Claro que si, o "nosso" trabalho é sempre muito complexo e por isso susceptível a grandes erros (mesmo quando nos alertam), o dos outros é sempre muito simples e quando erram é porque são ridículos (entre outras coisas) ...
Mais claro que isto não posso ser: os números apresentado pela CGTP sobre os quais incidiram os impostos estão correctos ou foram inventados?
O banqueiro, presente na conferência da Exame, em Lisboa, recordou alguns números para sustentar esta opinião.
“O défice orçamental, sem medidas extraordinárias, em 2009 e 2010 foi praticamente igual 17 mil milhões de euros, o que representou 10,2% do PIB num ano e 9,8% no outro. Em 2012, aquilo que se estima, sem medidas extraordinárias é um défice de 10 mil milhões de euros, 6,1% do PIB. Desde 2010 até 2012, o défice, sem medidas extraordinárias, reduz quase sete mil milhões de euros em dois anos, o que são quase 3,7 pontos percentuais de PIB e, a primeira coisa que temos de assumir é que é um resultado muito bom em qualquer parte do mundo”, afirmou.
Por isso, Ulrich defende que “temos de nos orgulhar disto e usar isto como bandeira e chapar na cara desses articulistas do ‘Financial Times’ e outros que tais”.
Continuando nos números das contas públicas, o presidente do BPI, assinalou que o “défice sem juros e sem medidas extraordinárias foi à volta de 12 mil milhões de euros em 2009 e em 2010, que dá cerca de 7% do PIB em cada um dos anos”.
“Em 2012, será de menos 1600 milhões de euros, menos um por cento do PIB. É um ajustamento de 10,4 mil milhões de euros em dois anos o que representa seis pontos percentuais no défice primário e sem medidas extraordinárias. Isto é notável e é um motivo de orgulho para todos os portugueses, estejam no Governo, estejam na oposição”, acrescentou.
Quanto à despesa primária “sem juros e sem medidas extraordinárias, ela atingiu o pico histórico 83 500 milhões de euros em 2010, 48,4% do PIB. Este ano deverá atingir pouco menos de 70 mil milhões, ou seja, 41% do PIB. São menos 13700 milhões de euros, em dois anos, o que são 8,2 pontos percentuais de PIB”.
Neste sentido, Fernando Ulrich considera que isto é “notável”. “Temos de estar orgulhosos disto e é isto que nos dá força, eventualmente, para agora ter obtido da troika um alívio nos objectivos. É porque há aqui um trabalho de consolidação orçamental em dois anos que é notável”, sustentou.
O banqueiro disse ainda que tem visto muitas personalidades a comentar a situação portuguesa, em particular nas televisões, mas sem atentar aos números. Ulrich aproveitou a ocasião e o facto de Francisco Pinto Balsemão estar na plateia para dizer: “prefiro ver a Gabriela”, uma novela transmitida pela SIC.
O Presidente da República concluiu, antes do Conselho de Estado, que a crise política estava ultrapassada. Precipitou-se. E não tarda vai perceber isso porque a sede do Poder mudou... do Parlamento para a rua.
Com as consequências que daí advêm. Nomeadamente um recuo naquilo que o governo tem de fazer: cortes na despesa, aumentos de impostos e mais reformas estruturais. Não foi por acaso que jornais estrangeiros (FT, WSJ, El Pais...) se viraram para Portugal. E a atenção só não foi maior porque aqui ao lado a tragédia é maior...
Quem tem dois dedos de testa já percebeu que o governo está com receio das reacções, que se podem tornar violentas (com a ajuda de "profissionais"), como se viu à porta do Presidente. E daí à paralisação vai um passo.
A tentação, em momentos destes, é atribuir culpas. Não serve para nada. Mas é importante aprender com os erros: o governo, que não teve estratégia de comunicação para uma medida tão difícil; nós, os jornalistas, que em determinados momentos não tivemos o distanciamento devido; e, sobretudo, o Presidente, que deixou (ou convidou) a sua guarda pessoal a disparar com tudo o que tinha contra o governo. Ferreira Leite, por exemplo, mostrou que o país fez bem em não confiar nela em 2009...
E agora? Perguntará o leitor. Os próximos sete dias são cruciais. Se o país recusar mais sacrifícios, ficamos com duas soluções: ou vamos para eleições, em bancarrota (ninguém nos empresta dinheiro sem governo); ou Seguro vai para o governo, esquecendo o que jurou.
Como se vê, em duas semanas estragámos quase tudo o que fizemos em 15 meses. Espero que os protagonistas se consigam ver ao espelho depois de perceberem o buraco em que meteram o país.
Segundo o primeiro-ministro, o facto de ter havido "um conjunto de empresários que confessaram publicamente temer represálias que os seus trabalhadores pudessem efetuar" por entenderem que se estava "a promover uma transferência de riqueza dos trabalhadores para as empresas" deixa "importantes reflexões para futuro".
Colocado por: luisvv
“O défice orçamental, sem medidas extraordinárias, em 2009 e 2010 foi praticamente igual 17 mil milhões de euros, o que representou 10,2% do PIB num ano e 9,8% no outro. Em 2012, aquilo que se estima, sem medidas extraordinárias é um défice de 10 mil milhões de euros, 6,1% do PIB. Desde 2010 até 2012, o défice, sem medidas extraordinárias, reduz quase sete mil milhões de euros em dois anos, o que são quase 3,7 pontos percentuais de PIB e, a primeira coisa que temos de assumir é que é um resultado muito bom em qualquer parte do mundo”, afirmou.
O social-democrata António Capucho afirmou hoje que António Borges, que acusou os empresários que criticaram a redução da TSU de serem "ignorantes", está a "perturbar a estabilidade" do Governo, dizendo "disparates
"Quem está a perturbar a estabilidade nem sou eu, que faço de facto declarações criticas em relação ao Governo, é o Dr. António Borges, com a sua presença continuada no Governo e a dizer estes disparates", afirmou, em declarações à Lusa, António Capucho.
No sábado no I Fórum Empresarial do Algarve, o economista e conselheiro do Governo para as privatizações considerou "muito inteligente" a medida do Governo sobre a Taxa Social Única (TSU) e chamou "ignorantes" aos empresários que discordaram dela.
Segundo o ex-autarca da Câmara de Cascais, que reafirmou defender uma remodelação do Governo, também o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, bem como "uma estrutura [governativa] que não responde" perturbam a estabilidade.
Na sua opinião, a estabilidade poderá ser alcançada através de uma "remodelação do Governo concomitante com a apresentação do Orçamento do Estado, que seja digerível, aceitável para o destinatário, que somos todos nós".
Questionado pela Lusa se o próprio partido necessita regenerar-se, Capucho disse que, atualmente, "o PSD é uma massa amorfa" e precisa de se "concentrar nisso".
Colocado por: Luis K. W.Lá na minha empresazeca houve uns operários que comentaram que preferiam perder 7% (TSU) ao longo de 14 meses, do que perder 1 mês de subsídio.
E que até compreendiam que a redução do custo do pessoal (redução da tsu) podia ser bom para a empresa, para os clientes e, por tabela, para eles!
Fiquei sem resposta!
Realmente, a análise da evolução dos défices "reais" tem de ser feita com cuidado.
Se bem me lembro, a «troyka» e a Comissão Europeia "obrigaram" o anterior Governo a contabilizar despesas que só iriam ser pagas nos anos seguintes (prestações dos submarinos, pagamento de AEstradas com cobrança de portagens, etc.).