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  1.  # 1

    Viva,

    Estou a terminar umas obras numa casa muito antiga que comprei há uns tempos e agora está na fase de reparação das paredes.
    A casa tem três pisos e as paredes exteriores são em pedra e argamassa.
    As interiores são constituídas por vigas de madeira e ripas horizontais em ambas os lados e preenchidas com argamassa. Têm cerca de 15 cm de espessura. Estas paredes interiores também escoram as vigas de madeira do chão dos pisos.

    A minha dúvida está em como reparar os defeitos e pequenas fissuras dessas paredes interiores. Ou seja, pelo método tradicional com argamassas próprias à base de cal e aplicação de rede de fibra de vidro nos remendos ou seguir outro método que vi ser utilizado em algumas obras de recuperação de casas similares, nomeadamente remover a argamassa das paredes, manter a sua estrutura em madeira e aplicar placas de pladur directamente na madeira.

    Qual será melhor solução, nomeadamente no médio e longo prazo?
  2.  # 2

    Se existe no local possibilidade para aplicar pladur, força...penso ser a melhor opçâo.
    Cumptos
  3.  # 3

    Colocado por: joalageSe existe no local possibilidade para aplicar pladur, força...penso ser a melhor opçâo.
    Cumptos


    Existir existe, mas obrigaria à remoção integral da argamassa que envolve a estrutura em madeira da parede. Não sei se essa argamassa tem alguma função estrutural de reforço ou protecção da estrutura em madeira das paredes.
  4.  # 4

    Da forma como descreveu, e assim entendi, a massa é só para acabamento, estrutural é a madeira.
  5.  # 5

    Acho que essas paredes que fala chamam-se paredes em tafife ou tabique. Nao tenho a certeza do nome, isso já é muito antigo. O que faziam antigamente era uma parede com tijolos maciços feitos a partir de uma argila branca ou á base de cal (do tipo saibro) chamavam-lhe os adobos. Depois para alisar as paredes revestiam o tijolo com uma estrutura de madeira tipo ripado na horizontal que era para segurar a cal na parede. Eu penso que esse ripado não deve ter mais do que 3 ou 4cmm entre ripas na horizontal. Tambem já vi paredes feitas só com o tal ripado e cal. O pladur é a melhor solução mas vai ter que montar uma estrutura para segurar as placas porque essas paredes de cal descolam muito e se tentar fazer um furo a cal desfaz-se.
  6.  # 6

    Eis umas fotos de uma dessas paredes.
    Na primeira é visível o interior num corte em perfil vertical.
    Na segunda é visível o enchimento de barro e pedras entre as duas faces de argamassa de cal.
    Na terceira é visível a estrutura em madeira limpa das argamassas.
      P1010113.jpg
      P1010115.jpg
      P1010627.jpg
    •  
      alv
    • 31 julho 2012

     # 7

    Vivam!
    Embora de férias, noite dentro, cheio de frio em pleno Algarve, cá vai a minha opinião acerca do "problema" do nosso forista Paulo.
    As paredes que refere são conhecidas na minha zona por paredes de enchamel (não tenho a certeza se é asssim que se escreve).Há quem chame enxaimel. Tratam-se normalmente de paredes em "tabiques de madeira de cerca de 4cm de espessura, colocados na vertical, contraventados com um rapado em forma trapezoidal pregado horizontalmente com espaçamentos muito pequenos, preenchidos com um primeiro enchimento de massa bastarda de areia e cal, rebocadas com esboço fino e gesso.
    Normalmente são paredes que se bem conservadas e em locais salubres mantém as suas caracteristicas em bom estado e apenas necessitam de pequenas manutenções efectuadas com simples massas de estuque,compostas pela tradicional mistura de gesso e cal, e que actualmente são substituídas por pastas prontas do tipo das usadas em placas de gesso laminado. Normalmente, é o bastante acrescido de uma pintura e ficam para durar mais umas dezenas de anos.
    se de todo não se encontram em bom estado, normalmente, o que se faz é remover as argamassas todas e aplicar directamente sobre os ripados uma canada de placas de gesso laminado por fixação mecânica. Dá uma trabalheira a remoção das argamassas sem danificar as madeiras, mas é realmente a solução quando as argamassas não estão em perfeitas condições. Saliente-se o facto de que normalmente se as argamassas não estão em boas condições, as madeiras podem também não estar e aí se se tratam de paredes resistentes ter de se ter em atenção o facto de ter de se reparar também as madeiras, sobretudo os tabiques.
    É um processo que temos efectuado com alguma regularidade em recuperações de casas com esse sistema construtivo e normalmente a substituição das argamassas por placas de gesso, não apresenta problemas à posteriori. temos casas desse tipo recuperadas com 25 anos sem qualquer patologia, pelo que a solução é recomendável e duradoura.
    Espero ter ajudado. Boas férias a todos os que as têm ainda e bom trabalho aos restantes.
    "Fassam" parte.
    Estas pessoas agradeceram este comentário: pauloms, CarlosCoelho
  7.  # 8

