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  1.  # 1

    Como a construção civil é o sector mais importante na economia paralela (que não inclui actividades estritamente ilegais embora às vezes não pareça quando se visitam algumas discussões deste fórum!), achei que este artigo podia interessar-vos. Debruça-se mais especialmente sobre os números da Alemanha, Áustria e Suíça, mas tem também um quadro comparativo interessante sobre os países da OCDE. Tudo indica que a importância da economia paralela está associada simultaneamente à elevada carga tributária e à baixa confiança no Estado (e, segundo diz a Visa, olha quem!, ao facto de se usar mais ou menos dinheiro vivo nas transacções). De qualquer modo, é sempre interessante ver estudos comparativos, acho eu:

    http://www.econ.jku.at/members/Schneider/files/publications/LatestResearch2010/ShadEcOECD2010.pdf
  2.  # 2

    Colocado por: lobitoComo a construção civil é o sector mais importante na economia paralela (que não inclui actividades estritamente ilegais embora às vezes não pareça quando se visitam algumas discussões deste fórum!), achei que este artigo podia interessar-vos. Debruça-se mais especialmente sobre os números da Alemanha, Áustria e Suíça, mas tem também um quadro comparativo interessante sobre os países da OCDE. Tudo indica que a importância da economia paralela está associada simultaneamente à elevada carga tributária e à baixa confiança no Estado (e, segundo diz a Visa, olha quem!, ao facto de se usar mais ou menos dinheiro vivo nas transacções). De qualquer modo, é sempre interessante ver estudos comparativos, acho eu:

    http://www.econ.jku.at/members/Schneider/files/publications/LatestResearch2010/ShadEcOECD2010.pdf


    Lobito,isso é para inglês ver.
    Cá para mim o obvio paralelismo económico acontece em qualquer país que perca poder de compra,ou tenha efectivamente poder de compra...não precisa de estudos neste campo para nada,basta observar também o crescendo de criminalidade quando a economia decresce a níveis baixos.
  3.  # 3

    Colocado por: Jorge Rocha
    Colocado por: lobitoComo a construção civil é o sector mais importante na economia paralela (que não inclui actividades estritamente ilegais embora às vezes não pareça quando se visitam algumas discussões deste fórum!), achei que este artigo podia interessar-vos. Debruça-se mais especialmente sobre os números da Alemanha, Áustria e Suíça, mas tem também um quadro comparativo interessante sobre os países da OCDE. Tudo indica que a importância da economia paralela está associada simultaneamente à elevada carga tributária e à baixa confiança no Estado (e, segundo diz a Visa, olha quem!, ao facto de se usar mais ou menos dinheiro vivo nas transacções). De qualquer modo, é sempre interessante ver estudos comparativos, acho eu:

    http://www.econ.jku.at/members/Schneider/files/publications/LatestResearch2010/ShadEcOECD2010.pdf


    Lobito,isso é para inglês ver.
    Cá para mim o obvio paralelismo económico acontece em qualquer país que perca poder de compra,ou tenha efectivamente poder de compra...não precisa de estudos neste campo para nada,basta observar também o crescendo de criminalidade quando a economia decresce a níveis baixos.


    Queria dizer falta de poder de compra.
    • lobito
    • 27 abril 2010 editado

     # 4

    Se reparar nos quadros, os números provisórios para 2009 sobem em todos os países, como seria de esperar.
  4.  # 5

    Colocado por: lobitoSe reparar nos quadros, os números provisórios para 2009 sobem em todos os países, como seria de esperar.


    Porque é que será que nessa tabela,a Grécia,Portugal,Espanha,batem o ranking?Lá está...os mais endividados são os que têm a economia paralela mais alta.
  5.  # 6

    Penso que a Itália está em segundo lugar, e não está muito endividada.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: luisvv
  6.  # 7

    Colocado por: lobitoPenso que a Itália está em segundo lugar, e não está muito endividada.


    Acha que não?Observe então os números no google.
  7.  # 8

    O endividamento publico é grande, mas o privado não (sem essas contas, Portugal não estaria tão mau assim). Por outro lado, os escandinavos não estão especialmente endividados, mas a economia paralela deles é relativamente importante. Penso que a relação não esta ai, mas posso estar enganada.
    •  
      FD
    • 28 abril 2010

     # 9

    E a eficácia da máquina fiscal, entrará na equação?
  8.  # 10

    Não é grande novidade, é puro senso comum: quanto mais elevada a carga fiscal, maior o incentivo para o desenvolvimento da economia paralela. Matizado, eventualmente, por factores como o valor absoluto do rendimento disponível (50% de carga fiscal na Suécia são diferentes de 50% em Portugal, p.ex) , claro.
  9.  # 11

    Colocado por: FDE a eficácia da máquina fiscal, entrará na equação?


