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      alv
    • 30 abril 2010

     # 1

    Vivam!
    Deixem-me que vos dê conta do que me preocupa na economia paralela, daquela com que sou confrontado diariamente na minha actividade e que me afecta particularmente e que ninguém fala:
    Já se deram conta que quando uma empresa do sector da construção tem de, por dificuldades conjunturais, despedir operários, logo de seguida têm esses operários ao lado a fazer-lhes concorrencia?
    É o caso , por exemplo de uma pequena empresa de electricidade ou uma carpintaria, qualquer outra, que despedindo um operário, este, por legítima necessidade de sobrevivência, passa de imediato a ser um concorrente, claro, oferecendo o mesmo serviço que efectuava ao serviço da empresa, mas a preços incomparávelmente mais baixos, por não ter qualquer custo, senão, muitas vezes a sua mão de obra.
    Assim, como é que qualquer pequena empresa de construção civil poderá concorrer na realização de pequenas obras em particulares? Não tem qualquer hipótese. Passa-se isso com a minha: Não conseguimos entrar em pequenas obras particulares em que aparece sempre o amigo do amigo caroqueiro que faz tudo no escuro. Cada vez mais, nos aparecem pessoas particulares a comprar materiais para serem aplicados por caroqueiros.
    É claro que estes caroqueiros não tê hipóteses de entrar em obras formais de papel passado, em empresas como subempreiteiros ou outras em que seja necessário estar legalmente habilitado, mas essas vão começar a ser cada vez menos, até porque as grandes empresas também vão começar a ter de as fazer para sobreviver. Mas em obras particulares, vão a todas conseguem preços incomparavelmente mais baixos e as empresas não lhes chegam. Muitas vezes os clientes agradecem.
    "Fassam" parte.
    •  
      FD
    • 30 abril 2010

     # 2

    É verdade o que o alv diz: a concorrência desleal que essa economia paralela permite e os efeitos nefastos que tem nas empresas "honestas".
    Muitas vezes chega-se a um dilema entre alimentar a família e ser honesto...
  1.  # 3

    Mas é precisamente essa a questão: será que o caroqueiro está mesmo a fazer concorrência à pequena empresa, ou está a ocupar um nicho de mercado que a pequena empresa nunca ocuparia porque o dono da obra não a pode pagar? (Era exactamente aqui que eu gostava que a discussão chegasse, mas levou tempo!)
    •  
      alv
    • 30 abril 2010

     # 4

    Vivam!
    Mas aqui já vamos discutir o sexo dos anjos, ou melhor o que nasceu primeiro? o ovo ou a galinha?
    O que quero dizer é:
    Porque não podemos pagar, reparem que eu escrevi podemos, alimentamos a economia paralela ou deixamos cair as empresas que cumprem e pagam impostos?
    "Fassam" parte.
  2.  # 5

    O meu palpite é que há lugar para os dois. Mas é só um palpite ;-)
  3.  # 6

    Colocado por: alvPorque não podemos pagar, reparem que eu escrevi podemos, alimentamos a economia paralela ou deixamos cair as empresas que cumprem e pagam impostos?


    Alv, da mesma forma que deixaram caír a empresa onde esses biscateiros trabalhavam, outras caírão.
    Lembre-se Alv que essas empresas também pagavam impostos e tinham funcionários, que a determinada altura começaram a ser confrontados com falta de trabalho, e por consequência isso se reflectiu possívelmente em acumulação de dívidas por ausência de muitos pagamentos (por exemplo das chamadas grandes empresas e não só), que os lançaram no precipício.
    Explique-me lá onde uma pessoa com 40 anos e até menos vai arranjar trabalho?
    Vai trabalhar por 500€ por mês quando tem uma despesa de 1000€ com o agregado familiar?
    Então se você achar que sim, vamos chegar á conclusão que as dívidas desse agregado familiar se vão acumular e que vai ficar sem a casa, sem o carro (se o tiver), sem luz, sem água etc etc., e depois dizemos que eles viviam acima das possibilidades.

    É como eu disse em cima, é fácil falar de barriga cheia, o pior é quando o problema dos outros toca á nossa porta, depois vemos o discurso a mudar um bocado.

    Atenção que não deixo de lhe dar razão e da maneira que isto está não vamos a bom porto seguramente, uma vez que cada vez mais passará a ver a economia paralela a subir.
    Eu sei bem o que é ir a obras dar um orçamento, e ser confrontado com orçamentos a metade do preço, aplicando eles os mesmos aparelhos.
    Pudera, muitos compravam material que era roubado ou que roubavam de outras obras, outros compravam aparelhos que tinham sido danificados e eram reparados nas oficinas da marca e vendidos ao preço de custo (aos amigos).
    Vá lá competir com essa gente e depois diga-me o resultado.

    A economia paralela é uma consequência inevitável do estado do país e que tende a agravar cada vez mais, com a agravante que agora para se conseguir ainda melhores preços, já se começa a comprar muita coisa em Espanha e noutros países da Comunidade visto os mesmos produtos serem lá bem mais baratos do que cá, além de muitos empresários que cessam actividade em Portugal, compram um T0 em Espanha, mantêm o negócio em Portugal e pagam impostos em Espanha.

