Iniciar sessão ou registar-se
    • madper
    • 3 outubro 2011 editado

     # 1

    Olá,

    Tenho acompanhado este forum de discussão, apesar de nunca ter participado.

    Hoje, preciso de ajuda.
    A questão nada tem a ver com as construção, mas sim com um pequeno problema assustador.

    moro numa vivenda no campo e ontem, no meu quarto vi uma pequenenina cobra, com cerca de 30 cm, a passear pelo chão.
    Eu tentei-a apanhar, mas ela fugiu para debaixo da cama.
    O meu marido pegou no aspirador e lá a conseguiu apanhar!

    No entanto, confesso que não preguei o olho a noite inteira.

    Como é que pode uma cobra ter chegado ao 1º piso, sem nunca termos visto nenhuma nem no R/C nem no jardim?

    O meu marido diz que provavelmente se deveu ao facto de termos deixado a janela do quarto meio aberta (só o oscilobatente, acho eu que se chama assim) e talvez um pequeno pássaro tenha a deixado cair no parapeito...

    mas eu não acredito... como posso saber se existem mais em casa?
    Sinceramente, até tenho medo de ir ao quarto!

    Obrigado
    • naar
    • 3 outubro 2011

     # 2

    Era parecida com esta? :)
      27062008153.jpg
  1.  # 3

    Sinceramente nem sei. O susto foi tanto que só vi que era escura. Mas ela deve estar dentro do reservatório da aspiração central... mas eu não vou lá!!!!
  2.  # 4

    Eu já tive lagartixas e por vezes aparece uma ou outra centopeia (enormes).... ah .. e um ratinho... mas o meu REX fez-me o jeito de o matar! Agora cobras... ui... ui...
    • naar
    • 3 outubro 2011

     # 5

    Colocado por: madperOlá,

    Tenho acompanhado este forum de discussão, apesar de nunca ter participado.

    Hoje, preciso de ajuda.
    A questão nada tem a ver com as construção, mas sim com um pequeno problema assustador. (vá lá! não sejamos dramáticos! :))

    moro numa vivenda no campo e ontem, no meu quarto vi uma pequenenina cobra, com cerca de 30 cm, a passear pelo chão. (era realmente pequenina!)

    Eu tentei-a apanhar, mas ela fugiu para debaixo da cama. (então afinal temos uma mulher corajosa!)

    O meu marido pegou no aspirador e lá a conseguiu apanhar! ( Boa ideia! )

    No entanto, confesso que não preguei o olho a noite inteira. (porquê? tem horror a répteis?)

    Como é que pode uma cobra ter chegado ao 1º piso, (pelas escadas interiores) sem nunca termos visto nenhuma nem no R/C nem no jardim? (normalmente elas não gostam de ser vistas, ao minimo ruído/vibração, escondem-se)

    O meu marido diz que provavelmente se deveu ao facto de termos deixado a janela do quarto meio aberta (só o oscilobatente, acho eu que se chama assim) e talvez um pequeno pássaro tenha a deixado cair no parapeito... (pequeno pássaro com uma cobra com 30 cm? dúvido! ou um grande pásssaro ou então não tinha 30 cm!)

    mas eu não acredito... (pois! eu também não acreditava! :) como posso saber se existem mais em casa? (junta a familia e faz um jogo do "vamos á procura", sela uma divisão de cada vez, desvia todos os móveis das paredes e procura, lanterna e espelho é fundamental para a busca, ver atrás dos bidés só com espelho! :))Sinceramente, até tenho medo de ir ao quarto!

    Não vai encontrar mais nenhuma!
    As cobras não gostam de viver em casa, essa provavelmente foi parar aí por engano!

    A minha por exemplo, enganou-se e... faleceu! Para tristeza do meu filho com 5 anos que a queria apanhar á mão para brincar (só que a que viu na foto tem a cabeça triangular, era uma pequena víbora portanto já não se dava bem com os lagarto grande e as lagartixas que viviam no espaço exterior.

    Obrigado
  3.  # 6

    Colocado por: madperSinceramente nem sei. O susto foi tanto que só vi que era escura. Mas ela deve estar dentro do reservatório da aspiração central... mas eu não vou lá!!!!

