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  1.  # 1

    Começo aqui uma discussão sobre este assunto por diversas dúvidas e contradições na obrigação que se tem quando se constrói uma moradia e que tenha que se seguir os projectos sobre a legislação neste sentido...
    Não estou dentro do assunto,mas tenho certas dúvidas mesmo a propósito desta legislação obrigar a certos parâmetros na parte térmica para se consumir menos energia e daí importar menos e também poluir menos a atmosfera...
    Sabendo também a obrigação de ventilar várias divisões das habitações...faço uma pergunta............

    Como se pode compreender que se consuma menos sabendo que tem que estar tudo ventilado?Acham que em pleno Inverno será plausível que alguém consiga ventilar as divisões com o que a legislação vigente obriga,e gastar menos em aquecimento?
  2.  # 2

    E já agora aos entendidos sobre estas questões;será possível analizar quanto se poupa fazendo uma casa xpto respeitando a legislação?
    Ou ninguém respeita e vai de fechar os ventiladores?
  3.  # 3

    Como se pode compreender que se consuma menos sabendo que tem que estar tudo ventilado?Acham que em pleno Inverno será plausível que alguém consiga ventilar as divisões com o que a legislação vigente obriga,e gastar menos em aquecimento?
    A ventilação é de facto necessária, mas a legislação não obriga a gastar menos em aquecimento... mas sim a fomentar o investimento em equipamentos com altos rendimentos, ou com recurso a energias amigas do ambiente, tipo biomassa.

    E já agora aos entendidos sobre estas questões;será possível analizar quanto se poupa fazendo uma casa xpto respeitando a legislação?
    Ou ninguém respeita e vai de fechar os ventiladores?
    Percebo um bocado disto embora aqui haja gente que entende mais disto do que eu, mas a verdade é que poupa bastante se fizer um bom isolamento, em relação aos ventiladores, se vai fazer investimentos, pode também investir em permutadores que permutam a energia do ar que vai extrair com o ar novo que entra, de seguida aquece/arrefece + o ar que vai insuflar na casa com recurso a equipamentos com maior rendimento tipo bomba de calor...
    É simples :) .
  4.  # 4

    Jorge Rocha,
    As casas habitualmente nem sequer levam ventiladores.
    Concordam com este comentário: eu
  5.  # 5

    A questão não é gastar menos energia. A questão é encontrar um equilíbrio entre todas as variáveis sem comprometer a qualidade de vida dos habitantes.
    Não se pode deixar de ventilar só para que se gaste menos em energia para aquecimento e depois obter-se humidades relativas de 100% (sim, é o que vai acontecer), o que trás problemas tanto a nível da construção como a nível de saúde.
  6.  # 6

    O Jorge Rocha - como muitos outros - parece ignorar que um dos objectivos do RCCTE é garantir a qualidade do ar nas habitações.
  7.  # 7

    Pois é.. é o aspecto mais desprezado.. a renovação de ar.
    Normalmente, para "dar a volta" ao assunto utiliza-se caixilharia com maior permeabilidade ao ar... mas que não permite o controlo efectivo das taxas de renovação de ar necessárias.
  8.  # 8

    boa tarde

    trabalho na área, nomeadamente na certificação energética e também peritagens , e o que posso dizer é que concordo que foi dito relativamente relativamente a garantir a qualidade do ar nas habitações, que normalmente é desprezada.. sendo que nos casos das peritagens, em diversos casos, os problemas de humidades ( condensações) o mesmo se deve a baixas taxas de de renovação de ar, porque algumas pessoas até as aberturas das janelas ( pequenos furos), são tapados porque deixam entrar ar... ora esse é o objectivo.

    agora relativamente às questões sobre a legislação sobre térmica e o que somos obrigados a colocar, é assunto que dá pano para mangas... o que posso deixar é a minha opinião enquanto técnico da área e também como utilizador final.

    a legislação não se enquadra com a realidade, têm várias contradições, e o objectivo para que foi criada ( eficiência energética) não funciona, levando por vezes a situações engraçadas... posso dar alguns exemplos:

    - na maioria dos casos a instalação de painéis solares não leva a ganhos energéticos e poupança de custos como as pessoas pensam.

    - a legislação empurra para a utilização do gás e nem sempre é a melhor opcçao

    ( tenho um apartamento com cerca de 5 anos que apenas tinha um esquentador apenas para aquecimento de aguas sanitárias, gastava cerca de 20 € de gás por mês e tinha o apartamento uma classificação energética letra C. Troquei o esquentador por um termo-acumulador eléctrico ligado a contador bi-horário, carregando apenas de noite, gasto agora cerca de 5 euros de electricidade e a classificação baixou para E.
    ao fim do mês gasto menos, no entanto o certificado energético diz que eu gasto mais, pois baixou na classificação... interessante.

