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  1.  # 1

    Carissimos,

    Estou profundamente inquieto. As notícias do país são péssimas e por todo o lado me parece que não se vai dizendo tudo aquilo que se sabe ou que se pensa. As nossas vidas individuais continuam, e todos temos decisões difíceis a tomar caso se concretizem os piores cenários. É nesse sentido que procuro opiniões e comentários dos foristas para que me ajudem, se possível, a tomar as melhores decisões. Antes de escever este texto fiz algumas pesquisas e procurei informar-me o melhor possível, mas espero que me corrijam caso escreva alguma patacoada.

    Vejamos:
    1. É pouco provável que o país vá à bancarrota, pois estamos inseridos na UE e não é desejável que tal aconteça. Nem à Grécia isso aconteceu, e o mesmo com a Irlanda. Deixar cair Portugal teria m efeito dominó sobre toda a zona euro;
    2. Igualmente, é pouco provável que, chegados a Junho e sem dinheiro para satisfazer os credores internacionais, o Estado deixe de pagar aos funcionários públicos. O mais certo é que lhes pague o subsídio de férias em títulos do tesouro e, durante o Verão e já com novo Governo e com o Fundo de resgate mais o FMI, faça cortes sérios nos vencimentos (10% a 30&, dizem alguns)

    Ora, sucede que sou proprietário de um apartamento pelo qual pago uma prestação baixa ao banco (cerca de 15% do meu vencimento mensal). Estou a dever apenas 40 mil euros.
    No entanto, o apartamento já não satisfaz as necessidades da família pelo que preciso de comprar uma casa nova. Como já tenho comprador para a minha casa actual, assim que tiver a escritura feita ficarei com 50 mil euros no bolso.
    Só que a casa nova custa bem mais do que isso: não me ficará por menos de 160 mil, o que significa que vou precisar de fazer um empréstimo bancário de 120 mil para satisfazer as necessidades.

    Ou seja, estou prestes a deixar uma situação confortável em que pago 15% do meu salário por uma dívida de 40 mil para me enfiar de cabeça numa situação em que terei de gastar mais de 30% do meu salário a pagar uma dívida de 120 mil euros.

    A pergunta que vos deixo é esta: sendo certo que a opção de permanecer na mesma casa é inviável, o que devo fazer?

    a) comprar uma casa mais barata?
    b) arrendar e esperar por uma definição do mercado e das condições do crédito à habitação?
    c) ou o melhor mesmo é conseguir a solução impossível, que é deixar-me ficar quietinho onde estou?

    Agradeço respostas.

    Obrigado.
    •  
      MRui
    • 25 março 2011

     # 2

    Colocado por: lagoaazula) comprar uma casa mais barata?
    b) arrendar e esperar por uma definição do mercado e das condições do crédito à habitação?
    c) ou o melhor mesmo é conseguir a solução impossível, que é deixar-me ficar quietinho onde estou?

    Em bom rigor, acho que só o(a) "lagoaazul" poderá responder a essas perguntas, porque só o próprio detém todos os elementos necessários à avaliação da sua situação de vida. Estabilidade profissional, rendimentos mensais, garantias no futuro, grau de necessidades, etc, etc, etc.
    Aqui e assim, apenas poderá recolher palpites um bocado abstractos.
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  2.  # 3

    Depende muito da sua idade!
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  3.  # 4

    além de depender da idade, dos vencimentos brutos e das despesas mensais...
    na minha opinião esta altura é a ideal para comprar se:
    - tiver uma boa verba para dar de entrada (além da divida final ficar mais pequena poderá negociar bem melhor o spread)
    - negociar muito bem o valor de compra (nesta altura é fácil conseguir descontos bastante simpáticos)

    Por ultimo uma regra que uso... não calcule o esforço como os bancos fazem.... porque se uma pessoa do casal ficar desempregado ficam aí sim à rasca... eu aconselho o seguinte, pegue no vencimento mais pequeno dos 2 e veja o que lhe sobra depois da prestação se esse for o único a entrar em casa... vá por mim...

    de resto...... boas compras!!!!
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  4.  # 5

    Agradeço a resposta.

    Vejamos:

    Estabilidade profissional: razoável. Nem eu nem o meu cônjuge contamos ser despedidos.

    rendimentos mensais: razoáveis; somos funcionários públicos (o que não é bom de um certo ponto de vista) mas temos alguma tendência de crescimento no futuro (2/3 anos) tendo em conta um negócio próprio que estamos a montar, sem custos e com relativa garantia de sucesso

    garantias no futuro: esperamos receber algum dinheiro extra nos próximos anos. Não estamos à espera de ficar desempregados.


    grau de necessidades: a mnha esposa recusa-se terminantemente a voltar à casa anterior e o espaço é, de facto, pequeno para uma família de 4/5 pessoas.
  5.  # 6

    mais esclarecimentos:

    40 anos, tenho cerca de um terço do valor da casa a comprar, os gastos mensais são reduzidos: além dos infantários, para os quais tenho uma solução chamada sogra em caso de aflição, não tenho mais créditos e os carros são recentes. Não tenho dívidas.
  6.  # 7

    se são os dois funcionários públicos o caso muda de figura... mesmo estando em tempos que não se sabe bem o que vai acontecer...

    resta-lhe negociar muito bem o valor de compra...
    o spread se não for excelente (porque nesta altura não vai ser) não se preocupe... quando a euribor subir para valores "normais" pede um reajustamento ou muda o crédito de instituição bancária!

    Força---
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  7.  # 8

    Um factor a ter em conta: 40 anos é bom para pedir um empréstimo, qto mais para a frente pior.

    Outro: o mercado imobiliário neste momento é um paraíso para os compradores.