    Colocado por: alvTratam-se normalmente de paredes em "tabiques de madeira de cerca de 4cm de espessura, colocados na vertical, contraventados com um rapado em forma trapezoidal pregado horizontalmente com espaçamentos muito pequenos, preenchidos com um primeiro enchimento de massa bastarda de areia e cal, rebocadas com esboço fino e gesso.


    Exacto, mas curiosamente no meu caso as ripas horizontais têm um distanciamento entre si relativamente grande (uns 30 cm) e a espessuras das vigas verticais é de cerca de 10 cm. A espessura total das paredes é de cerca de 15 cm com a argamassa aplicada.




    Colocado por: alvse de todo não se encontram em bom estado, normalmente, o que se faz é remover as argamassas todas e aplicar directamente sobre os ripados uma canada de placas de gesso laminado por fixação mecânica. Dá uma trabalheira a remoção das argamassas sem danificar as madeiras, mas é realmente a solução quando as argamassas não estão em perfeitas condições. Saliente-se o facto de que normalmente se as argamassas não estão em boas condições, as madeiras podem também não estar e aí se se tratam de paredes resistentes ter de se ter em atenção o facto de ter de se reparar também as madeiras, sobretudo os tabiques.


    As paredes não parecem estar em mau estado. O pior que está visível são umas fissuras nos cantos e nas junções entre paredes e outros defeitos estéticos. Por outro lado, não anda ninguém na obra (pedreiros) que saiba avaliar fidedignamente as patologias e a sua gravidade e origem. Estes, como a larga maioria, não sabiam que não se deve aplicar cimento sobre pedra ou argamassas de cal. Tive de ser eu a marcar com um técnico de uma marca de argamassas de reabilitação para lhes dar formação e um receituário.



    Colocado por: alvSaliente-se o facto de que normalmente se as argamassas não estão em boas condições, as madeiras podem também não estar e aí se se tratam de paredes resistentes ter de se ter em atenção o facto de ter de se reparar também as madeiras, sobretudo os tabiques.


    Como saber se as argamassas não estão em bom estado? É algo evidente? O existirem algumas fissuras já poderá indicar movimentação da estrutura de madeira e, logo, que existem madeiras podres lá por dentro?




    Colocado por: alvÉ um processo que temos efectuado com alguma regularidade em recuperações de casas com esse sistema construtivo e normalmente a substituição das argamassas por placas de gesso, não apresenta problemas à posteriori. temos casas desse tipo recuperadas com 25 anos sem qualquer patologia, pelo que a solução é recomendável e duradoura.


    Essa solução parece-me muito interessante. Teria também a vantagem de reduzir consideravelmente a carga no interior da casa que este tipo de paredes impõe e poria a nu o real estado da estrutura de madeira. Por outro lado, além dos custos muito acrescidos, a madeira ficaria desprotegida sem a evolvente de cal que é um fungicida natural.
    Costumam aplicar algum tratamento nas madeiras para a manter protegida?
    Com a trepidação que estas casas produzem com o movimento das pessoas no seu interior, não há o risco das juntas do pladur também fissurarem com o tempo?
    •  
      alv
    • 2 agosto 2012 editado

     # 9

    Vivam!
    Depois de um almoço de férias, roam-se de inveja, umas cavalas escaladas grelhadas só com sal e umas batatas barriganas, bem regadas com.....uma "auguinha", imaginem, de Penacova! Brincava, bebi um golito da cerveja da minha mulher, que é quem bebe cá em casa.

    Bom, tanta questão que vamos ver se consigo acabar sem me dar o sono. Isto de não fazer nada, cansa!

    Colocado por: pauloms
    Exacto, mas curiosamente no meu caso as ripas horizontais têm um distanciamento entre si relativamente grande (uns 30 cm) e a espessuras das vigas verticais é de cerca de 10 cm. A espessura total das paredes é de cerca de 15 cm com a argamassa aplicada.


