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  1.  # 161

    Colocado por: J.Fernandes
    Já foi aqui referido o prazo legal de garantia de electrodomésticos, por exemplo. Porque é que têm de ser dois anos no mínimo para todos? Porque é que uma marca não tem a possibilidade de pôr no mercado um produto sem garantia, mas que seja compensado pelo menor preço, por exemplo?


    Porque se Você estivesse a vender electrodomésticos fabricados sabe-se lá onde, sem garantia... podia-lhe acontecer o seguinte:

    Acabou de vender por metade do preço uma televisão embalada de fábrica e SEM GARANTIA. Ao chegar a casa o comprador verifica que a mesma não funciona, ou melhor funcionou 2 dias e avariou... Temos várias hipóteses, ou o comprador se borrifa e vai comprar noutro lado, como no caso das laranjas, improvável aqui dado o custo da televisão, ou volta à loja a pedir a devolução do dinheiro e Você recusa porque não existe garantia... já "vi" muita gente levar facadas e tiros por muito menos.

    Alexandre
  2.  # 162

    Curioso como a lei obriga os imóveis a ter 5 anos de garantia, mas a realidade é o que se sabe. Não podemos depositar a nossa confiança na existência de leis, em muitos casos a sua existência até é contraproducente devido precisamente ao falso sentido de garantia que elas nos dão.

    Por isso é que muitas vezes fazemos coisas levianamente, sem nos preocuparmos com os riscos, porque pensamos que o "paizinho" está lá para nos proteger. Mas quando a realidade bate à porta não é o paizinho que nos salva. O que não falta aqui são exemplos disso, mesmo dentro do contexto do fórum.
  3.  # 163

    Colocado por: ErdnaxelaPorque se Você estivesse a vender electrodomésticos fabricados sabe-se lá onde, sem garantia... podia-lhe acontecer o seguinte:

    Acabou de vender por metade do preço uma televisão embalada de fábrica e SEM GARANTIA. Ao chegar a casa o comprador verifica que a mesma não funciona, ou melhor funcionou 2 dias e avariou... Temos várias hipóteses, ou o comprador se borrifa e vai comprar noutro lado, como no caso das laranjas, improvável aqui dado o custo da televisão, ou volta à loja a pedir a devolução do dinheiro e Você recusa porque não existe garantia... já "vi" muita gente levar facadas e tiros por muito menos.

    E porque é que eu como comprador não posso optar por uma TV sem garantia, se me ficar mais barata? O risco de ela não funcionar passado uma semana, corro-o eu, como está explícito nesse contrato.
  4.  # 164

    j. fernandes

    não acha que o mundo já tem/produz lixo a mais? ou pensa que isso não era "um deus t´avia"?
  5.  # 165

    O stand também teria uma dessas empresas. Se a empresa for a mesma será lógico (como já vi por aqui expresso) que a empresa defenda quem lhe paga mais.
    Se forem empresas diferentes entrasse num processo negocial em que a empresa que contratamos só vai até onde lhe pagamos, sendo desta forma que quem menos tem menos protegido fica.


    Uma empresa que não defende o interesse do seu cliente não pode durar nesse mercado de negociação. A sua remuneração depende do seu sucesso. O seu sucesso depende de ter clientes. Os clientes terão tendência a escolher empresas com reputação de confiável.

    3 perverte o sistema, já que o carro nos ficaria mais caro

    Mais caro porquê?

    Porque se Você estivesse a vender electrodomésticos fabricados sabe-se lá onde, sem garantia... podia-lhe acontecer o seguinte:
    Acabou de vender por metade do preço uma televisão embalada de fábrica e SEM GARANTIA. Ao chegar a casa o comprador verifica que a mesma não funciona, ou melhor funcionou 2 dias e avariou... Temos várias hipóteses, ou o comprador se borrifa e vai comprar noutro lado, como no caso das laranjas, improvável aqui dado o custo da televisão, ou volta à loja a pedir a devolução do dinheiro e Você recusa porque não existe garantia... já "vi" muita gente levar facadas e tiros por muito menos.


    Mas porque haveria de reclamar garantia de uma coisa que conscientemente comprou SEM GARANTIA? Foi um risco que decidiu correr. Avaliou (ou devia ter avaliado) as probabilidades de o bem avariar, e correu mal. Assumiu livremente um contrato, cujo resultado, não sendo o que previa, também não era inesperado nem contrário ao estipulado.
    Mas, admitindo que o comprador fosse pessoa de se exaltar facilmente: estaria a cometer um acto tão ilegítimo como se fosse, hoje, a uma loja, reclamar um direito que não possui. É possível ? Claro, mas não deixa de ser um abuso da força.
  6.  # 166

    E repare-se, porque é que algumas empresas oferecem garantias superiores ao que está na lei? Porque é que algumas lojas permitem a troca/devolução do produto não defeituoso sem que a lei o obrigue?

    A resposta é simples, concorrência.

    Não podemos sequer assumir que por não haver lei que obrigue a um determinado período de garantia que ela não existisse. Aliás, o que poderia passar a existir seriam uma garantia mais próxima da realidade, e como tal seria um bom indicador para o consumidor saber como optar entre os fornecedores.

    Justifica-se então "a lei" e todos os seus custos inerentes? Não sei... é difícil de calcular mas duvido mesmo muito.
  7.  # 167

    Presumo que partem do princípio que os recursos são inesgotáveis e que permitem tal ineficácia produtiva que exige o fabrico de 15 televisores para que se utilizem 10. Quem diz televisores diz corta-unhas, carros ou aviões. Embarcariam num avião fabricado nessas condições?
    • luisvv
    • 23 julho 2012 editado

     # 168

    Presumo que partem do princípio que os recursos são inesgotáveis e que permitem tal ineficácia produtiva que exige o fabrico de 15 televisores para que se utilizem 10.