    Outro: já tem comprador para a sua actual casa.
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  8.  # 9

    Sim, já tenho comprador embora, como explico noutro tópico, o comprador esteja já para lá do fim do contrato-promessa.
    •  
      MRui
    • 25 março 2011

     # 10

    Continuo a achar arriscado estar a dar palpites. O futuro está incerto para todos, incluindo para os funcionários públicos. É fácil dizer: avance, compre, venda, etc. quando estamos a falar da vida dos outros, porque as consequências disso não nos caem em cima. O "lagoaazual" é que vai ter de encontrar a sua solução em função do seu perfil. Se é aventureiro, força... depois logo se vê. Se é cauteloso, se calhar vai esperar mais uns tempos para ver como param as modas.
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  9.  # 11

    Sou da opinião que está bom para comprar, desde que nao necessite de emprestimos.
    Daqui a algum tempo, haverá melhores oportunidades.

    A questão de ser funcionario publico é muito vaga. Ha funcionarios publicos que ganham 500€, nem todos tem bons ordenados como muita gente pensa.
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  10.  # 12

    Como posso esperar, é possível que no verão faça um negócio até mais atractivo. Tenho a impressão que o preço dos imóveis ainda vai baixar mais: vão aumentar as taxas de juro, os bancos estão a subir os spreads (caixa, bpi, ...) e uma situação de baixa generalizada dos salários conduziria a uma menor procura no mercado, logo o preço da oferta teria tendência a baixar. Estou a ver mal a coisa?
  11.  # 13

    Depende de muitos factores, o estar ou não a ´ver mal a coisa´, o facto é que vejamos a coisa pela reverso da moeda, há muita gente a pensar (eu sou um desses) que a melhor caderneta de poupança hoje em dia são as cadernetas prediais, porque se os bancos forem à falência as pessoas ficam sem o dinheiro nas contas(com excepção do pequeno montante do fundo de garantia), portanto antes aplicar o dinheiro em casas e terrenos que em depositos a prazo nos bancos. Pensar assim gera procura imobiliária, e há muita gente a tirar o dinheiro do banco e a pensar assim ( e ainda mais com a nova lei do arrendamento).
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  12.  # 14

    boas
    comprar casa com a entrada que tem para dar fica sempre á vontade porque se algo correr mal, perde dinheiro mas tem margem para vender rapidamente e trocar por uma casa mais barata.
    força é uma boa altura para comprar.
    diferente é quem pede tudo á banca fica nas mãos deles, se algo corre mal não consegue vender para cobrir o empréstimo.
    um abraço
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  13.  # 15

    Colocado por: lagoaazulComo posso esperar, é possível que no verão faça um negócio até mais atractivo. Tenho a impressão que o preço dos imóveis ainda vai baixar mais: vão aumentar as taxas de juro, os bancos estão a subir os spreads (caixa, bpi, ...) e uma situação de baixa generalizada dos salários conduziria a uma menor procura no mercado, logo o preço da oferta teria tendência a baixar. Estou a ver mal a coisa?


    Correcto,
    Mas o mais importante é que, com as dificuldades que se avisinham o mais provável é muita gente nao poder pagar os emprestimos e serem executados ou entao vendem a preços baixos para nao ficarem a dever etc.
    O ideal é aproveitar uma situação dessas.
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  14.  # 16

    Colocado por: lagoaazula) comprar uma casa mais barata?

    Esta cá para mim é a melhor solução...ou então negociar e bem para a prestação ser mais pequena.
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  15.  # 17

    É engraçado porque até agora todos os foristas me dizem para comprar, nem que compre mais barato. Ninguém propõe que arrende...

    Começo a ficar convencido que a melhor solução é ir espreitando as oportunidades. Deixo-me ficar quietinho no meu canto e até ao Verão há-de aparecer alguma coisa interessante. Pelo meio, é certo que a situação económica dos portugueses (eu incluído!) não vai melhorar e deverá piorar; portanto, se eu aguentar o balanço pode ser que surja uma oportunidade imperdível ou que a casa dos sonhos desça para um preço que não me deixe de corda na garganta...

    Agradeço a todos pelas respectivas opiniões e continuo à espera de conhecer outras ideias. Voltar para o apartamento anterior não faz parte das soluções mas continuar neste em que estou arrendado também não, porque simplesmente detesto isto. Consigo sobreviver uns meses, com certeza, pelo que há que esperar.
  16.  # 18

    Colocado por: lagoaazulÉ engraçado porque até agora todos os foristas me dizem para comprar, nem que compre mais barato. Ninguém propõe que arrende...


    O arrendamento é bom para quando nao se tem estabilidade.
    No seu primeiro post, diz que deve pouco ao banco e que depois da venda fica com 50.000€ disponivel e com a necessidade de uma casa.

    Ninguem no seu bom juizo vai querer pagar um aluguer quando tem dinheiro para pelo menos dar uma boa entrada.
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  17.  # 19

    Pois, é mesmo isso. O arrendamento apenas me compensa provisoriamente. Julgo que não expliquei anteriormente, mas eu mudei de cidade e por isso pus a casa à venda; como não encontrei nada que quisesse comprar na altura, e como havia uma certa urgência na mudança, não comprei e optei por arrendar, situação em que me encontro há quase um ano. Mas agora chega: tendo este dinheiro no bolso, o melhor mesmo é avançar para a compra de algo. O actual custo da renda é de 700 euros, enquanto que um empréstimo pelos valores de que necessito custa, pelas contas da CGD e do Montepio (ainda não fui ao Deutsche Bank) menos de 600. O meu grande receio é o de a prestação da casa aumentar brutalmente, mas esse é um risco que terei de correr.
 
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