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    • FLR
    • 5 setembro 2008

     # 1

    marco1: especialidades à volta de 5500 euros. Claro que as coordenei, e havia projecto de execução com medições, etc. e representação gráfica tb inserida nos meus desenhos. O documento discutido com o empreiteiro continha capítulos para todas as especialidades. Discuti-as até onde sabia, e para questões mais difíceis, consultou-se a Engenharia (olha, rima!).
  1.  # 2

    pois é realmente se tudo correu bem ora ai está uma coisa que dá gosto de se ver. Deu trabalho mas por um preço justo em face do mesmo.
  2.  # 3

    Anónimo disse:
    Eu fiquei logo bloqueado na 2ª resposta.

    2.800 COM TODAS AS ESPECIALIDADES??? E ainda achou caro.

    Para uma moradia 2.800€ não dá nem para a Arquitectura (e já sem projecto de execução) quanto mais para todas as especialidades!

    Ainda para mais com os novos regulamentos de Energia e com as novas certificações! Vai ser giro. Já há Eng Mecânicos a pedir quase o DOBRO da aquitectura.

    Ainda há uns tempos uma pequena remodelação de uns escritórios deu 3.000€ de arquitectura e 2.800€ de Eng Mecânica...


    Claro que há quem até faça por 500€. Mas depois é giro ver o resultado!
  3.  # 4

    Na minha opinião, os arquitectos é que são os culpados.
    Nunca conseguimos explicar convenientemente que estamos a fornecer um serviço, e não apenas umas folhitas de papel "com uns riscos".
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Pormenor
    • FLR
    • 6 setembro 2008

     # 5

    também há quem não queira perceber... e tanta gente a fornecer folhitas de papel com riscos dificulta a tarefa.
    Outras vezes, uns riscos no papel chegam, na perspectiva do cliente... não na do arquitecto, que precisa, acho eu, de mostrar obra bem feita para ganhar novos clientes. Na verdade, o trabalhão que dá um bom projecto é também um investimento para o futuro, do ponto de vista do nosso marketing- como dizia um famoso arquitecto, ao aconselhar aos jovens inexperientes que trabalhassem 10 anos longe das cidades, para evitar mostrar as asneiras a muita gente: "o médico pode sempre enterrar os seus falhanços, mas o arquitecto pode, no máximo, escondê-los com umas trepadeiras"
  4.  # 6

    FLR

    O que fez, é obviamente o exemplo de um processo como deviam ser todos e daqueles que dignificam quem os faz, mas, e não entenda isto mal, o processo ainda vai a meio e será posto á prova na execução. Só no final, se não houver erros e omissões ou trabalhos a mais derivados de erros ou incorrecções do projecto, poderá exibi-lo com orgulho. Você qualificou-se para as finais, agora terá o resto da prova.

    Não sei se vai acompanhar a obra ou o número de visitas que contractou com o cliente, mas vá muitas vezes á obra, sempre a horas diferentes, vá quando lá não estiver ninguém e vá antes de eles chegarem e acompanhe cuidadosamente aquilo que se está a fazer e compare com aquilo que pensou que se iria fazer.

    Troque impressões com o encarregado e ponha-o a falar (os homens adoram falar sobre o que sabem) e nunca exponha demasiado cedo a sua opinião. Pergunte sempre: "como é que está a pensar fazer isto?" e depois de ele falar, se já levar o assunto estudado, está em vantagem e pode comparar e não tiver a certeza, não diga nada. Volte ao gabinete e estude a solução que ele deu ou então pergunte-lhe: "e se fizésse assim, o que acha?" e mantêm sempre uma via de fuga, caso a sua opinião esteja errada. Os encarregados são o verdadeiro poder na obra e a uma grande fonte de saber. Quem o ignorar, perde muito.

    Se for o director técnico da obra, faça um plano de trabalhos. É uma excelente ferramenta e aprendemos muito na sua execução, obriga-nos a pensar na obra e a antecipar problemas e dessa forma estará sempre á frente do empreiteiro e durante a execução ao corrigir o plano de trabalhos, obriga-nos a repensar muita coisa e a comparar a teoria com a realidade

    Assim escusa de saber quais as diversas variedades de trepadeiras. Se precisar de ajuda, já sabe
    Cumps
    • FLR
    • 8 setembro 2008

     # 7

    Caro Paulo

    Como sempre, dá uma série de indicações úteis, às quais eu acrescentava uma: os arquitectos, ao fazerem as estimativas iniciais, nem que acertem nos preços de construção civil, normalmente sub-orçamentam as infraestruturas. Já meti umas argoladas por causa disso, acertando na mouche na "arquitectura", mas passando bem ao lado dos valores de electricidade, AVAC, águas, esgotos, etc...

