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  1.  # 401

    Bons Investimentos!!
    Mas Esse tempo das vacas magras já acabou, num grande bolha especulativa!!

    Quem ganhou, ganhou, agora , já não é assim...


    Colocado por: Princesa_:) Concordo com a Becas, não vejo orgulho em dizer-se que não se viajou...

    E quanto às casas caras, tenho alguns bons exemplos na família, de quem conseguiu ganhar muito dinheiro começando com um crédito para uma casa cara em Lisboa. Que depois vendeu pelo dobro do preço e comprou mais uma, com essa fez o mesmo, depois... bom, depois comprou duas vivendas na margem sul e vendeu só uma, a outra já estava mais do que paga...

    Por isso: Comprar caro e em Lisboa, muitas vezes é melhor negócio pois vender é muito mais fácil e não desvalorizam. E é ser-se burro e viver acima de possibilidades por exemplo!? Ora, se for "urgente" vender, acham que vendo melhor uma casa em Lisboa (das caras) ou uma dos suburbios!? Estou convencida que vendo com mais facilidade a cara de Lisboa e que por isso, é um investimento com menos risco...
  2.  # 402

    Realmente não podemos clamar ignorância...

    Já se fala disto à muito tempo, mas foi-se aproveitando enquanto dava...e deu..

    Eu diria que devia ser a nº 2, mas que muita gente preferiu enfiar a cabeça na areia e pensar na nº 1!


    Colocado por: luisvvA classe média viveu efectivamente acima das suas posses?

    2 visões possíveis:

    1) Não. Cada um vive com o que tem e o que previsivelmente teria. Como poderíamos adivinhar que uma coisa destas ia acontecer? Como se admite, um país civilizado, no século XXI, viver sem ...(introduza aqui algo absolutamente indispensável à sua escolha) ???

    2) Sim. Durante anos e anos a classe média beneficiou de rendimento disponível gerado artificialmente - serviços e bens fornecidos pelo Estado de forma "tendencialmente gratuita" - pagos a crédito e gerando a ilusão de que o nível de vida possível era este. Era previsível (e anunciado há muito por escolas de pensamento malditas). Durante décadas viveu-se na ilusão de que o Estado devia gastar dinheiro para manter empregos e empresas, estimular isto e aquilo, prosseguir este e aquele objectivo ou estratégia - e espantosamente, continua a insistir-se nessa ideia.
  3.  # 403

    É que acho que é parte dos dois. Acho que a classe média que "ascendeu" ascendeu provavelmente porque a saúde, a educação e etc eram tendencialmente gratuitos.


    Lá está: teve rendimento artificialmente gerado na base do crédito do Estado, e nas ideias keynesianas. Entretanto, generalizou-se a ideia de que aquele era o nível de vida adequado (Deus nos livre de ter menos que isto - olhamos para o lado e vemos outros mais ricos que nós, podemos lá ser mais pobres ainda? ), e que era um direito. Como o Estado paga, o Estado só tem que cobrar mais um bocado - aos outros, claro.

    Hoje em dia, é a classe média que paga os 30 euros a mais de propina por aqueles que não podem pagar, o mesmo sucedendo nas taxas moderadoras, e nos impostos (progressivos), e etc. até que esta classe média passe para baixo e seja ela própria a não conseguir suportar tanto... É o que sinto...


    Claro que paga. Que remédio: o Estado assumiu compromissos que não pode cumprir e agora vem tudo por aí abaixo. A questão é: era previsível ou não?
    Concordam com este comentário: system32
  4.  # 404

    Era previsível sim!

    Quanto ao system, nos ultimos posts disse tanta coisa disparatada que vai ser dificil explicar-lhe o quão enganado está... dou só alguns exemplos do que disse que não é verdade:

    a casa é dada como garantia do empréstimo, mas nada obriga que valha a divida

    A questão é mesmo essa. Os tribunais (ainda só na primeira instância ao que sei) decidiram que, se o Banco avaliou acima do que emprestou, então aceitando a casa de "volta" deverá dar a dívida como saldada. (desde que isto aconteceu que os Bancos não querem aceitar as casas de volta pois se o fizerem não podem ir buscar mais nada ao devedor ou fiadores)

    Eu já pedi credito com garantia de uns fundos que tinha, mas que não cobriam a divida. Se não pagasse o empréstimo eles ficavam satisfeitos só com os fundos?? Claro que não!!


    Claro que não, a garantia, ao contrário do que pensa, não era "só" os fundos, mas sim todo o seu património. O seu património responde SEMPRE pelo que contrata, excepto quando o faz através de sociedades.

    É verdade que o particular pode investir é de aplaudir, mas normalmente é maioritariamente para gastar que se contraem empréstimos!


    A maior parte do crédito é para habitação própria e permanente.

    Se acha que os seguros cobrem os azares ... esqueça lá isso!! Não tem seguro nenhum que lhe pague um ordenado se ficar despedido por longo tempo!!
    Não há seguro nenhum que lhe pague todas as despesas de saúde em casos graves e prolongados de doença!!
    E se houvesse seria caríssimo!!


    Tudo o que pensa que não existe, existe. As coberturas dependem do custo dos prémios, E mais: os bancos agora exigem mais seguros, para segurar mais riscos.

    Declara-se insolvente... é fácil... mas nunca mais pode ter uma conta num banco muito menos um empréstimo ( sem pagar tudo o que deve)!!!!


