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  1.  # 1

    Por favor ajudem-me com analogias simples, adequadas a uma criança de 9 anos, que acha que a crise se resolveria se, em vez de se imprimirem notas de 5 Euros, o governo as substituísse por notas de 100 Euros.

    Já tentei explicar de muitas maneiras (analogias c\ lojas de gomas subitamnete cheias de clientes etc etc) q isso nunca funcionaria para resolver a crise mas sinto que preciso de exemplos mais adequados. Help!!
  2.  # 2

    É páááá...!!!
    Desliguem as impressoras! Desmontem as rotativas!
    Há aqui uma criança que já descobriu o esquema da malta do Forum para resolver a crise...
  3.  # 3

    boas,... isto é uma tarefe umpouco complicada!
    Bem, em primeiro, pode dizer-lhe que ele/ela até teria alguma razão se não estivessemos no Euro. Pois antigamente essa era uma forma de combater a crise (depreciando a moeda Escudo)
    Como estamos no Euro e é a Sra Merkl e o sr. papá Sarkozy que mandam na malta, temos muitas regras para obedecer, tal como na escola. Para a criança ter um bom aproveitamento escolar, tem de ter atenção nas aulas, ser bem comportado, fazer os deveres e ter boas notas nos testes.
    A troika, são os professores (infelizmente...), e o país em geral vai ter de ter muita atenção ao que estes professores estão a impor, o governo vai ter de ser muito bem comprtado, e todos nós pequenos e graudos temos de fazer os deveres e no final de 2013 passar nos exames... ufaaaaa....

    deste pequeno testamento, espero que algo lhe seja util!
    qq coisa, cá estamos!
  4.  # 4

    O exemplo q dei ao miúdo: tens uma nota de 10 Euros e vais à loja e compras 1 euro de gomas (10 gomas), e todos os meninos lá vão comprar um euro de gomas e o dono lá faz o seu negócio.

    De repente todos os meninos ficam com notas de 100 Euros e vão à loja e compram 10 euros de gomas (100 Gomas) e as gomas esgotam. Como a procura é muita o dono da loja decide que 10 gomas passam a custar 10 Euros (inflacção galopante) e daí que as notas de 100 Euros em termos práticos acabam (ao fim de algum tempo) a valer tanto como uma nota de 10 Euros. ´

    Foi o melhor que consegui arranjar, mais ideias?
  5.  # 5

    Tá aqui uma criança de 34 também à espera dessa explicação... ;)
    Parabéns, ter uma criança de 9 anos interessada nestes assuntos parece-me não ser muito habitual... Estimule e desenvolva esses interesses mantendo-a curiosa e com vontade de aprender mais. Coloque esta questão no Caldeirão da Bolsa, o pessoal lá é mais virado para estas coisas da economia e fananças.
    Concordam com este comentário: SofiaPaula
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Paramonte
  6.  # 6

    Porque o dinheiro em circulação reflecte o valor do mesmo. Se se imprimir muito ele passa valer menos!
    E ter 100€ na mão passa a ser o mesmo que antes ter 75€ mero exemplo).
    A única vantagem disso é que estimula as exportações e dificulta as importações, ajudando a ajustar a nossa balança comercial.
  7.  # 7

    Boas,

    Colocado por: rjmsilvaeconomia e fananças


    ADOREI!!!
    Não sei se foi intencional ou não, mas fAnanças fica a matar!!!!
    ADOREI!!!

    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista
    Concordam com este comentário: becas, Luis K. W.
  8.  # 8

    O estados unidos fazem isso! Ah ah ah
    Mas pronto. A excepção confirma a regra :-)
  9.  # 9

    Colocado por: oxelferBoas,




    Não sei se foi intencional ou não, mas fAnanças fica a matar!!!!


    Sabe muito bem que a letra "i" fica bem longe da letra "a" no teclado. ;)
  10.  # 10

    Diga-lhe assim:

    as notas é como se fossem os cromos que o seu filho compra para colar naquelas cadernetas que os miúdos gostam.

    Só que as notas são os cromos mais raros, aqueles que quase nenhum menino da escola tem. Se o "senhor dos cromos e das cadernetas" começasse a fazer muitos muitos muitos cromos raros, todos os meninos da escola iam ter um, certo? Logo, já não era um cromo raro.
    Com o dinheiro é igual. Para o dinheiro ser "valioso e importante" tem que ser como um cromo raro, tem de haver pouquinhas notas.

    Para 9 anos, acho que percebe assim ;)
  11.  # 11

    E qual é o problema de ter muitos cromos valiosos? O dinheiro não é para ser "valioso" mas para ser correspondente a um valor real das coisas.

