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  1.  # 1

    gostaria que me ajudassem neste caso que vou explicar:fui fiadora da minha irma ela deixou de pagar a casa o processo foi para tribunal e o banco ficou com a casa agora recebi uma carta para pagar as despesas do processo entao se o processo e da minha irma porque e que tenho de pagar eu?alem de mim ha outra fiadora e nao recebeu a carta pk?
    os custos do processo sao 800euros tenho um terreno que esta avaliado em 2.000e podem penhorar me o terreno?
  2.  # 2

    Muito provavelmente porque tem um terreno avaliado em 2.000 e eles já se devem ter informado.
    Ser fiador é uma coisa muito séria.
    O meu avô que Deus tem ia ficando sem a casa dele porque foi fiador dum amigo que não pagou a dívida ao banco. Valeu-lhe um dos filhos ter-lhe comprado a casa em hasta pública, caso contrário ficava na rua.
    Pensava que os outros não faziam aquilo que ele não era capaz de fazer e enganou-se. Teve que pagar a dívida do amigo que o deixou de ser, pois nunca mais o viu. Desapareceu.
    Eu nunca seria fiadora de nenhuma das minhas irmãs, apesar de gostar muito delas. Ainda gosto mais de mim.
    Só seria fiadora dos meus filhos ou eventualmente dos meus pais, se eles precisassem e se ainda estivessem os dois vivos.
    • eu
    • 28 julho 2010

     # 3

    A figura do "fiador" devia era ser erradicada dos contratos... não faz sentido.
  3.  # 4

    Desde que vc tenha um ordenado superior ao minimo nacional, penhorar-lhe-ão sempre, PRIMEIRO, até ao terço do ordenado que nao o deixe com menos que o ordenado minimo nacional. Só depois imoveis..
  4.  # 5

    A figura do "fiador" devia era ser erradicada dos contratos... não faz sentido.


    Au contraire...
    faz todo o sentido.
  5.  # 6

    faz todo o sentido.


    Não, não faz. O fiador é preciso quando o crédito é de risco. Se o crédito é de risco não devia ser permitido. Arranjar um artificio legal para o banco poder lavar as mãos e ficar a borrifar-se para o risco enquanto vai ganhando os juros é perfeitamente imbecil. O estado existe para proteger os seus cidadãos, ao permitir que existam fiadores não o está a fazer.
    • Samu38
    • 29 julho 2010 editado

     # 7

    Depois, normalmente o fiador CONHECE a pessoa que está a garantir. Obviamente que o banco, quando TEM DÚVIDAS dá à pessoa que pede o crédito a hipótese de arranjar quem garanta que ele é CAPAZ de pagar a dívida, e que, em caso de falhas, está disposto a providenciar para que o pagamento seja feito.
    Agora, se você "garante" alguém que não é fiável, não pode depois afastar-se, lavando as mãos e exigindo que seja o banco a ficar com a calote.
    Quem aceita por a cabeça no cepo, afiançando um mau pagador, faz asneira grossa... Mas nenhuma lei proíbe o suicídio.
    ;-))
    • luisvv
    • 29 julho 2010 editado

     # 8

    Não, não faz. O fiador é preciso quando o crédito é de risco.
    O crédito tem, por natureza, risco associado. O fiador é uma forma de reduzir esse risco. É uma forma de dizer: "eu confio neste indivíduo, de tal forma que dou os meus bens como garantia da sua honestidade e capacidade financeira". É, no fundo, uma forma de permitir a alguém obter crédito em condições melhores que as que lhe estariam destinadas sem fiador.

    Se o crédito é de risco não devia ser permitido.

    Isso é o "danobrega" que gosta de se meter nos assuntos dos outros. O risco é uma coisa óptima ou péssima, consoante a disposição de quem o avalia. Se 3 partes estão dispostas a celebrar um contrato em determinadas condições, o que é que o "danobrega" ou nós temos a ver com isso ?

    O estado existe para proteger os seus cidadãos, ao permitir que existam fiadores não o está a fazer


    O que você quer dizer é que o Estado não deve permitir que os cidadãos celebrem contratos livremente e que deve "protegê-los" contra sua vontade.
    • eu
    • 29 julho 2010

     # 9

    luisvv, você em teoria tem razão.