    Já disse muitas asneiras mas esta foi a maior! Se fosse assim, talvez não existissem tantos insolventes. Eu já disse aqui e digo de novo, soubesse mais gente sobre o que implica a insolvência, e a maior parte ficava a dever tudo a todos e na maior das calmas! Está tão enganado quanto a tudo isto...
  5.  # 405

    E mais: continua a ser mais fácil vender em lisboa do que na periferia (pela própria natureza das grandes cidades)... E se a casa for mais cara, vende mais facilmente. Os segmentos mais altos sofrem menos com a crise, é normal.
    Concordam com este comentário: two-rok
  6.  # 406

    Respondendo:

    Não, pelos vistos não sabe o que é dar um bem (neste caso financeiro) como garantia. E olhe que trabalho na área!!

    Se der a casa como garantia ela fica cativada e não pode ser vendida. Tal como aconteceu com esses tais fundos, tudo o resto eu podia ter retirado do banco no dia seguinte, não é uma garantia!! Mais, o banco não pode ir por iniciativa própria a outra conta buscar dinheiro para cobrir dividas ao banco, sabia?? Só o tribunal pode congelar as contas e então retirar o que quiser das mesmas !!

    Muito credito à habitação não é obrigatóriamente um investimento, especialmente agora!! Para isso comprar comida é um investimento para não morrermos e continuarmos a ganhar mais dinheiro!!!???

    Seguros , azar o seu, pois antes dos bancos trabalhei nos seguros. Leia bem as letras miúdas e veja o que é a analise de risco, e faça umas continhas rápidas para perceber qual q probabilidade de ficar doente grave ou cronico e o preço pedido pelos seguros que andam por ai.
    Mais os seguros de vida podem chutar o cliente de forma rápida!!

    Veja por exemplo os seguros de colheitas, cobrem muito pouco e são carissimos, exactamente porque a probabilidade , hoje em dia, de haver merd% é grande!!

    Não à almoços grátis!!!


    quanto aos insolvente, normalmente são as empresas e ai como a empresa acaba , depois de exploradas todas as opções da lei para responsabilizar os seus responsáveis, fica tudo no limbo...

    Já os particulares não acabam, o que acontece é que, por exemplo passa a mulher a ter contas e os empréstimos, agora, junto da lista negra da banca nunca mais o particular sai!! (sem pagar as dividas, claro). Fazem-se muitas falcatruas , mas sair a bem não saiem!!

    Eu até conheço um caso (na família) que por dividas ao banco, e está a paga-las por penhora do ordenado, essa pessoa não pode ter conta em nenhum banco!!
    Um dia há de ter o seu nome limpo da lista negra do BP.




    Colocado por: Princesa_Era previsível sim!

    Quanto ao system, nos ultimos posts disse tanta coisa disparatada que vai ser dificil explicar-lhe o quão enganado está... dou só alguns exemplos do que disse que não é verdade:


    A questão é mesmo essa. Os tribunais (ainda só na primeira instância ao que sei) decidiram que, se o Banco avaliou acima do que emprestou, então aceitando a casa de "volta" deverá dar a dívida como saldada. (desde que isto aconteceu que os Bancos não querem aceitar as casas de volta pois se o fizerem não podem ir buscar mais nada ao devedor ou fiadores)



    Claro que não, a garantia, ao contrário do que pensa, não era "só" os fundos, mas sim todo o seu património. O seu património responde SEMPRE pelo que contrata, excepto quando o faz através de sociedades.



    A maior parte do crédito é para habitação própria e permanente.



    Tudo o que pensa que não existe, existe. As coberturas dependem do custo dos prémios, E mais: os bancos agora exigem mais seguros, para segurar mais riscos.



    Já disse muitas asneiras mas esta foi a maior! Se fosse assim, talvez não existissem tantos insolventes. Eu já disse aqui e digo de novo, soubesse mais gente sobre o que implica a insolvência, e a maior parte ficava a dever tudo a todos e na maior das calmas! Está tão enganado quanto a tudo isto...
  7.  # 407

    Boas,

    Becas,

    Colocado por: becasQuando vejo os ataques que aqui são feitos a determinados tipos de consumo e apologia de um modo de vida limitado ao mínimo, sinceramente, só me faz lembrar o discurso ideológico do Estado Novo...pobrezinhos mas honrados...uma casa modesta mas arrumadinha...roupinha pobre e remendada mas limpinha...um povinho muito feliz porque a felicidade não está nos bens materiais, mas sim nos valores.


    Estás a confundir um pouco as coisas.
    Se é propositado, estás de parabéns ;)

    Vou falar um pouco por mim, que esta coisa de decorar receitas não é para mim.

    consumismo
    nome masculino
    1. sistema económico e social que favorece o consumo exagerado
    2. tendência para consumir exageradamente
    3. procedimento resultante desta tendência
    (De consumir+-ismo)
    http://www.infopedia.pt/pesquisa.jsp?qsFiltro=0&qsExpr=sonsumismo

    Lá diz o povo na sua sabedoria popular: o que é demais é exagero, e o que é exagero é mau (faz mal).

    Nota-se que existe em ti uma grande revolta pela perca dos subsídios, ou perca de poder de compra que lhe está associado (com todo o direito e razão, diga-se).
    Mas como já te disse muitas vezes: quem dera a 50%(foi o número que caiu em cima da cama) da população estar na tua situação.
    Mas deixe-mos os apartes.

