejos
    B. Limpeza de cada peça (remoção de argamassas, limpeza de gorduras fungos, etc.)
    C. Marcação das peças
    D. Dessalinização
    E. Colagens
    F. Preenchimento e respectivo nivelamento de lacunas
    G. Reintegração pictórica
    H. Manufactura (parcial ou total) de azulejos em folta ou fortemente degradados,
    I. Montagem final do painel
    J. Aplicação do painel em parede ou suporte
    K. K)Tratamentos finais
    A) Faceamento e Remoção dos azulejos
    Quando a necessidade de restaurar painéis de azulejos, paro tratamento das estruturas ou dos próprios azulejos que compõem os painéis, obrigue a retirá•los do suprte estrutural, deve-se proceder ao seu faceamento, operação que deve evitar a desintegração do painel ou da peço a remover.
    Desta forma começo-se por fazer uma solução com um acriloide a cerca de 10%, que é aplicada com pincel sobre as juntas do painel ou do azulejo de modo o evitar destacamentos do vidrado. Seguidamente coloca-se, por cima, gaze ou pano cru.
    A remoção do painel deve ser feita de cima para baixo, para melhor controlo da remoção. O destacamento deve ser efectuado com a ajuda de ferramentas (espátulas e maços) que evitem o danificação dos azulejos, preferencialmente de madeira, contudo em casos extremos é necessário a utilização de ferramentas mais duros cujo manuseamento deve ser cuidadoso.

    Figura 1 -Faceamento de uma unidade

    B) Limpeza das peças
    A limpeza das peças deve começar pelo remoção das argamassas dos suportes dos azulejos; faz-se cuidadosamente com as ferramentas que melhor se adequem à situação, sendo em casos extremos e como último recurso, necessário a utilização de escopro e martelo. Esta operação é facilitada se proceder á molhagem do cimento durante algum tempo (2 horas).
    As gorduras, fungos e outros sujidades devem ser limpas com água e detergente
    neutro, com o auxílio de escovas macias ou algodão dependendo do estado de degrodoção da peça. Para a limpeza e remoção de elementos orgânicos pode-se usar uma solução de acetato de cobre em meio acético e/ ou uma solução com 50%. De água desionizoda e 50% de álcool etílico.
    No caso de ser necessária o seu branqueamento pode-se utilizar água oxigenada a 120 volumes com algumas gotos de amónia, que actuo como catalizador, deixando actuar o reagente durante algum tempo, após o qual, se procede à neutralização com tricloroetano (usado com máscaro facial) e finalmente à sua Iavagem em água desionizada.


    C) Marcação das peças e consolidações
    A marcação das peças deve ser feita com etiquetas colocadas no tardoz.
    As consolidações devem ser feitas com acriloides bastante diluídos de forma a que torne possível o manuseio sem que os peças se desfaçam.

    Figura 3 - Marcação das peças
    D) Dessalinização
    A Dessalinização consiste na remoção dos sais das peças. Essa operação pode ser efectuada de vârios modos sendo o mais comum, por imersão em água desionizada. Este banho deve ser mudado com frequência (uma duas vezes por dia) e os azulejos devem ser limpos com um pano ou escova macia antes de cada mudança ou uma vez por dia.
    O controlo de sais deve ser pelo menos feito com um condutivímetro, coso não houver condições analiticas mais sofisticadas. Desta forma, quando os valores de condutividade, medidos no água de imersão dos azulejos, atingirem valores da ordem dos 200 µm/s deve-se proceder à mudança de água, quando os valores estabilizarem abaixo dos 50 µm/s considera-se teminada a extracção de sais.
    Esta operação termina opós a secagem que deve ser feita lentamente em estufa ou ao ar livre.

    Figura 4 - Dessalinização - um aspecto do banho
    E) Colagens
    As colagens dos azulejos devem ser efectuados após a limpeza e secagem (com acetona) das superfícies a colar e pincelar-se com um acriloide diluído. Em seguida procede-se à colagem utilizando um adesivo celulósico. O suporte dos peças, durante esta operação faz-se numa caixa de areia, paro permitir que a superfície a colar permaneça imóvel.

    Figura 5 - CoIagem do azulejo
    F) Preenchimento e respectivo nivelamento das lacunas
    Os preenchimentos ou lacunas desde que sejam pequenos devem ser feitos com argamassas finas à base de cal ou gessos devidamente isolados, com acriloide ou outro material afim, podendo ainda ser usado barro sintético.
    No caso das lacunas grandes, podem-se usar as mesmas argamassas finas. Antes
    de se proceder à aplicação destas argamassas, são criodas barreiras com placa de fina espessura em barro, plasticina, ou ainda com cera, com a finalidade de impedir escorrimentos e perda de material de enchimento dado que a aplicação desta placa de cera significa a sua aplicação enquanto molde rudimentar.
    A argamassa é então colocada paro a zona das lacunas, tendo o cuidado de o deixar mais alto que a camada vitria, devido aos coeficientes de expansão e contracção destes.
    G) Reintegração pictórica
    A reintegração das respectivas lacunas, é feita com tintas acrílicas aquosas solúveis em água e a respectiva protecção é feita com verniz acrílico