    Tudo indica que sim. Por exemplo:

    http://e-archivo.uc3m.es/bitstream/10016/1151/1/we078551.pdf

    Mas parece que quanto maior a regulamentação ineficaz, maior a economia paralela. Entre outros factores que contam, como o tamanho das empresas, etc.
  10.  # 12

    Às vezes não percebo os economistas:

    http://www.economist.com/printedition/displayStory.cfm?Story_ID=2766310

    "Ms Farrell estimates that formalising the informal sector could add 0.8 percentage points to Portugal's productivity growth, and 1.5 percentage points in Turkey and Brazil. Brazil's construction industry, for example, would gain because it would have no need to employ lookouts to tell unregistered workers to scatter when government inspectors turn up"

    O que é que ela sugere que eles fizessem? Ir roubar para a estrada? ;-)
  11.  # 13

    A economia paralela sempre existiu e sempre existirá, penso que não há como acabar com ela a menos que o mundo inteiro fosse justo de forma a que a economia paralela não compensasse, de forma que óbviamente num cenário destes côr-de-rosa teríamos o chamado o mundo ideal ou aquele que nós gostaríamos.
    Infelizmente nem todos assim pensam e temos o mundo que temos.

    Num país como o nosso, onde os ordenados são baixos (na sua maioria), onde os grupos económicos ditam as regras entre outros, onde a carga fiscal é uma das maiores (face ao rendimento da maioria), onde a corrupção impera e prolifera a partir dos topos é mais que óbvio que face á perca do poder de compra sistemático, que face ás contas para pagar que são certas e na iminência ou já no facto consumado do sobre-endividamento a economia paralela é certamente o caminho mais lógico para quem não quer passar fome, perder os seus haveres, não ter dinheiro para dar de comer aos filhos etc.
    Outros optam pelo pior caminho o da criminalidade quando já nem a economia paralela lhes pode valer ou com o objectivo de realizar mais rápidamente os valores pretendidos.

    Enfim é uma discussão que dará muito pano para mangas, mas para aqueles que acharem que quem pratica esses actos (economia paralela), que deveria ser condenado, convido-o a viver exclusivamente com o seu agregado familiar com apenas 500€ mensais e a pagar uma renda de casa, água, luz, gás, dar de comer aos filhos, pagar ATL´s ou em alternativa a esposa fica em casa a tomar conta dos filhos, vestir, calçar, comprar livros escolares, pagar medicamentos e taxas moderadoras, e afins, já nem sequer coloquei telefones e internet porque com o valor que apresentei certamente isso será um luxo bem como pagar tv por cabo, coisa que a breve trecho parece que vai ser obrigatória com o fim do sinal digital.
    É fácil falar de barriga cheia e com bons ordenados, afinal com o mal dos outros posso eu bem, o pior é se ele nos toca á porta e de repente nos vimos em situação idêntica ou pior que a dos outros.
    Depois qual é a solução?

    Cumps
  12.  # 14

    Colocado por: lobitoO endividamento publico é grande, mas o privado não (sem essas contas, Portugal não estaria tão mau assim). Por outro lado, os escandinavos não estão especialmente endividados, mas a economia paralela deles é relativamente importante. Penso que a relação não esta ai, mas posso estar enganada.


    O problema maior que temos é a dívida com os bancos a nível internacional,maior que a da Grécia.Realmente quanto maior fôr o desastre económico,maior carga fiscal impôem...contrariamente a uma política económica séria,(alguns lucram com isto)adivinhe quem,logo quanto maior a carga fiscal,maior a fuga ao fisco...isto já é usual nas economias em que o estado cada vez mais privatiza sectores chave lucrativos,e depois para conseguir receitas por falta dos lucros desses sectores,aumentam os impostos,e consequentemente as pessoas não são levadas a seguir a regra do jogo,por falta de presuazão,esse motivo que as pessoas creem que estão a encher os bolsos só de alguns com o pagamento de impostos.
  13.  # 15

    Colocado por: FDE a eficácia da máquina fiscal, entrará na equação?


    Está implícita na carga fiscal.
  14.  # 16

    Colocado por: Jorge Rocha
    Colocado por: lobitoO endividamento publico é grande, mas o privado não (sem essas contas, Portugal não estaria tão mau assim). Por outro lado, os escandinavos não estão especialmente endividados, mas a economia paralela deles é relativamente importante. Penso que a relação não esta ai, mas posso estar enganada.