    Mas a prática a que assistimos (basta ler os inúmeros tópicos do género) é que muitos cidadãos aceitam ser fiadores de forma muito ingénua, sem se aperceberem das consequências desse acto. Na minha opinião, estas pessoas devem ser protegidas pelo Estado.
  6.  # 10

    luisvv, você em teoria tem razão. Mas a prática a que assistimos (basta ler os inúmeros tópicos do género) é que muitos cidadãos aceitam ser fiadores de forma muito ingénua, sem se aperceberem das consequências desse acto. Na minha opinião, estas pessoas devem ser protegidas pelo Estado.


    Um contrato é uma manifestação de vontade. Se não sabe o que está a contratar, não o faça. Mas não há motivo nenhum para supor que os cidadãos são incapazes de perceber o que estão a fazer - e muito menos para os probir de fazer. O Estado não é nem tem que ser seu pai, nem há qualquer motivo para, devido à suposta inconsciência ou ignorância de uns, proibir outros de celebrar contratos.
  7.  # 11

    Isso é o "danobrega" que gosta de se meter nos assuntos dos outros. O risco é uma coisa óptima ou péssima, consoante a disposição de quem o avalia. Se 3 partes estão dispostas a celebrar um contrato em determinadas condições, o que é que o "danobrega" ou nós temos a ver com isso ?


    O "danobrega", o "luisvv" e o estado tem tudo a ver com os contractos celabrados. A lei está a cima de qualquer clausula de qualquer contracto. Não me parece que o "luisvv" quer viver num estado onde vale tudo, onde ninguém se importa como ninguém e todo e qualquer risco é aceite e "é lá com quem corre o risco". Temos TUDO a ver com isso. As pessoas que entram em falência porque o estado permite que as coloquem em ratoeiras ficam numa situação em que não conseguem ser tão úteis para a sociedade.

    O Estado não é nem tem que ser seu pai, nem há qualquer motivo para, devido à suposta inconsciência ou ignorância de uns, proibir outros de celebrar contratos.


    Discordo. Outro exemplo óbvio são os créditos ao consumo. Créditos do tipo toma lá 5000€ e daqui a um ano dá cá 5000 mais 30%. Qual o propósito que servem? Há muita gente que é estúpida, ignorante ou simplesmente está numa situação desesperada e rapidamente fica numa situação onde vai dever dinheiro para o resto da sua vida. O estado tem a obrigação moral de proteger os seus cidadãos contra este tipo de situações porque elas retiram-lhes a sua liberdade. Parece um contra-censo, não é?

    Pode continuar a escalar para situações com maior probabilidade de dar asneira e com piores consequências. Algures vai traçar a fronteira onde deixa de ter essa atitude do "não tenho nada a ver".
  8.  # 12

    O "danobrega", o "luisvv" e o estado tem tudo a ver com os contractos celabrados. A lei está a cima de qualquer clausula de qualquer contracto.


    Numa ditadura. Num estado de direito, a liberdade contratual é um princípio fundamental, e a lei deve ser o menos intrusiva possível.
    Não vejo aliás qualquer explicação razoável para interferir num contrato assumido voluntariamente por 2 ou 3 partes.

    Não me parece que o "luisvv" quer viver num estado onde vale tudo, onde ninguém se importa como ninguém e todo e qualquer risco é aceite e "é lá com quem corre o risco". Temos TUDO a ver com isso.


    Por outro lado, seguramente não quero (e creio que poucos quererão) viver numa sociedade em que o Estado decide por mim quais os riscos que eu posso correr. Quer porque o Estado não é uma pessoa de bem, quer porque o Estado não conhece as minhas necessidades e desejos. Mas também porque não reconheço ao Estado qualquer capacidade especial para prever riscos ou para gerir esses riscos.

    As pessoas que entram em falência porque o estado permite que as coloquem em ratoeiras ficam numa situação em que não conseguem ser tão úteis para a sociedade.

    As pessoas não têm que ser "úteis para a sociedade".
    Mas se quiser ir por aí, "as pessoas que não têm acesso ao crédito porque o Estado não permite que elas apresentem um fiador ficam numa situação em que não conseguem ser tão úteis para a sociedade".
  9.  # 13

    Numa ditadura. Num estado de direito, a liberdade contratual é um princípio fundamental, e a lei deve ser o menos intrusiva possível.