    E o que é que lhe garante que ela não sai por uma das bocas de entrada do tubo ???? Se calhar seria bom ligarem o mais depressa para o departamento de répteis do Jardim Zoológico e informá-los da situação. Se não estou em erro são eles que fazem o controle de Répteis a nivel nacional !!???
    Outra coisa, MUITO CUIDADO... especialmente por ser uma cobra pequena... pode muito bem ser uma Vibora e essa È VENENOSA, o suficiente para matar uma criança num par de horas se não lhe administrarem o antidoto a tempo (sim caros amigos, contrariamente á crença popular, EXISTEM cobras Venenosas em Portugal !!!!!!!!).
    Mais, se por acaso forem mordidos por uma cobra, é de extrema importância que a consigam capturar para ser mostrada aos médicos do hospital que posteriormente a tentarão identificar na base de dados e consequentemente determinar o antidoto a usar !!!

    PARA PERCEBEREM A GRAVIDADE:
    QUOTE
    Caso clínico
    Paciente do sexo masculino, 72 anos de idade, caucasiano, agricultor, residente na zona de Sintra, com antecedentes pessoais de hipertensão arterial, foi internado no dia 27 de agosto de 2007, no Serviço de Urgência do Hospital de São Francisco Xavier, por mordedura de víbora.

    No dia anterior, por volta das 19 horas, durante a sua atividade agrícola, na região de Sintra, foi mordido no 2o dedo da mão esquerda por uma cobra. Segundo o amigo que o acompanhava, o animal teria cor escura, cerca de 20 cm de comprimento e cabeça de forma triangular. Recorreu ao Serviço de Urgência (S.U.) do Hospital de Cascais, sendo o exame objetivo irrelevante com exceção de dois pontos de necrose no 2o dedo da mão esquerda. Foi contactado, nesse momento, o Centro de Informação Antiveneno (CIAV), sendo sugerida alta probabilidade de mordedura por víbora, dadas as características do animal e o local de ocorrência do acidente.

    Foi prescrita ao paciente uma terapêutica endovenosa com ciprofloxacina 200 mg 12/12h, hidrocortisona 100 mg 8/8h, paracetamol 1 g 8/8h e omeprazol 40 mg. Foi administrada vacina antitetânica, além de adrenalina 0,5 mg sc. Não foi administrado, nesse momento, soro antiofídico, apesar de recomendado pelo CIAV.

    Cerca de 12 horas pós-mordedura, apresentava já um exuberante edema do membro superior esquerdo até à raiz do braço e axila (Figuras 1 e 2) e, laboratorialmente, apresentava leucocitose (31 x 109/L), trombocitopenia (48 x 109/L), hipofibrinogenemia (122,9 mg/dL), insuficiência renal aguda com uréia 104 mg/dL, creatinina 2,9 mg/dL e PCR 3,6 mg/dL.

    Figura 1- Edema da mão Figura 2 - Edema até à raiz da axila







    Foi transferido para o Hospital de São Francisco Xavier, cerca de 24 horas após a mordedura, para ser avaliado por cirurgia plástica. Nesse hospital, foi efetuada massagem linfática com o aparente intuito de reduzir o edema do braço. Após essa medida, o paciente desenvolveu um quadro de choque, com hipotensão e taquicardia, seguida de febre e agravamento do edema, compatível com síndrome compartimental. O quadro de choque foi revertido com expansores de volume.

    Em face do agravamento clínico, foram iniciadas diligências para obtenção de soro antiofídico. Foi obtido um soro antiofídico polivalente, cuja administração decorreu sem intercorrências. Para resolver a síndrome compartimental, foi realizada também fasciotomia descompressiva do membro superior esquerdo.

    Figura 3- redução do edema pós-fasciotomia





    O pós-operatório imediato decorreu na Unidade de Cuidados Intensivos Cirúrgicos (UCIC), sempre com estabilidade hemodinâmica. O paciente foi extubado cerca de 8 horas após cirurgia. Evoluiu sem queixas álgicas, não sendo observada alteração dos territórios de sensibilidade, compromisso da mobilidade ou sinais sugestivos de isquemia ou sofrimento. Verificou-se normalização gradual dos parâmetros de infecção, coagulação e função renal.

    Teve alta dos Cuidados Intensivos no 3o dia de internação, tendo sido transferido para Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Egas Moniz (HEM). Durante a internação nesse Serviço, constatou-se a presença de insuficiência renal aguda (IRA) não oligúrica, com valores de creatinina que atingiram um máximo de 3,0. Nesse contexto, foi transferido para o Serviço de Nefrologia, do Hospital de Santa Cruz, para esclarecimento, onde foi feita biópsia renal guiada por ecografia. O exame histológico identificou lesões glomerulares com crescentes e necrose focal, compatíveis com glomerulonefrite rapidamente progressiva sem depósitos. A imunocitoquímica e imunologia foram negativas, o que levantou a suspeita de etiologia provavelmente tóxica, por nefrotóxicos constituintes do veneno. O doente manteve a corticoterapia, com melhoria progressiva da insuficiência renal aguda (creatinina 1,4). Atualmente, é acompanhado em consultas externas com especialista em Nefrologia.

