Agora algo diferente: (Provavelmente alguns "pormenores" são fruto da minha imaginação, mas é assim que me lembro da história)
A música é mesmo só música?
Negativland Os negativland não são propriamente uma banda de musical, eram (são?) uns tipos que tinham um qualquer programa de radio nos USA e que de vez em quando faziam umas "colagens" e editavam uns discos. A sua procura de algum protagonismo ou desconstrução da realidade não olhava a meios, e um dia qualquer quando um "puto" assassina os pais e a irmãos à machadada, os Negativland encontram uma forma de alterarem a história. Conseguem "meter-se" no meio da história alterando-a, fazendo crer até à policia (pela qual são interrogados) que o motivo que levou o "puto" a matar os seus pais e irmãos ter sido por estes o terem proibido de ouvir uma música dos negativland que se chamava "Christianity Is Stupid":
Se seguida lançam um álbum só sobre este assassinato, que contém no lado B apenas excertos de notícias gravadas da televisão ou rádio:
Uns anos mais tarde conseguem alcançar o primeiro lugar dos tops americanos com um álbum que se chamava "U2". A capa do album tinha escrito "U2" em letras grandes e "negativland" em letras pequenas. As pessoas compravam o álbum a julgar ser um álbum dos "U2" que se chamava "negativland":
Foram processados pelo próprios "U2" e foram obrigados a retirar o álbum do mercado. De seguida lançam novo álbum com o nome "the letter U and the number 2", escusado será dizer que apenas o "U" e o "2" estão em tamanho garrafal, e mais uma vez é possível confundir com um álbum dos U2. Este álbum fala exclusivamente de direitos de autor.
Vários dos seus programas de rádio são gravados e editados. Sendo a sua mais celebre personagem o "Pastor Dick" que convida os ouvintes a telefonarem para o programa e contarem os seus últimos três pecados, aos quais o "Pastor Dick" atribuirá uma "sentença" em dolares que deverá ser paga ao programa.
Muitas das suas "músicas" são inaudíveis para a maior parte das pessoas, mas algumas são peças cómicas ou uma crítica irónica da sociedade:
E para quem não conhece Kronos Quartet, uma bela forma de os "apresentar" com uma música nossa conhecida. Os Kronos Quartet fazem/tocam muitas de outros autores, alguma delas tornam-se interessantíssimas só pelo simples facto de ouvirmos músicas feitas por exemplo para piano serem tocadas por um quarteto de cordas.
Agora algo um pouco mais "ousado": (ouçam à vossa responsabilidade, que eu tenho muito amigos que dizem que depois de ouvirem isto não conseguem dormir de noite)
José Dias Coelho (Pinhel, 19 de Junho de 1923 — 19 de Dezembro de 1961, morto pela PIDE) foi um militante político anti-fascista e artista plástico. O assassinato levou Zeca Afonso a escrever e dedicar-lhe a música: A morte saiu à rua. http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Dias_Coelho
Catarina Efigénia Sabino Eufémia (Baleizão, 13 de Fevereiro de 1928 — Monte do Olival, Baleizão, 19 de Maio de 1954) foi uma ceifeira portuguesa que, na sequência de uma greve de assalariadas rurais, foi assassinada a tiros, pelo tenente Carrajola da Guarda Nacional Republicana. Com vinte e seis anos de idade, analfabeta, Catarina tinha três filhos, um dos quais de oito meses, que estava no seu colo no momento em que foi baleada. http://pt.wikipedia.org/wiki/Catarina_Euf%C3%A9mia
E a nunca esquecer: Assisti um certo dia a um seu concerto intimista (30 ou 40 pessoas), onde além de cantar, contou histórias "deliciosas" sobre todo o seu percurso musical e as suas peripécias com a PIDE. Fantástico!
E mais actual que nunca:
Hoje acordei com esta música. Não sendo propriamente um grande fã dos Floyd, considero um dos seus álbuns um dos melhores álbuns feitos até hoje. Esta música que aqui coloco é, para mim, muito mais do que uma música. Toda a gente a conhece, mas não sei se lhe dão um significado que eu lhe dou. Muita coisa lá está e muito pouco aprendemos com o que nos é dito.
Eu por mim, cada vez que a ouço (como me acontece com poucas) arrepio-me. Mais pessoalmente, está liga a uma história a que dou grande valor. Por volta de 80/81, andava eu na primária, a professora pediu a cada um que levasse uma k7 no dia seguinte para ouvirmos. Pink Floyd era algo que se ouvia lá por casa (e pelo que me lembro, gostava) e quando em conversa com o meu pai lhe disse o que teria que fazer, o meu pai colocou-me a k7 dos Pink Floyd nas mão pronta a tocar esta música. Logicamente só anos mais tarde percebi o significado disto:
Divirtam-se, João Dias e seu gato psicanalista
Estas pessoas agradeceram este comentário: Jorge Rocha
O meu beat de hoje não se trata de uma musica solta. É mais: o chamado background, uma referencia, ou até, o que foi para muitos a chamada rampa de lançamento...Vale a pena ver!
Cumps e boas musicas, Nota - a busca é muito fácil, pois não faltam "flores" espalhadas por aí...basta googlar. ;)
E a relação da música com os realizadores de cinema? Há realizadores que apenas pela sua escolha musical fazem com que um filme mereça ser visto. Dois nomes (para mim) são exímios neste aspecto e são duas "escolhas" completamente diferentes:
Peter Greenaway Peter Greenaway deve ser o fã nº1 de Michael Nyman
Wim Wenders O Wim Wenders, além da sua paixão por U2 e Nick Cave, mostra que a sua cultura musical vai muito à frente de qualquer realizador. Os seus filmes incluem mesmo "excertos" de muitos concertos. Fazem parte dos seus filmes nomes como: U2, Nick Cave, Tuxedomoon (a minha banda favorita), Sprung Aus Den Wolken, Crime & City Solution, Madredeus, ect.