    Numa anarquia.

    Por outro lado, seguramente não quero (e creio que poucos quererão) viver numa sociedade em que o Estado decide por mim quais os riscos que eu posso correr.


    Então, já vive numa sociedade desse tipo... há muitas coisas que não pode fazer devido ao risco associado. Tomar drogas, por exemplo.
  10.  # 14

    Discordo. Outro exemplo óbvio são os créditos ao consumo. Créditos do tipo toma lá 5000€ e daqui a um ano dá cá 5000 mais 30%. Qual o propósito que servem? Há muita gente que é estúpida, ignorante ou simplesmente está numa situação desesperada e rapidamente fica numa situação onde vai dever dinheiro para o resto da sua vida.


    O seu raciocínio é perigosíssimo. Começa por estabelecer a sua opinião, e tomá-la como verdade absoluta, logo digna de ser imposta aos outros - os estúpidos, os ignorantes. Não lhe ocorre que o seu modo de vida não é necessariamente desejável para os restantes? E que para determinadas pessoas estes créditos apresentam vantagens? E que mesmo que assim não seja, as pessoas têm o direito de fazer más escolhas? Desde que não lhe peçam o dinheiro a si, o danobrega tem zero a ver com isso.


    O estado tem a obrigação moral de proteger os seus cidadãos contra este tipo de situações porque elas retiram-lhes a sua liberdade. Parece um contra-censo, não é?

    Não, o Estado não tem qualquer obrigação, muito menos o direito, de efectivamente limitar a minha liberdade a pretexto de evitar hipotéticas futuras eventuais consequências quiçá desconhecidas ou imprevistas.

    Pode continuar a escalar para situações com maior probabilidade de dar asneira e com piores consequências. Algures vai traçar a fronteira onde deixa de ter essa atitude do "não tenho nada a ver".


    A actividade económica é um imenso conjunto complexo de diferentes realidades que resultam das vontades dos individuos. Uma intervenção aparentemente bem intencionada num determinado assunto concreto, mas que contrarie intenções dos indivíduos concretos geralmente repercute-se em inúmeras outros aspectos, provocando muitas vezes consequências negativas imprevistas.
  11.  # 15

    Então, já vive numa sociedade desse tipo... há muitas coisas que não pode fazer devido ao risco associado. Tomar drogas, por exemplo.


    Sim, vivemos. O exemplo que dá é aliás um dos melhores exemplos de intromissão dos Estados em assuntos que não lhes dizem respeito, e das consequências absolutamente contrárias às (supostamente) pretendidas.
    A proibição de consumo de estupefacientes não evita o seu consumo, antes pelo contrário. Como bónus, cria um negócio apetecível, ao aumentar o risco da sua produção e comercialização, gerando toda uma cultura de criminalidade e marginalidade associada a todo o ciclo de produção e consumo.
    E tudo começou no início do séc XX, com delírios moralistas...

    Talvez prefira exemplificar com uma proibição mais bem sucedida, não acha ?

    Numa anarquia.


    Talvez um dia lhe explique as diferenças entre os conceitos de anarquia (erradamente associada a uma sociedade sem regras) e liberalismo.
    Para já, basta saber que a liberdade contratual é um princípio básico do nosso sistema jurídico (ver artº 405 e seguintes do Código Civil, p.ex) e de qualquer estado de direito que se preze. Infelizmente, cada vez mais limitado por uma fúria legislativa absurda, mas enfim....
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Samu38
    • eu
    • 30 julho 2010

     # 16

    luisvv,

    Em todos os aspectos da vida tem que existir equilíbrio. Não havendo legislação a proteger os mais fracos, a sociedade tornar-se ia numa selva onde imperaria a lei do mais forte (fisicamente, economicamente, intelectualmente, financeiramente, etc) . Por isso, penso que o Estado pode e deve interferir, de modo a proteger os mais fracos.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: danobrega
  12.  # 17

    Em todos os aspectos da vida tem que existir equilíbrio. Não havendo legislação a proteger os mais fracos, a sociedade tornar-se ia numa selva onde imperaria a lei do mais forte (fisicamente, economicamente, intelectualmente, financeiramente, etc) . Por isso, penso que o Estado pode e deve interferir, de modo a proteger os mais fracos.


