Estou a começar a remodelação do meu apartamento pela caixilharia e estores e lembrei-me de "automatizar" os estores.
Depois de me proporem algumas soluções mais simples, o Google mostrou-me algumas soluções de domótica, também elas simples, usando apenas a linha eléctrica já existente. Falo-vos de: X10 PLCBus UPB
Independentemente do motivo pelo qual cheguei a estas soluções gostava de abrir uma discussão sobre estes tipos de domótica, para partilhar as minhas pesquisas e para quem quiser partilhar a própria experiência (e agradecia que o tópico se mantivesse sobre estes sistemas). É claro que há outros sistemas com mais possibilidades, mas estes parece-me terem a vantagem da simplicidade para o utilizador comum.
A domótica, vulgarmente conhecida como casas inteligentes ou automação doméstica, é uma tecnologia recente que permite a gestão de todos os recursos habitacionais. Elementos que, quando utilizados em conjunto, simplificam a vida diária dos utilizadores satisfazendo as suas necessidades de comunicação, conforto e segurança. Quando a domótica surgiu na década de 70/80 com os primeiros edifícios de serviços, pretendia-se controlar a iluminação, condições climáticas, a segurança e a interligação entre os três elementos. Nos nossos dias a ideia base é semelhante, no entanto, a realidade para a qual o sistema está pensado é já compatível com o contexto doméstico actual.
Com a alteração dos padrões de vida, a domótica encontrou novas áreas onde pode ser útil, aumentando o número de pessoas para quem se poderá tornar uma mais valia. A despreocupação para pessoas que viajam constantemente ou o incremento de autonomia a pessoas com necessidades especiais, são apenas alguns exemplos. Dotar as casas com soluções tecnológicas que permitam a independência relativamente a terceiros, constitui um benefício importante que não devemos descurar. Esta tecnologia permite que as tarefas domésticas sejam executadas de uma forma simples e acessível a pessoas idosas, com problemas de mobilidade ou deficiências físicas, oferecendo um maior conforto e incremento na qualidade de vida.
Um sistema domótico integrado permite controlar a iluminação, accionar aparelhos a partir de uma diferente localização dentro de casa, assim como accionar mecanismos de alerta quando um imprevisto surgir e a segurança de pessoas e bens estiver em causa.
A domótica possibilita o acesso às funções vitais da casa, como climatização, electrodomésticos, alarme, fechaduras das portas, vigilância, quer seja através de um comando remoto, da Internet ou do seu telemóvel.
Esta tecnologia permite a programação de tarefas diárias de uma forma automática. Estas acções podem ser criadas ou modificadas pelo utilizador, que pode estabelecer as melhores rotinas e cenários de conforto e as acções em caso de alarme.
Características de um sistema de domótica
Um sistema domótico assenta sobre três conceitos técnicos:
1. Tipo de arquitectura A arquitectura de um sistema domótico especifica o modo como os diferentes elementos de controlo do sistema se interligam. Neste campo podem-se encontrar duas arquitecturas fundamentais: * Arquitectura centralizada – É caracterizada por possuir um elemento central, pelo qual passa toda a informação. Este tipo de arquitectura é normalmente mais económico pois retira a capacidade de processamento dos diversos dispositivos e centraliza tudo num único dispositivo. * Arquitectura descentralizada – Não necessita de nenhum elemento central, sendo desta forma muito mais flexível e imune a falhas, já que a falha de um dos elementos apenas compromete o funcionamento desse mesmo elemento. É esta arquitectura adoptada pelos principais protocolos de domótica disponíveis, nomeadamente o X-10 e KNX.
2. Meios de transmissão O meio de transmissão é o suporte físico onde circula a informação trocada entre os diversos dispositivos da rede de domótica. Normalmente cada sistema de domótica suporta vários meios de comunicação, usando gateways para os ligar entre si. Os principais meios de transmissão de dados são: cablagem metálica, rede eléctrica, fibra óptica, infra-vermelhos e radiofrequência.
* Transmissão por cablagem metálica Utiliza uma cablagem metálica própria como suporte para a transmissão dos sinais de controlo (e por vezes também para alimentação dos módulos e transmissão de sinais de voz). Este meio de transmissão é sobretudo utilizado nas redes telefónicas, na distribuição de sinais audio-vídeo, som de alta-fidelidade e dados. Normalmente são usados pares de cobre entrançados (redes Ethernet ou barramento EIB), podendo também ser usados cabos coaxiais para permitir maiores velocidades de transmissão. Como principais vantagens podemos destacar a grande fiabilidade e uma boa velocidade de transmissão. Em contrapartida este tipo de transmissão implica um grande custo de implementação, principalmente em habitações já construídas. No caso do uso de cablagem metálica como meio físico de comunicação, deve ter-se em conta a topologia da rede. Esta pode ser uma topologia em barramento, estrela, anel, árvore ou mista. * Transmissão por rede eléctrica Utiliza a rede eléctrica já existente numa habitação. Através da inserção de altas-frequências conseguem-se modular sinais na actual rede eléctrica sem interferir com os habituais aparelhos eléctricos. Este tipo de meio tem como principal vantagem o baixo custo da instalação, sendo facilmente usado em casas já construídas. A sua maior desvantagem encontra-se na baixa velocidade de transmissão associada a uma fiabilidade reduzida. Este é o principal meio de transmissão usado nos sistemas X-10.
