Iniciar uma discussão

1. • Jacinta
   • 3 janeiro 2011

    # 1

   Artigo do Correio da manhã
   
   No sábado, por volta da hora do almoço, Maria da Cruz assustou--se com um barulho. Viu que o tecto da sala caiu e chamou os bombeiros. "Eles disseram que não havia perigo de derrocada, mas não podem fazer mais nada. Também já falei com o senhorio, que me disse estar à espera de um papel da câmara para vender o prédio". As infiltrações de água atingem toda a casa. "Qualquer dia ainda morro aqui soterrada ou há um curto-circuito", teme a idosa.
   
   Em plena avenida Sacadura Cabral, em Lisboa, Maria da Cruz é a única moradora do nº 10, que faz parte de uma correnteza de prédios em adiantado estado de degradação. As poucas obras naquela casa foram pagas por Maria da Cruz, que há cerca de 15 dias dormiu "com a porta da rua aberta por causa da chuva".
   
   Com uma pequena reforma e sem possibilidades de pagar o preço actual de um aluguer, Maria da Cruz só pede que a ajudem: "Só peço que a Câmara Municipal de Lisboa me ceda uma casinha em condições".
2. • LiMatos
   • 3 janeiro 2011

    # 2

   De facto, existem muito casos destes, infelizmente.
   
   Uma coisa que me aborrece mesmo são as pessoas que dizem: "Eu só queria que me dessem uma casinha."
   
   Acho que o problema é não haver lares de idosos com condições e suficientes para a população carenciada. Se a cada idoso se der "só uma casinha", quantas casas ando eu e qualquer outro contribuinte a pagar?
3. • Princesa_
   • 3 janeiro 2011

    # 3

   LiMatos,
   
   Não podia concordar mais consigo. Está tudo trocado, mentalidades trocadas. Não deixo de ter pena dos velhotes que estão nestas condições, mas é AO ESTADO que cabe socorrer e não é "dando casinhas" que isso se faz...
4. • fpc
   • 3 janeiro 2011

    # 4

   O estado. o estado, o estado... O estado é o grande culpado da situação de degradação a que chegou o património habitacional congelado Há mais de um século impedindo assim os senhorios de terem meios de fazer as obras de conservação necessárias
5. •  
     MRui
   • 3 janeiro 2011

    # 5

   Colocado por: LiMatos"Eu só queria que me dessem uma casinha."

   
   O meu barco deixa entrar água por todo o lado, passo a vida a despejar baldes de água pró mar, chove dentro do barco como chove na rua, já não sei o que hei-de fazer. E eu só queria que me dessem um iatezinho.

   Estas pessoas agradeceram este comentário: GiselaCC
6. • rjmsilva
   • 3 janeiro 2011

    # 6

   Também já tenho casa e carro, mas alinho num iate.
7. • LiMatos
   • 3 janeiro 2011

    # 7

   Pois é, enquanto uns andaram uma boa parte da fazer sacrifícios para ter uma casa, houve outros que preferiram ficar numa casa de rendas baixas. Agora, que a casa não tem condições porque, com o valor da renda de 20€/mês, não há inquilino que lá queira enterrar dinheiro, só querem outra casinha, com melhores condições, mas o mesmo valor de renda...
   
   Isto só lá vai com sangue novo que tenha novas mentalidades. Não é a enterrar dinheiro para apoio social que isto muda.
   
   Eu também alinhava num barquinho, ou num terreno junto ao mar para a minha casinha de férias...
8. • fpc
   • 3 janeiro 2011

    # 8

   O problema é que o que hoje uma renda barata, já foi uma renda justa ou até alta. Certamente quando a casa foi arrendada por 1000$00 (escudos) a renda era justa por exemplo nos anos 1960. Mas os governantes que fomos tendo, já desde 1910 nunca entenderam que a manutenção do congelamento só podia dar em desastre. Que certamente se irá agravar com casos semelhantes ou piores do que aquele que é relatado hoje pelos jornais
9. • AndrePereira
   • 3 janeiro 2011

    # 9

   Nem sei quem é a mulher, nem tão pouco a conheço por isso vou apenas generalizar para ambos os lados...
   Vou assumir que ela paga uma renda de 20€/Mes como existem muitos casos por aí fora...
   Vou assumir então também que ela trabalhou uma vida inteira e sempre pagou os devidos impostos.
   
   Por um lado, o senhorio não tem culpa que ela apenas pague uma renda de 20€/Mes os quais não servem para que o mesmo possa fazer obras no imóvel de modo a manter o mesmo de pé.
   No entanto ela também não tem culpa que o governo não lhe pague uma reforma justa para que ela possa sobreviver(Já não digo viver), e pagar uma renda condigna e justa nos dias de hoje.
   
   Se há coisa que me revolta é ver idosos que trabalharam a vida toda a receber 200€/Mes de reforma e outros que nunca contribuíram nada para sociedade a receber RSI de 400€/Mês e mais...os idosos, por muito ou pouco que tenham contribuído merecem mais do que os do RSI pois agora não tem hipóteses de trabalhar...