    Onde é que vês nos anti-consumistas a defenderem a redução salarial?
    Estás muito enganada! Os anti-consumistas não defendem nenhuma redução salarial. Os anti-consumistas defendem um uso mais "racional" do salário.
    Podes-me dizer, e com toda a razão, que o "racional" é subjectivo, o que é importante para mim não o é para ti, estamos de acordo quanto a isso.
    Não tenho nada contra quem vai passar férias ao sítio A ou B, sejam em Portugal ou no estrangeiro*. Assim como não tenho nada contra quem queira fazer um curso de fotografia por simples hobby (que pessoalmente até acho meritório). Mas já não posso dizer que seja uma visão muito agradável para mim ver pessoas a colocar a corda na garganta para o fazerem (sem lhes retirar o direito a isso).
    Bem, e o que é colocar a corda na garganta?
    Colocar a corda na garganta é pensar no imediato, não pensar no futuro ou não prever que o futuro não correrá sempre melhor que o que o imaginamos. É pensar que hoje tenho 100, então posso gastar 100 (até me fico por aqui) em algo que passava bem sem ele, sem pensar que nos mês seguinte vou precisar dos 100 para algo que me é essencial.
    O (meu) anti-consumismo defende um pouco isto. Não sabemos o dia de amanhã, então devemos pelo menos colocar dentro das hipóteses, que este poderá não ser tão bom quanto o desejamos.

    Esta mer** é mais fácil com exemplos, não?
    Então vamos lá:
    - Neste fórum já me arrepiei várias vezes com as taxas de esforço que as pessoas estão dispostas a suportar para comprar a sua casa (mais uma vez, no seu direito). Não valeria a pena ser um pouco mais comedido nas suas ambições e não querer tudo de uma vez? No meu caso pessoal, se tivesse "ido por ai", neste momento não tinha casa. Passei por um "aperto" há uns anos atrás e se não tivesse sido "comedido" não tinha tido capacidade de aguentar as prestações da casa. A vida dá muitas voltas, comprei casa há 8 anos, passei por um situação complicada que poderia ter corrido mal se não fosse "caguinchas", no entanto agora, tenho a casa praticamente paga.
    - Onde vou trabalhando as pessoas não ganham mal, mas sabes qual é a primeira coisa que compram quando entram lá (é o que me dizem porque eu nem sei distinguir, não ligo mesmo puto a isso)? Um valente carro, daqueles à patrão. Será que pensam que vão ser diferentes dos outros e que o seu primeiro emprego vai ser para toda avida e cada vez vão ganhar mais? Será que não se lembram que podem até ir para o olho da rua e até podem ter dificuldade em arranjar novo emprego? Será que não pensam que estão a assumir uma renda que lhe pode fazer falta daqui a 6 meses? As pessoas lá até ganham bem, mas os carros que compram são equivalentes a quase 2 anos de trabalho, mas, mais uma vez não lhes retiro o direito a isso.
    - Claro que cada um dá importância a coisas diferentes, mas fico ******, mesmo não tendo direito a isso, quando convido uns amigos a ir passar um fim de semana a um sítio qualquer e me dizem que não têm dinheiro, mas o último gadget é certo que já compraram, alguns que custam vários fins de semana. Lembra-te que felizmente ou infelizmente os meus amigos são mais ou menos da minha "classe social".


    Colocado por: becasum povinho muito feliz porque a felicidade não está nos bens materiais, mas sim nos valores.


    materialismo
    nome masculino
    1. FILOSOFIA doutrina segundo a qual toda a realidade se reduz à matéria, que basta para explicar os fenómenos vitais e psíquicos
    2. doutrina ou atitude prática daqueles para quem os valores supremos são de ordem material ou sensível, buscando os bens materiais ou o prazer
    3. atitude de procura dos benefícios e prazeres materiais; obsessão pelos bens materiais ou pelo dinheiro;
    ECONOMIA materialismo histórico uma das teses do marxismo, segundo a qual «o modo de produção da vida material condiciona o processo de conjunto da vida social, política e espiritual»
    http://www.infopedia.pt/pesquisa-global/materialismo

    Não nego que os bens materiais possam dar prazer, ou que este só possa ser atingido espiritualmente.
    Mas mais uma vez, lá dirá a sabedoria popular que nenhuma obsessão poderá ser boa.
    O que vejo à minha volta é obsessão, muitas vezes nem sequer do prazer que um determinado bem possa dar, mas sim do que este bem pretensamente possa dizer sobre o seu detentor.
    A história da marca A ou B está presente no dia a dia, não interessa o uso, características ou se vamos ou não utilizar todas as suas potencialidades. O que interessa é possuir um bem da marca A ou B. Se o A faz mais ou menos que o B? Não interessa. Se o A até é melhor e dura mais que o B? Não interessa, o B é que está na moda.


    Colocado por: becasPerfeito - os poderes que mandam neste país estão a ter sucesso! Mais que empobrecer a bolsa, trata-se de empobrecer o espírito...a submissão, a limitação de horizontes...devagarinho chegamos lá...


    Mais uma vez acho que estás enganada.
    Os poderes deste país não estão a ter sucesso. Os poderes deste país tiverem sucesso, e tu, foste uma das que os ajudou a o ter.
    Ao contrário do que pensas, o teu tipo de discurso só os ajuda a terem mais sucesso.

