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    Propostas de como resolver o problema da crise financeira internacional?

    Primeiro é preciso analisar o motivo da crise. Esse motivo é apontado por muitos como uma falta de crédito no mercado.
    E se a análise for mais profunda veremos que esse é realmente o ponto chave da crise, mas não o crédito como a maioria de nós o entende, mas o crédito com conceito fundamental. O crédito como fé, confiança (que também é composta da palavra fiança), isso é, o investidor não crê mais no sistema econômico vigente, tampouco na lógica que o governa.
    Para algumas pessoas isso pode parecer pouca coisa, mas na verdade não é. O ser humano é movido por fé. E a fé é dom de Deus.
    O porquê dessa descrença está justamente no fato de Deus ter dado ao homem o dom do pensamento e o dom da crítica. E de não haver na verdade nada de lógico na estrutura econômico-financeira mundial atual.
    A Palavra de Deus diz que Jesus Cristo depois de curar em algumas oportunidades dizia que a fé tinha salvado aquele que era antes enfermo, ou coxo, ou cego. Isso significa muitas coisas:
    • Em primeiro lugar que a fé é capaz de salvar.
    • Depois que a fé não cura por si só, porém a fé tem o atributo de mover o fator de poder. (o braço de Deus no caso da cura de Jesus e o interesse humano no caso do mercado mundial)
    Mas aonde entra a fé na lógica financeira internacional? Não é tudo calculado, com modelos e fórmulas matemáticas super elaborados? Não é tudo lógico e independente de subjetivismo e imprecisão? Não é tudo automático, quando aumenta a oferta diminui o preço, e quando aumenta a demanda aumenta o preço, uma gangorra perfeita? Não é tudo independente da fé?
    Na verdade não.
    Há sim, uma lógica fundamental na ciência econômica. E essa lógica elementar não faz tanto sentido à toa. É isso mesmo, o valor dos bens é aquele que atribuímos a eles, e aí é que entra a fé.
    O modelo econômico em que nos apoiamos até agora ignorava que os bens tem valor na medida do interesse que as pessoas têm por eles. Esse era o ponto fraco da lógica econômica “recém decapitada”.
    A referência para atribuição do valor até agora tinha como parâmetro a pretensa competência de analistas que atribuíam notas para a confiabilidade de negócios ou países, o mercado todo andava conforme as conclusões desses analistas.
    Ocorre que, em primeiro lugar não se levou em consideração que essas pessoas tinham seus interesses individuais e não eram fiscalizadas por ninguém, não eram auditadas por ninguém, não eram supervisionadas por ninguém.
    Aconteceu o inevitável quando alguém tem muito poder e nenhuma fiscalização, eles sucumbiram à corrupção, orientaram o mercado artificialmente conforme os seus interesses e quando o problema ficou evidente o “castelo” caiu.
    No mundo desde o fim da Segunda Grande Guerra, o critério, na prática, para estabelecer o valor de todos os bens mudou do lastro em ouro para o dólar americano.
    Daí as expectativas, as possibilidades de crescimento do mercado e da economia americanas eram incríveis. O ser humano depositou tanta fé no positivismo dos americanos que fechou os olhos para aquela lógica fundamental apontada anteriormente a mergulhou na euforia do mercado sem lastro, do aval sem garantia e da expectativa infundada.
    Por muito tempo funcionou. Enquanto havia fé, havia gente disposta a emprestar seu trabalho e seu dinheiro a esta nova lógica de atribuição de valor a algo tão imaterial com a ciranda financeira.
    Já dizia o ditado “o futuro a Deus pertence”, e o Senhor Todo Poderoso não divide a sua gloria com ninguém. Muito bem, nas notas de dólar existe a expressão, “In God we Trust” que tanto pode ser interpretada como em Deus (o Todo Poderoso) nós acreditamos, como neste deus (o dólar, ou o dinheiro) nós acreditamos.
    Ilustrativamente assim como a fé de Pedro, o apóstolo impulsivo, ao ver Jesus sobre as águas meteu o pé no mar e saiu andando, o mundo desembarcou das amarras do valor dos bens lastreado em ouro, e fincou o pé nas águas turbulentas do lucro futuro, quando viu os americanos prosperando. O mundo apostou alto no dólar, em ações, debêntures, etc.
    Mas assim como Pedro, o mundo começou a afundar, quando viu os fundamentos em que estava calçado. Pedro julgou impossível andar sobre aquele mar revolto, (e era mesmo, a fé era quem o sustentava) e o mundo também afundou em uma incrível recessão ao ver a liquidez do dólar americano, antiga referência de seus mercados.
    Curiosamente Jesus Cristo declara a Pedro quando foi salvá-lo do afogamento:
    —Homem de pequena fé.
    É isso mesmo, quando acabou a fé, acabou o milagre. Mas assim como Pedro experimentou por algum tempo uma coisa maravilhosa, assim também o mundo teve um crescimento incrível puxado pela fé nos valores americanos.
    De toda forma foi válido, só não pode ser um bloqueio para o desenvolvimento do mundo daqui para frente.
    O erro de Pedro foi deslocar a referência de Jesus, que deve ser a base da fé de todo homem. A economia mundial também deslocou a referência de valor dos bens, e no caso do mundo a referência errada foi justamente o dólar.
    O dólar é tão volátil quanto o éter, não tem poderes mágicos e deve ser deixado para trás como referência para o valor das coisas.
    Como a fé de Pedro deveria ser fixa em Cristo, que é seu (da fé) autor e consumador, o sistema econômico tem seus braços e pernas no trabalho, ou no valor do trabalho.
    Como já foi dito a fé move o braço de poder de Deus, no plano econômico a fé, o crédito move o braço do trabalhador.
    Para sairmos da crise financeira internacional necessitaremos (além da ajuda de Deus, sempre, pois sem Ele não há nada que possamos fazer) mudar a referência de valor do dólar para o valor do trabalho.
    Os bens deverão ser cotados conforme o valor mínimo a ser pago para o trabalhador.
    E isso não significa tabelamento, muito pelo contrário. Tabelar é artificializar mais ainda o valor de tudo.
    O que devemos ter em mente é que o trabalhador-consumidor é quem ralamente movimenta a economia. O dinheiro que fica na mão do trabalhador é na verdade o que vai enriquecer a sociedade.
    Esclareço também que não estou propondo um modelo socialista, nem baseado na solidariedade, ou algo que o valha, estou simplesmente tecendo um estudo sobre o que realmente determina o valor dos bens e serviços.
    Que é o dinheiro que a população movimenta e as aspirações que essa população venha a ter.
    É para essa gente que as empresas vão produzir, e são elas quem pagarão pelos serviços. Nesse caso não é extremamente importante e interessante saber quanto elas tem para isso?
    A resposta não é difícil, elas têm o salário, isso é a importância que lhes é paga para que vendam sua força de trabalho.
    Valorizar o trabalho em escala macro-econômica é, sem dúvida, enriquecer em escala macro-econômica.
    A inversão da lógica da mais valia é a única saída para a saída da crise financeira mundial.
    É como pensar num salário mínimo mundial, que deve ser hábil para pagar as necessidades básicas do trabalhador.
    Saberíamos quanto custa cada coisa, pois poderíamos aplicar o SM com um índice.
    Assim haveria coisas caras, com um carro, ou uma casa, que custaria 900 SM, ou 3.500 SM, mas haveria coisas baratas, como um sabonete que poderia custar 0,027 SM.
    • Os Desafios.
     O que seria difícil nesse sistema? Estabelecer o valor do SM. O desafio é estabelecer o que é indispensável para todos os homens. Há coisas óbvias alimentação, saúde, vestuário, transporte, previdência, impostos.
     Outro problema de indexar o valor do SM é a inflação que pode ocorrer quando houvesse reajuste do salário mínimo.