    Discussão
    Das três espécies de cobras venenosas existentes em Portugal, a cobra-rateira (Malpolon monspessulanus) representa a maior serpente da Península Ibérica, chegando a atingir 2 metros de comprimento. Possui um aparelho venenoso pouco desenvolvido, os colmilhos (dentes inoculadores do veneno) situam-se à retaguarda da boca e não são perigosos para o homem. Raramente, conseguem inocular veneno quando mordem. Distribui-se pela Península Ibérica e na zona Mediterrânea e ainda pelo sul da Europa, região ocidental da Ásia e norte da África.6,12,13

    As outras duas espécies pertencem à família das víboras e são as que representam maior perigo para o ser humano.

    Interessa saber distinguir entre uma víbora e uma cobra não venenosa. As características que melhor diferenciam as víboras são a cabeça em forma triangular e as pupilas verticais (Figuras 5 e 6). Apresentam ainda um corpo grosso e curto, que não alcança, em geral, os 75 cm de comprimento; no dorso, sobre um fundo cinzento, pode ser observada uma banda negra em zigue-zague, além disso possuem cauda curta.



    Figura 5- Víbora Figura 6- Cobra não venenoa

    A sintomatologia típica de uma mordedura varia com o tipo de veneno e a toxicidade deste varia entre as espécies e entre indivíduos da mesma espécie.

    Habitam sobretudo as zonas montanhosas, em encostas expostas ao sol, zonas rochosas ou onde existam matas abertas. São ovovivíporas e hibernam no inverno, desde o final de outubro ou início de novembro até março ou abril. Das características da víbora de Latastei (Figura 8), destaca-se a existência de um apêndice nasal revirado, constituído por 3 a 7 escamas apicais, o que lhe confere a denominação de víbora cornuda e, ainda, uma mancha mais escura que desenha no dorso um zigue-zague.

    Encontra-se no sudoeste Europeu (França, Portugal e Espanha) e noroeste Africano. Em Portugal, tem uma distribuição generalizada por todo o país, nomeadamente, Serra do Gerês, de Monchique, da Freita, Amarela e de Sintra, Vale do Guadiana ou Tapada de Mafra. Existe por toda a Península Ibérica, exceto no extremo noroeste como se pode avaliar pelo “pontilhado” no mapa de distribuição (Figura 7).2,8,9,10

    Figura 7- Mapa da distribuição das víboras pela península Ibérica


    Na víbora de Seoanei (Figura 9), encontram-se padrões mais variáveis desenhados no dorso, e essa espécie distingue-se por ser endêmica do Parque Nacional Penêda-Gerês. Existe ainda no sudoeste de França e norte da Espanha.2,9,10,12


    Figura 8- Vipera Seoanei Figura 9- Vipera Latastei




    O veneno das cobras é uma adaptação evolutiva para imobilização das presas e é usado secundariamente para defesa. Os venenos são misturas complexas de componentes enzimáticos, que podem incluir fosfolipases, hialuronidases, fosfatases, entre outras, além de componentes não enzimáticos, categorizados em diversos tipos de toxinas e outras proteínas não tóxicas. O veneno é inoculado por uma espécie de dente modificado e oco, os chamados colmilhos que se encontram na porção anterior da cabeça das víboras (espécies solenoglifas). Assim, a mordedura identifica-se caracteristicamente por dois pontos negros, geralmente separados por 1 cm (Figura 10).3,12,13



    Mordedura de víbora.