    Colocado por: becasE a mim custa-me ver que pessoas que se matam a trabalhar não conseguem viajar, nem comprar livros, nem comprar roupas bonitas, nem trocar o carro velho. Consumismo? Não, direitos de quem trabalha.


    Espero que te lembres disso quando pagas à tua empregada.
    Espero que te lembras de defender o mesmo para quem te recolhe o lixo à porta.
    Espero que te lembres disso quando dás uma gorjeta a quem recebe menos de um quarto do que tu recebes.
    Não te esqueças deles, eles também têm o direito a comprar livros, roupas novas e bonitas, e a trocar o carro velho. E porque não a viajar?
    Sabes, é muito bonito defender os "direitos de quem trabalha", mas não te esqueças que os recursos não são ilimitados e que não são só para ti, e que provavelmente para que todos possam ter os "direitos" que tu achas que devem ter por trabalhar, terias de reduzir ainda mais os "direitos" que tens e achas poucos.
    E não me venhas com a história que te esforçaste muito, que estudaste muito, que tens isto e aquilo, porque se quiseres realmente saber quem passou e passa muitos anos a sacrificar-se, a sofrer no corpo (literalmente) o desgaste da sua profissão e que após uma vida de trabalho continua a ganhar 25% daquilo que ganhas ... basta abrires os olhos. Compara os teus sacrifícios com um mineiro ou um trolha (com todo o respeito) e diz-me que tens mais "direitos" porque te esforçaste muito mais.



    * Já agora, fora os saltos a Espanha quando havia ainda fronteiras para comprar chocolates, nunca saí de Portugal. Não me sinto nada diminuído culturalmente por isso, nem sinto que os meus horizontes sejam pequeninos. É até uma paradoxo para mim esta situação, pois não tenho o conceito de nação, Portugal é apenas o pais onde vivo, mas adoro-o. Todos os anos, várias vezes por ano quando posso, vou a cantos e recantos diferentes, e cada vez sinto que me falta conhecer mais, que mais vontade tenho de conhecer aquela aldeia ou aquele povo.


    Divirtam-se,
    João Dias e seu gato psicanalista

    PS: Desculpem, eu volto a "hibernar".
  8.  # 408

    por: becasQuando vejo os ataques que aqui são feitos a determinados tipos de consumo e apologia de um modo de vida limitado ao mínimo, sinceramente, só me faz lembrar o discurso ideológico do Estado Novo...pobrezinhos mas honrados...uma casa modesta mas arrumadinha...roupinha pobre e remendada mas limpinha...um povinho muito feliz porque a felicidade não está nos bens materiais, mas sim nos valores.


    Estás a confundir um pouco as coisas.
    Se é propositado, estás de parabéns ;)

    Não tenho tempo para uma resposta à altura, por isso ficam só uns comentários soltos.
    Não me parece que esteja a confundir as coisas. É uma impressão... é como o sinto.

    Colocado por: oxelfeR (hibernado)quem dera a 50%(foi o número que caiu em cima da cama) da população estar na tua situação.


    Eventualmente. Mas o mal dos outros não me consola. Dois errados não fazem um certo (acho que tb já escrevi isso aqui, estou a ficar repetitiva).

    Colocado por: oxelfeR (hibernado)Os anti-consumistas defendem um uso mais "racional" do salário.


    Continuo a não conseguir perceber o que é isso de um "anti-consumista". Desafiei-te a dizer o que é que, nas minhas despesas (sinteticamente enumeradas) consideravas consumismo - não aceitaste o desafio e não percebo porquê, agora acabaste por me julgar sem concretizar o que é para ti é desperdício (tirando os gadgets e carros de patrão - já te disse eletrónica sofisticada não uso disso, o nosso carro mais recente - que por acaso é um bom carro, na altura pudemos comprá-lo a pronto - tem 6 anos, o outro tem 8 anos. Tenho uma boa casa, sim, e se calhar foi um erro, mas as motivações para sair do apartamento e ter uma casa maior foram muito mais complexas do que desejo aqui expor (e nunca desejo de exibição de "estatuto").

    Colocado por: oxelfeR (hibernado)Colocar a corda na garganta é pensar no imediato, não pensar no futuro ou não prever que o futuro não correrá sempre melhor que o que o imaginamos. É pensar que hoje tenho 100, então posso gastar 100 (até me fico por aqui) em algo que passava bem sem ele, sem pensar que nos mês seguinte vou precisar dos 100 para algo que me é essencial.
    O (meu) anti-consumismo defende um pouco isto. Não sabemos o dia de amanhã, então devemos pelo menos colocar dentro das hipóteses, que este poderá não ser tão bom quanto o desejamos.



    Bem, tudo isto é vago, muito vago. Com os rendimentos médios das famílias portuguesas, gastar muito menos que os tais 100 implica necessariamente viver de forma muito, muito apertada. Talvez não te apercebas do que uma família com 4 ou 5 elementos gasta só em despesas fixas. Fazes ideia de quanto eu gasto por mês em supermercado (e não trago whisky nem bife do lombo)? Imaginas que não me aflige pensar que só em alimentação gasto quase tanto como alguns têm para viver um mês inteiro? Acredita (ou não) que a minha revolta (justa) por me tirarem os subsídios é incomensuravelmente menor do que a revolta por haver pessoas que têm que cortar na alimentação que dão aos filhos. Ponho-te este cenário, que se passou com uma das minhas melhores amigas: casal de professores, ela do ensino público, com 15 anos de serviço, ele do ensino cooperativo. Ela é colocada a 450km de distância: vai com a filha bebé, aluga uma casa, e as despesas são tantas (o marido fica na cidade da origem) que quando ela vai ao supermercado traz as doses de peixe e carne só para a filha - ela remediar-se-á com qualquer coisa, pão e leite ou assim. Não estamos a falar dos ditos pobres estamos a falar da dita classe média. E vens-me falar de consumismo? Vêm-me falar que a classe média tem de baixar os seus padrões de consumo? Tenho que aceitar as teses dos liberaizinhos da m***, entre uma saída na sua moto 4 e uma petiscada de marisco com os amigos? Como dizia o outro, tretas, sim, tretas. Revoltada, estou, mas olha que não é com os ordenados a menos, é com a injustiça social a mais.

