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  1.  # 41

    E mostram-me a casa, cheios de orgulho, indicando-me cada loja onde compraram cada peça, para eu saber as referências se quiser comprar igual (de onde lhes vem tal ideia, conhecendo-me, não sei..) e eu a encher o peito para engolir o bocejo, bocejo para dentro, ao milésimo candeeiro com focos direccionáveis que já vi em casas, só este ano.

    Desculpem-me. Não aguento tanta falta de originalidade e falta de coração numa casa.

    marco1: Podem não impor directamente a um cliente, mas impoem via o mercado que utilizam para promover e divulgar o que pretendem, a vossa ideia (ou falta de ideias melhores), e fazem a cabeça colectiva do que se deve querer hoje em dia.
    • P+V
    • 29 julho 2010 editado

     # 42

    Existe uma grande diferença entre a Moooi e BdL: os primeiro fazem da ironia cavalo de batalha (a CMartin teria apreciado a palestra que o M. Wanders deu no TheOportoShow há coisa de um mês: o fulano é completamente genial e não leva nada ((demasiado)) à serio); os secundo fazem da presunção uma arma de venda:
    "Diamond: designed to be the faceted crown jewel to play on BL’s reputation as furniture jewelers and justify the title, this opulent object of desire features two highly sculptured doors leading to a gold leaf interior with shelving and two drawers. Inspired by Gothic furniture of the Romantic period with its ability to harness the power of the imagination to envision and escape, and its strong style with presence and strength. The exterior of this fanciful piece is covered in silver leaf finished with a luxurious shade of translucent amethyst high gloss varnish. The whimsical lion’s head feet are intricately hand carved from mahogany and completed with a gold leaf."
    É o supra-sumo do contra-senso: MDF folhado a ouro e prata? Ok, se isso é o luxo, bom gosto e valorização do passado; eu passo... O crochet table da moooi (que por acaso coloquei na casa de uma cliente nossa ainda no mês passo, juntamente com outras peças da mesma marca), tem pouco a ver com o passado: é genial, é irreverente, é irónico; mas uma estrutura de fio-de-arame envolta em crochet e banhada em acrílico, nada tem a ver com o passado.
    Quem faz um trabalho mais interessante no sentido da conjugação do passado com contemporâneo é a piurra (que está praticamente ao lado da BdL), gosto muito deste:
    "As sete saias fazem parte da tradição, do mito e das lendas desta terra tão intimamente ligada ao mar. Diz o povo que representam as sete virtudes; os sete dias da semana; sete cores do arco - íris; as sete ondas do mar, entre outras atribuições bíblicas, míticas e mágicas que envolvem o número sete."
      7saias.jpg
      7saias 2.jpg
    • P+V
    • 29 julho 2010 editado

     # 43

    Mais uma peça genial da piurra:
    "A piurra gira e rodopia entre o passado e o futuro, vai girando e rodopiando também no presente.
    Cria e recria, móveis únicos, brilhantes de esplendor e de significado… Móveis com alma e personalidade própria, feitos por artistas com engenho e com matérias–Primas seleccionadas.
    Eis que nasce um móvel, em 2009, feito de memórias e remendos do passado.(...)
    Carpet Series, a linha que é, toda ela uma forte dialéctica entre a tradição e design. O conforto e qualidade do presente e os típicos tapetes portugueses feitos à mão. Uma nova forma de viver o móvel, em todas as suas dimensões… Uma reinterpretação de desenhos, cores e motivos decorativos que percorreram vários séculos.
    Peças feitas em Portugal, país de tradições e costumes, país de gente simples e amargurada, país de poetas e escritores.
    Portugal, país de artesãos."
      carpet.jpg
      antoinet04.jpg
  2.  # 44

