Política
Crise: Quando Mário Soares defendia o plano do FMI
17-05-2012
Por Vítor Matos
Em Agosto de 1983, o Governo do Bloco Central PS-PSD, assinou um memorando de entendimento com o Fundo Monetário Internacional. Os impostos subiram, os preços dispararam, a moeda desvalorizou, o crédito acabou, o desemprego e os salários em atraso tornaram-se numa chaga social e havia bolsas de fome por todo o país. O primeiro-ministro era Mário Soares. Veja como o homem que hoje quer rasgar o acordo com a troika defendia os sacrifícios pedidos aos portugueses.
“Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto”. DN, 27 de Maio de 1984
“Não se fazem omoletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns”. DN, 01 de Maio de 1984
“Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo.” JN, 28 de Abril de 1984
“Quando nos reunimos com os macroeconomistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal”. Idem
“Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível” RTP, 1 de Junho de 1984. Idem, ibidem
“A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós” RTP, 1 de Junho de 1984
“Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos”. Idem
“O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente”. Idem, ibidem
“[O desemprego e os salário em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (...). O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego”. JN, 28 de Abril de 1984
“O que sucede é que uma empresa quando entra em falência... deve pura e simplesmente falir. (...) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade. Idem
“Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem que o pais caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre”. RTP, 1 de Junho de 1984
“Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos”. 1ª Página, 6 de Dezembro de 1983
“Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários”. DN, 19 de Fevereiro de 1984
“A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar” RTP, 1 de Junho de1984
“A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa.” Der Spiegel, 21 de Abril de 1984
“Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á”. RTP, 31 de Maio de 1984
“A Associação 25 de Abril é qualquer coisa que não devia ser permitida a militares em serviço” La Republica, 28 de Abril de 1984
“As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta”. Correio da Manhã, 29 de Outubro de 1984
“Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro-ministro. Não é agradável para a imagem de um politico sê-lo nas condições actuais” JN, 28 de Abril de 1984
“Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida”. RTP, 1 de Junho de 1984
“Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói”. 6 de Junho de 1984
Colocado por: gf2011Como gosto deste tema, aqui fica esta reportagem da Sabádo.
Pessoas sem coerência intelectual são do piorio.
Colocado por: Jorge Rocha
De onde tirou isto?
Vitor Matos ou Mateus?
Colocado por: gf2011
Matos
http://www.sabado.pt//Multimedia/FOTOS/-spam---b--Politica---b----spam-/Crise--Quando-Mario-Soares-defendia-o-plano-do-FMI.aspx?id=474653
A moeda desvalorizou...e hoje?
Que garantias financeiras tínhamos do exterior?Hoje temos o apoio financeiro da CEE
A CEE ainda estava para vir!
Todos sabemos que Mário Soares é acima de tudo um político.
Colocado por: luisvv
E o que é que isso significa?
Significa que anteriormente não estávamos ligados a nenhum mercado comum e tínhamos que nos valer por nós próprios!Hoje mesmo que queiramos desvalorizar a nossa moeda para exportar mais não o conseguimos!Porquê?
Porque os seus amiguinhos alemães estão bem com a moeda forte com juros de dívida baixos!é´só FACTURAR!
Colocado por: GexUm palhaço na constante e obsessiva procura de protagonismo. Nem compreendo como ainda dão tanta importância a essa criatura...Concordam com este comentário:Jorge_GonçalvesDiscordam deste comentário:Jorge Rocha
Colocado por: luisvvNo que respeita ao resto, o Jorge deve ter achado um piadão a beneficiar dos juros baixinhos, como os dos alemães, ou não? Foi bom enquanto durou.
Foi bom para quem usou e cresceu com essa ajuda,não o foi para quem gastou e nada fez para empreender!
Sim...Beneficiei e muitos clientes beneficiaram...e?
quem trata assim mal o Mário Soares devia por coerência tratar todos os outros de igual forma, podemos sempre dizer mal de alguma coisa neles todos.
penso que não se deve falar assim de quem já foi 1º ministro e presidente da republica, concorde-se ou não com as suas ideias.