    Colocado por: oxelfeR (hibernado)O que vejo à minha volta é obsessão, muitas vezes nem sequer do prazer que um determinado bem possa dar, mas sim do que este bem pretensamente possa dizer sobre o seu detentor.
    A história da marca A ou B está presente no dia a dia, não interessa o uso, características ou se vamos ou não utilizar todas as suas potencialidades. O que interessa é possuir um bem da marca A ou B. Se o A faz mais ou menos que o B? Não interessa. Se o A até é melhor e dura mais que o B? Não interessa, o B é que está na moda.



    Como já disse, o meu mundo é um bocado diferente, de facto. Não vejo disso a pontapé, os meus amigos não são assim.

    Colocado por: oxelfeR (hibernado)

    Espero que te lembres disso quando pagas à tua empregada.
    Espero que te lembras de defender o mesmo para quem te recolhe o lixo à porta.
    Espero que te lembres disso quando dás uma gorjeta a quem recebe menos de um quarto do que tu recebes.
    Não te esqueças deles, eles também têm o direito a comprar livros, roupas novas e bonitas, e a trocar o carro velho. E porque não a viajar?
    Sabes, é muito bonito defender os "direitos de quem trabalha", mas não te esqueças que os recursos não são ilimitados e que não são só para ti, e que provavelmente para que todos possam ter os "direitos" que tu achas que devem ter por trabalhar, terias de reduzir ainda mais os "direitos" que tens e achas poucos.


    Já aqui disse que mantenho a empregada não só porque me facilita (muito) o dia a dia, mas porque não sei como lhe diria adeusinho, quando o marido está prestes a ficar desempregado. E esta terra é pequena, sabe-se que vão entrar em insolvência e sabe-se que os sócios já se divorciaram das respetivas mulheres e que já têm o dinheiro e os bens a salvo. Esses não andam de cara no chão.
    Depois há um julgamento moral da minha pessoa que, sinceramente, não te reconheço direito de fazer. Parece que não percebeste mesmo que defendo que os direitos são de todos os que trabalham, sim, por isso me desagrada o discurso de um falso anti-consumismo. Pior, o orgulho por nºão ter acesso a certos bens materiais (explícita ou implictamente desejando que os outros não o tenham tb).

    Colocado por: oxelfeR (hibernado)não me venhas com a história que te esforçaste muito, que estudaste muito, que tens isto e aquilo, porque se quiseres realmente saber quem passou e passa muitos anos a sacrificar-se, a sofrer no corpo (literalmente) o desgaste da sua profissão e que após uma vida de trabalho continua a ganhar 25% daquilo que ganhas ... basta abrires os olhos. Compara os teus sacrifícios com um mineiro ou um trolha (com todo o respeito) e diz-me que tens mais "direitos" porque te esforçaste muito mais.



    Esta não te saiu nada bem e até é ofensiva (eu sei que não era essa a intenção). Nem aprofundo a coisa, não vale a pena. Os sacrifícios cada um sabe os que faz, fez e os que fizeram os que os criaram. O meu marido é filho de um operário que conseguiu dar um curso superior a 3 filhos e não deu ao 4º porque é deficiente mental (ligeiro). A minha mãe ficou viúva aos 36 anos. Sacrifícios, se não vivi muitos, testemunhei-os de muito perto.

    Colocado por: oxelfeR (hibernado)nunca saí de Portugal


    Acho que fazes mal.
    • luisvv
    • 16 março 2012 editado

     # 409

    Ponho-te este cenário, que se passou com uma das minhas melhores amigas: casal de professores, ela do ensino público, com 15 anos de serviço, ele do ensino cooperativo. Ela é colocada a 450km de distância: vai com a filha bebé, aluga uma casa, e as despesas são tantas (o marido fica na cidade da origem) que quando ela vai ao supermercado traz as doses de peixe e carne só para a filha - ela remediar-se-á com qualquer coisa, pão e leite ou assim. Não estamos a falar dos ditos pobres estamos a falar da dita classe média. E vens-me falar de consumismo? Vêm-me falar que a classe média tem de baixar os seus padrões de consumo? Tenho que aceitar as teses dos liberaizinhos da m***, entre uma saída na sua moto 4 e uma petiscada de marisco com os amigos? Como dizia o outro, tretas, sim, tretas. Revoltada, estou, mas olha que não é com os ordenados a menos, é com a injustiça social a mais.