    Porquê? As empresas produtoras teriam interesse em esgotar a sua matéria-prima?

    Quem diz televisores diz corta-unhas, carros ou aviões. Embarcariam num avião fabricado nessas condições?

    A sua pergunta já se responde a si mesma: uma companhia aérea compraria um avião nessas condições? Já noutro tipo de bens é perfeitamente natural que o consumidor optasse por adquirir ou não a garantia.

    Por outro lado, a inexistência de uma garantia mínima legal não implica a inexistência de garantia tout court. Da mesma forma que a existência de um salário mínimo não significa que toda a gente recebe apenas esse valor..
  8.  # 169

    As empresas produtoras teriam interesse em esgotar a sua matéria-prima?

    Confrontados com um limite de matéria prima provavelmente prefeririam produzir o máximo possível já que o que não produzissem eles iria produzir a concorrência.
    Veja o que se passa no Congo (antigo Zaire) com a escassez de Coltan no mercado,; não me consta que estejam a reduzir a produção de telemóveis.

    A sua pergunta já se responde a si mesma: uma companhia aérea compraria um avião nessas condições?

    E como é que saberiam que o avião estava nessas condições? Provavelmente, conhecendo o risco associado a uma falta de garantia, ninguém comprava um avião. O Luísvv entrava num avião desses?
  9.  # 170

    Isto leva-me a outra pergunta: o que impediria que uma companhia vendesse um produto com a respectiva garantia e depois se recusasse a assumir essa mesma garantia?
  10.  # 171

    Confrontados com um limite de matéria prima provavelmente prefeririam produzir o máximo possível já que o que não produzissem eles iria produzir a concorrência.

    Yes, i see. Portanto, iriam inundar o mercado com o seu próprio produto, desvalorizando-o?

    Veja o que se passa no Congo (antigo Zaire) com a escassez de Coltan no mercado,; não me consta que estejam a reduzir a produção de telemóveis.

    Não me diga que as garantias não resolveram o problema da escassez de matéria-prima?

    E como é que saberiam que o avião estava nessas condições?

    Uma companhia aérea necessariamente negociaria garantia com o fornecedor, não lhe parece?

    Provavelmente, conhecendo o risco associado a uma falta de garantia, ninguém comprava um avião. O Luísvv entrava num avião desses?

    Portanto, o que o j cardoso me está a querer dizer é que, sem garantia ninguém compra um avião. No entanto, os construtores de aviões necessitam de os vender. A resposta está dada.
  11.  # 172

    Isto leva-me a outra pergunta: o que impediria que uma companhia vendesse um produto com a respectiva garantia e depois se recusasse a assumir essa mesma garantia?


    O mesmo que o impediria de incumprir qualquer outro contrato.
  12.  # 173

    Portanto, iriam inundar o mercado com o seu próprio produto, desvalorizando-o?

    Ou não. Não vejo a DeBeers a desvalorizar os diamantes mesmo quando há excesso de produção.

    Não me diga que as garantias não resolveram o problema da escassez de matéria-prima?

    Não, não resolveram - mesmo num sistema com algumas regras. Imagine-se o que seria sem regras, os 2 milhões de mortos no Congo seria agora quantos?

    Uma companhia aérea necessariamente negociaria garantia com o fornecedor, não lhe parece?

    Quem garantiria as penalizações por quebra de contrato?

    sem garantia ninguém compra um avião. No entanto, os construtores de aviões necessitam de os vender. A resposta está dada.


    Idem.
  13.  # 174

    O mesmo que o impediria de incumprir qualquer outro contrato

    O quê, o mercado? A ver se entendo: quando uma palete de aviões caísse por deficiência de fabrico a penalidade para o fabricante resumia-se e fechar as portas? Só, mais nada?
    Percebo. Onde há um país com esse sistema? Vou para lá fabricar medicamentos na minha cozinha. Provavelmente enriqueço antes que reparem que estou a assassinar demasiada gente e tenha que fechar as portas.
    Concordam com este comentário: eu
  14.  # 175

    O quê, o mercado? A ver se entendo: quando uma palete de aviões caísse por deficiência de fabrico a penalidade para o fabricante resumia-se e fechar as portas? Só, mais nada?


    Mas porque assume que seria apenas isso? As partes não seriam livres para acordar previamente compensações? E não lhe parece que um fabricante de aviões ou uma companhia aérea teriam um poderoso incentivo para garantir a segurança dos seus clientes?
    O que impediria uma companhia aérea de exigir um seguro ao fabricante?

    Percebo. Onde há um país com esse sistema? Vou para lá fabricar medicamentos na minha cozinha. Provavelmente enriqueço antes que reparem que estou a assassinar demasiada gente e tenha que fechar as portas.


    Yes, i see. Mais uma vez, assume que ou a Lei do Estado ou o caos. Se ao menos houvesse vida fora do Estado..
  15.  # 176

    Colocado por: marco1j. fernandes

    não acha que o mundo já tem/produz lixo a mais? ou pensa que isso não era "um deus t´avia"?

    Que é que a garantia tem a haver com lixo a mais? Você não manda reparar aparelhos ou carros cuja garantia já caducou? Ou depois de caducada a garantia deita-os simplesmente ao lixo?
  16.  # 177

    hoje em dia uma grande percentagem de produtos nem vale a pena mandar arranjar, agora imagine o que era se esses produtos não tivessem qualquer especie de garantia. Bem talvez florescesse a industria da reciclagem, talvez por ai.
 
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