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  1.  # 1

    Caros participantes do Fórum da Casa,

    Sendo já um seguidor regular deste espaço apenas hoje me decidi a inscrever e começar então a participar com maior regularidade!

    Uma vez que a minha área de predilecção, e aquela em que as minhas opiniões serão também decerto mais úteis, é a Acústica de Edifícios, convido-vos desde já a visitarem o meu blogue pessoal, onde poderão encontrar algumas curiosidades sobre esta matéria que tanto influi na nossa qualidade de vida.

    http://viagensacusticas.blogspot.com

    Espero que o conteúdo do blogue vos seja útil, assim como os meus futuros contributos neste espaço tão interessante.

    Cumprimentos a todos,
    Tiago F.
    •  
      FD
    • 4 junho 2010

     # 2

    Dormir Antes de Arrendar/Comprar
    Sempre pensei como seria bem mais tranquilizador do ponto de vista económico-social poder experimentar uma habitação, desigandamente pernoitando nela, antes de a arrendar ou sobretudo comprar. Nem que fosse mesmo de saco-cama, em situação laboratorial improvisada.

    Permanecer um bom par de horas na zona de estar a (tentar) ler tranquilamente e depois passar para o quarto e procurar descansar. Perceber então se os níveis de ruído existentes são compatíveis com o expectável para o espaço que procuram. Desejavelmente fazê-lo pelo menos um dia à semana e noutro ao fim de semana. Certamente seriam evitados muitos dissabores quer em termos de isolamento face a ruídos provenientes do exterior quer a ruídos de vizinhança.

    E, bem vistas as coisas, não estaríamos a ser muito mais diligentes do que aquilo que somos habitualmente por exemplo na escolha do nosso carro. Quantas horas passou da últuma vez em test-drives e em stands para um investimento que em média deverá ser mais de dez vezes inferior (não se esqueça dos juros do empréstimo)? Eu, muitas!

    Quantas, mas quantas vezes pensei eu nisto também...!

    Numa de off-topic, a acústica do Pavilhão Atlântico é ou não boa? É que, enquanto espectador/ouvinte tenho muitas queixas: a culpa é do pavilhão ou de quem configura o som (localização das fontes, etc.)?
    Estas pessoas agradeceram este comentário: tiagomdf
  2.  # 3

    Colocado por: FD
    Dormir Antes de Arrendar/Comprar
    Sempre pensei como seria bem mais tranquilizador do ponto de vista económico-social poder experimentar uma habitação, desigandamente pernoitando nela, antes de a arrendar ou sobretudo comprar. Nem que fosse mesmo de saco-cama, em situação laboratorial improvisada.

    Permanecer um bom par de horas na zona de estar a (tentar) ler tranquilamente e depois passar para o quarto e procurar descansar. Perceber então se os níveis de ruído existentes são compatíveis com o expectável para o espaço que procuram. Desejavelmente fazê-lo pelo menos um dia à semana e noutro ao fim de semana. Certamente seriam evitados muitos dissabores quer em termos de isolamento face a ruídos provenientes do exterior quer a ruídos de vizinhança.

    E, bem vistas as coisas, não estaríamos a ser muito mais diligentes do que aquilo que somos habitualmente por exemplo na escolha do nosso carro. Quantas horas passou da últuma vez em test-drives e em stands para um investimento que em média deverá ser mais de dez vezes inferior (não se esqueça dos juros do empréstimo)? Eu, muitas!

    Quantas, mas quantas vezes pensei eu nisto também...!

    Numa de off-topic, a acústica do Pavilhão Atlântico é ou não boa? É que, enquanto espectador/ouvinte tenho muitas queixas: a culpa é do pavilhão ou de quem configura o som (localização das fontes, etc.)?


