Colocado por: GFE sinceramente acho que a rapariga não ofendeu ninguém....
Colocado por: Rui A. B.A marca atingiu precisamente o seu objectivo, falar-se dela.Concordam com este comentário:GF
Colocado por: simplesQuanto à marca custa-me acreditar que não tivesse noção das reacções que o clip ia despoletar. Parece-me que a Samsung entrou neste jogo de forma consciente.
O assunto é o combustível da rede. Quanto mais "diferente" do convencional for o assunto, mais ele viaja, mais viral ele se torna
A Pepa é diferente
11/01/2013 | 00:00 | Dinheiro Vivo
Há uns anos, quando ainda não havia YouTube, Facebook ou iPhone, talvez em 2005, eu e um grupo de criativos profissionais de publicidade trabalhávamos numa campanha para um Internet Service Provider quando alguém pensou que, com cada vez mais megas disponíveis, todos passaríamos a ter superpoderes. Daí surgiu-nos uma campanha baseada na pergunta "Que superpoder gostarias de ter?". Lá tivemos várias ideias (voar e ser invisível foram logo chumbadas por sofrerem de banalidade terminal) e apresentámo-las ao cliente. Ou porque éramos caros demais ou porque tínhamos excesso de personalidade, não me lembro da razão, não ganhámos o concurso. O cliente escolheu uma ideia banal e barata e, a partir daí, o famoso ISP definhou; nunca mais se ouviu falar nele e o seu CEO foi posto a andar.
Na campanha que apresentámos havia uma ideia maravilhosa do Nuno Jerónimo, um dos muito bons criativos profissionais que ainda por cá andam. Dizia ele que, a ter um superpoder, gostava de ter o poder de fazer undo. O poder de desfazer fazendo comando z. Que jeito daria: comando z e desemborcávamos o copo que bebemos a mais; comando z e desmandávamos o SMS exaltado; comando z e desbatíamos no carro da frente; comando z e mandávamos o Passos Coelho de volta ao Ângelo Correia.
Lembrei-me também desta história quando vi a Pepa e a campanha da Samsung.
Aqueles megas todos trouxeram mesmo superpoderes. O de saber tudo e mais alguma coisa, o de ver o mundo todo, o de estar com toda a gente a toda a hora... Só não trouxeram o poder de fazer undo. A Samsung bem tentou, tirando os embaraçosos vídeos do You Tube, mas hoje as marcas já não têm esse poder. Já não se pode tirar o filme do ar. O que se faz fica feito até que a malta se canse, passe ao assunto seguinte e o embaraço desapareça.
O assunto é o combustível da rede. Todos vamos à rede encontrar e partilhar assuntos. Quanto mais "diferente" do convencional for o assunto, mais ele viaja, mais viral ele se torna.
A Samsung tentou procurar outro modo de se promover, tentou fazer um conteúdo comercial diferente, tentou sair da caixinha dos anúncios, tentou inovar aproveitando a blogosfera e as redes sociais. Tentou, mas como muitas vezes acontece com as tentativas, errou. Claro que Pepa é diferente. Diz coisas diferentes, tem preocupações diferentes e quer uma mala Chanel em 2013. Daí o sucesso na partilha. Mas a Pepa é diferente por acaso. Um acaso feliz para nós, que nos divertimos à farta, e infeliz para a Samsung, que não achou piada, porque procurava aplauso e não gargalhada desdenhosa.
Fazer comunicação comercial diferente, sem se ser enxovalhado nas redes sociais pela Polícia da Opinião, não é fácil nem garantido. Requer talento. Talento que, normalmente, se encontra em organizações que o sabem encontrar e gerir. Chamam-se agências de publicidade e não são baratas. A qualidade, a diferença, são excepções que, para aparecerem, precisam de tempo e gente; ou seja, dinheiro. Claro que é mais barato contratar amadores. E é verdade que os amadores, às vezes, também fazem diferente. Veja-se o caso da Pepa.
Publicitário, psicossociólogo e autor
Escreve à sexta-feira
Escreve de acordo com a antiga ortografia
Miguel Esteves Cardoso 10 Janeiro, 2013 16:37
Querida Pipoca,
Li com atenção o seu post (isto de termos sido os dois jornalistas acaba por, de alguma forma, nos unir) e parece-me que caiu numa em alguns lugares infelizes, porventura por azar, que passarei a destacar.
1 - "Mas acredito que o tom de menina de boas famílias possa chatear quem vê (ter dinheiro é sempre meio caminho andado para chatear os outros)".