   Estas pessoas agradeceram este comentário: GiselaCC, LuB, DMG, rui1magano, raulschone, jorgferr
10. • raulschone
    • 4 janeiro 2011

     # 10

    Mais pob(d)re do que a casinha da senhora, são aqueles que, eleitos para nos servir (apesar de ser o menos mau, o sistema democrático pode ser altamente perigoso quando o povo não aprende a votar), se servem de nós e, após 2 mandatos, deixam os cargos, não são responsabilizados nem sofrem qualquer consequência pelos disparates feitos e ainda recebem autênticas fortunas da caixa geral de aposentações. Depois olhamos para os outros que têm tectos máximos de 1700 euros de reforma e achamos que não é possível mudar as nossas regras, como se a nossa Constituição( ou manta de retalhos que me faz lembrar as estradas municipais (a meio dos mandatos claro porque em ano de eleições levam um tapete novo!!) tivessem sido impostas pelo "Senhor". Deixemo-nos de tretas e, em vez de continuarmos apenas a cantar sempre melhor o fado das lamentações, está na hora de fazer a MUDANÇA que não foi feita hà 36 anos atrás. Ainda existe muito boa gente que pensa que foi possível fazer uma REVOLUÇÃO/MUDANÇA com cravos, como se, os outros quando fizeram sangue e destruição durante a sua REVOLUÇÃO o fizeram por serem masoquistas. Proponho o dia 25 de Abril de 2011, sempre se poupava alguma coisa......
11. • Princesa_
    • 4 janeiro 2011

     # 11

    Deixem-se de revoluções e toca mas é a meter a economia a mexer. Com Revoluções e com sindicalismos isto não vai a lado nenhum. Toca mas é a sofrer e quanto a mim, que venha o FMI meter tudo nos eixos.
12. • AndrePereira
    • 4 janeiro 2011

     # 12

    raulschone,
    Infelizmente o povo não se une, sabes que a culpa não é apenas do Governo...
    É de todos nós, infelizmente...
    Não vivi no 25 de Abril, não posso falar do que não vi pois rejo-me por histórias...mas sim acredito que não se possa fazer uma revolução com cravos...
13. • Princesa_
    • 4 janeiro 2011

     # 13

    Em relação aos velhotes e às reformas, concordo que é indecente... Mas os senhorios não deviam pagar a factura. O que devia haver é um RSI para idosos e deixar de haver para os jovens com bracinhos e perninhas para trabalhar, vale? Uma coisa é certa, isto não dá para tudo e é bom que o povo se comece e aperceber disso, acabou isso do Estado Social. Acabou e quase acabou connosco!
14. • eu
    • 4 janeiro 2011 ^editado

     # 14

    Colocado por: rjmsilvaTambém já tenho casa e carro, mas alinho num iate.

    
    Ou seria um... iatezinho ?
    
    Agora a sério: os mais desfavorecidos têm mesmo que ser ajudados por todos nós, mas é por todos nós e não apenas pelos desgraçados dos proprietários desses prédios.
15. •  
      MRui
    • 4 janeiro 2011

     # 15

    Colocado por: Princesa_Com Revoluções e com sindicalismos isto não vai a lado nenhum.

    
    E sem revoluções nem sindicalismos, já viu onde chegámos?!

    Estas pessoas agradeceram este comentário: raulschone
16. • AndrePereira
    • 4 janeiro 2011

     # 16

    Colocado por: eu
    Ou seria um... iatezinho ?
    
    Agora a sério: os mais desfavorecidos têm mesmo que ser ajudados por todos nós, mas é por todos nós e não apenas pelos desgraçados dos proprietários desses prédios.

    
    
    Depende dos desfavorecidos que estejamos a falar!
    Se estiver a falar em Idosos e deficientes...sim são desfavorecidos...
    Se estiver a falar de pessoas que perderam o seu trabalho sem qualquer tipo de culpa...são temporariamente desfavorecidos.
    
    O resto tem bracinhos e perninhas para trabalhar...
    
    E com isto estamos a fugir ao assunto do tópico hehe
17. • Princesa_
    • 4 janeiro 2011

     # 17

    Colocado por: MRui
    E sem revoluções nem sindicalismos, já viu onde chegámos?!

    Estas pessoas agradeceram este comentário:raulschone

    
    
    Tá a brincar comigo? Sem sindicalismos!??? Nunca tivemos tantos!
18. • j cardoso
    • 4 janeiro 2011

     # 18

    Boas
    
    

    Com Revoluções e com sindicalismos isto não vai a lado nenhum.

    
    
    De Luís XVI a Salazar não faltariam apoiantes desta declaração da Princesa acerca das revoluções. Salazar apoiaria também em relação ao sindicalismo. Só não percebo porque não estende o raciocínio às confederações e organizações patronais, suponho que se deve ao facto de serem gente "bem", muito preocupados com o bem estar de todos.
    
    cumps
    José Cardoso
19. • jorgferr
    • 4 janeiro 2011

     # 19

    Colocado por: Princesa_
    
    Tá a brincar comigo? Sem sindicalismos!??? Nunca tivemos tantos!

    
    
    Olhe para os sindicatos na Alemanha e veja se o que temos em Portugal são sindicatos.....
20. • Princesa_
    • 4 janeiro 2011

     # 20

    Quer comparar Portugal com a Alemanha???
    
    E acha que sindicalismo resolve? Pode explicar como?
    
    O nosso problema está na economia, na falta de incentivo para o investimento. Não gosto nem apoio isso do "pobre contra o rico" nem vice-versa. Acho até uma conversa ridícula. Se o empregado está mal pago, muda de emprego, não faz greve, é a minha ideia e eu quanto a mim é mesmo assim que funciono. E o mesmo se aplica ao empregador, se não o satisfaz nem à empresa o trabalho do empregado, então devia ser livre de, mediante determinadas condições, mudar de empregado. Ia ver como a economia melhorava! Deve existir protecção no emprego e principalmente para os mais velhos, mas a que temos não é protecção, é incentivo ao laxismo. Não é assim em lado nenhum, só aqui. E as pessoas habituaram-se a isto e adoram.