    É importante ter isto em conta, comparando, como diz, teoria com a realidade, e lembrando sempre que o invisível numa construção custa muito dinheiro, e há uma tendência natural nos arquitectos, para subestimarem essa questão. Acho que, entretanto, já aprendi qualquer coisa sobre isso, mas, mesmo aos potenciais "clientes", frequentadores deste forum, é preciso lembrar que as decisões que tomam à procura das famosas pechinchas, nem sempre incidem sobre o visível na casa. Daí a necessidade de bons projectos de especialidades e de compatiblização com o Projecto Geral de Arquitectura (por alguma coisa se chama Geral, não é só mais uma especialidade).

    Esperemos que a restante "prova" corra bem, usando as velhas "manhas" que aconselha para aparentar que se domina a construção ao pormenor, e para por aquela malta a trabalhar direito.

    Já agora, a respeito do plano de trabalhos: tenho feito algumas coisas desse tipo, mas que são um bocado vagas, uma espécie de calendarização geral, mês a mês. Parece-me pouco... na sua opinião, como deve ser um bom plano de trabalhos?
  5.  # 8

    Só existe um maneira de fazer um plano de trabalho, calculando a duração das actividades a partir da quantidade de trabalho a realizar, divindo pelo rendimento e pela equipa alocada, mas para se fazer algo como está no exemplo, é necessário
    1 - um mapa de quantidades e um orçamento bem feito
    2 - um mapa de quantidade e um gestor de projecto muito experiente
    3 - Um adivinho

    http://pagc1966.googlepages.com/Planodetrabalhos.pdf

    Para entender as diversas colunas:
    Photobucket

    Act# Código da actividade

    Descrição actividade Descrição da actividade

    Qte a executar Quantidade de trabalho a executar na actividade

    Un Un

    Rend un/hr Rendimento previsto expresso em un/hr, por exemplo, na actividade A140, considerou-se um rendimento para a escavação de 1.95m3 por hora

    Qte equipas Quantidade de equipas alocadas á actividade. Por exemplo na actividade A180, considerou-se 2 equipas,

    Nome da equipa Nome e constituição da equipa.
    Por exemplo na actividade A180 a equipa é constituida por 4 homens a trabalhar 9hr diárias. Esta descrição, dado estar limitada a 40 caracteres, penas refere a mão de obra, estando o equipamento omisso, mas em anexo, junta-se uma lista com a constituição completa de cada equipa

    Horas por dia Total de horas trabalhadas por dia
    Por exemplo, na actividade A180, como temos 2 equipas de 4 homens a trabalhar 9 horas por dia, temos um total diário de 72 horas

    Dias calculados Cálculo teórico da duração da actividade
    Por exemplo, na actividade A180, temos uma quantidade de 47 caixas com um rendimento de 0.15cx/hr, pelo que temos uma quantidade de 313 horas ( 47/0.15) previstas para esta actividade. Como serão realizadas 72 horas diárias, teremos uma duração teórica de 4.4 dias (313 / 72) .

    Dias considerados Duração da actividade
    Esta duração resulta do arredondamento da coluna anterior, utilizando a regra 4/5

    O que está no exemplo é só metade, faltam lá as activididades acessórias ás actividade principais, mas depois se for o caso mostro-lhe um exemplo.

    As actividade acessórios, são as actividade que tenho de realizar antes de poder executar a principal. Por exemplo, para assentar um cerâmico, tenho:
    Entregar um amostra á fiscalização - 3 dias
    Aprovação da fiscalização - 5 dias
    consultas ao mercado - 10 dias
    negociação e adjudicação - 2 dias
    prazo de entrega - 3 semanas
    prazo de segurança - 5 dias

    Isto vai-me fazer um segundo plano de trabalhos, embutido no principal e que me alerta que determinado assunto, têm de começar a ser tratado 7 semanas antes e não em cima do joelhos

    Veja e dúvidas já sabe

    PS: Já agora, valores m2 do total e de cada especialidade? não se arranja, até para se ter uma ideia mais correcta?
  6.  # 9

    ... Esse plano de trabalhos só funciona se for efectuado pelo Empreiteiro ( se este tiver meios para o fazer)...
    A ele caberá aferir do rendimento e da disponibilidade de meios humanos e materias que pode dispender...
    Em obras de pequena monta (habitações unifamiliares) parece-me pouco realista apresentar mapas de trabalhos com este rigor e desenvolvimento... para o trabalho ser adjudicado alí ao "ZÉ da esquina"...