    Parte portanto do princípio de que há um mais forte e um mais fraco nessa relação de crédito. E que o Estado pode determinar à partida qual é o mais fraco, e qual a melhor forma de o proteger.
    A sua análise é genial: a figura do fiador é uma chatice, porque há quem aceite a responsabilidade sem saber bem o que está a fazer. Solução: acabar com o fiador. Claramente não-liberal - de todas as soluções para um "problema", optou por uma que viola a liberdade das partes, ignorando as suas vontades e presumindo a sua incapacidade.
    Claro que no dia em que a figura de fiador acabasse, largas faixas da população deixariam de ter crédito, ou passariam a tê-lo em condições menos vantajosas. Mas o que é isso, comparado com a satisfação de ter "protegido" esses tristes incapazes, certo ?
  13.  # 18

    Neste caso acho que o luisvv tem toda a razão. Além disso, se as pessoas não têm conhecimento na matéria, devem consultar os especialistas. Agora, o estado não deve intervir dessa forma na economia. Não sejam de extremos.
    O fiador sempre foi uma figura usada (o meu pai foi-o muitas vezes) mas quem assume essa responsabilidade tem de saber as consequências. E aí, cabe aos cidadãos informar-se. O Estado não tem com isso.

    Sobre
    Sim, vivemos. O exemplo que dá é aliás um dos melhores exemplos de intromissão dos Estados em assuntos que não lhes dizem respeito, e das consequências absolutamente contrárias às (supostamente) pretendidas.
    A proibição de consumo de estupefacientes não evita o seu consumo, antes pelo contrário. Como bónus, cria um negócio apetecível, ao aumentar o risco da sua produção e comercialização, gerando toda uma cultura de criminalidade e marginalidade associada a todo o ciclo de produção e consumo.
    E tudo começou no início do séc XX, com delírios moralistas...


    Concordo mais uma vez com o Luisvv. Acho que o combate se devia centrar mais nos "grandes barões" mas claro está... prendem-se uns meros peões neste negócio para "fazer bonito" e os que enchem os bolsos de dinheiro à custa da miséria de várias pessoas (os que a cultivam e os que a consomem) continuam impunes a encher os bolsos. Só que o PODER e o DINHEIRO compram tudo.
    • Samu38
    • 2 agosto 2010 editado

     # 19

    Realmente a proibição de consumo de drogas, é muito discutível. Faz-me lembrara proibição de consumo de alcool nos EUA durante a lei seca: O alcool foi dirigido para circuitos clandestinos, continuou a ser consumido por grande parte da população, e entretanto a máfia enriqueceu.

    O único resultado evidente da proibição do consumo de estupefacientes é a existência de um circuito comercial ilegal, que dá milhões a traficantes e productores de droga. As pessoas acabam por comprar droga na mesma e ficam as famílias arruinadas. Pode até acontecer que os próprios traficantes encoragem o aparecimento de cada vez mais drogados, pois eles são a sua fonte de rendimentos.
    Conheci casos de jovens para quem as primeiras doses foram gratiutas, (como se se tratasse de amostras ao potencial cliente).
    Poderia fazer-se com as drogas pesadas o que se faz com o tabaco. Informar a população dos malefícios, proibir publicidade, penalizar o fornecimento através da responsabilização dos fornecedores pelos efeitos, mas fazendo-o sem a tornar ilegal, sem que gerasse circuitos paralelos.

    Se um indivíduo quer dar cabo da saúde com drogas, não é o estado que o vai impedir. Os métodos para nos matarmos ou darmos cabo da saúde estão aí, e não são passíveis de controlo. Para serem coerentes, se acham que deve ser proibido o consumo de drogas, deveriam proibir todos os "métodos" de suicídio. É um disparate, não é? Pois...
    mas ao menos eram coerentes...
    •  
      FD
    • 3 agosto 2010

     # 20

    Devia no entanto existir a possibilidade do fiador, em caso de incumprimento do devedor, ocupar a posição daquele, tanto como devedor como de proprietário do bem que garante a dívida.
 
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