* Transmissão por fibra óptica Utiliza uma combinação de tecnologias de semicondutores e de fibras ópticas. A fibra óptica é um meio de transmissão que apresenta grande fiabilidade na transferência de dados e imunidade a interferências electromagnéticas. Apresenta velocidades de transmissão elevadas associadas a um custo elevado dos cabos, ligações e equipamento. Este meio é pouco usado nos sistemas de domótica actuais.
* Transmissão por infra-vermelhos A transmissão por infra-vermelhos está amplamente difundida hoje nos equipamentos áudio e vídeo. Apresenta enorme comodidade e flexibilidade nas aplicações e grande imunidade a interferências electromagnéticas. Tem como principal desvantagem o facto de ser necessário o “estar à vista” entre o transmissor e o receptor.
* Transmissão por radiofrequência A transmissão por radiofrequência apresenta uma maior flexibilidade no controlo à distância podendo o sinal ultrapassar paredes e outros obstáculos. Este tipo de transmissão é bastante sensível às interferências electromagnéticas e apresenta uma velocidade de transmissão muito baixa sendo normalmente usada em controlos remotos que necessitem de grande mobilidade.
3. Protocolo de comunicação Para a comunicação entre dois dispositivos não é apenas necessário interligá-los através de um meio de comunicação. Também é necessário que ambos falem a mesma língua, que usem o mesmo protocolo de comunicação. O protocolo indica o formato das mensagens, a linguagem comum a todos aparelhos para que se entendam entre si. Entre os protocolos existentes, faz-se a seguinte distinção:
* Protocolos normalizados –São caracterizados pelo facto de serem uma tecnologia aberta a qualquer empresa, assegurando o futuro da tecnologia e a existência de uma enorme variedade de produtos, de diferentes fabricantes, que comunicam e interagem entre si.
* Protocolos proprietários –São aqueles que são desenvolvidos por uma única empresa e apenas essa empresa, ou outras devidamente licenciadas, fabricam produtos capazes de comunicar entre si. A aposta nestas soluções implica um enorme risco, pois caso a empresa decida deixar de apostar nesta tecnologia, o cliente fica sem suporte garantido e sem a possibilidade de expandir o seu sistema.
É fortemente recomendado o uso de protocolos abertos, ficando desta forma garantido um melhor suporte, não dependente de uma única empresa, e um maior portfólio de produtos.
O protocolo X10 é actualmente a tecnologia de comunicação dentro de um ambiente doméstico mais económica e de fácil instalação. A construção de uma pequena rede de domótica é uma tarefa ao alcance de qualquer utilizador comum e permite-lhe realizar pequenas soluções de automação mesmo em habitações já construídas, sem ser necessária a instalação de nenhum tipo de cablagem.
No entanto, o X10 é uma tecnologia com algumas limitações funcionais, em que os comandos suportados restringem-se ao ligar, desligar e regular a intensidade luminosa de lâmpadas. Dada a sua constituição técnica é um protocolo relativamente lento no envio de comandos e não suporta a confirmação no envio das mensagens.
Estas desvantagens têm sido diminuídas com a evolução do protocolo - A10 e S10 - ao qual foi introduzida uma melhor relação sinal/ruído e módulos bi-direccionais.
Este protocolo de domótica, foi desenvolvido pela ATS na Holanda em 2002, o nome utilizado inicialmente, na fase de desenvolvimento foi Power Line Communication Bus.
Vantagens:
Bidirecionalidade do sinal Permite o retorno da informação acerca do sucesso da execução da ordem, logo, saber a todo o momento o estado dos micro-módulos, ON ou OFF ou % de Dimmer. Nos interfaces gráficos de controlo, ( Touchscreens, TVs, PCs ou PDAs ou Smartphones ) o utilizador pode ter uma visão geral do estado dos aparelhos e da generalidade da instalação.
Rapidez
Fiabilidade A fiabilidade dos comandos executados é elevada, superior a 99.98%.
Encriptação do sinal Permite a utilização de até um máximo de 64.000 endereços numa mesma instalação. Permite também evitar a passagem de sinais entre habitações e isolar cada instalação de forma segura. A resistência ao ruído na rede eléctrica é também deveras superior à do convencional X10.
Compatibilidade:
Para facilitar a assimilação desta nova tecnologia pelo mercado e intensificar a utilização de micro módulos actuadores produzidos com base na tecnologia PLC-BUS, a estratégia adoptada foi a de, compatibilizar os receptores de Rádio Frequência do PLC-BUS de forma a poderem ser utilizados os comandos RF actualmente no mercado e que funcionam para o vulgar X10. Isto foi conseguido através do desenvolvimento de um módulo receptor de Rádio Frequência Híbrido que recebe comandos de todos os telecomandos e controladores RF de X10 e os distribui na rede eléctrica sob a forma de código PLC-BUS transformados para actuarem sobre os diversos componentes do sistema. Isto permite a coabitação das duas tecnologias na mesma instalação pois os sinais de PLC BUS que circulam na rede, não afectam nem colidem com os sinais de X10 e vice-versa.
Conheço o X-10 e o PLCbus utilizei inicialmente o X10 e gradualmente fui substituindo por PLCbus por ser mais rápido e fiável. Encontrei este catálogo online em Português: PLC-bus