Iniciar sessão ou registar-se
  1.  # 1

    Estou neste momento em fase de projecto para uma moradia em Gaia e os arquitectos estão a pensar em usar Alvenaria Resistente como forma de reduzir custos de construção. No entanto, tenho algumas dúvidas...... haverá muitos construtores capazes? Tem bom desempenho estrutural e térmico? Fica efectivamente mais barato?
  2.  # 2

    É uma optima ideia...
    é simples de executar, cumpre com toda a elgislação em vigor, se devidamente especificaa e executada ( como qualquer outra técnica)

    A nível de projecto de Arquitectura, é um pouco condicionadora, pois não permite grandes "maluqueiras".

    Aconselho, o uso de blocos térmicos de barro de TERMOARCILLA, com 24 ou 29cm ( não recomendo o uso dos blocos de betão).
    É também necessário estudar e dimensionar o reforço dos panos de alvenarias, utiliza-se, para o efeito, armaduras nas juntas horizontais das fiadas dos blocos (armaduras tipo MURFOR);
    O isolamento térmico pode ser assegurado/ complementado por sistema ETICS.
    Consegue-se aligeirar bastante a estrutura de Betão armado, em alguns caso nem será necessário o confinamento daa alvenaria resistente em estrutura de betão...

    Bom Projecto...
    Gostava de ir conhecendo o desenrolar do mesmo...
  3.  # 3

    "Alvenaria Resistente" alguém poderia explicar melhor o que é isso? se fosse com fotos ainda melhor!!! :)
  4.  # 4

    Colocado por: Pedro Barradasé simples de executar, cumpre com toda a elgislação em vigor, se devidamente especificaa e executada ( como qualquer outra técnica)

    Tinha a ideia que em Portugal não se podia utilizar por causa dos regulamentos antisismiscos ou que se tornava tão cara por causa disso, que era impraticável. E como são feitas as lages? Com pré-lages ou betão armado?

    Colocado por: sergyio"Alvenaria Resistente" alguém poderia explicar melhor o que é isso?

    É um tipo de alvenaria que substitui a estrutura de betão armado. Um caso clássico são as alvenarias de tijolo maciço ou tijolo de burro
  5.  # 5

    Pode, ser utilizada e já temos exemplos em Portugal (em zonas sismicas - Baixo alentejo) - Uma das 1ªs obras foi o quartel da GNR em Ourique, Projecto de estabilidade do Eng.º Paulo B. Lourenço, docente na Universidade do Minho - ( Exite um trabalo muito bom, editado pela UM - Dimensionamento de alvenarias Estruturais, datado de 1999) - As Alvenarias Estruturais, estão contempladas no eurocódigo 6 (EC6) - Em complemento deverão ter em conta o EC8 e EC1.
    Concerteza existem , hoje em dia estudos mais axaustivos... mas esta é a publicação que tenho... Desde 2001 que acompanho esta tecnologia... mas que, infelizmente nunca tive oportunidade de Projectar.

    Paulo, as Lajes podem ser em Betão armado, aligeiradas, madeira, mistas, o que quiser... Podendo, deste modo elas proprias contribuir ou não para a rigidez do conjunto...

    Posso lhe adiantar, de conversas com o Eng.º Paulo Lourenço (em seminários/ conferências), que a obra em Ourique... ( por coincidência em frente ao meu escritório) demorou apenas 30 dias o levantamento das alvenarias (tinham estimado 3 meses)... só aí, o empreiterio ficou a ganhar... Poucpou-se em cofragens, em varões de aço, maão de obra..etc...

    Existe mais documentação técnica, da BEKAERT, armaduras para alvenarias - MURFOR...

    PS:
    Outro constragimento, para a utilização deste tipo de tecnologia... tem a haver com a falta de conhecimentos sobre esta matéria, da generalidade dos nossos engenheiros.. ou até da vontade de aprender/ investigar o tema.
  6.  # 6

    Concerteza que vou manter o contacto para falar do desenrolar do projecto (se efectivamente optar por esta solução).

    Quanto às fotos pedidas pelo Sergyio, não consegui fazer upload mas esperimentas o seguinte trabalho (fotos 6 e 7d):
    http://www.civil.uminho.pt/alvenaria/docs/129_144.pdf
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Paulo Correia
  7.  # 7

    Quando estive na Alemanha tinhamos uma obra de 270 vivendas com 2 pisos (R/c e 1º andar) executada com alvenaria resistente e pré lages e aquilo fazia-se num instante, mas para que tudo funcionasse em condições, requeria um projecto muito bem feito e uma execução a condizer, porque como as pré lages eram pré fabricadas, qualquer má marcação estragava tudo. Fiquei apaixonado pelo sistema, mas os nossos engenheiros disseram-me que não se podia utilizar em Portugal.