    - nem sempre uma boa classificação energética no CE corresponde a uma poupança.

    dois casos..
    apartamento 1 tem 50 anos, janelas de madeira, vidro simples, parede simples de 15, instalado um esquentador novo que o velho avariou, rendimento de 91%.
    apartamento 2 tem 5 anos, janelas de alumínio, vidro duplo, parede dupla com isolamento, instalado um esquentador com rendimento de 80%.

    os dois têm a mesma classificação energética letra C, no entanto viver no dia a dia nos dois apartamentos nota-se uma diferença abismal, para manter as mesmas condições habitacionais.
    Todos os sistemas que a legislação não prevê, não podem ser contabilizados, logo pode ter uma casa com uma excelente eficiência energética, mas a utilizar equipamentos que a legislação não prevê, nomeadamente, paines termodinâmicos, sistemas geotérmicos, etc etc... essa casa tem uma classificação energética baixíssima em termos de certificado energético... no entanto são efecientes...

    Mas resumindo, é o que temos, e na globalidade veio impor algumas regras que eram necessárias, mas ainda muito se têm de fazer nesta area, posi o que conta é o utilizador final tem boas condições de habitabilidade e baixos consumos..

    cumps
    Concordam com este comentário: Pedro Barradas, sergyio, eu, alv, Jorge Rocha, TD, raulschone, Expat
  9.  # 9

    costa3333,
    Essa é que é a verdade, verdadinha.... ;)
    Concordam com este comentário: costa3333
  10.  # 10

    para "dar a volta" ao assunto utiliza-se caixilharia com maior permeabilidade ao ar... mas que não permite o controlo efectivo das taxas de renovação de ar necessárias.

    Apetece-me dar uma resposta à moda do ? : pesquisem e investiguem, vão acabar por conhecer sistemas que permitem regular e controlar a admissão de ar e, consequentemente, a taxa de renovações de ar/hora.
  11.  # 11

    j cardoso
    Está a dizer que existem caixilharias permeáveis, e que é possível controlar essa permeabilidade? ou que existem dispositivos que se podem aplicar nas fachadas que permitem regular a quantidade de ar?
  12.  # 12

    j cardoso, eu sei que "eles andem aí"...

    Existem dispositivos que inseridos nos caixilhos permitem regular os caudais- são exemplo disso os ventiladores auto-reguláveis. por exemplo da RENSON.
    Ou então inseridos nas paredes ou ainda nas ciaxas de estore.
    Alguns fabricantes de caixilahrias de PVC ( por exemplo a KOMMERLING), também tem sistemas de ventilação permanente inseridos e ocultos nos caixilhos.
    Concordam com este comentário: j cardoso
  13.  # 13

    eu sei que "eles andem aí"...


    Nem eu pensei o contrário, por muito que goste de desautorizar as "autoridades" não me passa pela cabeça "ensinar o Padre Nosso ao Vigário"

    :-)
  14.  # 14

    Anonimo16062021, eu sei que existem dispositivos que inseridos nos caixilho permitem regular caudais. a minha questão era se existem caixilharias permeáveis onde seja possível regular ou caudais. Isto em virtude do "post" 12. Em que me parece que ouve ali um desentendimento.
    • eu
    • 30 junho 2011

     # 15

    Colocado por: costa3333( tenho um apartamento com cerca de 5 anos que apenas tinha um esquentador apenas para aquecimento de aguas sanitárias, gastava cerca de 20 € de gás por mês e tinha o apartamento uma classificação energética letra C. Troquei o esquentador por um termo-acumulador eléctrico ligado a contador bi-horário, carregando apenas de noite, gasto agora cerca de 5 euros de electricidade e a classificação baixou para E.


    Na minha vivenda, o projecto térmico previa painéis solares com apoio de um esquentador a gás natural. Com esta solução, a classificação energética era A.

    Eu estive a fazer contas e cheguei à conclusão que seria muito mais barato optar pelo apoio de resistência eléctrica com um relógio, para aproveitar a tarifa bi-horária. Optei por esta alternativa e a classificação energética final passou para B-.

    Mas que raio de legislação é esta? Então passei a gastar menos dinheiro, usando uma fonte com uma grande percentagem de energia renovável, e sou penalizado? Isto quase que parece ter sido feito pelo lobby do gás...
    Concordam com este comentário: raulschone
  15.  # 16

    Colocado por: euMas que raio de legislação é esta? Então passei a gastar menos dinheiro, usando uma fonte com uma grande percentagem de energia renovável, e sou penalizado? Isto quase que parece ter sido feito pelo lobby do gás...