    A versão final que finalmente fez a diferença ao miudo foi esta:

    Todos os meses os muidos da turma do meu filho recebem (cada um) 10 Euros para comprar gomas, e eles vão direitinhos à loja do Senhor José comprar 10 gomas (pois cada goma custa um euro).

    Um dia o Paços Coelho manda substituir todas as notas de 10 Euros por notas de 100 Euros com a intenção de acabar com a crise.

    Assim todos os meses cada miudo da turma vai á loja do Senhor José comprar 100 Euros de gomas, portanto 100 gomas por criança.

    O senhor José não tem gomas que cheguem para a enorme procura e faz um pedido extra à fábrica, a qual aumenta o preço das gomas pois sabe q a procura aumentou ( isto chama-se inflacção).

    Passado uns meses o Senhor José, para responder à procura, verifica que tem que cobrar 10 Euros por cada goma, e assim os 100 Euros de cada míudo acabam por comprar exactamente 10 gomas (que era aquilo que os miúdos compravam antes com 10 Euros, a 1 Euro cada goma).

    Portanto o mercado adaptou-se à procura aumentada, e houve inflação, até o preço das gomas se ajustar exactamente ao novo cambio. Não se ganhou nada...
  12.  # 12

    Colocado por: ParamonteNão se ganhou nada...


    O que se ganha é que o papá devia ao Sr. Usuário 1000€, que lhe tinha emprestado numa altura de necessidade com intenções de ficar rico, pendido que paga-se de volta 1100€ passado um ano. Ora, de repente o papá passou a ter 10x mais dinheiro, mesmo que ele valesse menos 10x, e assim pagou o que devia facilmente.

    Moral da história: A inflação é um mecanismo financeiro que também tem o seu propósito, e até é usado para ajudar a resolver algumas crises.
  13.  # 13

    O problema é se o Sr. Usuário tb tem um filho que gosta de gomas...
  14.  # 14

    Tipicamente esse senhor, mesmo perdendo algum do imenso dinheiro que arriscou, continua a poder andar no seu Ferrari. "Gomas" são um problema dos "mortais comuns".

    Enfim, eu diria que isto é demasiado complexo para ser reduzido a explicações simples. Nem um adulto consegue entender "a crise", quanto mais explicá-la a uma criança. Mas concordo que é uma obrigação tentar. :)
  15.  # 15

    Colocado por: ParamonteE qual é o problema de ter muitos cromos valiosos? O dinheiro não é para ser "valioso" mas para ser correspondente a um valor real das coisas.

    A versão final que finalmente fez a diferença ao miudo foi esta:

    Todos os meses os muidos da turma do meu filho recebem (cada um) 10 Euros para comprar gomas, e eles vão direitinhos à loja do Senhor José comprar 10 gomas (pois cada goma custa um euro).

    Um dia o Paços Coelho manda substituir todas as notas de 10 Euros por notas de 100 Euros com a intenção de acabar com a crise.

    Assim todos os meses cada miudo da turma vai á loja do Senhor José comprar 100 Euros de gomas, portanto 100 gomas por criança.

    O senhor José não tem gomas que cheguem para a enorme procura e faz um pedido extra à fábrica, a qual aumenta o preço das gomas pois sabe q a procura aumentou ( isto chama-se inflacção).

    Passado uns meses o Senhor José, para responder à procura, verifica que tem que cobrar 10 Euros por cada goma, e assim os 100 Euros de cada míudo acabam por comprar exactamente 10 gomas (que era aquilo que os miúdos compravam antes com 10 Euros, a 1 Euro cada goma).

    Portanto o mercado adaptou-se à procura aumentada, e houve inflação, até o preço das gomas se ajustar exactamente ao novo cambio. Não se ganhou nada...


    Daqui a a pouco vai dizer que o Sr, José não queria que os meninos estragassem os dentes...
  16.  # 16

    Seja com cromos, seja com gomas, importante é que o seu filho perceba a noção de crise e sobretudo a noção de poupar e só gastar o dinheiro que se pode e tem, sem ter de pedir dinheiro emprestado aos amiguinhos para comprar gomas.

    Parabéns pelo esforço em ensinar o seu filho de forma acessível à idade dele. Muitos pais dizem "Ah, isso são coisas de adultos, quando fores grande preocupas-te com isso" :)
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Paramonte
  17.  # 17

    Obrigado pelas suas palavras, ele é filho único mas tentamos ensinar-lhe q o mundo não lhe deve nada, antes pelo contrário, ele (o meu filho) chegou depois...
  18.  # 18

    Colocado por: mar_juimportante é que o seu filho perceba a noção de crise e sobretudo a noção de poupar


    Ai sim? Olhe que a ideia fixa de que é importante poupar também cria crises, e das piores. Na prática é o que vai acontecer agora, vai tudo começar a poupar, o consumo vai por ai abaixo, as empresas não vendem, há mais desemprego, mais medo, mais poupança, e segue-se a grande bola de neve que se conhece.