    Que é muito mais rápido, sem dúvida, se será muito mais barato, já tenho algumas dúvidas (muito a sentimento), mas caso apanhasse um projecto desses orçamentava de borla só para ter ideia dos custos

    Colocado por: Leonel SilvaConcerteza que vou manter o contacto para falar do desenrolar do projecto (se efectivamente optar por esta solução).

    Mantenha, que até lhe orçamento a estrutura gratuitamente. Sistemas novos são sempre uma paixão

    Prevejo que este vai ser um longo tópico
    Estas pessoas agradeceram este comentário: Leonel Silva
  8.  # 8

    sim execução terá que ser cuidada... os projectos bem feitos.. (O projecto de estabilidade deverá desenhar cada alçado de parede) e com dimensões compatíveis com os blocos... a mão-de-obra, também terá que ter alguma formação... pois não se pode andar a assentar blocos e armaduras entre fiadas, sem os projectos ao lado... para ir seguindo!!!
  9.  # 9

    Boas a todos e espero que tenham tido um Bom Natal,

    Por caso o meu Arq. mostrou-nos esse tipo de alvenaria tb, mas eu recordo-me que havia algum senão... vou investigar.. talvez fosse o preço do tijolo. A marca era Espanhola e os "bricks" eram fantásticos... ou seja.. recomenda-se é? Eu tendo as especialidades todas feitas e licença quase a sair não teria problemas se optasse por utilizar essa tipo de alvenaria ou vou dar trabalho ao gabinete de arq e engºs?

    Gracias ;))
  10.  # 10

    Colocado por: raquel.jmaPor caso o meu Arq. mostrou-nos esse tipo de alvenaria tb, mas eu recordo-me que havia algum senão... vou investigar.. talvez fosse o preço do tijolo


    Efectivamente a marca de que os meus arquitectos falaram é Espanhola: TERMOARCILLA, de que o Pedro falou no primeiro comentário. Espero que o senão não seja o preço já que é essa a principal razão para optar pela solução.
  11.  # 11

    Boas!
    Permitam-me a intromissão no tópico, mas é um assunto que me despertou a atenção.
    Estou na fase de adquirir um terreno, em Arruda dos Vinhos, e tenho a sorte de ser casado com uma arquitecta.
    Começo bem porque poupo no projecto!!! :-D
    Brincadeira à parte, estamos no esboço inicial da planta da casa e a definir as áreas. Permitam-me a "carrada" de questões, mas a minha área é mecânica logo as minhas dúvidas são elementares. E julgo que o assunto deste tópico também não seja totalmente do conhecimento da minha mulher.

    Este tipo de alvenaria dispensa pilares estruturais? São paredes auto-portantes?
    Não dispensam as "sapatas" e a laje de pavimento?
    Dispensam a aplicação de isolamento, vulgo wallmate? São rebocadas e estucadas?
    Como é que são feitas as passagens de tubagem para instalação electrica, tv, água, etc.?
    Sendo uma moradia térrea, para o tecto e aproveitamento do sotão, a laje aligeirada será o mais indicado?

    Onde puderei explorar sobre o assunto? (websites, workshops, etc.)
  12.  # 12

    Colocado por: DHeartComeço bem porque poupo no projecto!!! :-D

    Em contrapartida a casa fica como ela quer, mas também fica sempre, né?

    Colocado por: DHeartEste tipo de alvenaria dispensa pilares estruturais? São paredes auto-portantes?

    Sim, dispensam e são auto-portantes

    Colocado por: DHeartNão dispensam as "sapatas" e a laje de pavimento?

    A lage de pavimento terá sempre de ser feita para suporte dos revestimentos do pavimentos interiores. As sapatas, já não sei, mas calculo que não serão necessárias dada a inexistência de pilares, sendo provavelmente substituídos por um lintél de fundação

    Colocado por: DHeartComo é que são feitas as passagens de tubagem para instalação electrica, tv, água, etc.?

    Dependerá do tipo de alvenaria, mas provavelmente será da forma tradicional

    O resto não sei
  13.  # 13

    Caro DHeart,
    Sendo casado com uma arquitecta talvez seja ela a melhor fonte para obter essas respostas.

    Rui Silva
  14.  # 14

    Respondendo às questões....DHeart

    Este tipo de alvenaria dispensa pilares estruturais? São paredes auto-portantes
    em principio não dispensam... mas podem ser elementos de confinamento muito mais ligeiros... (Em zonas sismicas)


    Não dispensam as "sapatas" e a laje de pavimento?