    O MDF que não aprecio particularmente como material (gosto mais do material no seu estado puro e natural - pedra, madeira, etc) não é razão para, conjugado com folha de ouro, ou outra coisa qualquer, deitar abaixo a Boca do Lobo.
    Sei perfeitamente da ironia do Marcel Wanders, a sua cara, estampada no tecido, usado no sofá, é delirante..e adoro ler coisas suas que às vezes vejo "por aí".
    De qualquer uma das marcas, (acho que é da piurra que tenho visto coisas muito interessantes também, de antigo misturada com novo), o que se destaca é o amor, é o arriscar, é a ironia, o glamour, tudo menos entediante, tudo menos igual..tudo menos BO Concept e Cª, e as pessoas não podem apenas odiá-las porque não têm coração para as suportar, são demasiado arriscadas para o dia-a-dia pacato burguês das linhas direitas ás quais, sim, Augusthill, é mais fácil limpar-lhes o pó. E as vizinhas tem igual. Todas as vizinhas.

    Continuo a destestar as casas aos quadrados onde enfiam os BO Concepts e os leds na escadas. Canseira.
  3.  # 45

    Nem me importo com a presunção como arma de venda, se é para vender-nos uma peça especial, que, por sua vez, nos vai fazer sentir especiais e únicos, que usem a presunção, merecem promover o que criaram de forma única.
    • P+V
    • 29 julho 2010

     # 46

    CMartin, é aqui que discordo completamente: não é uma peça da BdL, vendida com os pergaminhos de uma presumida "originalidade uber alles" meio elitista "porque tem folha d'ouro" meio snob "porque é diferente" que me faz sentir único e especial, antes pelo contrário!
    Estas pessoas agradeceram este comentário: maria carolina
    • Samu38
    • 29 julho 2010 editado

     # 47

    Estou estupefacta.

    Como não apreciar uma peça Boca do Lobo é algo que não compreendo. Penso que a Boca do Lobo mostra uma sensibilidade no design que, perdoem eu dizê-lo desta forma, só aprecia quem tem sensibilidade e amor à flor da pele pelo design.

    Aquilo é boca de Lobo? Parece mais ter saído da boca da aranha.
    • eu
    • 29 julho 2010 editado

     # 48

    "Eu detesto as peças que a maioria aprecia. Coisas sem interesse nenhum."

    CMartin, o interesse é individual e subjectivo, por isso, provavelmente as peças terão muito interesse para quem as comprou e delas usufrui. Quanto ao interesse dos outros... eles que comprem o que gostam e deixem de fazer juízos de valor sobre o gosto das outras pessoas.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: maria carolina
    • Samu38
    • 29 julho 2010 editado

     # 49

    Nem me importo com a presunção como arma de venda, se é para vender-nos uma peça especial, que, por sua vez, nos vai fazer sentir especiais e únicos, que usem a presunção, merecem promover o que criaram de forma única.


    Realmente, sentir-se uma pessoa especial e única só porque adquiriu uma peça de um modelo XPTO, de que se sente orgulhosa, "porque os amigos não possuem nada igual", desprezando de uma forma tão snob o gosto dos outros, parece-me, enfim, muito revelador.
  4.  # 50

    Acho que existe uma corrente maioritária óbvia de pessoas que só apreciam o divórcio total para com o passado, e para com o que é Português e tradicional, que é precisamente, onde a Boca vai buscar a sua inspiração.


    Eu gosto tanto ou tão pouco do que é português, que conto com um conjunto destes na minha cozinha:
      IMAG0172.JPG
      IMAG0173.JPG
  5.  # 51

    Não somos obrigados a ser neutros, pretos e brancos, lacados a alto brilho porque a corrente (comercial) assim o impulsiona, a verdadeira beleza está em ir ao passado, à memória e conjugá-la de forma a que nos sirva actualmente mas sem esquecer o que de muito bom tivemos, ou fizemos no passado.
    Até os crochets bem compreendidos por quem tenha sensibilidade, são peças de rara beleza (por exemplo as peças que coloquei no fantástico da Marcel Wanders).
    Em palavras poucas e perdoem eu dizê-lo: Não sabem apreciar, o que ultrapassa a (vossa) compreensão.

    Como gostos não se discutem têm o direito, todo o direito de não gostar, mas dizer que é para Árabe, para mim que não sou Árabe é incompreensível. Admitam apenas que não apreciam porque não compreendem e não vos faz sentir, antes fá-los fugir porque o passado é para vós antiquado!..Que horror para vós, todos tão modernos!