    O grande problema em Portugal, é que quando se fala que gastamos demais, não se refere que o Estado é o primeiro a praticar esse acto, exigindo sacrifícios ao pequenino e não dando eles o exemplo a começar por eles, antes pelo contrário o exemplo deles é continuar sistemáticamente cada vez mais. a gastar mais e mais, ajudar os grandes grupos económicos e enterrar os pequenos e tudo isto se passa neste cantinho á beira mar plantado, nas nossas barbas e perante a nossa passividade.


    Cumps
  4.  # 7

    Colocado por: alvVivam!
    Mas aqui já vamos discutir o sexo dos anjos, ou melhor o que nasceu primeiro? o ovo ou a galinha? O que quero dizer é:
    Porque não podemos pagar, reparem que eu escrevi podemos, alimentamos a economia paralela ou deixamos cair as empresas que cumprem e pagam impostos?
    "Fassam" parte.


    Isso é a mesma coisa que discutir se prefere o SLB ou o FCP, quando todos sabemos que qualquer pessoa de bem só pode preferir o Sporting.

    Se quiser, o problema coloca-se desta forma: quando a carga fiscal é elevada e os custos decorrentes das imposições legais são exagerados, determinados sectores da sociedade ficam privados do acesso a determinados serviços. Será razoável ?
  5.  # 8

    A carga fiscal é elevada em Portugal, mas há pior. Simultaneamente, como diz o luisvv, as imposições legais são também exageradas. E aqui é que a porca torce o rabo: por um lado, representam custos para as empresas "honestas", mas por outro lado, palpita-me que elas (as empresas) as vêm de certo modo como uma defesa "corporativista" e não se insurgem contra esta parte do problema como talvez devessem (para seu próprio bem, ao fim e ao cabo).

    Por exemplo: uma discussão recorrente num fórum anglófono que frequento é o problema de alguém, com anos de experiência em construção, ou num sector da construção, pretende comprar uma casa em Portugal (tipicamente uma casa em ruínas numa zona desertificada, comprada por 10 réis de mel coado e que nenhum português quereria) e renová-la com base nas suas competências e a ajuda de meia dúzia de amigos que se prestam a passar umas semanas das suas férias num clima ameno. O aviso dos mais calejados é que esqueçam, a legislação portuguesa é extremamente "defensiva". Ou outro exemplo: o apartamento em que vivo neste momento na Bélgica tem uma instalação eléctrica que nunca jamais em tempo algum seria admissível num contrato legal de arrendamento em Portugal. Como o meu senhorio é super certinho, eu parto do princípio que ele não está a quebrar nenhuma lei, faz aquilo que qualquer belga normalmente constituído faz, trata de tudo ele próprio e só chama um profissional quando de todo em todo não consegue escapar (coisa que em Portugal caberia imediatamente na definição de economia paralela).

    Portanto...
  6.  # 9

    Colocado por: lobitoA carga fiscal é elevada em Portugal, mas há pior. Simultaneamente, como diz o luisvv, as imposições legais são também exageradas. E aqui é que a porca torce o rabo: por um lado, representam custos para as empresas "honestas", mas por outro lado, palpita-me que elas (as empresas) as vêm de certo modo como uma defesa "corporativista" e não se insurgem contra esta parte do problema como talvez devessem (para seu próprio bem, ao fim e ao cabo).

    Por exemplo: uma discussão recorrente num fórum anglófono que frequento é o problema de alguém, com anos de experiência em construção, ou num sector da construção, pretende comprar uma casa em Portugal (tipicamente uma casa em ruínas numa zona desertificada, comprada por 10 réis de mel coado e que nenhum português quereria) e renová-la com base nas suas competências e a ajuda de meia dúzia de amigos que se prestam a passar umas semanas das suas férias num clima ameno. O aviso dos mais calejados é que esqueçam, a legislação portuguesa é extremamente "defensiva". Ou outro exemplo: o apartamento em que vivo neste momento na Bélgica tem uma instalação eléctrica que nunca jamais em tempo algum seria admissível num contrato legal de arrendamento em Portugal. Como o meu senhorio é super certinho, eu parto do princípio que ele não está a quebrar nenhuma lei, faz aquilo que qualquer belga normalmente constituído faz, trata de tudo ele próprio e só chama um profissional quando de todo em todo não consegue escapar (coisa que em Portugal caberia imediatamente na definição de economia paralela).

    Portanto...


    Contra mim falo...
    Só tem é que haver economia paralela,observem então se é justo também apertarmos o cinto da maneira que nos exigem,continuando com o TGV,o novo aeroporto,etc...
    As obras megalómanas continuam entregues sempre aos mesmos,esta gente não quer saber de nós para nada(economia real)mas somos nós que os sustentamos e de que maneira.Ser-se sério vai do critério de cada um,os tipos que fogem aos milhões,ganham milhões em empresas com prejuisos,e mesmo que não tenham prejuisos em crise como se está,são sérios?É que ainda se for preciso ainda são condecorados.Isto do ser-se sério tem muito que se lhe diga,já critiquei mais quem foge,agora nem por isso.Pois se não fôr assim,começa a faltar o pão a muita gente,a miséria envergonhada está aí cada vez mais com frequência,nos UEA a Golden Shcs está em tribunal por fazer influir muitos clientes em compra de acções muito duvidosas como se seguras,por cá apenas existe um energúmeno preso(Oliveira e Costa)porque será?Mas as instituições financeiras de cá sempre estiveram fora do problema que houve?Não enxergo sequer qualquer medida para combater as fraudes anteriores,e pouco vejo os bancos apertarem o cinto como nós apertamos,digo por exemplo a desigualdade de critério sobre o IRC.
 
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