    Colocado por: mar_jusó gastar o dinheiro que se pode e tem


    Portanto, pedir dinheiro para gerar riqueza é mau? Boa, menos um cidadão com espírito empreendedor em Portugal. É o que se quer.


    Uma das melhores lições que podemos dar aos nossos filhos é terem espírito critico. A não acreditar no que o pai ou mãe dizem só porque sim. Ensiná-los a procurar informação e testar a sua veracidade, não tomar as coisas por certas, pensar!
    • Neon
    • 24 outubro 2011

     # 19

    Boa Tarde

    Paramonte, eis uma das perspectivas possíveis.


    Existem 3 crianças que são amigas e vivem no mesmo prédio, e que são o João, o Miguel e a Maria.

    O João é o menino mais guloso do bairro, e tem uma colecção enorme de carrinhos em miniatura que os pais lhe deram.

    O Miguel gosta de fazer colecção de carrinhos em miniatura, e tem por hábito fazer brincos e colares de missangas que tenta trocar pelos carrinhos.

    A Maria, é uma excelente cozinheira que faz uns bolinhos e biscoitos deliciosos. Ela também é uma vaidosa e gosta de andar sempre na moda com roupas novas e com brincos, pulseiras e colares a condizer com as roupas.


    O João quer os bolinhos da Maria mas não os consegue comprar, pois só tem carrinhos para a troca, e a Maria não quer os carros para nada.
    Por sua vez o Miguel quer os carrinhos do João, mas o João não gosta de brincos nem pulseiras, por isso não quer fazer trocas com o Miguel.
    E a Maria que adora os brincos e as pulseiras do Miguel, não os consegue trocar por bolinhos e biscoitos porque o Miguel não gosta de doces.

    Então as 3 crianças fizeram um acordo e resolveram criar uma moeda para poderem fazer trocas entre eles. A esta moeda eles chamaram “beijinhos”
    Rasgaram 2 folhas de papel A4 em pequenos bocadinhos onde escreveram em cada bocadinho o valor de 100 beijinhos.


    Então acordaram que:
    - Cada carrinho do João passaria a valer 400 beijinhos,
    - Cada par de brincos ou cada pulseira ou colar do Miguel passaria a valer 100 beijinhos,
    - Cada bolo ou saco de biscoitos da Maria passaria a valer 200 beijinhos.

    Então lá foram fazendo trocas, pois a Maria comprava os brincos, as pulseiras e os colares do Miguel e pagava-lhe em beijinhos.
    Por sua vez o Miguel pegava nos beijinhos e ia comprar os carrinhos do João
    E o João juntava os beijinhos para comprar os bolos e sacos de biscoitos da Maria.

    O Miguel como tinha que fazer muitos brincos e colares para conseguir comprar um carrinho. Resolveu que deixaria de fazer brincos e pulseiras e que era muito mais fácil rasgar as folhas A4 em pedacinhos e escrever em cada um 100 beijinhos, pois assim podia comprar muitos carrinhos ao João sem ter que trabalhar.

    E assim fez durante algum tempo.
    Porém a Maria quando ia a casa do Miguel para comprar brincos e pulseiras vinha embora muito triste; Pois o Miguel como já não trabalhava, não tinha brincos nem pulseiras para vender à Maria.

    E desta forma, a Maria começou a achar que os beijinhos que o João lhe ia dando por troca com os bolos já não lhe serviam para nada pois não conseguia fazer nada com eles. E assim deixou de vender os bolos ao João.
    O João como já não conseguia comprar os bolinhos da Maria, deixou também ele de vender os carrinhos ao Miguel.
    Então o Miguel percebeu que não bastava fazer beijinhos, tinha que trabalhar e fazer brincos e pulseiras pois sem isso a Maria não vendia os bolos ao João, e o João não lhe vendia os carrinhos a ele.

    Abraços
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Paramonte, naar, rnja4Real, Meia Cuca
  19.  # 20

    Neon,
    Você escreve histórias para crianças ?
    Se não, recomendo-lho vivamente.
    E o título da primeira pode ser: «micro- e macro- economia para crianças».

    :-)
    Concordam com este comentário: FD, naar, rnja4Real, Meia Cuca, mar_ju
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Neon
 
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