    E mesmo para obras públicas... para o prazo estipulado no Caderno de Encargos...o Concorrente é que tera´de apresentar o Seu plano de TRabalhos/ afectação de mão-de-obra, equipamentos, etc...
    • FLR
    • 8 setembro 2008

     # 10

    • FLR
    • 8 setembro 2008

     # 11

    O link foi parar ao texto...
  7.  # 12

    FLR... já tinha dado uma olhada para o VICO software... é bom, mais uma vez para obras grandes e onde haja grande interrelaçãoe de especialidades ( como não andamos a fazer arranha-céus.. ;) neste Portugal).
    O programa, fundamentalemente é um modelador virtual de edificios. Onde se "pega nos projectos todos e se transpõe para uma realidade virtual. Neste é possivel de visualizar todos os erros e omissões das diversas especialidades, bem como incompatibilidades... orçamenta todos os acessórios previstos... possibilita a progrmação dos trabalhos...
    Mas mais uma vez verifico, que para a nossa construção corrente não é o mais adequado. O programa gosta de soluções standartizadas e repetitivas / Light steel frame ou light wood frame, estruturas metálicas, peças pré-fabricadas.... pode contabilizar até ao último parafuso... desde que se crie a base de dados necessária...

    No fundo é refazer a construção num mundo virtual, antes de se começar a obra...
    NOTA: O programa não faz projecto... apenas reune a informação que o utilizador lhe dá...
  8.  # 13

    Pedro Barradas

    Aquele plano de trabalhos foi apresentado num concurso publico e aquele tipo de plano de trabalho já me rendeu algumas das obras mais importantes que temos, porque foi o factor diferenciador entre propostas. Alguns donos de obras já estão a valorizar muito porque é a forma de saberem que a empresa tem cabedal técnico e não apresenta uma folha A4 com 6 barras. Na sua zona, é inutil perder tempo, porque essas câmaras, adjudicam ao preço mais baixo de qualquer maneira, mas outras câmaras e outros donos de obra já evoluiram.

    Como tudo, se sobermos sistematizar aquilo é facilimo de fazer e actualmente são as minhas orçamentistas que os fazem e eu só verifico. Oo tempo necessaŕio é de cerca de 1 dia a 1.5dias e retiro os planos de Mo e Equipamento e plano de pagamentos automáticamente. Isto é importante, porque muitos concursos exigem a apresentação da ligação do plano de trabalhos e do plano de pagamentos. No último concurso que entreguei (e por acaso bem perto de si), só este item valia 20% da valia técnica de 40%. Quando se discute obras com menos de 1% de variação no preço, vale tudo

    Por outro lado, um plano de trabalhos bem feito poupa muito dinheiro na obra, porque me avisa que determinado assunto tem de ser tratado e fico com tempo para o fazer. Quando se têm tempo para negociar, podemos esperar, procurar e comprar mais barato, senão compra-se a desenrascar ao preço que for possivel. Pior que isso, é os atrasos que se tem, devido a fornecimentos tardios.

    Sabe, uma das razões porque as coisas não correm de acordo com o plano, é que nunca houve qualquer plano e por isso as nossas obras acabam sempre fora do prazo.

    Se o FLR vai controlar, precisa de saber que se está a atrasar ou não, enquanto têm tempo para recuperar, não é no fim que isso se faz. Quando alguém é gestor do projecto ou director técnico ou lá o que lhe queiram chamar, têm de controlar 3 coisas: Tempo, dinheiro e qualidade

    Cumps
  9.  # 14

    Paulo, concordo consigo em todos os aspectos.
  10.  # 15

    FLR

    A diferença daquele plano de trabalhos (era de um lar de 3ª idade com 750m2) e um plano de trabalhos para uma vivenda, é o numero de equipas, porque o prazo é igual. A sequenciação das actividade é igualzinha, sendo a única diferença, talvez o numero de pisos na estrutura. Se quiser aquilo noutro formato que não em PDF, diga.