    Figura 6 - Reintegração pictórica
    H) Manufactura (parcial ou total) de azulejos em falta ou fortemente degradados
    Na falta total ou parcial de azulejos, pode-se manufacturar as peças integral ou parcialmente, isto é, produzir só a chacota sendo a reintegroção a frio conforme o exposto na alínea g) ou produzir integralmente o azulejo desde a chacota ao vidrado.
    A produção da chacota é comum para os dois métodos, assegurando que a retracção durante o cozedura é tal, que no final, os azulejos produzidos tenham as mesmas dimensões que os azulejos onde a peça vai ser integrada.
    I) Montagem final do painel
    A montagem final dos azulejos consiste em ordená-los segundo as referências das etiquetas colocados no suporte do azulejo. Paro facilitar esta operação a montagem pode ser feito num vidro permitindo o controlo da imagem do painel e a colagem simultâneo de todos as peças que compõem o conjunto.
    J) Aplicação do painel em parede ou suporte
    A recoIocação dos azulejos nos locais de onde foram retirados faz-se com uma argamassa, não muito forte, mas suficientemente resistente de forma à obra resistir, com a devida manutenção de conservação. Desta forma a argamassa deve ter propriedades o mais proximo possível das propriedades médias entre a parede (suporte estrutural) e o azulejo, isto é, a absorção de água, o resistência mecânica e porosidade devem ser próximas daqueles materiais.
    As argamassas à base de cal (cal aérea, cal hidráulica ou mistura entre elas) e areia fina (isenta de sais) são as que apresentam propriedades de resistência mecânica e de absorção de água mais próximas e mais fracas que as paredes e os azulejos.
    Os troços a utilizar depende da situação e da constituição dos materiais de suporte. Proporções respectivamente para cal aérea, cal hidráulica e areia fina de 1:1:6; 2:1:7; 1:2:7 são frequentemente utilizadas. O cimenta branco, também por vezes utilizado, não entrando em proporções superiores na argamassa (dita de bastarda) a 10%.
    À argamassa também pode ser adicionado óxido de zinco, cujo efeito é de evitar o ataque por acção orgânica.
    Quando se observa a impossibilidade de montar os painéis “in situ” pode-se recorer a suportes espacialmente preparados para o efeito e que podem ser adquiridos nas casas de especialidade ou em última recurso em suportes acrílicos devidamente estruturados.
    K) Tratamentos finais.
    Quando os painéis são colocados no exterior é necessário diminuir a exposição e o contacto dos vidrados principalmente com a escorrência de água. Para o efeito os painéis devem ser cobertos com uma fina película de verniz acrílico para exteriores que podem também ser adquiridos em casas das especialidades.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Pedro Barradas, LuB
    • LuB
    • 21 abril 2010

     # 8

    Não me diga que comprou a famosa casa com azulejos do Almada Negreiros? :-))

    Nada disso, Lobito.
    São azulejos normais, até um bocadito pirosos. Mas são do séc XVIII. Infelizmente estão em várias salas. Não sei se sabe do fanatismo que a câmara de Lx tem em relação a esses azulejos, mesmo que pouca graça tenham e a sua manutenção der dores de cabeça enormes a quando da recuperação. È uma política seguida aqui, em portugal... Se é azulejo antigo, fica, à força. Se tiver recorrido ao RECRIA por exemplo e não seguir as instruções à risca, arrisca-se a não ver um tostão!
    Até já ouvi falar de quem, preventivamente, os manda picar antes de lá ir a vistoria do IPPAR. Mas isso é outra conversa. Eu não precisei de picar nada, porque andaram lá uns drogaditos que limparam metade das salas. Mas picaram só aquelas onde conseguiram entrar +ou- metade da área.

    L. Bartolomeu
  6.  # 9

    Uma das técnicas, mas não mos estrague. Se quiser dou-lhe contactos de quem faz isso.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: LuB
    • LuB
    • 21 abril 2010

     # 10

    Paulo Correia:
    Eu, já tenho empreiteiro para a obra, mas a remoção dos azulejos não constou do caderno de encargos, porque só agora nos apercebemos de que eles terão de sair, e voltar a ser colocados de novo, por causa do nivelamento os soalhos.
    Estou aqui a falar do assunto porque fiquei preocupada, ontem, quando me apercebi de que isso seria necessário. Ainda nem sequer discuti com o empreiteiro para saber o que é que ele sugere, e a quem irá recorrer. Entretanto se me der o contacto de quem sabe fazer isso, é uma boa ideia.
    L. Bartolomeu
 
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