    CMartin, esta opinião do tipo se não gostarem do mesmo que você, somos básicos porque não temos capacidade de compreensão.... desculpa lá, mas isto transcende a idade que afirma ter a mais que nós... e eu ainda não cheguei aos 30...
    Você pode gostar de muitas coisas, eu posso gostar de outras. Cada pode e deve ter a sua opinião. Você considera que é uma peça de arte cheia de design, não me viu dizer que não é. Viu-me dizer o seguinte:

    Para mim é uma peça deplorável. :) Se me dessem, achava cara, só de pensar o que iria fazer com ela...


    Esta é a minha opinião, independentemente do que seu conceito de arte/design. Eu não gostava que me dessem uma cómoda dessas, quanto mais comprá-la. Até podia ter sido feita com as tábuas da nau onde andou Camões...

    Por outro lado, compreendo o que é arte e qual o seu contexto. Aquilo que hoje é arte numa galeria de um artista plástico manhoso, não é arte se tiver na rua a ser feito por uma espécie de sem abrigo. Um artista fantástico na sala de espectáculos é maravilhoso, mas se estiver no metro a tocar recebe uns trocos...

    Coisas da Casa
  6.  # 52

    “O artista é o criador de coisas belas.
    Revelar a arte e ocultar o artista é a finalidade da arte.
    O crítico é aquele que pode traduzir, de um modo diferente ou por um novo processo, a sua impressão das coisas belas.
    A mais elevada, como a mais baixa, das formas de crítica é uma espécie de auto-biografia.
    Os que encontram significações feias em coisas belas são corruptos sem ser encantadores. Isto é um defeito.
    Os que encontram belas significações em coisas belas são cultos. Para estes há esperança.
    Existem os eleitos, para os quais as coisas belas significam unicamente Beleza.
    [...]
    Toda arte é, ao mesmo tempo, superfície e símbolo. Os que buscam sob a superfície fazem-no por seu próprio risco.
    Os que procuram decifrar o símbolo correm também seu próprio risco.
    Na realidade, a arte reflecte o espectador e não a vida.
    A divergência de opiniões sobre uma obra de arte indica que a obra é nova, complexa e vital.
    Quando os críticos divergem, o artista está de acordo consigo mesmo.
    Podemos perdoar a um homem por haver feito uma coisa útil, contanto que não a admire. A única desculpa de haver feito uma coisa inútil é admirá-la intensamente.
    Toda arte é completamente inútil.”

    in “O Retrato de Dorian Gray”, Oscar Wilde, 1891
  7.  # 53

    Eu tenho lá este emoldurado em cima da lareira, faz-me sentir muito especial, porque o da maior parte dos meus amigos é dos anos 60 e não se percebe nada do que lá está por causa das traças.
    cachecol
  8.  # 54

    Eheheh
  9.  # 55

    Estou estupefacta. Como não apreciar uma peça Boca do Lobo é algo que não compreendo. Penso que a Boca do Lobo mostra uma sensibilidade no design que, perdoem eu dizê-lo desta forma, só aprecia quem tem sensibilidade e amor à flor da pele pelo design.


    Estou estupefacto. Como apreciar uma peça Boca do Lobo é algo que não compreendo. Penso que a Boca do Lobo grita "ostentação" por todo o lado, e, perdoem eu dizê-lo desta forma, só aprecia quem não tem sensibilidade e amor à flor da pele pelo design.
  10.  # 56

    Boas

    - E eu que pensava que a polémica entre o Bom Senso e o Bom Gosto tinha ficado pela Questão Coimbrã.
    - E eu que pensava que já não existiam Comisssários do Povo para a Cultura.

    cumps
    José Cardoso
  11.  # 57

    Bem nem tanto ao mar nem tanto á terra.
    Penso que no fundo o que a CMartin quererá dizer é que acaba por ser mais fácil para todos, recorrer ao que se anda a fazer ou a comprar e não haver muita disponibilidade quer mental quer financeira ( aqui pode ser uma falsa questão ) de procurar ambientes diferentes e mais personalizados, por exemplo como esta casa que se estrutura de uma forma pouco comum, procurando é criar certas ambiências para alêm das 4 paredes convencionais.
    http://www.trendir.com/house-design/wood-radius-house-by-dwyer-design.html#more
  12.  # 58