    A base fisiopatológica para a morbidade e mortalidade associada ao veneno é a disrupção das funções celulares normais pelos constituintes enzimáticos e tóxicos e depende da espécie envolvida, pois a quantidade e a letalidade do veneno variam com as espécies e entre indivíduos da mesma espécie, de acordo com a sua distribuição geográfica, época do ano ou idade. A exemplo, o veneno de cobras recém-nascidas ou juvenis é mais potente, embora inoculado em menor quantidade do que o veneno de cobras adultas ou, a mordedura de uma cobra que não se alimenta há muito tempo, após um período de hibernação, é mais perigosa do que a que utilizou o seu mecanismo de inoculação recentemente.3,12

    O veneno das víboras é essencialmente hematotóxico, em uma primeira fase exerce um efeito proteolítico, com necrose local e, em uma segunda fase, apresenta efeitos anticoagulantes, hemorrágicos locais e pró-coagulantes. O grau de perigo da mordedura depende, das características do veneno, de variáveis associadas à natureza da mordedura (local, quantidade de veneno inoculado, proximidade de vasos sangüíneos principais), da susceptibilidade da vítima (sendo mais susceptíveis as crianças, os idosos e os doentes crônicos) e do tempo decorrido entre a mordedura e o tratamento.3

    Cerca de 90% das vítimas são homens entre os 17 e os 27 anos. Também, em 90% dos casos, são atingidas as extremidades, sobretudo mãos e braços, como resultado da tentativa deliberada de apanhar e matar o réptil. Mais de 50% das vítimas estão alcoolizadas. A maioria dos casos ocorre no verão, época em que se encontram mais ativas, freqüentemente em zonas agrícolas ou tropicais.2,3

    As manifestações clínicas passam por manifestações autonômicas, sinais e sintomas locais e manifestações sistêmicas. Alguns autores sugerem uma classificação da gravidade do envenenamento em leve, moderado ou grave (Quadro 1).2

    Quadro 1 – Classificação da gravidade do envenenamento.





    Leve


    Moderada
    Grave



    Edema, eritema e/ou equimose
    No local


    Alastradas localmente


    Disseminadas



    Manifestações sistêmicas


    Ausentes


    Leves (náuseas, vômitos, parestesias periorais, hipotensão)


    Graves (choque, alterações da consciência,

    taquicardia, dispnéia)

    Alterações da coagulação
    Ausentes


    Leves


    Graves






    As manifestações autonômicas são as mais precoces, surgem em segundos e refletem as reações autonômicas ao medo.

    Minutos depois, seguem-se sinais e sintomas como o aparecimento de dois pontos vermelhos, dolorosos, separados por 1 cm, dor imediata, com irradiação e aumento de tensão e, em cerca de 30 minutos, surge edema (por lesão de pequenos vasos), bolhas serosas ou hemorrágicas e/ou equimoses.1,3,6 Alguns doentes descrevem um sabor metálico, de borracha ou de menta, outros, parestesias da língua, periorais e na zona envolvente da mordedura (característico das viperas). Podem surgir adenopatias locais e linfangite (resultante da absorção linfática do veneno – sinal precoce e crível de envenenamento sistêmico). Se não surgem sinais inflamatórios nos primeiros 30 minutos, pós-mordedura, a probabilidade de inoculação do veneno é baixa.1,3

    As manifestações sistêmicas surgem horas mais tarde e relacionam-se com dois aspectos: por um lado, os componentes tóxicos do veneno, que conduzem a um aumento da permeabilidade capilar, por outro, os efeitos tóxicos diretos do veneno, diferentes de acordo com a sua constituição e as suas toxinas: citotoxicidade e hematotoxicidade; efeito anticoagulante; nefrotoxicidade; miotoxicidade e neurotoxicidade.1,3

    A citotoxicidade e hematotoxicidade são características da espécie vipera, com dor, edema, hemorragia local e rash petequial como sintomas.1,3

    Os efeitos anticoagulantes causam defeitos hemostáticos por diferentes mecanismos, coagulopatia de consumo, desfibrinogenação, defeitos quantitativos e qualitativos das plaquetas, alguns venenos têm também efeitos pró-coagulantes. Podem ocorrer hemorragias do trato gastrointestinal, geniturinário e há, também, casos descritos, embora raros, de hemorragia subaracnóidea (HSA) e hematoma epidural.1,3

    A lesão renal pode resultar de efeitos tóxicos diretos ou lesão secundária a hipotensão, miólise ou coagulopatia. Quase todas as espécies de cobras venenosas podem causar insuficiência renal aguda (IRA) e ser causa maior de morte.1,3

    A miotoxicidade é, geralmente, tardia, podendo ocorrer fraqueza muscular, dor à mobilização, mioglobinúria, hipercaliemia e IRA secundária.1,3

    Os primeiros sinais de neurotoxicidade observam-se cerca de uma hora pós-mordedura e caracterizam-se por ptose, oftalmoplegia parcial ou diplopia e disrartria. Pode surgir dificuldade respiratória, por paralisia da língua e faringe e, eventualmente, paralisia respiratória em 3 a 18 horas, com necessidade de intubação orotraqueal (IOT) e ventilação mecânica. A paralisia completa é rara.1,3