    Esse tipo de tabique, que não sei o nome, é caracteristico de paredes estruturais ou resistentes, em que os tabiques de 4cm são substituídos por barrotes de cerca de 10x10cm,, afascados 30 ou 40cm e aí o ripado é mais basto, preenchidos com argamassa de barro entre barrotes e rebocada com cal, mas o principio é o mesmo e se reparar, às vezes, os próprios barrotes estão cravados com umas lascas feitas com uma enxó para garantir a aderência das argamassas. Não sei se será o caso, mas adiante.




    Colocado por: pauloms
    As paredes não parecem estar em mau estado. O pior que está visível são umas fissuras nos cantos e nas junções entre paredes e outros defeitos estéticos.



    Essas fissuras nos cantos, são sinal que as paredes estão a ser ou foram deslocadas das paredes ortogonais, normalmente exteriores, em alvenaria e resistentes, por cedência ou simples vibrações dos pavimentos e restantes estruturas. Nada de especial, é assim e não tem problema, isto é, tem, porque por muito que repare, normalmente reaparece se não consolidar os pavimentos.

    Colocado por: pauloms
    Como saber se as argamassas não estão em bom estado? É algo evidente? O existirem algumas fissuras já poderá indicar movimentação da estrutura de madeira e, logo, que existem madeiras podres lá por dentro?



    Normalmente essas argamassas quando estão em mau estado é apenas devido a infiltrações de água, ou humidades ascensionais, que só existem em pisos térreos, e as fissuras nada têm a ver com a qualidade das argamassas.



    Colocado por: pauloms
    Essa solução parece-me muito interessante. Teria também a vantagem de reduzir consideravelmente a carga no interior da casa que este tipo de paredes impõe e poria a nu o real estado da estrutura de madeira. Por outro lado, além dos custos muito acrescidos, a madeira ficaria desprotegida sem a evolvente de cal que é um fungicida natural.
    Costumam aplicar algum tratamento nas madeiras para a manter protegida?
    Com a trepidação que estas casas produzem com o movimento das pessoas no seu interior, não há o risco das juntas do pladur também fissurarem com o tempo?


    Tem razão em todas os reparos, mas no que diz respeito à protecção das madeiras, elas já estão suficientemente protegidas porque passaram décadas impregnadas em cal, logo, estão melhor de saúde que nós e vão continuar assim por outro tanto ou mais tempo se mantiver as condições.
    As vibrações, essas sim, são um problema e apesar dos revestimentos em gesso poderem absorver essas vibrações em paredes correntes, já o é difícil de conseguir nos tais cantos que já falámos, mas também, com as estruturas à vista é fácil conseguir fazer alguns reforços estruturais com recurso a vigamentos de madeira ou ferro, havendo o necessário cuidado de em ambos os materiais proteger bem os materiais já que vão ficar ocultos por várias décadas, esperemos.

    "Fassam" parte e boas férias.
    Concordam com este comentário: Pedro Barradas
    Estas pessoas agradeceram este comentário: pauloms
  8.  # 10

    Colocado por: alvEsse tipo de tabique, que não sei o nome, é caracteristico de paredes estruturais ou resistentes, em que os tabiques de 4cm são substituídos por barrotes de cerca de 10x10cm,, afascados 30 ou 40cm e aí o ripado é mais basto, preenchidos com argamassa de barro entre barrotes e rebocada com cal, mas o principio é o mesmo e se reparar, às vezes, os próprios barrotes estão cravados com umas lascas feitas com uma enxó para garantir a aderência das argamassas. Não sei se será o caso, mas adiante.


    Cruz de santo André

    A principal evolução tecnológica introduzida pela construção pombalina é a construção anti-sísmica constituída por uma gaiola de madeira, constituída por barrotes de madeira cruzados, formando as Cruzes de Santo André.
  9.  # 11

    Colocado por: alve de todo não se encontram em bom estado, normalmente, o que se faz é remover as argamassas todas e aplicar directamente sobre os ripados uma canada de placas de gesso laminado por fixação mecânica. Dá uma trabalheira a remoção das argamassas sem danificar as madeiras, mas é realmente a solução quando as argamassas não estão em perfeitas condições. Saliente-se o facto de que normalmente se as argamassas não estão em boas condições, as madeiras podem também não estar e aí se se tratam de paredes resistentes ter de se ter em atenção o facto de ter de se reparar também as madeiras, sobretudo os tabiques.
    É um processo que temos efectuado com alguma regularidade em recuperações de casas com esse sistema construtivo e normalmente a substituição das argamassas por placas de gesso, não apresenta problemas à posteriori. temos casas desse tipo recuperadas com 25 anos sem qualquer patologia, pelo que a solução é recomendável e duradoura.