    Ui, Deus nos livre de ouvir os "liberaizinhos de M***" !!! São gajos chatos que só sabem dizer mal e só pensam em números, porque não sabem que o que importa são as pessoas e não os números. Vejam lá, eles até chegam a achar que (admitindo que o Estado deve empregar professores) a colocação de professores devia ser uma escolha das escolas, e não o resultado de um monstruoso concurso. E chegam a ser tão insensíveis que pensam que se o Estado só tem X não pode gastar X+Y indefinidamente(não sei porquê, afinal o Estado é gente de bem e paga sempre - afinal, ospatos contribuintes estão lá para pagar o que o Estado decidir, e se não pagam é uma injustiça, social, que soa melhor). Esses liberaizinhos são tão merdosos que até dizem que o Estado é como todos os outros : se gasta a crédito hoje, terá que reduzir o que gasta, algures no futuro. Raios os partam, que vieram perturbar a nossa vidinha que corria tão bem. Se eles não estivessem armados em parvos, o Estado pagava-nos com notinhas do monopoly, mas isso não era problema porque as notas do monopoly até são giras e dão para comprar casas...
    • LuB
    • 16 março 2012 editado

     # 410

    Ui, Deus nos livre de ouvir os "liberaizinhos de M***" !!! São gajos chatos que só sabem dizer mal e só pensam em números, porque não sabem que o que importa são as pessoas e não os números. Vejam lá, eles até chegam a achar que (admitindo que o Estado deve empregar professores) a colocação de professores devia ser uma escolha das escolas, e não o resultado de um monstruoso concurso. E chegam a ser tão insensíveis que pensam que se o Estado só tem X não pode gastar X+Y indefinidamente(não sei porquê, afinal o Estado é gente de bem e paga sempre - afinal, ospatos contribuintes estão lá para pagar o que o Estado decidir, e se não pagam é uma injustiça, social, que soa melhor). Esses liberaizinhos são tão merdosos que até dizem que o Estado é como todos os outros : se gasta a crédito hoje, terá que reduzir o que gasta, algures no futuro. Raios os partam, que vieram perturbar a nossa vidinha que corria tão bem. Se eles não estivessem armados em parvos, o Estado pagava-nos com notinhas do monopoly, mas isso não era problema porque as notas do monopoly até são giras e dão para comprar casas...


    FOGO! Mas estão pegados, porquê?

    Afinal o que nos lixou a todos foi a TEORIA? ou foi antes a PRÁTICA?
    A meu ver hoje estaria tudo certo, se o estado tivesse gastado como (e onde) devia... Se se tivesse preocupado realmente com as pessoas não só no "presente" mas tb em termos "de futuro". Administrando bem os recursos o dinheiro teria chegado, e não veríamos actualmente tantos portugueses com dificuldade em assegurar as necessidades básicas de que a Becas fala.

    Mas o estado dito "social" gastou muito onde não devia. Depois apesar de eu reconhecer que também colocou algum onde devia, fez imensos despedícios que me espantavam, sobretudo por terem o apadrinhamento ou a conivência de responsáveis da administração. Foi um tempo! Assim nos metemos neste grande sarilho em que nos encontramos.

    Hoje é assim: Casa onde não há pão...
  9.  # 411

    Caramba, escrevi aqui ontem mas pelos vistos não está aqui:

    System: A casa, quando se constitui uma hipoteca como garantia, não fica "cativada". O que sucede é que, para vender, terá que liquidar o mútuo que deu origem à hipoteca, em momento anterior ou simultâneo ao da venda. Para que saiba, não diga que fica impossibilitado de vender porque isso é MENTIRA.

    Demonstra que percebe pouco de garantias pois uma hipoteca não é como dar fundos de garantia. Esses não podem ser mobilizados é óbvio.

    Mas quando dá uma garantia, qualquer que seja, o que eu disse acima é que não é SÓ essa garantia que responde pelo cumprimento do contrato! Responde TODO o património do devedor (parea além dessa garantia). E naturalmente que o Banco não pode "ir buscar" sem mais. Nem o Banco nem qualquer devedor, excepto mecanismos ou garantias específicas como sejam as garantias bancárias à primeira solicitação.

    Quanto aos seguros, há seguros para todos os gostos e os prémios são tão mais altos quanto for a cobertura dos riscos, como em qualquer outro negócio.

    No que se refere à insolvência está tão mas tão enganado quanto a tudo que até me mete impressão o que aqui escreve, pois confunde um insolvente (declarado insolvente pelo Tribunal competente) com um devedor que tem dívidas. Não é verdade que um insolvente (e pode ser uma pessoa colectiva ou singular) nunca mais possa ter contas no Banco! É mentira e não é só isso que é mentira. É mentira que fiquem na lista do Banco de Portugal, é aliás obrigatório que o Banco os retire da lista negra X anos depois da insolvência. E depois disso, nenhum banco poderá recusar dar créditos por exemplo, com fundamento na insolvência.

    Acredite que sei do que falo e só não lhe explico porquê porque não posso :)
  10.  # 412

    Ui, Deus nos livre de ouvir os "liberaizinhos de M***" !!!

    Faço realmente votos para que isso aconteça.

    São gajos chatos que só sabem dizer mal e só pensam em números, porque não sabem que o que importa são as pessoas e não os números.

    Não concordo, acho que se preocupam com as pessoas: mais precisamente com eles próprios - por vezes preocupam-se com os outros: interessa-lhes "esmifrá-los". Também se preocupam com os números: estão sempre preocupados com os números que definem o apoio que acham que o estado lhes devia conceder.