    A abordagem terapêutica envolve uma primeira ajuda no local do acidente que deve englobar: proteção de mais mordeduras, limpeza e desinfecção da ferida, analgesia, imobilização compressiva da extremidade afetada (mantendo-a abaixo do nível do coração, o que diminui o retorno venoso e, assim, a disseminação do veneno) e providenciar transporte ao hospital mais próximo.1,2,3,4

    A imobilização compressiva foi um método descrito por Struan Sutherland, essencial para conter a disseminação do veneno. O objetivo é conter o veneno no local da mordedura e atrasar o transporte deste através do sistema linfático.1 Primeiro, com colocação de ligadura elástica, comprimem-se os linfáticos no local e, por fim, imobiliza-se o membro, para impedir o efeito propulsor do músculo esquelético, que ajudaria a disseminação do veneno.

    É importante desmistificar alguns conceitos errados, introduzidos desde há muito, sobre o que não deve ser feito em uma mordedura por cobra venenosa, nomeadamente, o tão famoso sugar o local da mordedura (Quadro 2).1,2

    Quadro 2 - Medidas contra-indicadas na abordagem terapêutica.


    O QUE NÃO SE DEVE FAZER

    Incisões da ferida

    Sugar a ferida com a boca

    Colocar torniquetes

    Massagear o local atingido e edemaciado

    Imergir em água quente

    Aplicar lixívia, barro ou permanganato de sódio

    Não dar de beber ou comer, em particular álcool

    Limpeza da ferida (em certas espécies australianas)




    A terapêutica específica consiste na aplicação do soro antiofídico, que varia de acordo com a espécie de cobra e quanto à quantidade necessária para cada doente.

    Tem indicações específicas (Quadro 3).3

    Quadro 3 - Indicações para administração do soro antiofídico.


    INDICAÇÕES PARA AMINISTRAÇÃO DE SORO ANTIOFÍDICO

    Manifestações de envenenamento sistêmico
    Sem envenenamento sistêmico

    Neurotoxicidade, coma
    Edema > ½ membro afetado

    Hipotensão, choque, hemorragia
    Progressão da lesão local em 30 - 60 minutos

    CID


    Rabdomiólise, IRA


    Alterações ECG





    Os soros antiofídicos podem ser específicos de espécie (monovalentes) ou eficazes para várias espécies (polivalentes). O primeiro é o ideal, mas o seu custo e indisponibilidade, além da dificuldade em identificar a espécie agressora, torna o seu uso menos comum. Têm origem eqüina e, contrariamente ao que se passava anteriormente, são cada vez mais purificados, acompanhados por isso de menor número de reações alérgicas (choque anafilático, angioedema, ou doença do soro). São administrados por via endovenosa. Não existe consenso quanto ao limite de tempo para administração do soro. O que se sabe é que nas primeiras 4 horas pós-mordedura, apresenta a maior eficácia, mas ainda continua ativo e eficaz em doentes sintomáticos, quando administrado até as 48 horas posteriores, como foi o nosso caso. Desse modo, a administração deve ser o mais precoce possível. A concentração de pico plasmático do veneno é alcançada aos 30 min.- 4 horas pós-mordedura.1,3,4,6

    Há recirculação do veneno ou dos seus componentes e, por isso, se a resposta ao soro não for satisfatória, o uso de doses adicionais é advogado, não havendo nenhum estudo que estabeleça doses máximas.3

    Por fim, a terapêutica de suporte, consiste em medidas como, desinfecção, analgesia, instituição de antibioticoterapia profilática, imobilização e reobservação em 24 a 48 horas, fluidoterapia, suporte inotrópico e transfusional, adrenalina ou anti-histamínicos, se necessário, fasciotomia se síndrome compartimental, ventilação mecânica, tratamento conservador da insuficiência renal ou vacina antitetânica (há quatro casos descritos de tétano pós-mordedura de cobra).1,3,4,6

    Quanto à corticoterapia, não tem papel na fase aguda, não reduz a gravidade do prognóstico. Estudos recentes relatam ainda os efeitos benéficos da imunoglobulina endovenosa na melhoria das alterações da coagulação, mas o seu efeito na neurotoxicidade é questionável.3

    O doente do caso clínico descrito apresentava critérios de envenenamento sistêmico de gravidade moderada a grave. Houve progressão do edema da mão esquerda até à raiz da axila e evolução para síndrome compartimental, choque, insuficiência renal não oligúrica e alterações ligeiras da coagulação. Foi feita terapêutica específica com soro antiofídico ao doente, sem necessidade de uma segunda dose. Verificou-se normalização da função renal (em uma primeira fase) e das plaquetas. Foi fundamental o tratamento descompressivo do braço por fasciotomia, com evolução favorável, sem déficits funcionais. E foi feita, também, profilaxia de infecções secundárias.