    Pode ser ensoleiramento geral , vigas de fundação, também podem ter sapatas...

    Dispensam a aplicação de isolamento, vulgo wallmate? São rebocadas e estucadas?
    Em principio, não dispensa um complemento de isolamento térmico (ETICs ou gesso cartonado + MLW) confirmar com o projecto RCCTE ( a elaborar ao mesmo tempo que a Arquitectura) - Existe recentemente um bloco TERMOACUSTICO da ARTEBEL... se for como eles dizem , não é necessário complementar com + nada...
    Os blocos rebocam-se e estucam-se como qq outra alvenaria.

    Como é que são feitas as passagens de tubagem para instalação electrica, tv, água, etc.?
    através de roços.. feitos à "unha" ou com máquina ( em blocos é sempre preferivel a utilização de maquina de roçar)


    Sendo uma moradia térrea, para o tecto e aproveitamento do sotão, a laje aligeirada será o mais indicado?
    Depende do modelo de cálculo utilizado... pode até utilizar lajes em madeira...

    Onde puderei explorar sobre o assunto? (websites, workshops, etc.)
    Procure por alvenarias resistentes.... Aviso-o que existem poucos eng.º civis com conhecimentos para projectar com este tipo de solução. Leia uns posts acima...
  15.  # 15

    Pedro Barradas

    Bem que me queria parecer que não estávamos a falar da mesma solução. As construções que referi na obra da Alemanha eram em alvenaria simples não armada, correspondendo à figura 6 do trabalho do Engº Paulo Lourenço, enquanto penso que está a falar de soluções de alvenaria armada.

    No caso de utilização de vi, em alvenaria não armada, quer a rapidez de execução que a economia devido à não existência de elementos verticais em betão armado, são evidentes, mas julgo que essa solução está posta de parte em países de elevada sismicidade como o nosso. Era sobre esta solução que fiz os comentários anteriores.

    Das soluções de alvenaria armada expostas no trabalho, julgo que aquela que economicamente, poderá ser mais favorável, será a variante com redes Murfor RZD (figura 12), mas se chegará a ter uma diferença significativa para a solução tradicional, só fazendo um orçamento comparativo, para o qual estou disponível gratuitamente.

    Para além do custo próprio da solução, os primeiros terão ainda um sobre custo devido à novidade e à falta de preparação e habituação dos empreiteiros. São sempre soluções que requerem alguma tempo de afinação em obra com os consequentes custos.

    Quando falamos das relações custo / beneficio entre várias soluções, falamos sempre de 2 coisas : Tempo e dinheiro. Quando no estudo é referido que determinada solução tem uma relação custo beneficio atractiva, é-o analisando estes 2 factores, mas convém analisarmos se essa relação é atractiva, no caso presente , moradias uni-familiares executadas individualmente.

    TEMPO

    Quando uma solução permite reduzir o tempo total de execução, permite poupanças quer ao nível dos custos de estaleiro quer porque ao entrar em funcionalmente mais cedo, permite que comece a gerar proveitos mais cedo, sejam financeiros ou sociais.

    No caso de uma moradia, duvido que para o dono de obra, a questão do prazo de execução seja uma prioridade e se lhe derem a escolher irá preferir o custo. Julgo que não será por aqui, que a escolha será feita

    Quando referiu acima que o empreiteiro do Quartel de Ourique poupou muito dinheiro, isso só é correcto, caso essa poupança de tempo não tenha sido prevista em tempo de orçamento, se o foi, ele fez a obra no tempo previsto não tendo poupado nos custos de estaleiro.

    Custos

    A questão que todos colocam é sempre a mesma. Se lá fora é mais económico, sendo uma solução muito utilizada, porque é que cá, não se passa o mesmo?

    A resposta fácil é mandar as culpas para os suspeitos dos costumes, o nosso tradicional atraso em tudo e mais alguma coisa, mas se calhar, existe uma excelente razão. Um sistema destes tem custos de material muito superiores, tornando-se económico ao reduzir a quantidade de mão de obra. Mas esse aumento de custo nos materiais só é compensado caso o custo da mão de obra seja alto ou muito alto

    Mas isto varia de pais para pais e dai certas soluções que tão bem funcionam na Alemanha devido aos elevadíssimos custos com a mão de obra ou em Espanha em que o custo hora é o dobro do nosso, podem ou não funcionar em Portugal, sendo necessário fazer contas e não se avançar só porque parece ser um sinal de evolução.