Este é talvez o erro principal. Mal estamos se alguém com uma dicção errada das palavras e que tenta não mexer os lábios enquanto fala é sinónimo de "menina de boas famílias". Ser de boas famílias, ou ser bom, revela-se através de atitudes, gestos, valores, de honra e coerência. Não se revela, por muito que acredite nisso, através da pronúncia, do ângulo com que se cruza a perna, ou da inércia dos lábios.
Quando ao comentário sobre o dinheiro, parece-me revelar um preconceito bastante grande, talvez algo aristocrático, que em nada lhe fica bem.
2 - Deverá perceber que, para o comum dos mortais, ouvir alguém dizer que "comprar uma carteira" é uma "conquista pessoal" é terrível. Isso demonstra o quão baixas poderão ser as expectativas relativamente a essa pessoa. Bem sei que vivemos numa sociedade bastante tolerável, em que criticar o outro parece mal. A pipoca chega a dizer: "É queque e blasé, mas é o tom dela." Infelizmente, não é aceitável justificar alguma coisa com um simples "mas pronto, ela é assim mesmo". Ser "assim" não é característica nenhuma. Ser "assim" não tem valor. Todos, de uma maneira ou de outra, somos "assim", de alguma maneira, e isso não nos define como seres humanos. Dizer que se é "assim mesmo" é o princípio para aceitar tudo, e esse é o princípio do fim. Se ela é assim, e se pensa que uma conquista pessoal grande é comprar uma carteira, então estamos aqui todos para a ajudar a pensar mais alto, a ensiná-la que há algo de mais interessante, que por entre esta vida há palavras, para além das carteiras, que a poderão ajudar a abrir umas frinchas de luz por entre essa parede dura de tijolo que é a realidade. Eleger as carteiras como objectivo mais alto é, como tal, fútil. Querer justificar a futilidade apenas com o simples facto de que alguém é "assim mesmo" é preocupante.
Um cordial abraço,
MEC
Samsung suspende vídeos em que bloguers de moda apresentavam os desejos para 2013
10 de Janeiro de 2013 às 12:43:06, por RUI OLIVEIRA MARQUES
A Samsung suspendeu os vídeos protagonizados por cinco bloguers de moda, em que estes faziam um balanço de 2012 e apresentavam os seus desejos para este ano. A informação foi confirmada ao M&P por fonte oficial da marca. Em causa estão os vídeos com Maria Guedes (do blogue Stylista), Tiago da Costa Miranda (…And This is Reality), Susana Rodrigues (The Stiletto Effect), Rodolfo Morgado (Lab Daily) e Pepa Xavier (Fashion-a-Porter) que foram mal recebidos nas redes sociais. Os vídeos, que começaram a ficar online a 7 de Janeiro, já não estão disponíveis no canal da marca, mas ainda podem ser vistos nos perfis do YouTube dos bloguers. Durante a tarde desta quinta-feira a marca deverá pronunciar-se sobre este caso.
Segundo as críticas que se podiam ler nas redes sociais, a linguagem, estilo de vida e desejos que estes especialistas em moda e tendências apresentavam estariam desfasados da realidade e dos problemas que os consumidores estão a enfrentar em plena crise económica. Susana Rodrigues, por exemplo, contava que 2012 tinha sido um ano “muito giro” e destacava como ponto alto a “viagem da Dior a Paris”. Pepa Xavier, cujo vídeo foi o mais criticado, contou que “acabar a tese” logo em Janeiro “foi tipo alívio” e confessava que em 2013 queria comprar uma carteira preta clássica da Chanel. “Fica bem com tudo. Adorava ter uma”. “Era uma conquista conseguir comprar uma carteira que eu adoro”, refere mais à frente no mesmo depoimento. Nestes filmes os protagonistas interagiam com produtos da Samsung, como o Samsung Série 9 ou o telemóvel Galaxy Note II, demonstrando como estes fazem parte do seu dia-a-dia. A criatividade e produção dos vídeos, que têm cerca de dois minutos e meio, é da And This is Reality (do bloguer Tiago da Costa Miranda).
“Pela primeira vez, uma campanha convida os consumidores a conhecerem uma faceta diferente dos bloggers, entrando em sua casa e observando-os num ambiente intimista e pessoal”, descrevia a Samsung aquando da apresentação deste projecto. “Através desta campanha, a Samsung mostra ao consumidor que é muito mais do que uma marca tecnológica. É uma marca cuja tecnologia permite melhorar a vida das pessoas, inspirando o seu dia-a-dia e oferecendo momentos únicos e inesquecíveis. Em suma, uma marca que inspira novas ambições, sonhos e desejos”, podia ler-se na nota de imprensa.
Colocado por: simplesSe a empresa fosse minha isto teria consequências para os envolvidos