    Esses liberaizinhos são tão merdosos

    Concordo. Em geral não passam de gente nascida em berço de ouro a tentar manter privilégios. São uns totós merdosos incapazes de sobreviver no mundo que defendem (melhor - dizem defender) sem as vantagens com que contam à partida. Não passam de uns tristes sempre à procura do apoio do estado - e conseguem-no sempre - quando o vento não sopra de feição e a fugir do estado quando chega à hora de taxar os lucros. São uns meninos mimados que acabam com a brincadeira e vão a correr chorar para o paizinho quando as coisas lhes correm mal.
    Concordam com este comentário: two-rok
    • LuB
    • 16 março 2012 editado

     # 413

    ...
    •  
      FD
    • 16 março 2012

     # 414

    Ai que tanto se fala em ignorância e depois tomam-se as partes pelo todo... j cardoso, não o vi ali ao lado a reclamar por causa disso mesmo?

    Só a título de exemplo: http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo_social
    Concordam com este comentário: carlus
  11.  # 415

    Afinal o que nos lixou a todos foi a TEORIA? ou foi antes a PRÁTICA?

    Acontece que a "prática" é a aplicação da teoria. Se eu postular algo que é impossível de aplicar, o que devo esperar?

    A meu ver hoje estaria tudo certo, se o estado tivesse gastado como (e onde) devia... Se se tivesse preocupado realmente com as pessoas não só no "presente" mas tb em termos "de futuro". Administrando bem os recursos o dinheiro teria chegado, e não veríamos actualmente tantos portugueses com dificuldade em assegurar as necessidades básicas de que a Becas fala.

    O Estado gastar onde devia é uma contradição em termos. Administrar bem não é atributo do Estado - e a natureza do Estado pressupõe ineficiência e destruição de riqueza.

    Mas o estado dito "social" gastou muito onde não devia. Depois apesar de eu reconhecer que também colocou algum onde devia, fez imensos despedícios que me espantavam, sobretudo por terem o apadrinhamento ou a conivência de responsáveis da administração. Foi um tempo! Assim nos metemos neste grande sarilho em que nos encontramos.
  12.  # 416

    Não concordo, acho que se preocupam com as pessoas: mais precisamente com eles próprios - por vezes preocupam-se com os outros: interessa-lhes "esmifrá-los". Também se preocupam com os números: estão sempre preocupados com os números que definem o apoio que acham que o estado lhes devia conceder.

    Engraçado. Essa é a definição exacta de social-democrata, ou de socialista-moderno com preocupações sociais.

    Concordo. Em geral não passam de gente nascida em berço de ouro a tentar manter privilégios. São uns totós merdosos incapazes de sobreviver no mundo que defendem (melhor - dizem defender) sem as vantagens com que contam à partida. Não passam de uns tristes sempre à procura do apoio do estado - e conseguem-no sempre - quando o vento não sopra de feição e a fugir do estado quando chega à hora de taxar os lucros. São uns meninos mimados que acabam com a brincadeira e vão a correr chorar para o paizinho quando as coisas lhes correm mal.


    Olha, outra vez a definição de social-democrata. Claro que é incompleta: devia incluir a preocupação "genuína" com a "função social" do Estado, e a defesa de que o Estado deve sempre gastar mais com os pobrezinhos (onde evidentemente se inclui o social-democrata), de preferência tirando "au-rricos", que estão lá é para isso mesmo.

    Tiremos então o chapéu a todos esses gloriosos democratas, a essa gente com tantas "preocupações sociais", que não se preocupa em saber se a realidade está disponível para se conformar aos seus desejos.
    • LuB
    • 16 março 2012 editado

     # 417

    Acontece que a "prática" é a aplicação da teoria. Se eu postular algo que é impossível de aplicar, o que devo esperar?


    Não me parece que seja esse o caso. Todos os modelos podem ser aplicados..
    Uns são piores que outros ;)))
    Mesmo os bons modelos teoricos são frequentemente tão mal aplicados, que acabam por vir a dar m*** . Acontece quando servem de bandeira a quem os propagandeia e mais nada... Mas daí até serem impossíveis de aplicar vai uma grande distância...

    Mesmo "os bons modelos" são susceptíveis de ser tão mal aplicados, que acabam por vir a dar m*** . Acontece quando servem de bandeira a quem os propagandeia e mais nada...
    Já os "maus modelos" (Ex: teorias Hitlerianas) são frequentemente aplicados, com fidelidade à ideologia e sem qq falha! ;(((


    O Estado gastar onde devia é uma contradição em termos. Administrar bem não é atributo do Estado - e a natureza do Estado pressupõe ineficiência e destruição de riqueza.


    1) O Estado gastar onde devia é uma contradição em termos.
    Contradição? Só é contradição se de todo não admitir a existência do estado.
    Sempre haverá algum "estado". Mesmo para os que gostam de o "mirrar"...

    2) Administrar bem não é atributo do Estado -

    Não é?... (E não, não só, mas tb...)

    3) a natureza do Estado pressupõe ineficiência e destruição de riqueza.
    Não vejo porque motivo os estados terão de ser obrigatoriamente ineficientes.
    Devido á escala? Aos agentes? Á estrutura? Aos processos?

    (Isso é liberalismo ou já é anarquia? ;)))
  13.  # 418

    Ai que tanto se fala em ignorância e depois tomam-se as partes pelo todo... j cardoso, não o vi ali ao lado a reclamar por causa disso mesmo?