    Quando a mão de obra me custa 40€ à hora, qualquer sistema que me reduza a mão de obra em 25% é maravilhosos porque me tira 10€, mas se a mão de obra custa 6€, apenas me vai tirar 1.5€, o que poderá, ou não, compensar os aumentos de custos nos materiais e a rentabilidade de um sistema depende disto.

    Saber se um sistema de alvenaria armada será mais económico que um sistema tradicional só comparando os custos totais dos dois sistemas, mas a sentimento, para uma moradia individual, não me parece que sejam algo que se veja. Poupanças em escala ao fazer uma urbanização completa com estes sistemas, já poderá ser diferente, mas afirmar-se, sem se fazer contas, que será mais barato, parece-me perigoso, muito perigoso.

    Além dos custos, duas outras situações deixar-me iam muito nervoso: A qualidade do projecto e a qualidade da execução (empreiteiro). Ambos teriam de ter muita qualidade e com o panorama nacional, não sei o que sairia.
  16.  # 16

    É mais uma das muitas soluções que existem, que depois não existem ninguém para implementar.

    No meu projecto, tenho todo o isolamento térmico pelo exterior (ETICS). Falar bem, todos os arquitectos falam, existem quem fale mal. Mas quem monte? Procuro por todo o país e vou em 3 empresas!

    Apenas peça uma coisa ao arquitecto que lhe apresente esse tipo de soluções. São o nome e referências de 4 construtores diferentes que estejam habituados a trabalhar com esse tipo de alvenaria. Provavelmente, ele só lhe arranja um contacto. Se assim for, desista da ideia.

    Veja lá se o arquitecto costuma sair do gabinete e conhece a realidade cá de fora!

    Senão passa de um projecto altamente avançado, com soluções xpto todas modernas, para um problema complicadissimo, que é de arranjar mão de obra para executar.

    No caso do ETICS, já pensei seriamente em abrir uma empresa com o objectivo de especializar nessa área.

    Coisas da Casa
  17.  # 17

    Lendo partes do documento...

    3. CONCLUSÕES
    Apesar da alvenaria ser utilizada há milhares de anos de forma estrutural, a utilização a este
    nível é marginal em Portugal.
    No presente artigo apresentam-se soluções de alvenaria armada
    com historial de sucesso noutros países desenvolvidos e soluções inovadoras com
    desenvolvimento em curso. No caso das soluções em alvenaria confinada apresentam-se
    realizações recentes em Portugal, que ilustram possibilidades de execução real. Admite-se que
    a replicação de aplicações bem sucedidas em alvenaria estrutural dependa agora de produtores,
    projectistas, donos de obra e construtores, respectivamente por esta ordem de importância.


    Aventuras é giro, mas é quando é mais barato!

    Coisas da Casa
  18.  # 18

    Colocado por: PauloCorreiaPedro Barradas

    Bem que me queria parecer que não estávamos a falar da mesma solução. As construções que referi na obra da Alemanha eram em alvenaria simples não armada, correspondendo à figura 6 do trabalho do Engº Paulo Lourenço, enquanto penso que está a falar de soluções de alvenaria armada.


    Bem, Paulo!!!! Era este tipo de comentário que eu procurava. De facto, do que eu estou a falar é do tipo de alvenaria que não requer pilares/vigas de betão armado e em que as paredes, são totalmente construídas apenas com o tijolo assentes na placa por baixo e sustentando outra placa por cima. Os receios deste comentário são os meus desde o principio e daí me ter lembrado de recorrer a este fórum.

    Quando adjudiquei o projecto a estes arquitectos, uma das principais linhas orientadoras foi o preço final da construção. Ainda estamos na fase do estudo preliminar mas até agora, varias soluções foram equacionadas para conseguir este objectivo de ter uma casa com arquitectura interessante sem ter custos altíssimos.
    A opção por alvenaria resistente foi uma das principais soluções. Se no fim de contas o custo final não compensar, então prefiro a alvenaria tradicional que tem provas dadas e muitos empreiteiros profissionalmente capazes da a executar correctamente.
    Penso que a parte de projecto de especialidades poderá pôr alguma luz neste assunto. Por enquanto ainda não está colocado de parte mas vou estar atento.
  19.  # 19

    Desculpem mas introduzi o meu comentário dentro do de Pedro Barradas
  20.  # 20

    Sem querer se aborrecido, tenho que corrigir as minhas duas ultimas mensagens: o meu comentário era sobre a última menssagem do Paulo Correia e não de Pedro Barradas. Coisa de maçarico nesta coisa dos Foruns :-)
    Agora que foi reposta a verdade, Obg.
 
0.0225 seg. NEW