    O problema maior que temos é a dívida com os bancos a nível internacional,maior que a da Grécia.


    Será???

    http://1.bp.blogspot.com/_NhDRXmKRMgA/S3IzvBnUiDI/AAAAAAAAAhg/dnpCAF5khsU/s1600-h/121.PNG
  15.  # 17

    Colocado por: Barba NegraA economia paralela sempre existiu e sempre existirá, penso que não há como acabar com ela a menos que o mundo inteiro fosse justo de forma a que a economia paralela não compensasse, de forma que óbviamente num cenário destes côr-de-rosa teríamos o chamado o mundo ideal ou aquele que nós gostaríamos.
    Infelizmente nem todos assim pensam e temos o mundo que temos.

    Num país como o nosso, onde os ordenados são baixos (na sua maioria), onde os grupos económicos ditam as regras entre outros, onde a carga fiscal é uma das maiores (face ao rendimento da maioria), onde a corrupção impera e prolifera a partir dos topos é mais que óbvio que face á perca do poder de compra sistemático, que face ás contas para pagar que são certas e na iminência ou já no facto consumado do sobre-endividamento a economia paralela é certamente o caminho mais lógico para quem não quer passar fome, perder os seus haveres, não ter dinheiro para dar de comer aos filhos etc.
    Outros optam pelo pior caminho o da criminalidade quando já nem a economia paralela lhes pode valer ou com o objectivo de realizar mais rápidamente os valores pretendidos.

    Enfim é uma discussão que dará muito pano para mangas, mas para aqueles que acharem que quem pratica esses actos (economia paralela), que deveria ser condenado, convido-o a viver exclusivamente com o seu agregado familiar com apenas 500€ mensais e a pagar uma renda de casa, água, luz, gás, dar de comer aos filhos, pagar ATL´s ou em alternativa a esposa fica em casa a tomar conta dos filhos, vestir, calçar, comprar livros escolares, pagar medicamentos e taxas moderadoras, e afins, já nem sequer coloquei telefones e internet porque com o valor que apresentei certamente isso será um luxo bem como pagar tv por cabo, coisa que a breve trecho parece que vai ser obrigatória com o fim do sinal digital.
    É fácil falar de barriga cheia e com bons ordenados, afinal com o mal dos outros posso eu bem, o pior é se ele nos toca á porta e de repente nos vimos em situação idêntica ou pior que a dos outros.
    Depois qual é a solução?

    Cumps


    Para mim, que não sou economista (e tenho a impressão que para muitos economistas), a economia paralela não parece ser uma coisa inequivocamente má. Pelo menos dentro de certos limites, parece óbvio, pelos números, que não tem a ver com a prosperidade dos países: a Bélgica e os escandinavos, países bastante prósperos, têm níveis só ligeiramente abaixo dos dos países do sul, menos prósperos. Segundo os cálculos, cerca de dois terços do dinheiro produzido assim volta a entrar na economia, portanto não vai parar às Caimão ou a Gibraltar como é o caso de outros tipos de evasão fiscal. Além disso, tudo indica que certas actividades não se realizariam doutra maneira. É um bocado a impressão que eu tenho ao ler as discussões neste fórum sobre o custo da construção: se tudo, tudo, absolutamente tudo, fosse estritamente legal, talvez alguns donos da obra não se pudessem permitir mandar fazer certas obras e talvez algumas empresas não se pudessem permitir fazê-las também.
  16.  # 18

    Colocado por: lobito Para mim, que não sou economista (e tenho a impressão que para muitos economistas), a economia paralela não parece ser uma coisa inequivocamente má. Pelo menos dentro de certos limites, parece óbvio, pelos números, que não tem a ver com a prosperidade dos países: a Bélgica e os escandinavos, países bastante prósperos, têm níveis só ligeiramente abaixo dos dos países do sul, menos prósperos. Segundo os cálculos, cerca de dois terços do dinheiro produzido assim volta a entrar na economia, portanto não vai parar às Caimão ou a Gibraltar como é o caso de outros tipos de evasão fiscal. Além disso, tudo indica que certas actividades não se realizariam doutra maneira. É um bocado a impressão que eu tenho ao ler as discussões neste fórum sobre o custo da construção: se tudo, tudo, absolutamente tudo, fosse estritamente legal, talvez alguns donos da obra não se pudessem permitir mandar fazer certas obras e talvez algumas empresas não se pudessem permitir fazê-las também.