    Mas qual parte? Qual todo? Aponto o que disse a todos os liberais, só vejo uma diferença entre uns e outros: uns são "envergonhados" e maquilham as ideias que apresentam; mal por mal prefiro os outros, os liberais "à Luísvv": pelo menos são directos e dizem exactamente o que pensam, sem hipocrisias e sem a preocupação do politicamente correcto.
  14.  # 419

    Não me parece que seja esse o caso. Todos os modelos podem ser aplicados..
    Uns são piores que outros ;)))
    Mesmo os bons modelos teoricos são frequentemente tão mal aplicados, que acabam por vir a dar m*** . Acontece quando servem de bandeira a quem os propagandeia e mais nada... Mas daí até serem impossíveis de aplicar vai uma grande distância...


    Vamos lá ver: os "bons" modelos são julgados bons porquê? Pelas intenções de quem os defende. Se o Zé das Couves defende a melhoria do nível de vida dos pobrezinhos através da abolição das restrições à liberdade contratual de cada um, é um perigoso facínora que não sabe que os pobrezinhos são burros são incapazes e que o Estado é que deve dizer-lhes o que fazer, como fazer e em que condições.
    Já se o Zé das Couves defender propostas que, sob a aparência de apoio e protecção, representam na verdade obstáculos à vida dos pobrezinhos, será ainda assim visto como alguém "sensível", "solidário" e de uma generosidade imensa.
    Um exemplo fantástico é a legislação laboral: ser "efectivo" gera uma situação de quase invulnerabilidade. Intuitivamente é uma coisa maravilhosa - mas como as coisas são o que são e não o que queremos que sejam, o reverso da medalha é o maravilhoso mundo dos recibos verdes, dos contratos a prazo e do trabalho temporário.



    Contradição? Só é contradição se de todo não admitir a existência do estado.Sempre haverá algum "estado". Mesmo para os que gostam de o "mirrar"...

    Lá está: o Estado presta serviços em monopólio - e onde concorre, concorre em vantagem desleal. Nessas condições não é possível ser eficiente - se não há concorrência e não há necessidade de adequar o custo ao preço do serviço, o guito continua a vir, por muito que se estrague (não se esqueça que os recursos não são ilimitados e toda a gente tem óptimos motivos para reclamar mais um bocadinho de despesa).

    2) Aministrar bem não é atributo do Estado - Não é?... (E não, não só, mas tb...)

    Não, não é. É até uma quase impossibilidade teórica.

    Não vejo porque motivo os estados terão de ser obrigatoriamente ineficientes.Devido á escala? Aos agentes? Á estrutura? Aos processos?

    Acima de tudo, devido à sua natureza de monopolista. Mas também pela questão da agência.
    • LuB
    • 16 março 2012 editado

     # 420

    Vamos lá ver: os "bons" modelos são julgados bons porquê? Pelas intenções de quem os defende. Se o Zé das Couves defende a melhoria do nível de vida dos pobrezinhos através da abolição das restrições à liberdade contratual de cada um, é um perigoso facínora ...
    .

    Neste caso que aponta, o modelo não é classificado de bom "pelas intenções" mas sim pelo "conhecimento", ou se quizer pela visão que o indivíduo tem sobre o assunto.
    Claro, que o Zé das couves quando fala não pode "acertar muito" e é fácil saber porquê. Diz o que ouve dizer, porque nâo estudou, não viu, não comparou... Mesmo quando pára, para pensar e falar sobre o tema, tem dificuldade em prever as consequencias daquilo que advoga. Em contrapartida sabe muito da vida, fruto da experiência tramada que vai tendo no seu dia a dia. Podia a esse nível ser mestre de muito nababo que nunca passou por elas....
    Entretanto os sabichões que conhecem "belos modelos" não fazem melhor... Não são capazes de lhe demonstrar, por palavras e sobretudo por obras, que ele "está enganado", que há outras regras e outros modelos que podem ter mais sucesso. Na verdade sempre lhe aproveitaram a ignorância para o colocarem ao serviço do sistema.

    Julgar-se um modelo como "bom" ou "mau" será sempre "criterial". Se assim não fosse não andavamos aqui à batatada!
    Como os modelos conduzem a resultados diferentes, costumamos avalia-los pelos resultados a que conduzem.

    Lá está: o Estado presta serviços em monopólio - e onde concorre, concorre em vantagem desleal. Nessas condições não é possível ser eficiente - se não há concorrência e não há necessidade de adequar o custo ao preço do serviço, o guito continua a vir, por muito que se estrague (não se esqueça que os recursos não são ilimitados e toda a gente tem óptimos motivos para reclamar mais um bocadinho de despesa).


    Mas o estado, não foi feito para concorrer... A meu ver faz sempre mal em concorrer...
    Assegurar serviços básicos que os privados não farão a doentes ( não lucrativos...), garantir educação de acordo com o potencial intelectual de cada um (e não com o estatuto social do papa...) não são por natureza actividades em que se possa falar de monopólio... Não andam por aí muitas Madres Teresas de Calcutá e muito menos a exigirem o monopólio... E portanto alguma entidade terá de se responsabilizar por isso. Alguém quer ter o monopólio de cuidar dos velhos, dos doentes, dos sem recursos, ou de proteger qq cidadão que por infelicidade do destino se veja atirado para a indigencia? E, de pagar, por exemplo a investigação?
    Eu cá não quero um tal monopólio... Deixo pró Luis vv ...;))))
 
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