    Olá todos,

    Adriano, quem são os “nós” a quem diz que eu me refiro? Eu não disse que “vós” que são “básicos”. O Adriano colocou aqui uma peça que acha feia, que eu tinha colocado no fantástico e colocou a sua opinião, e eu opinei na mesma medida. Não fiz críticas pessoais a ninguém, falei em “correntes” maioritárias de gostos, das tendências dos arquitectos contemporâneos e dos gostos das pessoas na sua maioria, como corrente, como tendência, actualmente. Não falei em nenhum de vós especificamente, luisvv, adriano, etc.etc.

    Eu posso ter opinião, tal como os outros (“vós”) têm opinião e posso expô-la tal como “vocês” podem expor a vossa, mas eu não me referi a ninguém concreta nem pessoalmente enquanto que o Adriano, e um ou dois outros, se referem a mim pessoalmente.

    Está a ver a diferença, o que ganho que em ter mais idade (?!) é saber que não estou a ofender ninguém quando falo em correntes maioritárias, em arquitectos, em pessoas na corrente maioritária, porque não estou a falar de ninguém pessoalmente, é respeitar as pessoas individualmente, enquanto que “vós”, desrespeitando-me, pessoalmente, a CMartin, acham isso normal, e nem vêem que estão a fazê-lo. Pois não?

    Ter mais idade tem destas pequenas subtilezas.

    Se queremos continuar a discutir este assunto dos gostos, das tendências, das arquitecturas, gostaria muito, mas sem ofensas pessoais.
    Vejam assim: não me considerem uma pessoa, considerem-me antes uma opinião, e assim é mais fácil criticar a opinião sem criticar a pessoa.

    E gostei muito, como deve imaginar, das loiças e a rã. (Mas podia detestar e podia dizê-lo sem o colocar especificamente em causa a si, Adriano)
    :o)

    Às outras uma ou duas pessoas que aqui me criticam pessoalmente, e já vão buscar até os meus amigos para a conversa (!!) (falam de mim que não conhecem e até já falam dos meus amigos que nem sabem quem são !!!)- como é a primeira vez que se dirigem a mim, e é para me criticar pessoalmente, penso que não merecem resposta como mereceu o Adriano com quem já interagi mais vezes e merece mais consideração. Não faço ideia de quem sejam e pela atitude também não faço tenções de saber.

    Há uma outra corrente, a que refere em último marco1, em que se constata que os produtos “especiais” são cada vez mais procurados, os produtos artesanais, ou com toques de luxo, ou as exclusivdades porque as pessoas estão cansadas de pertencerem à massa, querem, sim, sentir-se individualmente especiais e ganhar o sentimento que algo foi feito (quase intencionalmente) para elas, como produto especial para uma pessoa especial. Não vejo mal nenhum nisso, eu gosto de me sentir especial, devo ser maluquinha certamente.

    É muito difícIl termos dicussões positivas no forum porque não sabemos quem está do outro lado e não temos com que medir a possibilidade de uma discussão saudável e inteligente, acabamos por cair sempre nisto de discutir “caixas de tomates”.*(nota)

    * Uma vez no mercado, era eu quase criança assisti a dois feirantes fisicamente agredirem-se porque ambos queriam uma caixa de tomates, vazia, por sinal.
  13.  # 59

    Começo a achar que estas discussões não são nada interessantes nem úteis. Não passo da cepa torta, e vou sempre dar ao mesmo.
  14.  # 60

    Este forum perde a cada dia que passa, o interesse..estão sempre com piadas e ódios, não se pode dizer nada, expor ideias, querer ter conversas sérias, falar sobre arte, sobre opiniões, colocar imagens, dizer coisas diferentes, tentar ser diferente, criticar ou apresentar correntes, tendências.
 
0.0214 seg. NEW