    Precisamente.
  17.  # 19

    Colocado por: lobito
    Colocado por: Barba NegraA economia paralela sempre existiu e sempre existirá, penso que não há como acabar com ela a menos que o mundo inteiro fosse justo de forma a que a economia paralela não compensasse, de forma que óbviamente num cenário destes côr-de-rosa teríamos o chamado o mundo ideal ou aquele que nós gostaríamos.
    Infelizmente nem todos assim pensam e temos o mundo que temos.

    Num país como o nosso, onde os ordenados são baixos (na sua maioria), onde os grupos económicos ditam as regras entre outros, onde a carga fiscal é uma das maiores (face ao rendimento da maioria), onde a corrupção impera e prolifera a partir dos topos é mais que óbvio que face á perca do poder de compra sistemático, que face ás contas para pagar que são certas e na iminência ou já no facto consumado do sobre-endividamento a economia paralela é certamente o caminho mais lógico para quem não quer passar fome, perder os seus haveres, não ter dinheiro para dar de comer aos filhos etc.
    Outros optam pelo pior caminho o da criminalidade quando já nem a economia paralela lhes pode valer ou com o objectivo de realizar mais rápidamente os valores pretendidos.

    Enfim é uma discussão que dará muito pano para mangas, mas para aqueles que acharem que quem pratica esses actos (economia paralela), que deveria ser condenado, convido-o a viver exclusivamente com o seu agregado familiar com apenas 500€ mensais e a pagar uma renda de casa, água, luz, gás, dar de comer aos filhos, pagar ATL´s ou em alternativa a esposa fica em casa a tomar conta dos filhos, vestir, calçar, comprar livros escolares, pagar medicamentos e taxas moderadoras, e afins, já nem sequer coloquei telefones e internet porque com o valor que apresentei certamente isso será um luxo bem como pagar tv por cabo, coisa que a breve trecho parece que vai ser obrigatória com o fim do sinal digital.
    É fácil falar de barriga cheia e com bons ordenados, afinal com o mal dos outros posso eu bem, o pior é se ele nos toca á porta e de repente nos vimos em situação idêntica ou pior que a dos outros.
    Depois qual é a solução?

    Cumps


    Para mim, que não sou economista (e tenho a impressão que para muitos economistas), a economia paralela não parece ser uma coisa inequivocamente má. Pelo menos dentro de certos limites, parece óbvio, pelos números, que não tem a ver com a prosperidade dos países: a Bélgica e os escandinavos, países bastante prósperos, têm níveis só ligeiramente abaixo dos dos países do sul, menos prósperos. Segundo os cálculos, cerca de dois terços do dinheiro produzido assim volta a entrar na economia, portanto não vai parar às Caimão ou a Gibraltar como é o caso de outros tipos de evasão fiscal. Além disso, tudo indica que certas actividades não se realizariam doutra maneira. É um bocado a impressão que eu tenho ao ler as discussões neste fórum sobre o custo da construção: se tudo, tudo, absolutamente tudo, fosse estritamente legal, talvez alguns donos da obra não se pudessem permitir mandar fazer certas obras e talvez algumas empresas não se pudessem permitir fazê-las também.


    Essa é uma boa observação e prespectiva da coisa.
    Falemos então da economia real,a tal que realmente enriquece qualquer sociedade.cada vez se fala mais em exportações como se fosse essa forma de estar na economia que livra um país de défices...ninguém se lembra(talvez por conveniências)que só pode(país)estar bem preparado quem tiver força internamente,e não coisar lá para fora sem sequer ter os pés bem assentes por cá.Estamos numa sociedade que o sistema quase que obriga que qualquer negócio que se faça ou fabrique,tenha que se pedir dinheiro emprestado,o sistema não consegue que as empresas se libertem e ponham realmente lucros nos bancos e estes não precisem de emprestar.A economia paralela é sinónimo disso mesmo,ao poder pagar menos impostos,cria mais riqueza fugindo aos subterfúgios de ter que encher a gamela de alguém que não se conhece,logo o país nem sequer precisa tanto de dar créditos a esses tais que trabalham dessa forma.O problema disto tudo é haver muito boa gente à sombra da ociosidade de boa estabilidade sem ter que se mexer muito para ter ordenado certo.
  18.  # 20

    Suponho que há-de haver um ponto em que passa a ser nefasto porque os impostos são precisos para muitas coisas (nomeadamente, para tomar conta, com eficácia, daqueles que ainda ou já não, ou nunca, podem contribuir para a produção. Mas até lá, penso que tem o seu lugar.
 
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