    • Mecanismo indispensável para essa engrenagem funcionar.
    O que não é óbvio, mas é com toda certeza indispensável é que uma parcela desse SM seja composta por uma poupança, uma conta razoável que o trabalhador possa guardar pelo menos 20% do que ganhe.
    É com esse dinheiro que o homem vai sonhar, construir outra realidade, empreender, buscar satisfação de suas necessidades, é essa parcela que ele vai gastar, é com ela que o homem vai fomentar a economia.
    Essa é a diferença que vai determinar o sucesso do modelo que nasce em contraposição ao que acaba de morrer. Esse é o traço de evolução no pensamento econômico.
    Pode parecer que estou elaborando minha idéia em valores de solidariedade, bondade, mas não, estou, em verdade, pensando friamente em como resolver o problema da crise.
    O escravo produz riqueza até certo ponto, mas para que o desenvolvimento quebre esses laços é necessário que o escravo se emancipe, consuma, contribua com suas idéias.
    O homem só pode fazer isso se tiver uma poupança, se uma parcela de seu trabalho da riqueza que ele produz fique retida com ele, para que ele possa então reaplicá-la na economia.
    E digo mais, quanto maior a parcela que fica com o trabalhador maior é a riqueza da sociedade como um todo.
    Se se pensar em termos de país, aquele que tiver maior poupança para cada trabalhador será o mais rico, dentro de um país os estados também se organizarão de acordo com esse valor, e da mesma forma para municípios dentro dos estados. A produção de riqueza que essa poupança produzirá será tal que não haverá crise no mundo suficiente para acabar com círculo virtuoso.
    Esse é o dinheiro que movimenta a economia, que abre novas empresas e que pode ser investido em bolsa de valores. Aí reside a verdadeira medida da riqueza.
    Profissionais de alto gabarito receberão X valores de SM, conforme a valorização de seu trabalho, e trabalhadores cujo trabalho não seja tão valorizados receberão menos que X SM, com o mínimo em 1 SM. A cotação em SM poderá ser consultada ao lado de qualquer prateleira de mercadoria.
    Apostar que os trabalhadores são pessoas racionais para aplicar seu próprio dinheiro é mais crível do que acreditar que os banqueiros o são para aplicar o dinheiro alheio.
 
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