    A insuficiência renal aguda, com glomerulonefrite rapidamente progressiva, que se desenvolveu posteriormente, terá como explicação provável, a eventual nefrotoxicidade do veneno, devido a sua recirculação sistêmica, uma vez que a sua etiologia não é explicada por outras razões, a julgar pelos exames de imunocitoquímica e imunologia negativos.
    UNQUOTE
    • naar
    • 3 outubro 2011

     # 7

    Colocado por: madperSinceramente nem sei. O susto foi tanto que só vi que era escura. Mas ela deve estar dentro do reservatório da aspiração central... mas eu não vou lá!!!!


    Agora é que a madper e marido me desiludiram, então aspirou-a com o aspirador da aspiração central????

    E não foi logo despejar o saco?????

    Neste momento já pode estar em qualquer outro troço do sistema!

    Vá ligar o tubo a todas as tomadas de aspiração existentes e depois pegue no saco e despeje-o para o chão até a encontrar e depois.... faça o que entender!
  4.  # 8

    FOTOS:
    Atenção, tenho quase a certeza que é esta a sua cobra... NÃO FACILITEM NADA... uma cobra igual a esta pode dar no que está exposto em baixo.
    Se se derem ao trabalho de ler a minha exposição do outro post, sabem que é este o tal senhor agricultor...
  5.  # 9

    + fotos
  6.  # 10

    + fotos
      mordedura de vibora 2.jpg
    •  
      FD
    • 3 outubro 2011

     # 11

    Fonte do texto do Joao Dias, para poderem ver as imagens: http://www.medcenter.com/medscape/content.aspx?id=12496&langType=1046
    Concordam com este comentário: Joao Dias
    • naar
    • 3 outubro 2011

     # 12

    João dias,

    fotos! Nicles! :)
  7.  # 13

    + fotos
      vibora 3.jpg
  8.  # 14

    + fotos
      vibora.jpg
    • naar
    • 3 outubro 2011

     # 15

    Ai! Agora é que a madper desmaia! :(

    Acho melhor o FD colocar um aviso para pessoas sensíveis no titulo do Post!
  9.  # 16

    Colocado por: naar

    Agora é que a madper e marido me desiludiram, então aspirou-a com o aspirador da aspiração central????

    E não foi logo despejar o saco?????

    Neste momento já pode estar em qualquer outro troço do sistema!

    Vá ligar o tubo a todas as tomadas de aspiração existentes e depois pegue no saco e despeje-o para o chão até a encontrar e depois.... faça o que entender!

    MAS CUIDADO... é que por acaso usei aquela fonte da net... mas posso-vos aqui colocar fotos bem mais impressionantes de um caso exactamente igual, da mesma zona (SIntra) onde o rapaz em questão (um dos meus melhores amigos) esteve cerca de um Mês sem saber se ia ficar com o braço ou não !! Chegou a estar com a marcação de amputação posta ao nivel do ombro... e depois foi um pequeno milagre que o salvou... o organismo começou a responder favoravelmente ao antidoto e os médicos a grande custo lá conseguiram dar conta da infecção... enfim MUITO CUIDADO !!
    • naar
    • 3 outubro 2011

     # 17

    Reparem na cabeça triangular da minha!
      27062008154.jpg
  10.  # 18

    Valha-me Deus, agora é que fiquei assustada!

    Tenho 2 filhas pequenas 2 e 5 anos...

    Acham que a cobra pode subir e sair pelas tomadas de aspiração?

    Aqui não existe jardim zoológico. Um veterinário serve? Será que ele conhece e distingue se é cobra ou vibora? Moro no Minho e sei que por estas zonas existem víboras!!

    Estou a ficar mesmo muito assustada!
  11.  # 19

    Cuidado com as imagens.. podem ferir pessoas mais sensíveis..
    Concordam com este comentário: naar
  12.  # 20

    Colocado por: naarJoão dias,

    fotos! Nicles! :)

    Quer mais caro Naar... é que essas retiradas da NET são SOFTS...
 
0.0251 seg. NEW