    A minha ideia é que a maior parte das pessoas é muito pouco exigente em matéria de som, e os técnicos idem aspas aspas. Um exemplo:

    Existe em Bruxelas um antigo estúdio de rádio (anos 40, acho eu) que tinha sobretudo uma sala com um acústica mítica. Há uns anos o edifício foi todo recuperado e agora há várias salas de espectáculos que, obviamente, mantêm a reputação original embora tenham sido completamente refeitas. O meu marido é um "gajo do som" (entre outras coisas) e quando uma vez eu participei lá num espectáculo ia-lhe dando uma coisa má quando entrou na sala no ensaio geral, bateu palmas e achou a acústica de fugir. No dia do espectáculo, enquanto toda a gente entoava loas à acústica ele estava completamente furibundo com o que tinham feito à voz da mulher DELE.

    Mais tarde dei-me ao trabalho de ler sobre o que tinha sido feito e cheguei à conclusão de que tinham consultado vários artistas e perguntado se queriam manter a sala em acústico ou com amplificação e que o consenso foi que a amplificação era mais versátil. Portanto, além de acrescentarem mais não sei quantas cadeiras, fizeram uns painéis deslizantes para modular o som conforme fosse preciso. Ora, no nosso caso, tinha passado lá um filme imediatamente antes e, a bem dizer, nunca vi os tais painéis mudarem de lugar.

    Na sala pequena (a tal mítica, que é acústica) ouvi uma vez o Fernando Alvim com o João Torre do Valle e, embora estivéssemos na quarta ou sexta fila, a guitarra clássica praticamente não se ouvia, só a guitarra portuguesa, que tem cordas de metal. Segundo o meu marido, isso deve-se provavelmente ao facto de terem acrescentado não sei quantas filas de cadeiras por detrás do palco, que deram cabo do efeito de amplificação natural. Mais uma vez, o público gabou imenso a acústica da sala.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: tiagomdf
  3.  # 4

    Caro FD,

    Quanto à sua questão, (aliás, segundo me dizem os amigos de Lisboa mais frequentadores do espaço, bastante pertinente) sobre a Acústica do Pavilhão Atlântico (bem como à de qualquer outro espaço) tenho um pouco de pudor em responder de uma forma inequívoca pois como profissional fico condicionado a poder emitir um comentário mais subjectivo. Se quiser, também lhe posso dizer que as impressões que me têm chegado não são de facto boas, mas para emitir uma resposta mais avalizada teria que conhecer dados sobre medições acústicas no local, que julgo não serem públicos.

    De uma forma mais genérica posso no entanto dizer-lhe que a qualidade de fruição da experiência musical de um espaço daquela natureza depende precisamente dos dois factores que enunciou: por um lado, as condições da "acústica natural" do pavilhão, do recinto; por outro, o sistema de amplificação sonora utilizado; ambos concorrem para o fim pretendido e se algum deles falhar o resultado é comprometido. Diria no entanto que o primeiro é mais relevante pois uma vez a obra concluída é mais difícil de corrigir.

    Cumprimentos,
    Tiago M. D. Ferreira
    http://viagensacusticas.blogspot.com/
  4.  # 5

    Agradeço o comentário e o relato da segunda participante e subscrevo a sua opinião.

    Até lhe digo mais. Em Portugal, muitos pseudo-especialistas gostam é da chamada "Acústica Visual", em se previligia a utilização de muitos painéis e revestimentos e depois, enfim..., pensa-se que a concepção sonora do espaço fica resolvida.

    Quanto à questão da amplificação também concordo com a postura do seu marido de manter as salas que já sabemos que são boas com a acústica original. Para quê mexer? Quem quiser versatilidade que construa salas novas exclusivamente dedicadas para esse efeito... O seu exemplo das cadeiras e dos painéis deslizantes utilizados para a função "cinema" é paradigmático deste tipo de questões. E claro, os que gostam da "Acústica Visual" gabam imenso :)

    Espero é que continue a actuar em salas com excelente acústica!

    Cumprimentos,
    Tiago M. D. Ferreira
    http://viagensacusticas.blogspot.com/
 
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