    Já agora, a minha pergunta anterior:
    PS: Já agora, valores m2 do total e de cada especialidade? não se arranja, até para se ter uma ideia mais correcta? Isto das informações serem só num sentido, ehehe :)
    • FLR
    • 23 setembro 2008

     # 16

    Paulo Correia

    Nunca mais me lembrei de lhe responder à sua última pergunta...

    O projecto dizia respeito a uma ampliação de 100 m2, uma construção nova de 150, e a trabalhos ligeiros de recuperação da moradia existente. Em números redondos, temos:

    Moradia existente: 35.000 eur
    Ampliação: 90.000 eur (900 eur/m2)- peso maior por m2 deve-se principalmente a carpintarias compatíveis com a casa existente, que é muito boa- só este capítulo pesa 23.000 eur!
    Constr. nova: 100.000 eur (665 eur/m2)
    Arranjos exteriores: 5.000 eur

    Em relação ao total (230.000): Fundações e Estrutura 45.000 eur, Electricidade 9.000 eur, restantes infra-estruturas 13.000 eur

    Penso que não me enganei em nada.
  11.  # 17

    Carissimo FLR

    Já estava fulo consigo e a pensar que também só cá vinha quando precisava :)

    A pergunta era apenas para que os outros utilizadores do Fórum tenham mais valores do custo da construção e/ou uma confirmação independente de que os valores m2 de construção, são mais altos do que aquilo que se pensa.

    O Valor final de 230.000€ a dividir 250m2 = 920€/m2
    • FLR
    • 23 setembro 2008

     # 18

    Não, venho cá quando tenho tempo... mas não tenho podido acompanhar como antes! Estive uns meses em Barcelona, e tenho muita coisa para por em dia...

    Na verdade, e descontando os trabalhos na moradia existente, que não entram nessa área de 250, e mesmo considerando os arranjos exteriores como parte integrante dos trabalhos, temos 195.000/250 = 780 eur/m2. Tudo isto é sem IVA, claro. A construção é boa, os materiais e acabamentos previstos também, os pormenores foram todos desenhados, etc., e o preço parece-me bastante bem. Claro que se faz mais barato, mas, para esta qualidade, penso que temos tudo bastante optimizado.

    Um caso muito mais surpreendente, e que exige alguma experiência, porque pertence a outra "familia" de preços, foi aquela loja para a qual lhe pedi ajuda na estimativa, aqui há uns tempos... estimei 20.000 euros para a construção civil, e 13.000 para as infra-estruturas- claro que era uma estimativa em fase de estudo prévio, e servia de "baliza" para os clientes, não era baseada no projecto de execução.
    Acertei nos valores da construção civil, mas o resto deu algumas chatices... Na verdade, as infra-estruturas, principalmente num shopping, ficam muito caras- com alterações impostas pelo shopping, necessidade de passadiços de acesso não previstos, etc., o valor destes capítulos somou mais de 20.000 euros- ou seja, mais caro que a arquitectura. Vá lá que me tinha defendido, não estimando a iluminação, porque aqui as oscilações são de tal ordem, que só com projecto de execução é que se acerta nos preços...
  12.  # 19

    Colocado por: FLRNa verdade, as infra-estruturas, principalmente num shopping, ficam muito caras- com alterações impostas pelo shopping, necessidade de passadiços de acesso não previstos, etc., o valor destes capítulos somou mais de 20.000 euros- ou seja, mais caro que a arquitectura

    No manual do logista, vêm lá descrito o que o centro exige e em que condições aprova os projectos, não podendo aprarecer aparcer á posteriori novas exigências. Mas as fiscalizações do CC, também gostam muito de fazerem exigências idiotas e quanto mais pequeno for o logista pior, mais eles abusam.

    Esses passadiços ao realmene chatos, mas não é vulgar exigirem isso. Já fizemos imensas lojas em Centro Comerciais e não é mesmo vulgar isso acontecer.
    • FLR
    • 24 setembro 2008

     # 20

    Pois... também tinha a ver com as opções da arquitectura- a forma do tecto dificultava os alçapões. Mas muito daquilo teve a ver com questões "invisíveis" levantadas pelos especialistas da electricidade, comunicações, etc., em função das orientações do shopping.

    De qualquer maneira, a loja ficou bem. Sei que isto não é o "forum da loja", mas ficam aqui umas imagens...



 
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