    Mais um amigo que percebeu como é que isto funciona... é muito simples, tarifas bi-horário não existem na legislação, logo nas contas efectuadas, um apoio eléctrico está 24 horas por dia ligado e a consumir ao preço normal diurno.... logo a classe baixa... está mal e engana as pessoas... mas os nossos legisladores não pensam nisso...

    tenho um colega que tem um painel termodinâmico ligado a um contador eléctrico das obras e ao sistema de deposito/resistência eléctrica para monitorizar os gastos... num ano gasta em aguas quentes sanitárias em media 10 € por mês, 3 pessoas com banhos diários e ainda agua para a cozinha.

    em termos de eficiência energética no certificado tem classificação de F.... em termos de poupar na carteira tem um A+....
  16.  # 17

    Acho que andam aqui algumas confusões. O Certificado Energético caracteriza a eficiência de um edifício, não o seu consumo. Por exemplo, um Jaguar XJ 4.2 pode ser mais eficiente do que um Clio 1.2, se conseguir obter mais CV/l de combustível. O que não quer dizer que o seu proprietário gaste menos l/100km. Depois, a classificação energética também é função da quantidade de energia primária necessária para produzir os kwh que a casa necessita, independentemente do que o utilizador paga por essa energia. Ou seja, com um contador bi-horário até pode pagar menos, mas o consumo de petróleo (ainda) é superior quando se usa energia eléctrica. O que a Adene deveria chamar a atenção das pessoas é para a relação entre os indicadores Nic/Ni, Nvc/Nv e Nac/Na, que, esses sim, dão uma ideia mais precisa do conforto e do consumo esperado para a habitação, independentemente da energia utilizada.
    Concordam com este comentário: j cardoso
  17.  # 18

    Só uma questão. Qual os valores do tarifário bi-horário (em média, ou na vossa região) e os intervalos diurno/nocturno? e qual o valor do tarifário normal?
    •  
      alv
    • 30 junho 2011

     # 19

    Vivam


    Colocado por: eu..... Isto quase que parece ter sido feito pelo lobby do gás...


    ...e não só.

    Não afrontando as "autoridades", só para também não falar nas questões dos isolamentos pelo exterior, das inércias, dos sombreamentos, dos envidraçados certificados e respectivas certificações se se fazem ou não se há ou não dinheiro para implementar os sistemas e se é ou não mais sensato que quem não pode, de todo, ter uma casa mais ou menos eficiente, mas uma casa, e ser obrigado a ter painéis sem dinheiro para acabar a casa, etc, etc.

    Há realmente muitos lobby´s e eles andam aí.

    Também concordo que muita coisa mudou e está a mudar. Estas coisas têm de mudar, mas não têm de ser impostas por legislação dúbia, têm de ser aceites e entendidas pelos utilizadores.
    Ninguém de bom senso não deixará de ter uma casa energéticamente eficiente, ambientalmente sustentável,...todos aqueles chavões que todos conhecemos, se puder e se economicamente for possível investir para poder tirar partido desse investimento.
    O caso caricato é aquele com que me deparo, das pessoas que querendo ir morar para as casas que lhes custaram os olhos da cara, que não têm dinheiro para as acabar, mas que são obrigadas a colocar os colectores, a pagar as certificações todas e mais algumas, para poderem ter a licença de habitabilidade para conseguirem a libertação dos últimos fundos do banco. Acreditem que fora do litoral existem muitas famílias com este drama.


    "Fassam" parte
    Concordam com este comentário: eu, Jorge Rocha, raulschone
  18.  # 20

    Colocado por: AugstHillAcho que andam aqui algumas confusões. O Certificado Energético caracteriza a eficiência de um edifício, não o seu consumo. Por exemplo, um Jaguar XJ 4.2 pode ser mais eficiente do que um Clio 1.2, se conseguir obter mais CV/l de combustível. O que não quer dizer que o seu proprietário gaste menos l/100km. Depois, a classificação energética também é função da quantidade de energia primária necessária para produzir os kwh que a casa necessita, independentemente do que o utilizador paga por essa energia. Ou seja, com um contador bi-horário até pode pagar menos, mas o consumo de petróleo (ainda) é superior quando se usa energia eléctrica. O que a Adene deveria chamar a atenção das pessoas é para a relação entre os indicadores Nic/Ni, Nvc/Nv e Nac/Na, que, esses sim, dão uma ideia mais precisa do conforto e do consumo esperado para a habitação, independentemente da energia utilizada.


    Ora ai está o ponto da questão, o sistema rege-se por princípios teóricos, e não tem em atenção o consumo... pois de que serve a um utilizador final ter uma casa com eficiência elevada , mas ao fim do mês dispensa mais dinheiro para essa eficiência, mantendo o mesmo conforto....

    A grande bandeira do sistema é a classificação por letras, que deveria ser a base para comparar imóveis diferentes... no entanto o sistema está viciado à partida....

    para finalizar.. prefere ter uma casa muito eficiente A+ e pagar 50 € ao fim do mês ou ter uma casa com B- e pagar só 25€, mantendo os mesmos valores de conforto?????
 
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