    O único "problema" nessa solução é a passagem das cablagens e a montagem das casixas das aparelhagens. Eu preferiria colocar estrutura de forma a ganhar espaço. Claro que isso implica mexer nas aduelas, o que se poderá justificar ou não.
    •  
      alv
    • 2 agosto 2012

     # 12

    Vivam!
    Paulo Correia, comecemos pelo fim, as passagens de infra estruturas de eletricidade tem de ser ponderada e normalmente corre pelos tectos ou sob o pavimento. ainda assim, se necessário passar neste tipo de paredes com barrotes de 10x10cm resolve-se com a simples abertura de um buraco no meio do barrote se a altura do ripado não for suficiente para as absorver.
    Quanto à gaiola de santo André, é uma técnica diferente da que estamos a falar. Essa é setecentista e em resultado das novas técnicas utilizadas com a reconstrução Pombalina, mas a que nos relata o Paulo, embora mais recente, é bastante mais arcaica, porque só tem elementos verticais resistentes compostos pelos barrotes que são preenchidos com barro, puro e duro, suportadas com um ripado trapezoidal a espaços de cerca de 20 a 30cm, quase como o sistema de taipa e depois rebocadas com argamassa de cal e areia. Conheço de algumas obras, mas continuo a desconhecer o nome.
    "Fassam" parte.
    • PASA
    • 3 agosto 2012 editado

     # 13

    alv, na aplicação das placas de pladur directamente na madeira, utiliza-se só parafusos ou complementa-se com pasta de agarre?

    no minha casa, para tratamento preventivo das tábuas e fasquio, antes da aplicação do pladur, vou lhes dar uma pinturinha de côr preta...
  10.  # 14

    Nas zonas húmidas (cozinhas e banhos) evite usar o gesso laminado, dao-se. Mal com a humidade e sao causadores de patologias na aplicacao de cerâmica.

    Retiro o que escrevi caso opte por uma impermeabilização adequada.
  11.  # 15

    Colocado por: pc ferreiraNas zonas húmidas (cozinhas e banhos) evite usar o gesso laminado, dao-se. Mal com a humidade e sao causadores de patologias na aplicacao de cerâmica.

    Pois...já tou a ver as placas que vai recomendar ;-))
  12.  # 16

    Colocado por: Picareta
    Pois...já tou a ver as placas que vai recomendar ;-))


    Só por causa das coisas não vou recomendar nenhumas!
  13.  # 17

    Vivam,

    Falei com um conhecido que é aplicador da knauf ele disse-me que, para o estado em que as paredes aparentavam estavam, a remoção integral das argamassas não se justificava e muito menos a aplicação de placas de gesso. Nas condições de pequenas vibrações, parece que estas paredes estruturais de madeira e cal são mais flexiveis do que as outras soluções.

    TAmbém me tinha esquecido de referir que quanto a tubagens e cablagens (eléctricas, Ited, AC, águas, etc) já está tudo passado pelos tectos, que ainda vão ser forrados, e pelos roços abertos preferencialmente nas paredes exteriores em alvenaria.

    Os pedreiros já tinham começado na semana passada a preparar as paredes de alvenaria exteriores e também as interiores para serem reparadas e aproveitei para tirar algumas fotos aos defeitos mais evidentes das interiores com estrutura em madeira. Aparentemente, a madeira está em bom estado, embora nas partes mais desprotegidas, nomeadamente nos topos, sejam visíveis os clássicos furos do caruncho. Uma solução que pensei para aumentar a resistência destes topos sem ter de remover a argamassa e substituir a madeira é injectar epoxy de dois componentes. O que acham?
      P1020200.jpg
      P1020202.jpg
      P1020220.jpg
      P1020213.jpg
    • PASA
    • 8 agosto 2012

     # 18

    Isto, só que é carote, 12,5 Euros, cada 30 Kg...
    http://www.diera.pt/?cod=362&s=5&ss=14&cat=11&subcat=56&pag=1
  14.  # 19

    Colocado por: PASAIsto, só que é carote, 12,5 Euros, cada 30 Kg...
    http://www.diera.pt/?cod=362&s=5&ss=14&cat=11&subcat=56&pag=1


    Mandei vir umas que foram aprovadas pelo IGESPAR e utilizadas no restauro de uns monumento cá da zona. Várias fórmulas conforme as zonas de humidade e compatíveis com as paredes de alvenaria de pedra e com as argamassas pré-existentes.
    Avançando com o restauro das paredes interiores em madeira também são compatíveis.
    • PASA
    • 8 agosto 2012

     # 20

    da diera?
 
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